Criar uma Loja Virtual Grátis
Translate this Page

Rating: 2.7/5 (652 votos)




ONLINE
3




Partilhe esta Página



 

 

 

  contadores de visitas 

 

Flag Counter

site

Os Livros Poéticos
Os Livros Poéticos

                                           Os Livros Poéticos 

 

INTRODUÇÃO

Há uma coletânea de livros na parte dos Hagiógrafos (Escritos sagrados) do cânon judaico que denominamos em nossa cultura bíblica de Livros Poéticos. São eles: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Três deles são chamados de Livros Sapienciais, que significa, livros da sabedoria: Jó, Provérbios, Eclesiastes e alguns salmos. Se bem que a expressão “livros sapienciais” é também aplicada a todo o grupo de livros. Essa literatura por Deus inspirada floresceu nos dias áureos de Salomão, embora sua origem seja muito antiga (1 Rs 4.30,31; Jr 18.18; Et 1.13).

Os livros hagiógrafos, ou seja, os escritos sagrados, são a terceira porção da Bíblia hebraica, os chamados "Ketuvim", que envolvem os livros que hoje denominamos de poéticos (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão) e alguns históricos (Rute, Ester, os dois livros de Crônicas, Esdras e Neemias)e proféticos (Daniel e Lamentações). Já os "Meguillot" são cinco livros que são lidos, até hoje, nas festividades judaicas: Rute (que é lido no Pentecostes), Ester (que é lido em Purim), Eclesiastes (que é lido na Festa dos Tabernáculos), Cantares de Salomão (que é lido na Páscoa) e Lamentações (que é lido em Tishá Beav, dia de jejum que lembra a destruição do templo de Jerusalém). (Pb.Caramurú).

 

  1. O LIVRO DE JÓ Veja mais comentários sobre o livro em Lições da vida de Jó

 

  1. Sua posição no cânon judaico.
  2. Autoria. Jó é considerado o livro mais antigo da Bíblia.
  3. Conteúdo.
  4. O impacto causado na humanidade.
  5. Sua historicidade.

Esboço

  1. Prólogo: A Crise (1.1—2.13)
  2. Jó, Sua Retidão e Seu Temor a Deus (1.1-5)
  3. As Calamidades Sobrevindas a Jó (1.6—2.10)
  4. Os Três Amigos de Jó (2.11-13)
  5. Diálogos entre Jó e Seus Amigos: A Busca de Resposta Humanista (3.1—31.40)
  6. Primeiro Ciclo de Diálogos: A Justiça de Deus (3.1—14.22)
  7. Jó Lamenta o Dia do Seu Nascimento (3.1-26)
  8. Resposta de Elifaz (4.1—5.27)
  9. Réplica de Jó (6.1—7.21)
  10. Resposta de Bildade (8.1-22)
  11. Réplica de Jó (9.1—10.22)
  12. Resposta de Zofar (11.1-20)
  13. Réplica de Jó (12.1—14.22)
  14. Segundo Ciclo de Diálogos: O Fim do Ímpio (15.1—21.34)
  15. Resposta de Elifaz (15.1-35)
  16. Réplica de Jó (16.1—17.16)
  17. Resposta de Bildade (18.1-21)
  18. Réplica de Jó (19.1-29)
  19. Resposta de Zofar (20.1-29)
  20. Réplica de Jó (21.1-34)
  21. Terceiro Ciclo de Diálogos: Jó e o Problema do Pecado (22.1—31.40)
  22. Resposta de Elifaz (22.1-30)
  23. Réplica de Jó (23.1—24.25)
  24. Resposta de Bildade (25.1-6)
  25. Réplica de Jó (26.1-14)
  26. Jó Resume a Sua Posição (27.1—31.40)

III. Discursos de Eliú: O Começo do Entendimento (32.1—37.24)

  1. Apresentação de Eliú (32.1-6a)
  2. Primeiro Discurso: Deus Instrui o Ser Humano Através da Aflição (32.6b—33.33)
  3. Segundo Discurso: A Justiça de Deus e a Presunção de Jó (34.1-37)
  4. Terceiro Discurso: A Retidão é Recompensada (35.1-16)
  5. Quarto Discurso: A Excelsa Grandeza de Deus e a Ignorância de Jó (36.1—37.24)
  6. O Senhor Responde a Jó Diretamente (38.1—42.6)
  7. Deus Demonstra a Ignorância de Jó (38.1—40.2)
  8. A Humildade de Jó (40.3-5)
  9. Deus Repreende a Jó por Sua Crítica (40.6—41.34)
  10. Jó Confessa Sua Ignorância dos Caminhos de Deus (42.1-6)
  11. Epílogo: Desfecho da Prova (42.7-17)
  12. Jó Ora pelos Seus Três Amigos (42.7-9)
  13. A Dupla Bênção de Jó (42.10-17)

