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MORDOMIA CRISTÃ adultos completo
MORDOMIA CRISTÃ adultos completo

                          A doutrina da mordomia cristã

 

                                 

 

Ao entender a mordomia cristã, o crente vê o mundo como propriedade divina e passa a administrar sua vida de modo diferente."Teus são os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste". Sl 89.11O termo "mordomia" tem sido muito divulgado pela impren­sa em geral para designar regalias no exercício da função pública. En­tretanto, no contexto bíblico, a pa­lavra "mordomia" fala da consciên­cia que o crente deve ter de que tudo o que possui vem de Deus, sendo ele apenas um administrador fiel. A fidelidade é decorrente da certe­za de que a qualquer momento, se­remos chamados a prestar contas diante de Deus. Por isso, a vida e os seus valores devem ser vividos e administrados sob o ponto de vis­ta de Deus.

 

A BASE BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ

 

É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são expostos (Lc 12.42). O conhecimento da "doutri­na da mordomia cristã" dá ao cren­te uma maior perspectiva da vida no seu dia-a-dia. A doutrina bíblica da "mordomia" centraliza seus prin­cípios na soberania de Deus (Sl 24.1), nos colocando como "mor­domos", de preferência fiéis (1 Co 4.2).

  1. a) Do Senhor é a terra - Para se compreender o princípio bíblico de mordomia, precisamos saber que: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24.1). Nosso papel aqui é apenas reconhecer a soberania di­vina sobre todas as coisas e exercer a função profícua de mordomos, pois nada levaremos daqui (1 Tm 6.7). Por isso, devemos exercer com fide­lidade a mordomia cristã, para que tenhamos direito ao descanso eter­no (Mt 25.21).

"Deus é o rei de toda a terra" (Sl 46.7), e é também o "rei do céu" (Dn 4.37), que está acima de todos os reis da terra, (Dn 2.20-21). Vivemos hoje numa sociedade que perdeu a noção do senhorio de Deus sobre a terra. Vemos uma filosofia que co­loca o homem como o centro de todas as coisas, excluindo a ideia do reinado de Deus. Diante disso é preciso resgatar e anunciar a men­sagem bíblica acerca de Deus, o rei de toda a terra, que deve reinar absoluto em nossas vidas. "O Se­nhor reina" (Sl 47.7; 93.1; 96.10; 97.1; 99.1).

  1. b) Toda a Criação é do Senhor - A Bíblia afirma que Deus é o autor de toda a Criação: "Pela fé entende­mos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados..." (Hb 11.3a). O Gênesis mostra a criação de forma ordenada e gloriosa (Gn 2.1), destacando sempre o poder cri­ador de Deus (Gn 1.24,25). A dou­trina da Criação traz ao homem a responsabilidade pela preservação do que Deus fez como mordomo de seu próprio mundo (Gn 1.29; Dt 20.19).A criação do homem à imagem de Deus foi acompanhada da entrega de grande responsabilidade. Ne­nhuma outra criatura recebeu tan­tos privilégios de Deus como o ho­mem. Deus concedeu ao homem domínio sobre toda a terra e sobre todos os animais, (Gn 1.26). Dessa forma o homem tornou-se proprie­tário de todas aquelas coisas boas que Deus havia criado, com plenos poderes para sujeitar todas as coi­sas e dominar sobre tudo.

 

 

 

  1. c) O homem, criação de Deus - A criação do homem foi por ato espontâneo de Deus (Gn 1.26). O ho­mem passou a pertencer ao Senhor por um direito de criação. Ele de­clarou através do profeta Isaías, dizendo: "Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz..." (Is 45.12). A vida do homem veio direta de Deus (Gn 2.7), tornando-o pessoa com consci­ência de si mesmo e com livre arbí­trio (Gn 2.16,17; 4.7). Por isso, de­vemos viver conscientes de nossa mordomia, pois um dia prestaremos contas a Deus (Ec 12.7).

Isso, porém, não é tudo! Segundo o Salmo 8.5 Deus o fez "um pouco menor do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste". Glória e honra são atributos do próprio Deus. A cada um de nós foi confia­do uma responsabilidade. Nossa esfera de domínio começa em nós mesmos, circunda nossos relacio­namentos e espalha-se pelas estru­turas da sociedade em que tra­balhamos e vivemos. O Senhor nos deu glória e honra como seus agentes e mordomos da vida. Concedeu-nos o intelecto, as emo­ções, a vontade e o corpo a fim de desfrutarmos do deleite de viver. Temos que dar contas a Ele do que fizermos com o potencial que nos outorgou.

 

OS PRINCÍPIOS DIVINOS NA MORDOMIA

 

Deus, em sua soberania, jamais des­prezou sua Criação, mas a cada dia, através do seu Espírito, Ele reno­va a face da terra: "Envias o teu Espírito e são criados, e assim re­novas a face da terra" (Sl 104.30). Dessa maneira o Senhor nos ensi­na princípios divinos com relação à mordomia dos bens espirituais, morais e materiais (Lc 16.2).Ao criar o homem, Deus o dotou de qualidades específicas para domi­nar, governar, frutificar, multipli­car-se e também criar situações no­vas para o seu bem-estar e felicida­de. Pois o homem foi feito à ima­gem e semelhança de Deus, possu­indo também um aspecto espiritu­al. Essas coisas Deus não retirou do homem, (Nm 23.19; 1 Sm 15.29).a) Ela nos ensina o propósito da vida - A vida humana foi dada por Deus com um propósito glorioso (Is 43.7). A partir daí, nossa relação com o Criador é de total dependência de sua graça e misericórdia (Sl 52.8). A vida ganha novo sentido espiritu­al e material quando entendemos que o cuidado divino faz parte de um propósito glorioso para com suas cri­aturas (2 Co 1.8-10; 1 Pe 5.7). A vida da humanidade vem passan­do por várias transformações, e à medida em que o homem, abusan­do dos poderes que lhe foram con­cedidos por Deus, vai dominando a natureza de forma incontrolável e impiedosa, ele próprio colabora para um terrível desequilíbrio, que é no­tado em todos os aspectos da vida. Ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chega­rá o dia em que todos serão julga­dos, (1 Co 3.13-15; Ap 20.11,12).

  1. b) Ela nos ensina o governo de Deus - O Senhor criou o mundo e não o desamparou, Ele está no go­verno de todas as coisas (Jó 34.13; Sl 22.28). Ele controla os mares (Jó 38.8-11), e até mesmo Satanás está debaixo de suas ordens (Jó 1.12; 2.6). Os grandes líderes mundiais também não podem fazer o que que­rem, pois o seu coração está nas mãos do Senhor (Sl 33.15; Pv 21.1); Ele governa as nações (Sl 22.8).

 

  1. c) Ela nos ensina a administrar os bens espirituais - Tudo o que recebemos na vida espiritual vem do Senhor (Cl 1.16), Ele é o doador dos bens espirituais (Tg 1.17) e da nossa salvação (Jo 3.16), de manei­ra que nossa vida espiritual deve ser administrada com sabedoria (2 Jo 8). Não podemos desprezar a nossa salvação (Hb 2.3), nem nossa confi­ança no Senhor (Hb 10.35), pois um dia iremos prestar contas a Ele pela maneira como administramos os bens espirituais (Ap 22.12).Os "talentos" recebidos (Mt 25.15) representam os poderes que Jesus Cristo tem dado e ainda dá à sua igreja. Todos os crentes têm voca­ção espiritual, são chamados para pertencer a Cristo, a testemunhar e a trabalhar por Ele. Isto não admi­te exceção ou desculpa. Para que cada discípulo possa cumprir sua responsabilidade, Ele dá a cada dis­cípulo certos dons espirituais e ca­pacidades (Rm 12.5-8,11,13,15). Tais dons são possíveis pelo Espírito de Deus que habita em cada crente.

 

JESUS, O MESTRE EXCELENTE DA MORDOMIA

 

Jesus é o nosso mestre por excelên­cia quanto à vida cristã: "Porquan­to para isto mesmo fostes chama­dos, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exem­plo para seguirdes os seus passos" (1 Pe 2.21). Ele deixou-nos um grande exemplo de mordomia sujei­tando-se aos propósitos do Pai para sua vida terrena (Fp 2.6-8). Ele sou­be administrar seu tempo (Jo 2.4), para que todas as coisas ocorressem na hora de Deus: "Tendo Jesus fa­lado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti" (Jo 17.1).a) Ele ensina através de sua vida - A vida de Jesus foi adminis­trada segundo os padrões celestiais (Jo 8.29; 10.38). Nada fez de si mes­mo, tudo era por instrução divina (Jo 5.19), sua vida foi de total sujei­ção a Deus, o Pai (Jo 6.38). Ele foi o mordomo fiel que cumpriu toda a justiça divina (Mt 3.15).precisamos lembrar que um mordomo nos tempos bíblicos era, em geral, um escravo pessoal, como José na casa de Potifar (Gn 39.4). O mordomo exercia as fun­ções de administrador dos bens de seu senhor e recebia muitos benefí­cios, porém tudo quanto era e pos­suía pertencia a seu senhor. Reali­zava todos os negócios em nome de seu senhor e como bom mordomo consagrava à tarefa de promover os negócios de seu senhor. Busca­va a honra de seu senhor e não a sua, e tudo quanto ganhava era ainda de seu senhor.

