O CULTO DOMÉSTICO (2)
O Culto Doméstico como um Dever
Dada a importância do culto doméstico como uma força poderosa em ganhar incontáveis milhões para a verdade do evangelho ao longo das eras, não deveríamos nos surpreender por Deus exigir que os cabeças dos lares façam tudo que puderem para conduzir as suas famílias no culto ao Deus vivo. Josué 24.14-15 diz: “Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-O com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates (i.e., lá em Ur dos caldeus) ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais (i.e., aqui em Canaã). Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”.
Observe três coisas nesse texto: Primeiro, Josué não faz da adoração ou do culto a Deus vivo algo opcional. No v.14, logo depois de ordenar a Israel para que tema ao Senhor, ele enfatiza imediatamente, no v.15, que o Senhor quer ser adorado e servido voluntária e deliberadamente pelas nossas famílias.
Em segundo lugar, no v.15 Josué reforça o ato de culto a Deus nas famílias com o seu próprio exemplo. O v.1 deixa claro que ele está se dirigindo aos cabeças das famílias. O v.15 declara que Josué vai fazer aquilo que ele quer que as outras famílias de Israel façam: “servir ao SENHOR”. Josué tem uma liderança de tal ordem sobre a sua família que ele fala por toda a sua casa, assim diz ele: “Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”. Vários fatores reforçam esta ousada declaração:
Em terceiro lugar, a palavra servir no v.15 é uma palavra abrangente. É, na Escritura, traduzida muitas vezes como adorar. A palavra original não apenas abrange servir a Deus em todas as esferas da nossa vida, mas também em atos especiais de adoração. Aqueles que interpretam as palavras de Josué em termos vagos ou ambíguos perdem de vista o ensinamento essencial. Josué tinha em mente diversas coisas, inclusive a obediência a todas as leis cerimoniais que envolviam o sacrifício de animais que apontavam para o Messias vindouro, cujo sangue do sacrifício seria, de uma vez por todas, eficaz para pecadores.
Certamente todo marido, pai e pastor temente a Deus deve dizer com Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Buscaremos ao Senhor, o adoraremos e, como família, oraremos a Ele. Leremos a Sua Palavra, que é rica em instruções, e reforçaremos os seus ensinamentos em nossa família”. Cada pai representante precisa entender que, assim como diz Kelly, “o princípio da representação inerente ao pacto de Deus no trato com a nossa raça indica que o cabeça de cada casa deve representar a sua família diante de Deus no culto divino, e que a atmosfera espiritual e o bem-estar pessoal de cada família em longo prazo será afetado grandemente pela fidelidade — ou pela sua falta — do cabeça da família nessa área”.
De acordo com a Escritura, Deus hoje deveria ser servido por atos especiais de culto nas famílias nos três modos seguintes:
(1) Instrução diária na Palavra de Deus. Deus deveria ser cultuado pelas leituras e instruções diárias da Sua Palavra. Pais e filhos deverão interagir diariamente uns com os outros através de perguntas, respostas e instruções acerca da Verdade Sagrada. Como diz Deuteronômio 6.6-7: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (cf. Dt 11.18-19).
As atividades ordenadas por esse texto são atividades diárias que acompanham o deitar-se à noite, o levantar-se pela manhã, o reunir-se à mesa, e o andar pelo caminho. Numa casa organizada elas ocorrem em ocasiões específicas do dia e dão oportunidade a momentos diários de instrução regular e consistente.
Moisés não estava sugerindo uma conversinha, mas a conversação e a instrução diligentes que brotam do coração ardente de pais e mães. Moisés diz que as palavras de Deus devem estar no coração do pai. Os pais, genitores, têm o dever de ensinar diligentemente essas palavras à sua prole.
Um texto paralelo no Novo Testamento é Efésios 6.4: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação (i.e., instrução) do Senhor”. Quando os pais não puderem cumprir pessoalmente esse dever, eles devem encorajar as suas esposas a realizarem esse preceito. Por exemplo, Timóteo tirou grande proveito da instrução diária de uma mãe e de uma avó tementes a Deus.
(2) Orações diárias dirigidas ao trono de Deus. Jeremias 10.25 diz:
“Derrama a tua indignação sobre as nações que te não conhecem e sobre as gerações que não invocam o teu nome” (ARC). Embora seja verdade que no contexto de Jeremias 10.25 a palavra gerações refere-se aos clãs, ela também se aplica a famílias individuais. Vamos raciocinar partindo do maior para o menor.
Se a ira de Deus se derrama sobre clãs ou grupo de famílias que negligenciam a oração em comunidade, quanto mais não se derramará ela sobre as famílias individuais que se recusam a invocar o Seu nome? Todas as famílias devem invocar o nome de Deus, senão submeter-se-ão à Sua indignação.