 

Autor: Desconhecido  Tema: Por Que Sofre o Justo?  Data:  Incerta

Considerações Preliminares

Jó é um dos livros sapienciais e poéticos do AT; “sapiencial”, porque trata profundamente de relevantes assuntos universais da humanidade; “poético”, porque a quase totalidade do livro está elaborada em estilo poético. Sua poesia, todavia, tem por base um personagem histórico e real (ver Ez 14.14,20) e um evento histórico e real (ver Tg 5.11). Os fatos do livro se desenrolam na “terra de Uz” (1.1), que posteriormente veio a ser o território de Edom, localizado a sudeste do mar Morto, ou norte da Arábia (cf. Lm 4.21). Assim sendo, o contexto histórico de Jó é mais árabe do que judaico.

Há duas datas importantes relacionadas a Jó: (1) a data do próprio Jó e dos eventos descritos no livro; e (2) a data da escrita inspirada do livro. Certos fatos indicam que Jó viveu por volta dos tempos de Abraão (2000 a.C.) ou até antes. Os fatos mais destacados são: (1) ele ter vivido mais 140 anos após os eventos do livro (42.16), o que sugere uma duração de vida de quase 200 anos (Abraão viveu 175 anos); (2) suas riquezas eram calculadas em termos de gado (1.3; 42.12); (3)

sua atividade como sacerdote da família, idêntica à de Abraão, Isaque e Jacó (1.5); (4) a família patriarcal como unidade social básica, semelhante aos dias de Abraão (1.4,5, 13); (5) as incursões dos sabeus (1.15) e dos caldeus (1.17), que se encaixam na era abraâmica; (6) o uso freqüente (trinta e uma vezes) do nome patriarcal comum de Deus, Shaddai (“O Onipotente”), e (7) a ausência de referência a fatos da história israelita ou à lei mosaica também sugere uma era

pré-mosaica (i.e., antes de 1500 a.C.).

Há três diferentes pontos de vista sobre a data da escrita deste livro. Talvez tenha sido escrito: (1) durante a era patriarcal (c. 2000 a.C.), pouco depois da ocorrência dos eventos citados, e talvez pelo próprio Jó; (2) durante o reinado de Salomão ou pouco depois (c. 950—900 a.C.), pelo fato de o estilo literário do livro assemelhar-se ao da literatura sapiencial daquele período; ou (3) durante o exílio de Judá (c. 586—538 a.C.), quando, então, o povo de Deus procurava entender teologicamente o significado da sua calamidade (cf. Sl 137). Se não foi o próprio Jó, o escritor deve ter obtido informações detalhadas, escritas ou orais, oriundas daqueles dias, as quais ele utilizou sob o impulso da inspiração divina para escrever o livro na feição em que o temos. Certas partes do livro vieram evidentemente da revelação direta de Deus (e.g. 1.6—2.10).

Propósito

O livro de Jó lida com a pergunta dos séculos: “Se Deus é justo e amoroso, por que permite que um homem realmente justo, tal como Jó (1.1, 8) sofra tanto?” Sobre esse assunto o livro revela as seguintes verdades: (1) Satanás, como adversário de Deus, teve permissão para provar a autenticidade da fé de um homem justo, por meio da aflição, mas a graça de Deus triunfou sobre o sofrimento, porque Jó permaneceu firme e constante na fé, mesmo quando parecia não haver qualquer proveito em permanecer fiel a Deus. (2) Deus lida com situações demais elevadas para a plena compreensão da mente humana (37.5). Nesses casos, não vemos as coisas com a amplitude que Deus vê e precisamos da sua graciosa auto-revelação (38—41). (3) A verdadeira base da fé acha-se, não nas bênçãos de Deus, nem em circunstâncias pessoais, nem em teses formuladas pelo intelecto, mas na revelação do próprio Deus. (4) Deus, às vezes, permite que Satanás prove os justos mediante contratempos, a fim de purificar a sua fé e vida, assim como o ouro é refinado pelo fogo (23.10; cf. 1 Pe 1.6,7). Tal provação resulta numa maior integridade espiritual e humildade do

seu povo (42.1-10). (5) Embora os métodos de Deus agir, às vezes, pareçam contraditórios e cruéis (conforme o próprio Jó pensava), ver-se-á, no fim, que Ele é plenamente compassivo e misericordioso (42.7-17; cf. Tg 5.11).