  1. b) Ele ensina através de seu exemplo - Pedro afirma que Jesus deixou-nos "o exemplo para que si­gamos suas pisadas" (1 Pe 2.21). Seu grande exemplo foi o amor de­monstrado em todos os momentos de seu ministério terreno (Jo 15.13). Jesus soube "administrar" o amor divino em doses especiais para cada situação que se apresentava diante de si (Jo 15.9). Ele amou uma pobre mulher (Jo 8.10,11), amou um jo­vem rapaz (Mc 10.21), amou os seus discípulos até o fim (Jo 13.1) e, por amor, suportou a cruz (Hb 12.2).
  2. c) Ele ensina através dos mila­gres - Os milagres realizados por Jesus sempre tiveram o propósito de nos ensinar a lidar com os dons divinos (Mt 17.19,20). Diante de uma multidão, Jesus multiplica os pães e os peixes: "Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tan­ta gente?" (Jo 6.9) e os alimenta: "Então, Jesus tomou os pães e, ten­do dado graças, distribuiu-os entre eles: e também igualmente os peixes, quanto queriam" (Jo 6.11). Entretanto, para dar-nos o exemplo de bom "mordomo", Jesus mandou re­colher as sobras (Jo 6.12,13). Mor­domia é saber administrar bem aquilo que o Senhor nos dá, evitan­do o desperdício.Nesse grandioso milagre da multi­plicação dos pães e peixes aprende­mos que o cristão deve ser genero­so e econômico. Há abundância nas bênçãos de Deus, mas não há lu­gar para desperdício e estrago. Todo esbanjamento na vida do cris­tão, seja nas coisas materiais ou nas coisas espirituais, é antibíblico e estranho aos planos divinos. Apren­demos também que o pouco se transforma em muito quando Deus abençoa. Portanto, ninguém con­fie no muito sem a bênção de Deus. Assim sendo, nós, em lugar de la­mentarmos por não termos certas coisas (possessões espirituais e materiais), coloquemos aquilo que temos à disposição de Deus.

 

A MORDOMIA GERA BÊNÇÃOS DIVINAS

 

Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é uma grande bên­ção (Jo 12.26). Tudo sucede quan­do entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1.3) e que somos apenas serviçais para cum­prir o propósito divino (Jo 2.5). Quando agimos assim as bênçãos divinas nos alcançarão (Dt 28.2).

  1. a) Ela amplia nossa visão do rei­no de Deus - O verdadeiro mordomo espiritual não é aquele que apenas "vê" o reino, mas que "entra" (Jo 3.3,5). A partir daí tudo muda na nossa rela­ção com Deus e com sua obra (Gl 2.20). Tudo passa a ser santo e sagrado di­ante da grandeza do reino de Deus (Tt 1.15). Somos agora cooperadores de Deus para construção de um reino es­piritual na terra (1 Co 3.9).

Jesus oferece um "reino" a seus se­guidores fiéis, (Lc 22.29). Nós, que somos seus discípulos não devemos estar ociosos, mas precisamos zelosamente promover os interesses do seu reino, enquanto Ele não vem, e fazer tudo que pudermos por ele até a sua volta. O reino dos céus é o governo de Deus no coração dos ho­mens. É onde a autoridade de Deus é reconhecida.

  1. b) Ela nos outorga mais respon­sabilidade - O conceito cristão de mordomia nos faz crescer o senso de responsabilidade (1 Co 9.17). Temos responsabilidade com nossa vida, nosso corpo, com a igreja e os nossos semelhantes (Mt 7.12). Nos­sa responsabilidade se amplia quando sabemos que iremos prestar con­tas a Deus (2 Co 5.10). Por isso de­vemos aproveitar o tempo que nos resta para pregarmos o Evangelho (2 Tm 4.2) e fazer o bem a todos (Gl 6.9,10).
  2. c) Ela nos faz dependentes de Deus - Cientes de nossa fragilida­de (Sl 103.14,15) e da incapacidade para desempenharmos bem nossa mordomia, devemos depender total­mente do Espírito Santo (Rm 8.26). Ele nos ajudará em nossa tarefa de administrar os bens temporais e espirituais recebidos do Senhor (1 Pe 4.11). Aceitemos, pois, o que disse Jesus: "... porque sem mim nada podeis fazer" (Jol5.5).

Como mordomos de Deus, a nossa profissão deve ser escolhida e exercida conforme a vontade de Je­sus Cristo, e para seu serviço e lou­vor. A nossa família deve ser cons­tituída e administrada conforme a vontade e glória de Cristo. O nos­so tempo deve ser gasto na consci­ência de que estamos na presença de Cristo. Nossos talentos devem ser colocados a serviço de Cristo. Nosso corpo, templo do Espírito Santo, deve glorificar a Cristo. Nossos bens materiais devem ser adquiridos e administrados com a consciência de que tudo pertence a Ele e deve ser usado para glorifi­car a Cristo.

Como mordomos de Deus devemos entender que tudo pertence ao Senhor e que Ele manifestou em sua Pala­vra os nossos deveres para com sua Criação. É necessário que saibamos que, mordomia é um princípio divino para abençoar as nossas vidas enquanto aqui vivermos. Se formos bons mordomos seremos recompensados pelo Justo Juiz naquele dia, senão, sofrere­mos o dano por nosso desprezo a administração aos bens temporais e espiri­tuais. Vivamos, pois, certos de que, como despenseiros, devemos ser fiéis.

 

 

                                Exercendo a mordomia cristã

 

Deus nos constituiu como mordomos de toda a sua criação (Sl 115.16). Sendo Ele mesmo o Senhor de tudo (Sl 24.1). Confiou aos homens o domínio de suas obras (Gn 1.26). Contudo, requer que cada um exerça a mordomia com fidelidade (I Co 4.2). Ciente que um dia prestaremos conta a Deus por tudo que fizemos. (Rm 14.12; II Co 5.10).

 

 

 

 

  1. COMPREENDENDO A MORDOMIA CRISTÃ:

 

  1. SIGNIFICADO DA PALAVRA MORDOMIA: (1 Pe 4.10 e 11; 1 Co 4.1 e 2).

 

A palavra: “mordomia”, advém da expressão em latim: “Major Domus”.  Major = Principal e Domus = casa. Assim sendo, mordomo é o principal administrador da casa do seu senhor. Mordomia significa Administração (Lc 16.2). Vejamos dois exemplos de grandes mordomos na Bíblia: Eliézer (Gn 24.2) e José (Gn 39.4-6).

 

 

  1. . CONCEITO BÍBLICO DA MORDOMIA:

 

“É o reconhecimento que Deus é o Senhor “dono” de tudo, e nos constituiu para sermos seus servos administradores da vida e possessões, administrando as mesmas de acordo com a vontade de Deus”.

 

  1. . BASE BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ:

 

 

  1. a) Deus é dono de tudo e de todos:

 

Do universo:- ———————————————(Gn 1.1; 14.22; l Cr 29.l3-l4; Sl 24.l; 115.16);

Da vida:- —————————————————(Cl 1.16; Jo 1.3);

Da terra:- —————————————————(Sl 24);

Dos animais:- ———————————————-(Sl 50.10);

Da Prata/Ouro: ——————————————–(Ag 2.8);

Do homem: ————————————————-(Gn 1.27; Ez 18.4);

Nosso corpo: ———————————————–(I Co 6. 19-20).

  1. b) Deus é dono por direito:

 

Por direito de criação: (Is 42.5);

Por direito de preservação: (At l4. l5-l7 e At 17.22-28);

Por direito de redenção: (1 Co 6. l9,20; Tt 2.l4 e Ap 5.9).

  1. ÁREAS DA VIDA EM QUE DEVEMOS EXERCER A MORDOMIA:

 

  1. TEMPO:

 

Devemos remir o nosso tempo: (Ef 5.15,16);

Devemos valorizar o nosso tempo: (Sl 90, 12);

Devemos planejar bem o nosso tempo: (Ec 3.1).

 

  1. PENSAMENTOS:

 

Devemos pensar nas coisas do alto: (Cl 3.2);

Devemos pensar em coisas boas boas: (Fp 4);

Devemos pensar conforme a mente de Cristo: ( I Co 2.16).

  1. CORPO:

 

Devemos glorificar a Deus por meio do corpo: (I Co 6.20; Fp 1.20);

Devemos dedicar a Deus o nosso corpo: (Rm 12. 1,2);

Devemos viver como templos do Espírito Santo: (I Co 6. 19-20).

  1. PALAVRAS:

 

Devemos usar sempre palavras agradáveis: ( Cl 4.6);

Devemos usar palavras que promove a edificação: (Ef 4.29);

Devemos usar as palavras no temor do Senhor: (Mt 12.33-37, Lc 6.45).

  1. INFLUÊNCIAS:

 

Devemos exercer influencias por meio das obras: (Mt 5. 14-16);

Devemos exercer influencia por meio do testemunho cristão: (I Co 11.1)

Devemos exercer influencia por meio do comportamento: (I Pe 3.15,16).

   III.    COMPREENDENDO A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS.

 

 

 

  1. O QUE A BÍBLIA FALA DOS BENS MATERIAIS:

 

Deus é o dono dos nossos bens – (Ex 19.5 e 6; Sl 24.1 e Ag 2.8);

A capacidade de adquirir os bens vem de Deus – (Dt 8.15-18, I Cr 29.12 e Ec 5.19);

Os bens têm duração limitada – (Sl 39.6, Sl 49.16 e 17, I Tm 6.7).

  1. MAU USO DOS BENS MATERIAIS:

 

Quando os bens são adquiridos de forma desonesta – (Pv 11.1, Rm 12.17, I Pe 2.1);

Quando deixa de ser servo para ser senhor do homem – (Mt 19.23, Lc 16.13, I Tm 6.10);

Quando leva o homem a esquecer-se de Deus – (Dt 8.11-14);

Expõe o homem a grandes tentações – (Mt 13.22 e I Tm 6.9).

  1. BOM USO DOS BENS MATERIAIS:

 

Quando são usados para a glória de Deus – (I Co 10.3);

Quando os valores espirituais têm a primazia – (I Rs 3.11-13, Mt 6.33);

Quando a ajuda ao próximo é lembrada – (Mt 25.31-40, At 4. 34 e 35 e I Tm 6.17-19);

Quando Temos um estilo de vida simples – (I Tm 6.7-10, Mt 8.20).

CONCLUSÃO:

 

A mordomia cristã estabelece como verdade absoluta o fato que Deus é o Senhor. Dono de tudo quanto existe na terra e no céu. E confiou aos homens o privilégio e responsabilidade de administrar seus bens.

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                                 Mordomia Cristã n.2

 

Parte 1 - Introdução

1 Pe 4.10 e 11; 1 Co 4.1 e 2

A palavra mordomia sofreu, ao longo dos anos, uma deturpação devido ao seu mau uso. Esta palavra é usada como regalias e favores concedidos, especialmente pelos governos, a alguns funcionários públicos. Ou ainda, quando pensamos em mordomo, pensamos num romance ou filme policial em que o mordomo sempre é o criminoso. Estes não são o sentido bíblico da mordomia cristã.

 

  1. SIGNIFICADO DA PALAVRA MORDOMO:

A palavra mordomo, em português, vem do latim majordomus, que tem o mesmo significado do grego oikonomoV - oikonomos (oikoV - oikos, casa, e nomoV - nomos, governo). Major, em latim, é maior ou principal, e domus, casa, a casa com tudo que ela contém e significa. Assim mordomo é o principal servo, o que administra a casa do seu senhor.

Vejamos alguns mordomos na Bíblia: Eliézer (Gn 24.2) e José (Gn 39.4-6).

 

  1. CONCEITO BÍBLICO DA MORDOMIA:

“É o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de depositários da vida e das possessões, e administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus”

 

  1. BASE BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ:
  2. a) Deus é dono de tudo e de todos:

Do universo: Gn 1.1; 14.22; l Cr 29.l3-l4; Sl 24.l; 50.10-12.

Do homem:

por direito de criação -Is 42.5

por direito de preservação: At l4.l5-l7 e At 17.22-28

por direito de redenção: 1 Co 6.l9e20; Tt 2.l4 e Ap 5.9

  1. b) O homem é o mordomo - Gn 1.28; 2.l5 e Sl 8.3-9.

 

  1. VALOR DA DOUTRINA PARA A VIDA CRISTÃ

Senso do sagrado

Senso de responsabilidade

Senso de dependência

 

CONCLUSÃO:

A mordomia cristã estabelece como verdade que Deus é o Senhor, o Dono de tudo quanto existe na terra e no céu e concedeu ao homem o privilégio e responsabilidade de administrar. Os homens não são os donos, mas mordomos.

 

“Além disso requer-se nos despenseiros (ou mordomos) que se ache fiel.”

 

 

Parte 2 - Mordomia do corpo

1 Co 6.l9 e 20

O corpo é a estrutura física do homem. Este foi criado por Deus com um cuidado especial. Ao criar as demais coisas, Deus disse: “Haja...” Quando, porém, criou o homem, formou-o do pó da terra e soprou-lhe nas narinas dando assim o fôlego da vida (Gn 2.7). O salmista Davi disse: “Eu te louvarei porque de um modo admirável e maravilhoso fui formado.” (Sl 139.14).

 

  1. CONCEITO FALSO SOBRE O CORPO

Há um conceito errôneo, que existe desde o primeiro século, divulgado pelos gnósticos de que a matéria é má. Com este negam a encarnação de Jesus (o fato de Jesus ter vindo em carne) e afirmam que Ele veio apenas em Espírito. A Bíblia condena este conceito em I Jo 4.2 e 3 que diz: “Nisto conheceis o Espírito de Deus - todo espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus veio em carne não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e já está no mundo.”

Também afirmam que não devemos nos preocupar com a preservação e santificação do nosso corpo, pois sendo a matéria má não importa o que façamos com o mesmo. A Bíblia, por sua vez, também condena este conceito afirmando que o nosso corpo é templo do Espírito Santo devendo ser cuidado como tal.

 

  1. O QUE A BÍBLIA FALA DO NOSSO CORPO?

Foi criado por Deus: Gn 1.26 e 28 - 2.7 e Sl 139.14.

É templo do Espírito Santo: 1 Co 6.19 e 20.

É usado como metáfora da Igreja: 1 Co 12.12--31.

Podemos glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 6.20 e Fp 1.20), dedicando-o a Deus (Rm 12.1 e 2).

 

  1. DEVERES PARA COM O CORPO

Alimento saudável

Higiene do corpo, da casa e das roupas assim evitando doenças

Visitas ao médico em caráter preventivo - vacinas, por exemplo, exames preventivos, etc.

Descanso

Usar trajes santos (Sl 96.9)

Lazer (Lc 2.52)

Fugir da prostituição (1 Co 6.15-18, Ef 5.1-4 e Cl 3.5)

Não fazer uso dos inimigos do corpo: fumo, bebida e drogas

 

CONCLUSÃO:

Cuidar do nosso corpo é um dever. Deus escolheu fazer dele o seu templo. Sendo assim, deve ser usado de acordo com a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável. Sabendo que o nosso corpo não é nosso mas de Deus.

 

 

Parte 3 - Mordomia do pensamento

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp 4.8 )

Devemos dar graças a Deus pela capacidade que temos de pensar, refletir e usar esta para a glória de Deus. Deus conhece os nossos pensamentos e o meditar do nosso coração. Somos mordomos do nosso pensamento, assim devemos reconhecer o Senhorio Divino sobre este. Há uma declaração bíblica que diz “...nós temos a mente de Cristo” (I Co 2.16). Ter a mente de Cristo é pensar como Ele e ter o nosso pensamento dominado pelo mesmo.

 

  1. FASES DO PENSAMENTO

Segundo o Pr. João Falcão Sobrinho o pensamento humano abrange quatro fases:

A memória, o que é acumulado nos registros do cérebro, através dos sentidos físicos.

A análise, a avaliação dos dados da memória, a reflexão.

A imaginação, ou fantasia que está relacionada com as emoções, desejos íntimos e sonhos.

A elaboração do pensamento (a associação entre os dados guardados na memória e a imaginação) em ordem, para ser aplicado à realidade externa.

 

  1. DEUS CONHECE OS NOSSOS PENSAMENTOS

Ele sabe os nossos pensamentos - Sl 139. 1 e 2

Os nossos pensamentos devem ser agradáveis a Deus - Sl 19.14

Ele reprova os pensamentos maus - Gn 6.5; Pv 6.16-19 e Pv 15.26

 

  1. DEVERES PARA COM O NOSSO PENSAMENTO

Ocupá-lo com coisas boas - Fp. 4.8

Ser cheio da Palavra de Deus - Sl 119.11; I Tm 4.15; Js 1.8

Sempre recordar as bençãos recebidas de Deus - Sl 103.2

Ser dominado pelo amor - Rm 5.5 e Rm 12.9-21

Ser dominado pela fé - Hb 11.6

Deve sempre estar em renovação - Rm 12. 1 e 2; Cl 3.1-10

 

  1. INIMIGOS DO PENSAMENTO

Literatura pecaminosa

Programas televisivos e radiofônicos pecaminosos

Fantasias pecaminosas - Mt 5.27 e 28

Más conversações - Sl 1.1 e 2; I Tm 6.20 e I Co 15. 33

 

CONCLUSÃO

Ao saber que Deus conhece os nossos pensamentos, isso já seria o suficiente para zelarmos por estes. Deus nos deu um filtro para coarmos os nossos pensamentos em Filipenses 4.8: "Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento."

 

 

Parte 4 - Mordomia das palavras

Mt 12.33-37

O presente assunto está profundamente relacionado com o anterior (mordomia do pensamento, parte 4 deste estudo). “Pois a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12.34; Lc 6:45). O trecho bíblico citado é esclarecedor para o nosso assunto. Este faz, pelo menos, quatro afirmações:

  1. A palavra reflete o que está no coração.
  2. Não é possível purificar as palavras sem antes purificar o coração.
  3. Somos responsáveis por aquilo que falamos.
  4. Iremos prestar contas a Deus das palavras que proferirmos.

 

  1. PALAVRAS QUE AGRADAM A DEUS - Sl 19:14

Palavras que produzem bons resultados - I Pe 3.10 e 11; Pv 15.4

Palavras temperadas com sal - Cl 4.6

Que preservam

Dão gosto

Provocam sede

Diferenciadoras

Palavras oportunas - Pv 25.11

Palavras espirituais - Cl 3.16 e 17; Ef 5.19; Dt. 6.6 e 7

Palavras úteis - Fp 4.8

 

  1. PALAVRAS QUE ENTRISTECEM A DEUS - Ef 4.29 e 30

Palavras mentirosas _ Is 5.20; Jo 8.44, Ap 21.8

Palavras violentas - Pv 15.1

Palavras desenfreadas - Tg 1.26

Palavras lisonjeiras - I Ts 2.5; Rm 16.17 e 18. Lisonjear é louvar com exagero, ou seja, adulação.