Visão Panorâmica

Há cinco divisões distintas no livro de Jó: (1) o prólogo (1—2), que descreve a calamidade de Jó e a causa subjacente disso; (2) três ciclos de diálogo entre Jó e os seus três amigos, nos quais estes buscam, na mente humana, respostas para o sofrimento de Jó (3—31); (3) quatro monólogos de Eliú, um homem de menos idade que Jó e seus três amigos. Estes monólogos contêm certo vislumbre de compreensão do significado (mas não a causa) do sofrimento de Jó (32—37); (4) o

próprio Deus, que fala a Jó da sua ignorância e das suas queixas e ouve a resposta de Jó à sua revelação (38.1—42.6); (5) o epílogo (42.7-17), com a restauração de Jó. O livro de Jó está escrito em forma poética, com exceção do prólogo, do trecho 32.1-6a, e do epílogo. No cap. 1, temos Jó como um homem justo e temente a Deus (1.1, 8) e o mais importante de todos do Oriente (1.3). Repentinamente, uma série de grandes calamidades destruiu seus bens, seus filhos e sua saúde (1.13-22; 2.7-10). Jó ficou totalmente desorientado, sem saber que estava envolvido a fundo num conflito entre Deus e Satanás (1.6-12; 2.1-6). Os três amigos de Jó — Elifaz, Bildade e Zofar — chegaram para consolar Jó, mas, em vez disso, passaram a debater com ele sobre o porquê dos seus infortúnios. Insistiam que, pelo fato de Deus ser justo, os sofrimentos de Jó evidentemente eram castigos por seus pecados ocultos, e que o seu único recurso era o arrependimento. Jó rejeitou essas respostas preconcebidas, afirmou a sua inocência e confessou sua incapacidade de compreender sua situação (3—31). Eliú apresentou outra perspectiva, a saber, que o sofrimento de Jó tinha a ver com o propósito divino de purificar Jó ainda mais (32—37).Finalmente, todos se calaram, inclusive Jó, enquanto o próprio Deus falou com ele da sua sabedoria e poder como Criador. Jó confessou, arrependido e humilhado, sua ignorância e pequenez (38—41). Quando Jó arrependeu-se de estar argumentando com o Todo-poderoso, (42.5,6) e orou por seus amigos que o tinham magoado profundamente (42.8-10), foi liberto da sua prova de fogo e duplamente restaurado (42.10). Além disso, Jó foi vindicado quando Deus declarou que o patriarca tinha falado a respeito dEle “o que era reto” (42.7). Os dias subseqüentes de Jó foram mais abençoados do que os anteriores à sua aflição (42.12-17).

Características Especiais

Sete características principais assinalam o livro de Jó. (1) Jó, um habitante do norte da Arábia, foi um não-israelita justo e temente a Deus, que talvez tenha existido antes da família de Israel, e do seu concerto com Deus (1.1). (2) Este livro é o mais profundo que existe sobre o mistério do sofrimento do justo. (3) Revela uma dinâmica importante, presente em toda prova severa dos santos: enquanto Satanás procura destruir a fé dos santos, Deus está operando para depurá-la e aprofundá-la. A perseverança de Jó na sua fé permitiu que o propósito de Deus prevalecesse sobre a expectativa de

Satanás (cf. Tg 5.11). (4) O livro é de valor inestimável pela revelação bíblica que contém sobre assuntos-chaves tais como: Deus, a raça humana, a criação de Satanás, o pecado, o sofrimento, a justiça, o arrependimento e a fé. (5) Boa parte do livro ocupa-se da avaliação teológica errônea que os amigos de Jó fizeram do sofrimento deste. A repetição freqüente desta avaliação errônea no livro talvez indique tratar-se de um erro comum entre o povo de Deus; erro este que exige correção. (6) O papel de Satanás como “adversário” dos justos, o livro de Jó o demonstra mais do que em qualquer outro livro do AT. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no AT, quatorze ocorrem em Jó. (7) Jó demonstra com toda clareza o princípio bíblico de que os crentes são transformados pela revelação, e não pela informação (42.5,6).