 

CONCLUSÃO

Para agradarmos a Deus em nossas palavras precisamos está com o coração cheio da Palavra de Deus. Sempre sendo conduzido pelo Espírito Santo em nossas palavras. Reconhecendo que Deus é Senhor e que iremos prestar-lhe contas das mesmas.

 

 

Parte 5 - Mordomia do Tempo

Ef 5.15 e 16

O tempo é mais do que segundos, minutos, horas, dias, anos, décadas, séculos e milênios. “O tempo é um milagre que não se repete”. Alguns dizem que o tempo é dinheiro, mas este é mais precioso do que o dinheiro. Devemos ser bons mordomos do tempo aproveitando bem as oportunidades que este nos oferece.

 

  1. A NOSSA VIDA NA TERRA É PASSAGEIRA

É como a sombra - 1 Cr 29.15

Como um palmo na sua extensão - Sl 39.4 e 5

Como mensageiros apressados - Jó 9.25

Como um vapor - Tg 4.14

 

  1. CONSIDERAÇÕES PARA O BOM USO DO TEMPO

Há um tempo determinado para cada coisa - Ec 3.1

Considerar todos os dias - Sl 90.12

O nosso maior investimento deve ser no Reino - Mt 6.19-21; Mt 6.25; Lc 12.16-21

Lembrarmos de Deus - Ec 12.1

Fazer o bem - Gl 6.10

Não procrastinar - Hb 4.7b; Is 55.6; Hb 12.16 e 17; Mt 25.11 e 12

Planejar - “Um indivíduo que sabe o que vai fazer, quando inicia o seu trabalho, já tem metade do trabalho feito”.

Ser pontual

Ser equilibrado

Não gastá-lo com coisas fúteis, inúteis e não essenciais

 

CONCLUSÃO

O tempo é algo precioso que deve ser usado com sabedoria, pois quando passa não volta jamais. Tenhamos como o maior investimento o Reino de Deus. Porque o que investe neste permanece para sempre.

 

 

Parte 6 - Mordomia do Domingo

O presente assunto é extensão do assunto anterior (mordomia do tempo, parte 5). A palavra domingo provém do latim dominicus, de dominus (senhor), e significa relativo ao Senhor, ou seja, do Senhor, portanto “dia do Senhor”. Para entendermos melhor este assunto precisamos comentar a respeito da controvérsia que há entre o sábado e o domingo.

 

  1. O DIA SÁBADO

A palavra sábado é procedente do hebraico e significa descanso. Esta é a idéia fundamental da palavra, e não o fato de ser o sétimo dia.

Segundo o Pr. Enéas Tognini, há três sábados na Bíblia. O primeiro, o edênico (universal) que Deus institui ao cessar as obras da criação, mostrando que o homem deveria ter um dia para descansar das suas atividades e dedicá-lo ao Senhor (Gn 2.1-3). O segundo, o legal (7o dia) - o judeu da Bíblia e o de hoje guardam este dia (Êx 20.8-11). O terceiro, o cristão (1o dia da semana), dia em que Deus completou o plano de redenção com a ressurreição de Cristo (Mt 28.1; Mc 16.9; Lc 24.1; Jo 20.1).

 

  1. POR QUE GUARDAMOS O DOMINGO?

O domingo comemora a ressurreição de Cristo (versículos acima).

Outros fatos importantes ocorridos no domingo:

- Aparecimento de Cristo à Maria Madalena e aos discípulos - Mc 16.9; Jo 12.19-26

- A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes - Lv 23.16 e At 2.1

 

Os discípulos guardaram o domingo:

- Levantaram ofertas - I Co 16.1-4

- Celebraram a Ceia do Senhor - At 20.6 e 7

- João o chamou dia do Senhor - Ap 1.10 e 11

O sábado era um sinal entre o povo de Israel e Deus. Portanto obrigação dos judeus - Êx 31.13-17

Os mandamentos são todos reafirmados no Novo Testamento menos referente ao Sábado.

 

  1. COMO OBSERVAR O DOMINGO?

- Freqüência à Igreja

- Leitura da Palavra

- Testemunho

- Descanso

- Visita aos doentes...

 

CONCLUSÃO

A principal idéia do Dia do Senhor é que seja um dia entre os sete dias da semana separado para descanso e serviço ao Senhor. O sábado cristão é o domingo. Dia em que Deus completou o seu plano de salvação com a ressurreição de Cristo. Seja você um bom mordomo do dia do Senhor.

 

 

Parte 7 - Mordomia da Influência

Mt 5.16

O homem como um ser social exerce a ação de influir as pessoas que o cercam. A esta força denominamos “influência”, sendo esta inevitável. Sempre estaremos influenciando alguém, quer queiramos ou não. E como temos influenciado? Positivamente ou negativamente? O versículo acima afirma que temos de influenciar positivamente de tal forma que provoque nas pessoas a atitude de glorificar a Deus

 

  1. O DEVER DE INFLUENCIARMOS POSITIVAMENTE

Somos a carta de Cristo - II Co 3.1-6

Somos o bom perfume de Cristo - II Co 2.14-17

Alguns exemplos: At 20.24; I Ts 1.8

Influência póstuma: Hb 11.4; Mt 26.13; II Pe 1.15; At 9.36-39. “O homem não deve deixar de viver quando morre, e sim, continuar vivendo ainda mais intensamente nas vidas abençoadas pela sua influência.”

 

  1. A MÁ INFLUÊNCIA

Escandalizadora - Lc 17.1 e 2

Exemplo: I Rs 11.4 e 21.25, I Co 5.6 e 7, II Tm 2.17 e 18

 

  1. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

No lar - I Co 7.14, I Tm 5.8 e II Tm 1.5

Na vida profissional - Mt 5.15 e Ef 6.5-9

Na igreja - At 2.42-47

Na sociedade - Mt 5.13-15 e Mt 13.31-33

 

CONCLUSÃO

Há um pensamento que afirma: “Você se torna eternamente responsável pela pessoa que cativa.” Nós devemos exercer no nosso lar, em nosso trabalho, em nossa igreja e na sociedade uma influência cristã. Não há como ficar neutro, ou influenciamos positivamente ou negativamente. Sejamos bons mordomos da força de influir.

 

 

Parte 8 - Mordomia dos Bens

Ec 5.19

As pessoas quando falam acerca dos seus bens materiais, quase sempre, tratam deste assunto como algo secular sem valor espiritual. Não deve ser assim . Nesta lição trataremos do assunto sob o prisma divino revelado nas Escrituras.

 

  1. O QUE A BÍBLIA FALA DOS BENS MATERIAIS?

Deus é o dono dos nossos bens – Ex 19.5 e 6; Sl 24.1 e Ag 2.8.

A capacidade de adquirir os bens vem de Deus – Dt 8.15-18, I Cr 29.12 e Ec 5.19.

Os bens tem duração limitada – Sl 39.6, Sl 49.16 e 17, I Tm 6.7.

 

  1. MAU USO DOS BENS MATERIAIS

Quando os bens são adquiridos de forma desonesta – Pv 11.1, Rm 12.17, I Pe 2.1.

Quando deixa de ser servo para ser senhor do homem – Mt 19.23, Lc 16.13, I Tm 6.10

Quando leva o homem a esquecer-se de Deus – Dt 8.11-14.

Expõe o homem a grandes tentações – Mt 13.22 e I Tm 6.9.

 

  1. BOM USO DOS BENS MATERIAIS

Quando são usados para a glória de Deus – I Co 10.31. “O dinheiro não pode subir aos céus mas pode realizar coisas celestiais na terra.”

Quando os valores espirituais tem a primazia – I Rs 3.11-13, Mt 6.33.

Quando a ajuda ao próximo é lembrada – Mt 25.31-40, At 4. 34 e 35 e I Tm 6.17-19.

Termos um estilo de vida simples – I Tm 6.7-10, Mt 8.20.

 

CONCLUSÃO

Como estudamos, os bens devem ser encarados sob o ponto de vista divino. Desta forma consagraremos os mesmos e o usaremos de forma agradável a Deus. Certa vez, Richard Foster disse que devíamos carimbar tudo o que temos com o seguinte lembrete: “Dado por Deus, prioridade de Deus, para ser usado para os propósitos de Deus.”

 

 

Parte 9 - Mordomia do Dízimo

Pv. 3.9 e 10

A palavra dízimo quer dizer “décima parte”. Portanto devolver a Deus a décima parte do que se ganha é dizimar. É importante entender que o dízimo deve ser uma atitude de entrega pessoal e gratidão. Não basta a devolução do dízimo. Temos que entregar a nossa vida, o nosso coração no altar de Deus. Não devemos devolver este como pagamos uma mensalidade, contas de luz e água, prestações de eletrodomésticos com medo de ter o nosso nome no “SPC divino”. A motivação que nos leva a dizimar não é o medo mas o amor a Deus.

 

  1. DÍZIMO NO VELHO TESTAMENTO

A prática do dízimo é anterior a lei mosaica – Gn 14.18-20 e 28.18-22. Cerca de duzentos e cinqüenta anos depois de Jacó em Betel, Deus orientou a Moisés instituir o dízimo na lei.