O Livro de Jó e Seu Cumprimento no NT

O Redentor a quem Jó confessa (19.25-27), o Mediador por quem ele anseia (9.32,33) e as respostas às suas perguntas e necessidades mais profundas, todos têm em Jesus Cristo o seu cumprimento. Jesus identificou-se inteiramente com o sofrimento humano (cf. Hb 4.15,16; 5.8), ao ser enviado pelo Pai como Redentor, mediador, sabedoria, cura, luz e vida. A profecia da parte do Espírito sobre a vinda de Cristo, temo-la mais claramente em 19.25-27. Menção explícita de Jó,

temos duas vezes no NT: (1) Uma citação (5.13, em 1 Co 3.19) e (2) uma referência à perseverança de Jó na aflição e o resultado misericordioso da maneira de Deus lidar com ele (Tg 5.11). Jó ilustra muito bem a verdade neotestamentária de que quando o crente experimenta perseguição ou algum outro severo sofrimento, deve perseverar firme na fé e continuar a confiar naquele que julga corretamente, assim como fez o próprio Jesus quando aqui sofreu (1 Pe 2.23). Jó 1.6—2.10 é o mais detalhado quadro do nosso adversário, juntamente com 1 Pe 5.8,9.

  1. O LIVRO DE PROVÉRBIOS

1.Título e autoria.

  1. Conteúdo.
  2. No Novo Testamento.

Esboço

  1. Prólogo: Propósito e Temas de Provérbios (1.1-7)
  2. Treze Discursos à Juventude sobre a Sabedoria (1.8—9.18)
  3. Obedece a Teus Pais e Segue Seus Conselhos (1.8,9)
  4. Recuse Todas as Tentações dos Incrédulos (1.10-19)
  5. Submeta-se à Sabedoria e ao Temor do Senhor (1.20-33)
  6. Busque a Sabedoria e Seu Discernimento e Virtude (2.1-22)
  7. Características e Benefícios da Verdadeira Sabedoria (3.1-35)
  8. A Sabedoria Como Tesouro da Família (4.1—13, 20-27)
  9. A Sabedoria e os Dois Caminhos da Vida (4.14-19)
  10. A Tentação e Loucura da Impureza Sexual (5.1-14)
  11. Exortação à Fidelidade Conjugal (5.15-23)
  12. Evite Ser Fiador, Preguiçoso e Enganador (6.1-19)
  13. A Loucura Inominável da Impureza Sexual sob Qualquer Pretexto (6.20—7.27)
  14. O Convite da Sabedoria (8.1-36)
  15. Contraste entre a Sabedoria e a Insensatez (9.1-18)

III. A Compilação Principal dos Provérbios de Salomão (10.1—22.16)

  1. Provérbios Contrastantes sobre o Justo e o Ímpio (10.1—15.33)
  2. Provérbios de Incentivo à Vida de Retidão (16.1—22.16)
  3. Outros Provérbios dos Sábios (22.17—24. 34)
  4. Provérbios de Salomão Registrados pelos Homens de Ezequias (25.1—29.27)
  5. Provérbios sobre Vários Tipos de Pessoas (25.1—26.28)
  6. Provérbios sobre Vários Tipos de Procedimentos (27.1—29.27)
  7. Palavras Finais de Sabedoria (30.1—31.31)
  8. De Agur (30.1-33)
  9. De Lemuel (31.1-9)
  10. Acerca da Esposa Sábia (31.10-31)

Autor: Salomão e Outros  Tema: Sabedoria para a Vida Correta  Data: Cerca de 970-700 a.C.

Considerações Preliminares

O AT hebraico era em regra dividido em três partes: a Lei, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). Na terceira parte estavam os livros poéticos e sapienciais, a saber: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes etc. Semelhantemente, o Israel antigo tinha três categorias de ministros: os sacerdotes, os profetas e os sábios. Estes últimos eram especialmente dotados de sabedoria e conselho divinos a respeito de princípios e práticas da vida. O livro de Provérbios representa a sabedoria inspirada dos sábios. A palavra hebraica mashal, traduzida por “provérbio”, tem os sentidos de “oráculo”, “parábola”, ou