Foi incorporada na lei mosaica – Lv 27.30.

Foi ensinada pelos profetas – Ml 3.8-12

 

  1. DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

Jesus falou do dever de dizimar – Mt. 23.23 e Lc 11.42.

Melquisedeque como tipo de Cristo – Hb 7.1-10. No Novo Testamento fica claro que o dízimo é o referencial mínimo para a contribuição: Mt 5:20, Mc 12.41-44; At 2.44-45 e 4.32-37, II Co 8.1-5, I Co 16.2 e Jo 6.9

 

  1. FINALIDADE DO DÍZIMO

Manutenção da Igreja – Ml 3.10

Sustento dos obreiros – II Cr 31.4-6 e II Co 9.10-14

 

CONCLUSÃO

Deus é dono de todos os nossos bens. “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos.” Ele nos pede para devolver o dízimo dando este como referencial mínimo. Ele nos ensinou “melhor dar do que receber.” Aquele que não tem o dinheiro como ídolo e, pelo contrário, serve com este, tem como conseqüência (não é troca) bênçãos dadas por Deus. “...Fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”

 

 

Parte 10 - Mordomia das Oportunidades

Cl 4.5

Durante a nossa existência temos várias oportunidades. Elas vem e passam. Algumas de repetem mas a maioria não. Por isto Paulo advertiu quanto ao uso das oportunidades. Certa vez Jesus perguntou a um cego: Que queres que te faça? Aquele cego teve a oportunidade de pedir qualquer coisa mas usou bem a oportunidade oferecida. Respondendo: Mestre, que eu veja.

 

  1. TIPOS DE OPORTUNIDADES

Oportunidades espontâneas

Oportunidades criadas

 

  1. OPORTUNIDADES DESPERDIÇADAS

II Rs 13,14-19; Mt 11. 10-24; 25.10 e Hb 12. 16 e 17

 

  1. OPORTUNIDADES

De salvação – Is 45.22, Is 55.6 e Hb 4.7b

A vida – Sl 90.12 e Hb 9.27

De servir – Mt 25.44; Jo 9.4; Gl 6.7-10

De pregação - Ez 3.18,19; Mt 24.14

Do desenvolvimento da vocação - Mt 25.14-30

Profissional - Ef 6.4-9

 

CONCLUSÃO

A vida é a mais preciosa oportunidade que Deus deu ao homem. Nela há muitas outras oportunidades. Peçamos a Deus sabedoria e visão para aproveitarmos e enxergarmos as oportunidades. Para que não lamentemos as oportunidades desperdiçadas mas louvemos a Deus pelas aproveitadas.

 

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Mordomian.3

 

 

       Origem e desenvolvimento do conceito de mordomia n.3

A concepção da mordomia como visão de estilo de vida cristã e forma de organização comunitária nasceu no protestantismo norte-americano. Nos inícios, as comunidades de colonos provenientes de muitas igrejas e tradições eclesiásticas diferentes estiveram, assim como também na IECLB, diante no inusitado desafio de organizar a vida eclesiástica, o que incluía a tarefa de prover o seu sustento financeiro. O apelo à responsabilidade dos membros em relação às comunidades nem sempre era correspondido satisfatoriamente, obrigando muitos pastores a ter uma segunda profissão ao lado do pastorado.

 

O advento do despertamento espiritual ocorrido nos Estados Unidos no decorrer do século XIX foi decisivo para o desenvolvimento da idéia de mordomia. As muitas sociedades missionárias criadas pelo despertamento passaram a fazer campanhas financeiras regulares para sustentar os campos missionários. Logo, a reflexão acerca da relação entre fé e oferta financeira não se restringia mais à missão e passou a incluir também a vida comunitária. Determinante havia se tornado a convicção de que os bens nada mais são do que propriedade de Deus confiada aos seres humanos. A estes cabe a tarefa de administrar esta propriedade divina de acordo com a vontade de Deus. Esta concepção elementar de stewardship mordomia cristã teve grande aceitação na vida eclesiástica norte-americana, tornando-se um instrumento extremamente útil para fomentar a disposição dos membros para contribuir financeiramente com a missão e com a organização da vida comunitária.

 

Em 1920 o movimento de mordomia uniu-se no United Stewardship Council of the Churches of Christ in America. Desde 1950 o United Stewardship Council é o departamento responsável pela coordenação do trabalho de mordomia no Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos.

Coube à Federação Luterana Mundial (FLM) a tarefa de disseminar a concepção de mordomia para além das fronteiras do protestantismo norte-americano. Já na Assembléia de constituição da FLM, ocorrida em 1947 em Lund, Suécia, a concepção foi apresentada, ressaltando-se seu embasamento bíblico e sua consonância com a confessionalidade luterana. Na Assembléia de Hannover em 1952, a mordomia foi tema dominante nos estudos e deliberações da Assembléia. De lá, a teologia e a prática da mordomia espalhou-se em nas diversas Igreja Luteranas ao redor do mundo.

 

2 - Apresentação da concepção de mordomia cristã na Conferência Luterana Sul-americana

A Federação Sinodal, constituída em 1949, desde 1950 é membro da Federação Luterana Mundial. Já em setembro de 1951 realizou-se em Curitiba a primeira Conferência Luterana Sul-americana. Ao lado de temas como a cooperação das diversas igreja luteranas sul-americanas, o testemunho luterana na América Latina e a organização de um trabalho com refugiados, a conferência ocupou-se principalmente com a concepção de mordomia cristã. Como base para a reflexão serviram a palestra de Taito Almar Kantonen sobre “A base bíblico-teológica do evangelismo e da mordomia” e a palestra de Paul C. Empie sobre “A prática da mordomia cristã”. Como as palestras representam a base teológica e prática da mordomia cristã na visão luterana, é importante referir suas idéias principais.

 

A base bíblico-teológica do evangelismo e da mordomia cristã

Importante para Kantonen é que a concepção de evangelismo e mordomia não se deixam extrair de citações bíblicas isoladas. Antes, baseiam-se no todo da mensagem bíblica. Por isso, podem ser expostas somente em sua relação com os artigos principais da fé cristã.

 

1) Mordomia cristã e doutrina da criação

A doutrina da criação afirma a absoluta soberania do Criador sobre tudo que existe, incluindo os seres humanos (Rm 11.36). A negação desta soberania é a essência do pecado. A doutrina da criação, ao afirmar a absoluta soberania de Deus, inclui também a responsabilização do ser humano pela administração da criação e realização de sua vontade (Gn 1.28). A responsabilidade, acima de tudo, caracteriza o ser humano como imagem e semelhança de Deus. Que a correta compreensão do primeiro artigo da fé desemboca na responsabilidade pessoal, Kantonen vê exemplificado em Lutero: “Por tudo isso devo dar-lhe graças e louvor, servi-lo e obedecer-lhe.” Segundo Kantonen, mordomia responsável dos dons da criação é uma filosofia de vida que determina não apenas a atividade religiosa do ser humano, mas abarca todas as áreas da vida e da sociedade.

 

2) Mordomia cristã e doutrina da redenção

Kantonen vê o conteúdo do segundo artigo condensado na doutrina reformatória da justificação por graça “propter Christus per fidem”. Considera o aspecto forense da justificação uma proteção contra perversões morais e subjetivas da doutrina da redenção. Assim, salvação e redenção permanecem um ato soberano de Deus sem cooperação humana. A justificação, porém, não permanece restrita ao caráter forense, pois a fé, enquanto resposta humana à graça justificante, sempre significa nova vida em Cristo. Neste sentido, embora o cristão seja (e permaneça sendo) pecador, ele é justiçado por Deus em Cristo (“simul justus et peccator”) e tornado digno para ter comunhão com Deus e cooperar em seu Reino. Mais uma vez, Kantonen cita um texto exemplar de Lutero: “Creio que Jesus Cristo ... é meu Senhor, que me remiu a mim, homem perdido e condenado ... para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança.” Assim, toda atividade cristã é expressão de gratidão pela graça recebida.

 

3) Mordomia cristã e doutrina da santificação

A pergunta pela possibilidade da fé leva à pergunta pela agir do Espírito Santo. Para Kantonen fé na compreensão cristã também é ação soberana de Deus. Para expor o surgimento da fé, cita mais um texto exemplar de Lutero: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira e única fé.” Trata-se da duplicação do milagre da encarnação na esfera da existência pessoal: a eternidade de Deus surge no tempo e a vida de Deus surge em mim.

 

Toda atividade cristã enquanto expressão de uma fé viva, portanto, tem sua origem na ação do Espírito Santo. A doutrina da santificação, entretanto, tem implicações para a mordomia. A primeira implicação é o fruto (Mt 7.18-20; 21. 43; Jo 15.2; Rm 7. 4). Para Kantonen, a ausência de frutos espirituais revela uma fé morta. A segunda implicação é a obediência. Assim como a missão de Jesus consistia em fazer a vontade do Pai, assim também a existência do discípulo caracteriza-se em fazer a vontade de Deus. Outra implicação advém do fato de a eclesiologia estar situada no âmbito do terceiro artigo. Citando Lutero, Kantonen lembra que o Espírito Santo não somente chamou cada cristão individualmente à fé mas também “toda cristandade na terra”. No contexto da igreja, cada cristão exerce o sacerdócio real (1 Pe 2.9). Este sacerdócio é, amo mesmo tempo, estrutura de organização interna da igreja e ordenação à missão cristã.