“máxima sábia”. Por isso, há declarações longas no livro de Provérbios (e.g., 1.20-33; 2.1-22; 5.1-14), mas há também as concisas, mas ricas de sentido e sabedoria, para se viver de modo prudente e justo. O conteúdo de Provérbios representa uma forma de ensino comum no Oriente Próximo antigo, mas no caso deste livro, sua sabedoria é diferente porque veio da parte de Deus, com seus padrões justos para o povo do seu concerto. O ensino mediante provérbios era popular

naqueles antigos tempos, em virtude da sua grande clareza e facilidade de memorização e transmissão de geração em geração. Assim como Davi é o manancial da tradição salmódica em Israel, Salomão é o manancial da tradição sapiencial em Israel (ver 1.1; 10.1; 25.1). Conforme 1 Rs 4.32, Salomão produziu 3.000 provérbios e 1.005 cânticos. Outros autores mencionados por nome em Provérbios são Agur (30.1-33) e o rei Lemuel (31.1-9), ambos desconhecidos. Autores outros estão subentendidos em 22.17 e em 24.23. A maioria dos provérbios teve origem no século X a.C.,porém a provável data

mais antiga para a conclusão deste livro seria o período de reinado de Ezequias (i.e., c. 700 a.C.). A participação dos homens de Ezequias na compilação dos provérbios de Salomão (25.1—29.27) talvez remonte a 715—686 a.C., durante o avivamento espiritual liderado por esse rei temente a Deus. É possível que os provérbios de Agur, de Lemuel e os outros “sábios” também tenham sido compilados nesse período.

Propósito

O propósito do livro está bem esclarecido em 1.2-7: dar sabedoria e entendimento quanto a comportamento sábio, justiça, discernimento e imparcialidade (1.2,3), de modo que (1) os simples sejam prudentes (1.4), (2) os jovens sejam inteligentes e ajuizados (1.4) e (3) os sábios sejam ainda mais sábios (1.5,6). Muito embora Provérbios seja basicamente um manual sapiencial sobre a vida de justiça e prudência, o devido alicerce dessa sabedoria é “o temor do SENHOR”, como está

explicitamente declarado em 1.7.

Visão Panorâmica

O tema central de Provérbios é “sabedoria para um viver justo”, sabedoria esta que começa com a submissão humilde do crente a Deus, e daí flui para todas as áreas da sua vida. A sabedoria em Provérbios (1) instrui a respeito da família, da juventude, da pureza sexual, da fidelidade conjugal, da honestidade, do trabalho diligente, da generosidade, da fraternidade, da justiça, da retidão e da disciplina; (2) adverte quanto à insensatez do pecado, das contendas, dos males da língua, da imprudência, da bebedeira, da glutonaria, da concupiscência, da imoralidade, da falsidade, da preguiça e das más companhias; (3) faz um contraste entre a sabedoria e a tolice, entre os justos e os ímpios, entre a soberba e a humildade, entre a preguiça e a diligência, entre a pobreza e a riqueza, entre o amor e a concupiscência, entre o certo e o errado e entre a vida e a morte. Embora Provérbios, como os Salmos, não seja fácil de resumir como outros livros da Bíblia, há seções com estrutura definida (ver o esboço). É o caso principalmente dos caps. 1—9, com sua série de 13 discursos apropriados para os pais em relação aos filhos quando estes atingem a adolescência. Com exceção de três desses discursos (ver 1.30; 8.1; 9.1), os demais iniciam por “meu filho” ou “meus filhos”. Esses treze discursos contêm numerosos preceitos importantes no âmbito da sabedoria para a juventude. A partir do cap. 10, Provérbios contém diretrizes de peso a respeito dos relacionamentos familiares (e.g., 10.1; 12.4; 17.21, 25; 18.22; 19.14, 26; 20.7; 21.9, 19; 22.6, 28; 23.13,14, 22, 24,25; 25.24; 27.15,16; 29.15-17; 30.11; 31.1-31). Provérbios é um livro sobretudo prático, mas contém conceitos profundos de Deus. Deus é a personificação da sabedoria (e.g., 8.22-31) e o Criador (e.g., 3.19,20; 8.22-31; 14.31; 22.2); Ele é descrito como onisciente (e.g., 5.21; 15.3, 11; 21.2), justo (e.g., 11.1; 15.25-27, 29; 19.17; 21.2,3) e soberano

(e.g., 16.9, 33; 19.21; 21.1). Provérbios termina com uma solene homenagem à mulher de caráter nobre (31.10-31).