 

A prática da mordomia cristã

Ponto alto da Conferência foi a palestra de Paul C. Empie, secretário executivo do National Lutheran Council de Nova Yorque que versou sobre “A prática da mordomia cristã” . Para ele, a mordomia cristã é a resposta do amor cristão que nasce da fé em Cristo como Senhor e Salvador. Ele subdivide a mordomia em 3 diferentes áreas: mordomia pessoal, mordomia da comunidade e mordomia da igreja.

 

1) A mordomia pessoal

A mordomia pessoal, que cada cristão individualmente tem que responsabilizar diante de Deus, consiste na mordomia do tempo, mordomia dos bens e mordomia dos bens materiais.

  1. a) Mordomia do tempo: O tempo é a dimensão mais preciosa da vida humana. Sua perda ou mau uso não pode ser restabelecido. Empie sugere um uso equilibrado do tempo, prevendo-se tempo para trabalho, lazer e descanso. Ele exemplifica a mordomia cristã do tempo através de alguns itens: o tempo para a oração, leitura e meditação da Bíblia, além do culto dominical. O tempo para o cultivo da espiritualidade é a fonte para a mordomia cristã. Outro item é a formação pessoal: cada cristã deve procurar capacitar-se a fim de estar apto para compreender e interpretar questões relacionadas á vida social e política e relacionadas à fé. Empie cita também o item do serviço: cada cristão deve separar tempo para servir a Deus e ao próximo. Portanto, para Empie, a mordomia do tempo exige definição clara de prioridades.
  2. b) Mordomia dos dons (talentos): Todo ser humano é uma criatura única e original e ocupa um espaço somente seu nos planos de Deus. Originais e únicos também são os dons de cada pessoa. Se um cristão quer ser um bom mordomo, ele deve ocupar-se em desenvolver os dons que Deus lhe deu. Não deve fazê-lo para proveito pessoal, mas para servir a Deus e ao próximo. Mordomia dos dons acontece em várias áreas: no exercício fiel da profissão, na colaboração nos diversos setores da vida comunitária, no engajamento social e político e no trabalho eclesiástico de tempo integral, no pastorado, diaconia, docência e missão.
  3. c) Mordomia dos bens: Quando um cristão se submete ao senhorio de Cristo, ele deixa de considerar seus bens materiais como sua propriedade – eles estão sob o senhorio de Cristo. Assim, também o exigência do dízimo vétero-testamentário pode ser legalismo que contradiz o Evangelho. A consciência de que tudo pertence a Deus liberta e compromete à oferta de gratidão regular de parte do ganho de cada cristão.

 

2) Mordomia da comunidade

Para que a comunidade cristã possa realizar seu múltiplo serviço, ela necessita de pessoas e recursos. Cada membro da comunidade é co-responsável pelas tarefas da comunidade. Importante é que a cada ano a comunidade planeje cuidadosamente suas atividade e elabore um orçamento detalhado. Este orçamento deve ser apresentado aos membros, para que reconheçam e assumam responsavelmente a parte que lhes cabe em relação ao trabalho da igreja. Para viabilizar isto, na América do Norte muitas comunidades visitam seus membros através de leigos capacitados para explicar-lhes a importância espiritual da mordomia e para saber qual será a contribuição financeira de cada membro. Ao longo de ano, os membros são informados sobre a execução do orçamento.

 

3) Mordomia pela igreja

Existem tarefas que não podem ser assumidas por indivíduos ou comunidades isoladas, mas em nível nacional ou internacional através do trabalho conjunto de comunidades ou igrejas. Empie cita áreas como a comunicação, diaconia, liturgia, projetos sociais etc.

Empie acentua que as 3 áreas da mordomia tem igual importância e são interdependentes. Através de informação e esclarecimento os hiatos entre as três áreas devem ser superadas.

 

3 – O desenvolvimento da mordomia na IECLB (Federação Sinodal)

A recepção do tema da Conferência Luterana foi imediata. O vice-presidente da Federação sinodal, Pastor Ernesto Schlieper, fez da mordomia o tema de sua prédica no dia da reforma daquele ano. As comunidades dos Sínodos da Federação Sinodal tiveram a oportunidade de conhecer as idéias principais da mordomia através da publicação da palestra de Paul C. Empie “A prática da mordomia cristã” no encarte “A igreja em nossos dias”, distribuído junto com os jornais sinodais nas edições de dezembro de 1951 e fevereiro de 1952. Depois desta data, não já mais nenhum registro de que o tema tivesse sido aprofundado nas reuniões sinodais ou em seus veículos de comunicação. Apenas em 1958 o tema reaparece através de uma palestra na Assembléia Sinodal daquele ano proferida pelo P. Christof Jahn.

 

Decisivo para o desenvolvimento da mordomia na IECLB-FS, entretanto, foram os contatos com igrejas luteranas dos Estados Unidos possibilitados pela Federação Luterana Mundial na forma de viagens de estudos de pastores e leigos a partir do final da década de cinqüenta. Nesta mesma época, há um renascimento da Legião Evangélica e do engajamento leigo nas comunidades, especialmente no Sínodo Riograndense. Deste contexto, provém os principais impulsos para os futuros trabalhos da mordomia e da academia evangélica nos anos sessenta.

 

A Secretaria de Mordomia

No início da década de sessenta havia consenso acerca da necessidade da organização de um serviço destinado a promover a mordomia nas comunidades, paróquias e sínodos da IECLB-FS. Em 1962, o Pastor Presidente da IECLB, Ernesto Schlieper, solicitou à Lutheran Church in America o envio de um obreiro especializado em mordomia cristã para dar início a este projeto. Através do Comitê da Federação Luterana Mundial, a Lutheran Church in America enviou à IECLB o Pastor Milton J. Olson, que iniciou seus trabalhos em 1963 inicialmente no âmbito do Sínodo Riograndense. Devido à aguda falta de pastores, Olson assumiu paralelamente o pastorado na Paróquia de Pedro Osório/RS. O seu relatório de atividades relativo ao biênio 1964-1965 revela que Olson introduziu e acompanhou o trabalho de mordomia em 15 paróquias de 8 distritos diferentes. Como a “Ação de Mordomia” previa a presença de Olson em 3 momentos distintos durante vários dias, seu trabalho era caracterizado por muitas viagens. A grande aceitação deste trabalho pode ser observada no 58.a Assembléia do Sínodo Riograndense em 1965. Versando sobre o tema “mordomia cristã”, a Assembléia criou um grupo-tarefa sinodal destinado a apoiar o trabalho da mordomia. Apoio este trabalho também recebeu através da visita do secretário de mordomia e evangelização da Federação Luterana Mundial, Pastor Gunnar Østenstad, que em 1966 viajou por várias comunidades de todo o Brasil apresentando a concepção da mordomia cristã.

 

Em 1966, Olson retornou aos Estados Unidos. Para seu lugar, o Conselho da IECLB chamou o Pastor Germano Burger. A área de atuação da Secretaria de Mordomia estendia-se agora por toda a IECLB. No relatório de atividades de seu primeiro ano de sua atuação, Burger apresenta uma estatítica impressionante: visitou 41 comunidades em todo Brasil, em muitas das quais esteve pelo menos 2 vezes durante vários dias. Em 112 encontros de preparação e capacitação, Burger treinou cerca de 1.000 duplas de visitadores que realizaram cerca de 20.000 visitas em suas respectivas comunidades. Além disso, oficiou 43 cultos e realizou 47 palestras em comunidades, educandários e conferências pastorais, além de encontros de estudo bíblico.

 

A análise da realidade eclesiástica

Assim como já havia acontecido no âmbito da Legião Evangélica, também no contexto do movimento de mordomia levanta-se forte crítica à situação de comunidades e paróquias. Especialmente leigos ativos no trabalho de mordomia, formulam suas críticas nos meios de comunicação da Igreja. Um exemplo é a série de artigos publicada em “A igreja em nossos dias” em 1965 por Leandro Telles, membro do grupo-tarefa da mordomia no Sínodo Riograndense, sobre “as causas do indiferentismo religioso e a mordomia cristã”. A principal causa do “indiferentismo religioso” Telles vê na priorização do material sobre o espiritual, fato notório desde os inícios da imigração. Outra causa Telles detecta no conceito de igreja pervertido no qual igreja não passa de um clube religioso – o “Vereinskirchentum”, onde todos pagam a mesma taxa mínima, o que habilita os “sócios” a solicitar os serviços religiosos do pastor. A “comunidade de atendimento”, que vive do trabalho solitário do pastor, é vista como “caricatura e deturpação da comunidade de Cristo testemunhada no Novo Testamento”. Igualmente, o caráter germânico da maioria das comunidades e a excessiva dependência da Igreja Evangélica da Alemanha eram duramente criticados e apontado como uma das causas da dificuldade para o desenvolvimento de comunidades missionárias luteranas no Brasil.

 

Para Burger a culpa pelo “indiferentismo religioso” da membresia era culpa da própria igreja e suas comunidades. Burger aponta a falta de comunicação com os membros e as poucas oportunidades de engajamento ativo para a falta de engajamento e participação. A disposição por parte dos leigos em participar ativamente da vida da comunidade geralmente existe. Basta vencer a estrutura pastorcêntrica existente nas comunidades para possibilitar a ampla participação leiga, incluídos o engajamento financeiro.