Características Especiais

Oito características principais assinalam o livro de Provérbios. (1) A sabedoria da parte de Deus não está primeiramente vinculada à inteligência ou a grandes conhecimentos, e sim diretamente ao “temor do SENHOR” (1.7). Daí, sábios são aqueles que andam com Deus e observam a sua Palavra. O temor do Senhor é um tema freqüente através do livro de Provérbios (1.7, 29; 2.5; 3.7; 8.13; 9.10; 10.27; 14.26,27; 15.16, 33; 16.6; 19.23; 22.4; 23.17; 24.21). (2) Boa parte dos sábios conselhos expostos em Provérbios assemelha-se ao aconselhamento que um piedoso pai ministra a seus filhos. (3) É o livro mais prático do AT, pois abrange uma ampla área de princípios básicos de relacionamentos e comportamentos corretos na vida cotidiana — princípios estes aplicáveis a todas as gerações e culturas. (4) Sua sabedoria prática, seus preceitos santos, e seus princípios básicos para a vida são expressos em declarações breves e convincentes, de fácil

memorização e recordação pela juventude como diretrizes para a vida. (5) A família ocupa um lugar de vital importância em Provérbios, assim como ocupava no concerto entre Deus e Israel (cf. Êx 20.12, 14, 17; Dt 6.1-9). Pecados que violam o propósito de Deus para a família são expostos abertamente com a devida advertência contra eles. (6) Os destaques literários de Provérbios, a saber: o farto emprego de linguagem expressiva e figurativa (e.g., símiles e metáforas), paralelismos e contrastes, preceitos concisos e repetições. (7) A esposa e mãe sábia, retratada no fim do livro (cap. 31) é incomparável na literatura antiga, quanto à maneira elevada e nobre de abordar o assunto da mulher. (8) As exortações sapienciais de Provérbios são os precursores do AT às muitas exortações práticas das epístolas do NT

O livro de Provérbios ante o NT

A personificação da sabedoria no cap. 8 é semelhante à personificação do logos (“O Verbo”) do Evangelho segundo João (cap. 1.1-18). A sabedoria (1) está empenhada na criação (3.19,20; 8.22-31); (2) está relacionada à origem da vida física e espiritual (3.19; 8.35); (3) tem aplicação prática à vida reta e moral (8.8,9) e (4) está disponível aos que a buscam (2.3-5; 3.13-18; 4.7-9; 8.35,36). A sabedoria de Provérbios tem sua expressão plena em Jesus Cristo, a pessoa “maior do que Salomão” (Lc 11.31), que “para nós foi feito por Deus sabedoria...” (1 Co 1.30) e “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.3).

 

III. O LIVRO DE ECLESIASTES

 

  1. Título e posição no cânon judaico.
  2. Autoria.
  3. Conteúdo.
  4. O panorama humano “debaixo do sol”.

 

 

 

Esboço  Título (1.1)

  1. Introdução: A Inutilidade Geral da Vida Natural (1.2-11)
  2. A Inutilidade de uma Vida Egocêntrica (1.12-2.26)
  3. A Insuficiência da Sabedoria e Filosofia Humanas (1.12-18)
  4. A Banalidade dos Prazeres e Riquezas (2.1-11)
  5. A Transitoriedade das Grandes Realizações (2.12-17)
  6. Injustiça Associada ao Trabalho Esforçado (2.18-23)
  7. Conclusão: O Real Prazer em Viver Está Somente em Deus (2.24-26)

III. Reflexões Diversas sobre as Experiências da Vida (3.1—11.6)

  1. Concernentes às Coisas Criadas (3.1-22)
  2. Há um Tempo para Tudo (3.1-8)
  3. A Beleza da Criação (3.9-14)
  4. Deus é o Juiz de Todos (3.15-22)
  5. Experiências Vãs da Vida Natural (4.1-16)
  6. Opressão (4.1-3)
  7. Trabalho Competitivo (4.4-6)
  8. Não Ter Amigos (4.7-12)
  9. Rejeitar Conselhos (4.13-16)
  10. Advertências a Todos (5.1—6.12)
  11. Reverência na Presença do Senhor (5.1-7)
  12. O Acúmulo de Bens (5.8-20)
  13. Vida e Morte do Ser Humano (6.1-12)
  14. Provérbios Diversos a Respeito da Sabedoria (7.1—8.1)
  15. Sobre a Justiça (8.2—9.12)
  16. Obediência ao Rei (8.2-8)
  17. Transgressão e Castigo (8.9-13)
  18. Justiça Verdadeira (8.14-17)
  19. Justiça, Afinal, para Todos (9.1-7)
  20. O Papel da Fé (9.8-12)
  21. Mais Provérbios Variados sobre a Sabedoria (9.13—11.6)
  22. Admoestações Finais (11.7—12.14)
  23. Regozijar-se na Juventude (11.7-10)
  24. Lembrar-se de Deus na Juventude (12.1-8)
  25. Apegar-se a um só Livro (12.9-12)
  26. Temer a Deus e Guardar Seus Mandamentos (12.13,14)

Autor: Salomão   Tema:  A Nulidade da Vida à parte de Deus  Data: Cerca de 935 a.C.