 

A eclesiologia do movimento de mordomia

Diante da situação eclesiástica diagnosticada acima, uma das principais tarefas do movimento de mordomia consistia em reformular a compreensão do que é, afinal, é igreja. Partindo da compreensão paulina da Igreja como Corpo de Cristo e da visão dos carismas comunitários (segundo 1 Co 12 e Rm 12), o movimento procurou formular uma eclesiologia prática.

 

1 – O Corpo de Cristo como visão eclesiológica norteadora

A inclusão eclesiástica não se dá a partir do pagamento de contribuições. Dá-se a partir do batismo que significa incorporação na comunidade como comunhão dos santos. Assim, a essência da Igreja é comunhão com Cristo e mutuamente. A igreja enquanto Corpo de Cristo reúne-se em torno de Palavra e Eucaristia. Entre os membros não há graus de qualidade nem a escolha em ser membro ativo ou passivo. Os membros são parte de um organismo vivo no qual todos tem uma importante e vital função. Através das diferentes funções de seus membros, Cristo como cabeça de seu corpo age neste mundo Comunidade de Cristo é comunidade de serviço.

 

O que permite aos membros assumirem sua função neste organismo vivo são os carismas presenteados pelo Espírito Santo. Todo membro batizado tem seu carisma pessoal que deve ser despertado, capacitado e disponibilizado para a edificação de toda comunidade. Ser bom administrador dos dons e carismas é, na verdade, a essência da mordomia segundo 1 Pe 4. 10: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.

 

2 – A relação entre ministério ordenado e sacerdócio geral

A estrutura da comunidade de serviço deve orientar-se na mordomia dos carismas espirituais de seus membros. Na prática, isto significa implementar o sacerdócio geral de todos os crentes. Segundo 1 Pe 2. 9, todos os membros participam da função sacerdotal da comunidade em relação ao mundo. Os “leigos” (de “laikós”) são membros do povo de Deus (“laós thou theou”) tem função de testemunhas na vida cotidiana exatamente na fronteira entre reino de Deus e mundo.

 

Segundo Ef 4. 11-12 é função especial dos obreiros ordenados capacitar os leigos para seu serviço no mundo. Para que possam realizar seu trabalho de tempo integral, a comunidade provê seu sustento material. No caso específico dos pastores, ressalta-se que a capacitação dos leigos não se dá para que estes assumam parte das tarefas pastorais. Se assim proceder, o pastor é um mordomo infiel. Antes, o objetivo é capacitar os leigos para que cresçam na fé e se tornem mordomos fiéis e independentes do que lhes foi confiado.

 

A definição de “mordomia”

Assim como acontecera em outras línguas, a tradução para o português das palavras gregas “oikonomia”/’oikonomos” e inglesas “stewardship”/”steward” não foi tarefa fácil. Apesar de a Bíblia na tradução de Ferreira de Almeida geralmente traduzir “oikonomia”/”oikonomos” como “dispensação”/”dispenseiro”, o termo usual passou a ser “mordomia”/”mordomo”. Além da tarefa da tradução, a concepção da mordomia necessitava de uma adaptação à realidade das comunidades da IECLB. Teologicamente, a compreensão de mordomia permanecia dentro dos padrões estabelecidos por Kantonen e Empie. Mas, havia novos acentos. Ao lado da mordomia de tempo, dons e bens, acentuava-se na IECLB a mordomia do evangelho. A evangelização enquanto chamado à fé ou renovação da mesma deveria acompanhar a conscientização para a mordomia. Para Burger, evangelização e mordomia são inseparáveis: “uma alimenta, carrega e motiva a outra”. Outra característica peculiar do movimento de mordomia na IECLB foi a tentativa de situar a mordomia na tradição das paróquias e comunidades. Assim, buscava-se diminuir a resistência de comunidades e pastores.

 

4 – A “Ação de Mordomia”

O programa desenvolvido pela Secretaria de Mordomia recebeu o nome “Ação de Mordomia”. Tratava-se de um projeto que previa de 6 a 8 visitas a todos os membros de uma determinada comunidade ou paróquia no período de 3 a 4 anos. A preparação da primeira visita era especialmente onerosa: previa 9 semanas de preparo. Bem mais simples era a preparação das revisitas que ocorriam num ritmo semestral. Os objetivos da “Ação de Mordomia” eram: a) avaliar (e se necessário, criar) as condições existentes na comunidade para a participação ativa de todos os membros; b) estabelecer a comunicação com todos os membros; c) convidar todos os membros a tornarem-se colaboradores de Deus através da mordomia fiel de seu tempo, bens e dons. Para que se ter uma noção mais clara da “Ação de Mordomia”, descrevemos a seguir as atividades preparatórias para a primeira visita.

 

4.1 – Preliminares

Após a decisão do presbitério em decidir realizar uma “Ação de Mordomia”, algumas tarefas organizatórias se impõe: a) disponibilizar de um arquivo atualizado contendo os dados de todos os membros; b) elaborar um calendário de 9 semanas no qual todas as fases da “Ação de Mordomia” estão fixados, c) escolher e elaborar um tema que irá nortear teologicamente a “Ação”, d) a subdividir a comunidade em setores de até 25 famílias, e) agrupar os primeiros dados da análise da situação da comunidade.

 

4.2 – Início dos trabalhos

  1. a) a primeira semana: No domingo que dá início à primeira semana de trabalhos, o presbitério da comunidade ou paróquia informa os membros acerca da resolução de realizar a “Ação” e convida a todos para a “reunião de preparação geral”. Nesta reunião, os membros serão informados acerca do tema, calendário e objetivos da “Ação” e elegem o “grupo de trabalho” que irá dirigir e orientar os trabalhos. Este grupo compõe-se do presidente (coordenador geral), do orientador de instrução (que coordena a equipe de orientação composta pelo instrutor de ensino, do instrutor de programa e do instrutor de pesquisa), do orientador de visitas (que escolherá seus auxiliares) e do secretário. Nesta primeira semana, acontecem ainda mais duas reuniões. A primeira “reunião de programação”, para a qual novamente está convidada toda a comunidade, tem como objetivo, após a apresentação de um levantamento estatístico inicial, coletar sugestões que confluirão na futura elaboração de um programa anual para a comunidade ou paróquia. A segunda “reunião de programação” reúne o presbitério, as diretorias dos diferentes setores da comunidade e o grupo de trabalho. Após a apresentação dos resultados da primeira reunião, os presentes fixam um programa com pontos concretos a partir das prioridades escolhidas.

 

  1. b) a segunda semana: esta semana é dedicada a reuniões do pastor com a equipe de instrução, visando preparar a instrução a ser desenvolvida durante a “Ação”. Além disso, o orientador de visitas e seus auxiliares irão reunir-se com o pastor para elaborar uma lista de possíveis “visitadores”.

4.3 – Treinamento da(s) equipe(s) de instrução

 

  1. c) a terceira semana: na quarta e quinta semanas da “Ação”, as equipes de instrução irão informar as famílias da comunidade ou paróquia a respeito da mordomia cristã e, assim, prepará-los para o domingo de visitação a ocorrer na sétima semana. Portanto, na terceira semana, os instrutores, ao longo de 4 noites, serão preparados para a tarefa de instruir as famílias no tocante a: a) informação à respeito da real situação da comunidade de acordo com os resultados da análise feita, b) explicação da mensagem bíblica da mordomia e c) exposição do programa anual da comunidade como prática concreta da mordomia e apresentação do “cartão de compromisso” .

 

4.4 – Instrução das famílias a serem visitadas

  1. d) a quarta e quinta semanas: para cada setor da comunidade o orientador de instrução encontrará uma família hospedeira disposta a receber as demais famílias para uma “reunião de famílias”. Assuntos da reunião serão os pontos preprarados acima com os instrutores.

 

4.5 – Preparação dos visitadores

  1. e) a sexta semana: objetivo maior do serviço de visitas é o restabelecimento da comunicação entre Deus e o ser humano, e derivada desta, a comunicação entre Igreja e membro. Para este serviço, os visitadores recebem preparo especial durante 4 noites na sexta semana da “Ação”. Conteúdo do treinamento são o tema da “Ação”, o programa anual da comunidade e o cartão de compromisso, além da metodologia da visita. Mais duas atividades organizacionais tem lugar na sexta semana: a formação de duplas de visitadores, a elaboração da escala de visitas, a comunicação às famílias acerca da data e horário da visita e convite para o culto do domingo de visitação.

 

4.6 – O domingo de visitação

  1. f) A sétima semana: O domingo de visitação na sétima semana é o ponto culminante da “Ação de Mordomia”. Ele inicia com um culto temático sobre a mordomia cristã que prevê a consagração dos visitadores. Após o culto inicia a visitação a toda comunidade. Cada família recebe um envelope contendo envelopes individuais para cada membro confirmado da família com o cartão de compromisso individual e 12 envelopes para as contribuições mensais. O conteúdo das visitas são novamente os pontos já tratados nas reuniões de famílias: teologia da mordomia, o programa anual da comunidade e o compromisso do membro acerca de seu tempo, bens e dons. Durante a visita, os membros preenchem o cartão de compromisso que será levado pelos visitadores em envelope lacrado para a igreja e depositado no altar.

 

4.7 – Avaliação e continuidade do trabalho de mordomia

  1. g) a oitava semana: no decorrer da oitava semana é feita a compilação de todos os dados resultantes das visitas e dos cartões de compromisso numa “reunião de relatório final”
  2. g) a nona semana: nesta semana acontece a “reunião de avaliação” para a qual são convidados todos as pessoas que colaboraram na “Ação de Mordomia” para a apresentação do resumo do relatório final. É eleita uma comissão composta por 3 membros com a tarefa de planejar e preparar a próxima revisita às famílias.

 

5 – Conseqüências do trabalho de mordomia nas comunidades e paróquias

Em seu relatório à 59.a Assembléia do Sínodo Riograndense em 1965, um ano após a instalação da Secretaria de Mordomia, Präses Gottschalk já relata acerca das conseqüências benéficas do trabalho de mordomia: “Mordomia cristã – sob este lema já começou em algumas comunidades urbanas e rurais do nosso sínodo uma verdadeira campanha de reavivamento, um movimento do qual esperamos que ele, pelo poder do Espírito Santo, se alastre e conquiste irresistivelmente em todas as comunidades os corações dos nossos irmãos.” No contexto do Sínodo Evangélico-Luterano Unido, Präses Stoer igualmente tem um desenvolvimento positivo a relatar em relação ao trabalho da mordomia, que em muitas comunidades suscitou “renovado interesse pela igreja, disposição para o engajamento ativo na vida comunitária”, além do “aumento notável da freqüência dos cultos”. Para exemplificar este desenvolvimento positivo na vida eclesiástica, referimos as conseqüências práticas em duas paróquias: Novo Hamburgo/RS e Joinville/SC.

 

A Comunidade de Novo Hamburgo

Uma pesquisa realizada em 1963 demonstrou a estagnação desta comunidade, apesar do crescimento da cidade. A pesquisa evidencia a “fuga de membros para outras denominações religiosas”, a “estagnação do nosso sistema escolar”, a “estagnação administrativa” e a “estagnação patrimonial”. Urgente era a reorganização financeira da comunidade em vista da necessidade de contar com mais pastores: “Segundo cálculos feitos, para dar aos nossos paroquianos a mesma assistência religiosa que em 1936, a nossa comunidade precisaria de seis pastores...”. No primeiro semestre de 1964, sob a coordenação de Olson e o engajamento de 23 colaboradores e 50 duplas de visitadores, aconteceu a primeira “Ação de Mordomia” em Novo Hamburgo. O resultado imediato foi o crescimento da freqüência dos cultos e o comprometimento de muitos membros a participar de grupos e setores da vida comunitária. Impressionante foi o comprometimento financeiro dos membros: “com referência ...à cooperação financeira, pela qual se comprometeram os visitados, o resultado foi 370% mais do que a contribuição anteriormente praticada”. A recuperação das finanças da comunidade possibilitou a organização imediata de mais 3 pastorados. Nos anos seguintes, houve também intenso desenvolvimento patrimonial. Até início dos anos 70, a paróquia havia construído mais de 3.000m2 de área para uso comunitário. O impulso recebido pela mordomia, possibilitou à Comunidade um desenvolvimento espiritual contínuo ao longo de, pelo menos, uma década. Devem ser citados a organização dos grupos “ECO”, mais tarde “ECOS” (sigla para “estudo”, “comunhão”, “oração” e “serviço”) e a “Ação 70 e 7” , a reorganização dos setores da comunidade visando pregação e serviço.

 

A Paróquia de Joinville

Em Joinville o trabalho de mordomia iniciou em 1965, sob a coordenação do pastor oriundo da “Missão Evangélica Luterana” , Otto C. Tollefson. A situação da Paróquia de Joinville, na época a maior comunidade luterana da América Latina, era diferente do referido acerca de Novo Hamburgo. Joinville contava com mais pastores e chamou Tollefson para um trabalho especial de evangelização e mordomia. Os resultados, igualmente, foram imediatos embora diferentes. Após a realização da “Ação de Mordomia”, a motivação espiritual foi canalizada para novas ofertas de edificação de comunidade. Destacam-se aqui os “Encontros no Caminho” que aconteciam em 50 grupos espalhados por toda cidade. Os encontros mensais eram dirigidos por leigos preparados para a tarefa. Outra conseqüência do trabalho de mordomia foi a instituição da Escola Bíblica que tinha o objetivo de promover o amadurecimento na fé, capacitação de lideranças para tarefas comunitárias e a preparação de jovens para o estudo da teologia.

 

6 - A crítica interna ao trabalho de mordomia

Apesar dos resultados, o movimento de mordomia recebeu críticas. Por um lado, a crítica teve motivação teológica e dirigiu-se contra as implicações do método utilizado. Por outro, dirigiu-se à Secretaria de Mordomia.

 

A crítica teológica partiu especialmente de Lindolfo Weingärtner. Via no trabalho de mordomia a tentação de “dar o grande salto”, “... um tipo de reavivamento programado, olhando pelos frutos da fé no próprio ato da sementeira.” Ademais, temia que o movimento de mordomia se transformasse num “ativismo desalmado” onde tudo é “institucionalizado e regulamentado” , levando a comunidade fatalmente ao legalismo e à justificação por obras. Influenciado pelo debate ecumênico acerca das estruturas missionárias da comunidade cristã, Weingärtner também critica a tendência da introversão eclesiástica. A teologia deverá lembrar a mordomia “que seu serviço é necessariamente dirigido ao mundo, que ela não poderá se dar por satisfeita com a conservação e consolidação de comunidades existentes e com a ativação interna de seus membros.”

 

A Secretaria de Mordomia, ocupada pelos pastores Olson e Burger respectivamente, sofreu críticas a partir de 1967. De um lado, criticava-se a liberação de um pastor para este serviço supra-paroquial em vista da aguda falta de pastores. De outro, Burger percebe que a resistência por parte dos pastores ao trabalho de mordomia é motivada pelo medo de um possível aumento do volume de trabalho na paróquia. Para Burger, se os pastores não estiverem dispostos a superar o pastorcentrismo reinante e promover a participação leiga, de fato, a mordomia significará aumento no volume de trabalho.

 

No final de 1968, Burger foi eleito Pastor Regional na nova Região Eclesiástica III. Nenhum sucessor foi chamado pela direção da IECLB . Assim, o trabalho da mordomia não teve continuidade. Poucas comunidades conseguiram manter o trabalho até meados dos anos setenta.

 

7 – A avaliação teológico-prática

  1. O êxito imediato do trabalho de mordomia deveu-se ao fato de que se tratou de um projeto de desenvolvimento de comunidade com uma clara estrutura, com passos e cronograma definidos previamente, treinamento adequado para os agentes envolvidos, materiais e literatura, coordenadores com experiência, além de clara identificação com a confessionalidade luterana. Importante também foi o fato de que se tratou de um programa realizado por leigos e leigas motivados, independente, portanto, da competência do pastor local.

 

  1. Outro fato preponderante para o êxito do trabalho de mordomia deveu-se ao fato de que correspondeu de forma adequada às necessidades das comunidades e paróquias. Trouxe, por exemplo, resultados financeiros imediatos, além de proporcionar um envolvimento leigo sem precedentes na história da IECLB. Assim, ajudou a minimizar ao mesmo tempo as dificuldades impostas pela concepção financeira do “Vereinskirchentum” e da “comunidade de atendimento” centrada no trabalho solitário do pastor.

 

  1. Outro fato positivo a ser destacado é a realização do trabalho de mordomia como evangelização. Isto evitou a concentração exclusiva na contribuição financeira e possibilitou uma evangelização elementar com conteúdos do primeiro artigo. O reconhecimento das dádivas e da fidelidade de Deus permitiu aos membros darem sua resposta de fé na vida pessoal e no envolvimento com a comunidade. Ademais, tratou-se de evangelização realizada pela própria comunidade, através de visitadores leigos que restabeleceram a comunicação da comunidade com os seus membros.

 

  1. O convite para a mordomia do tempo, bens e dons foi entendido com resposta de fé à graça justificante de Deus. Recuperou, assim, a importância das obras e da obediência da fé (CA VI e XX) para a teologia e práxis comunitária luterana.

 

  1. Positivo também foi o impulso dado pela mordomia para um planejamento comunitário e paroquial com objetivos e metas. Lembre-se aqui da reorganização dos fichários de membros até ao exercício de um planejamento estratégico rudimentar baseado numa análise da situação da comunidade. A organização da comunidade em setores desde o tempo do trabalho de mordomia tem sido importante instrumento para a comunicação com o membro e responsável pela descentralização das atividades comunitárias e surgimento de pontos de pregação e comunidades filiais em muitas paróquias da IECLB.

 

No momento em que na IECLB a discussão à respeito da relação entre fé, gratidão e compromisso retorna com importância e urgência, o trabalho de mordomia se oferece como um paradigma do passado que, como um espelho, tem muito a nos ensinar. Podemos aprender de acertos e erros, mas, sobretudo do engajamento apaixonado de leigas e leigos em prol da divulgação do evangelho e da edificação de sua Igreja.

 

 

  1. Dr. Paulo A. Butzke, em palestra no FÓRUM NACIONAL “FÉ, GRATIDÃO E COMPROMISSO”, 01-04 de junho de 2005, Rodeio 12/SC

 

(Resumo e adaptação do capítulo II.B (p. 78-120) do livro BUTZKE, Paulo. Gemeindeaufbau in Brasilien. Konzepte in der Evangelischen Kirche Lutherischen Bekenntnisses in Brasilien seit 1945. Erlangen: Erlanger Verlag für Mission um Ökumene, 1998. 523 p)