Considerações Preliminares

O título deste livro no AT hebraico é koheleth (derivado de kahal, “reunir-se”). Literalmente, significa, “aquele que reúne uma assembléia e lhe dirige a palavra”. Este termo ocorre sete vezes no livro (1.1,2,12; 7.27; 12.8-10) e é geralmente traduzido por “pregador” ou “mestre”. A palavra correspondente no grego da Septuaginta é ekklesiastes, e dela deriva o título “Eclesiastes” em português. A obra inteira, portanto, é uma série de ensinos por um orador público bem conhecido.

Crê-se, geralmente, que o autor é Salomão, embora seu nome não apareça no livro, como em Provérbios (e.g.,Pv 1.1; 10.1; 25.1) e em Cantares (cf 1.1). Vários trechos, no entanto, sugerem a sua autoria. (1) O autor identifica-se como filho de Davi, que reinou em Jerusalém (1.1,12). (2) Faz alusão a si mesmo como o governante mais sábio do povo de Deus (1.16) e como o escritor de muitos provérbios (12.9). (3) Seu reino tornou-se conhecido por causa das riquezas e grandeza

(2.4-9). Tudo isso encaixa-se na descrição bíblica do rei Salomão(cf. 1 Rs 2.9; 3.12; 4.29-34; 5.12; 10.1-8). Além disso, sabemos que Salomão, vez por outra, reunia uma assembléia e discursava diante dela (e.g., 1 Rs 8.1). A tradição judaica atribui o livro a Salomão. Por outro lado, o fato de seu nome não aparecer declaradamente em Eclesiastes (apesar de sê-lo nos seus dois outros livros) pode sugerir que outra pessoa auxiliou na compilação do livro. Deve-se considerar que o livro é de Salomão, mas que por certo foi compilado posteriormente na sua forma atual, por outra pessoa, assim como ocorreu com certas partes do livro de Provérbios (cf. Pv 25.1).Liturgicamente, o livro de Eclesiastes é um dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia Hebraica, os Hagiographa (“Escritos Sagrados”), cada um dos quais era lido em público anualmente numa das festas sagradas judaicas. Eclesiastes era assim lido na Festa dos Tabernáculos.

Propósito

Segundo a tradição judaica, Salomão escreveu Cantares quando jovem; Provérbios, quando estava na meia-idade, e Eclesiastes, no final da vida. O efeito conjunto do declínio espiritual de Salomão, da sua idolatria e da sua vida extravagante, deixou-o por fim desiludido, com os prazeres desta vida e o materialismo, como caminho da felicidade. Eclesiastes registra suas reflexões negativistas a respeito da futilidade de buscar felicidade nesta vida, à parte de Deus e da sua Palavra. Ele teve riquezas, poder, honrarias, fama e prazeres sensuais, em grande abundância, mas no fim, o resultado

de tudo foi o vazio e a desilusão: “vaidade de vaidades! É tudo vaidade” (1.2). Seu propósito principal ao escrever Eclesiastes pode ter sido compartilhar com o próximo, especialmente os jovens, antes de morrer, seus pensamentos e seu testemunho, a fim de que outros não cometessem os mesmos erros que ele cometera. Revela de uma vez por todas, a total futilidade do ser humano considerar bens materiais e conquistas pessoais como os reais valores da vida. Embora os jovens devam desfrutar da sua juventude (11.9,10), o mais importante é que se dediquem ao seu Criador (12.1) e que decidam temer a Deus e guardar os seus mandamentos (12.13,14). Esse é o único caminho que dá sentido à vida.

Visão Panorâmica

É difícil fazer uma análise precisa de Eclesiastes. Sem muito trabalho, nenhum esboço consegue um bom ordenamento de todos os versículos ou parágrafos deste livro. Em certo sentido, Eclesiastes parece uma seleção de trechos do diário pessoal de um filósofo, nos seus últimos anos, com suas desilusões. Começa com uma declaração do tema predominante: a vida no seu todo é vaidade e aflição de espírito (1.1-14). O primeiro grande bloco de matéria do livro é estritamente

autobiográfico; Salomão aborda os fatos principais da sua vida altamente egocêntrica, envolta em riquezas, prazeres e sucessos materiais (1.12—2.23). A vida “debaixo do sol” (expressão que ocorre vinte e nove vezes no livro) é a vida segundo o conceito do homem incrédulo, caracterizada pela injustiça, incertezas, mudanças inesperadas no setor das riquezas e justiça falha. Salomão consegue divisar o verdadeiro alvo da vida somente quando olha “para além do sol”, para Deus. Viver somente para a busca do prazer terreno é mediocridade e estultícia; a juventude é demasiadamente breve e fugaz para ser esbanjada insensatamente. O livro termina, mandando os jovens lembrarem-se de Deus na sua juventude, para não chegarem à idade avançada com amargos lamentos e triste incumbência de prestar contas a Deus por uma vida desperdiçada.

Características Especiais

Cinco características principais destacam Eclesiastes. (1) É um livro nitidamente pessoal, no qual o autor freqüentemente emprega o pronome pessoal “eu”, ao longo dos dez primeiros capítulos. (2) Sob o negativismo subjacente do autor, o livro revela que a vida, à parte de Deus, é incerta e repleta de vaidade (a palavra “vaidade” ocorre no livro trinta e sete vezes). Salomão observa em atitude negativista os vários paradoxos e inquietações da vida (ver, e.g., 2.23 e 2.24; 8.12 e 8.13; 7.3 e 8.15). (3) A essência dos conselhos de Salomão no livro está nos seus dois últimos versículos: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (12.13,14). (4) O estilo literário do livro é irregular; seu vocabulário e sintaxe são dos mais difíceis no hebraico do AT e não se encaixam bem em nenhum período específico da literatura hebraica. (5) Contém a alegoria mais pitoresca da Bíblia, alusiva à pessoa quando envelhece (12.2-7).

O Livro de Eclesiastes ante o NT

Possivelmente, apenas um texto de Eclesiastes é citado no NT (7.20 em Rm 3.10, sobre a universalidade do pecado). Todavia, não deixa de haver várias e possíveis alusões: Ec 3.17; 11.9; 12.14, em Mt 16.27; Rm 2.6-8; 2 Co 5.10; 2 Ts 1.6,7; Ec 5.15, em 1 Tm 6.7. A conclusão do autor, quanto à futilidade da busca de riquezas materiais, Jesus a reiterou quando disse: (1) que não devemos acumular tesouros na terra (Mt 6.19-21,24); e (2) que é estultícia alguém ganhar o mundo

inteiro e perder a própria alma (Mt 16.26). O tema de Eclesiastes, de que a vida, à parte de Deus, é vaidade e nulidade, prepara o caminho para a mensagem do NT, a da graça: o contentamento, a salvação e a vida eterna, nós os obtemos como dádiva de Deus (cf. Jo 10.10; Rm 6.23). De várias maneiras este livro preparou o caminho para a revelação do NT, no sentido inverso. Suas freqüentes referências à futilidade da vida, e à certeza da morte, preparam o leitor para a resposta

de Deus sobre a morte e o juízo, i.e., a vida eterna por Jesus Cristo. Salomão, como o homem mais sábio do AT, não conseguiu respostas satisfatórias para os seus problemas da vida através de prazeres egoístas, riqueza e acúmulo de conhecimentos. Portanto, deve-se buscar a resposta nAquele de quem o NT afirma que “é mais do que Salomão” (Mt 12.42), i.e., em Jesus Cristo, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.3).

Podemos destacar os salmos 19, 37, 104, 107, 147 e 148 nessa categoria literária, como sapienciais. A literatura sapiencial de Israel ensina-nos que o nosso alvo na vida deve ser fazermos a vontade de Deus para sermos felizes. A sabedoria dos hebreus não é abstrata como a dos filósofos seculares, mas prática, visando solucionar os problemas diários e pautar a conduta humana, segundo as diretrizes de Deus.

Alegoria

Recurso literário usado para expressar pensamentos abstratos em linguagem figurada. É uma seqüência de metáforas. Como exemplo, Jesus declarando ser o Bom Pastor (Jo 10.11-16)fonte pazdosenhor.org /mauricioberwald.comunidades.net