A família deve reunir-se diariamente para orar, exceto por impedimento previamente planejado. Considere o Salmo 128.3: “Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa”. As famílias comem e bebem à mesa da provisão diária recebida de um Deus gracioso. Para fazer isso de modo cristão a família deve seguir I Timóteo 4.4-5: “pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado”. Se se desejar comer e beber para a glória de Deus (1Co 10.31) e o alimento a ser comido estiver separado com esse propósito, diz Paulo que é necessário que seja santificado pela oração; e assim como oramos para que a comida e a bebida sejam santificadas e abençoadas para a nutrição dos nossos corpos, também devemos orar para que as bênçãos da Palavra de Deus nutram as nossas almas. “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Dt 8.3; Mt 4.4).
Além disso, as famílias não cometem pecados diários? Não deveriam, também, buscar o perdão diário? Deus não as abençoa de muitas maneiras a cada dia? Não deveriam reconhecer essas bênçãos com ações de graças a cada dia? Não deveriam reconhecê-lo em todos os seus caminhos, rogando-Lhe para que as conduza por Suas veredas? Não deveriam se entregar diariamente aos cuidados e proteção de Deus? Como afirmou Thomas Brooks: “Uma família sem oração é como uma casa sem telhado: aberta e exposta a tudo quanto é tempestade que cai do céu”.
(3) Louvar diariamente a Deus com cânticos. Diz o Salmo 118.5: “Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas”.
É uma referência clara ao cantar. O salmista diz que há (não disse meramente que deveria haver) este som nas tendas dos justos. Philip Henry, pai do famoso Matthew Henry, acreditava que esse texto estabelece a base bíblica para o cântico de salmos nas famílias. Ele argumentava que das tendas dos justos vem o cântico jubiloso. Isso envolve tanto o cantar em família quanto o cantar no templo. Por isso, o som da salvação e da alegria deveria ser ouvido diariamente nos lares. De modo semelhante, diz o Salmo 66.1-2: “Aclamai a Deus, toda a terra.
Salmodiai a glória do seu nome, dai glória ao seu louvor”. Aqui, o dever de louvar a Deus com cânticos, impõe-se a todas as terras, a todas as nações, a todas as famílias, a todas as pessoas. Em segundo lugar os nossos cânticos devem ser os salmos dados pela inspiração de Deus que manifestam a honra do Seu Nome — o verbo “salmodiai” (zamar) é raiz da palavra salmo (mizmor), e é vertido por “cantar salmos” noutro lugares (Sl 105.2; cf. Tg 5.13). Em terceiro lugar, devemos louvá-lO de modo digno, em alta voz (2Cr 20.19), e com graça no coração (Cl 3.16), fazendo assim o Seu louvor glorioso.
O SENHOR deve ser adorado diariamente pelo cântico de salmos. Deus é glorificado e as famílias são edificadas. Como esses cânticos são Palavra de Deus, cantá-los é um meio de instrução, iluminação e entendimento. Louvar, na medida em que vai aquecendo o coração, leva à piedade. As graças do Espírito são avivadas em nós e nos estimulam ao crescimento em graça. “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).
Como chefes de família temos de pôr em praticar o culto doméstico em casa. Deus exige que O adoremos não apenas particularmente como pessoas, mas também em público como membros do corpo e da comunidade da Aliança, e socialmente, como famílias. O Senhor Jesus é digo disso, a Palavra de Deus o ordena, e a consciência o reconhece como nosso dever. As nossas famílias devem ser fiéis a Deus. Deus nos colocou em posição de autoridade para guiarmos os nossos filhos no caminho do Senhor. Não somos apenas seus amigos e conselheiros; como seus mestres e senhores no lar o nosso exemplo e liderança são cruciais. Revestidos de santa autoridade, devemos a nossos filhos o ensinamento profético, a intercessão sacerdotal e a verdadeira orientação (veja a Pergunta 32 do Catecismo de Heidelberg). Devemos dirigir o culto doméstico pela Escritura, oração e cântico.
Os que dentre nós são pastores, têm a obrigação de informar amorosamente aos chefes de família que eles devem conduzir as suas casa na adoração a Deus do mesmo modo que Abraão o fez: “Porque eu o escolhi”, disse Deus, “para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito”. (Gn 18.19).
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 6-9.
II - O CULTO NO LAR.
1 - Organizando o culto doméstico.
Se possível, é desejável que toda a família esteja reunida, em volta da mesa, ou na sala de visitas, de maneira informal, mas reverente. Porém, se todos não puderem reunir-se, por motivo de trabalho ou de estudo, os pais devem combinar a escolha de um horário em que pelo menos a maior parte dos familiares esteja presente ao culto doméstico. Outro obstáculo é o cansaço das atividades diárias. Mas tudo deve ser feito para que o lar tenha o momento de adoração a Deus. O maior obstáculo, no entanto, é a pouca importância que se dá ao culto doméstico. As novelas, os filmes, os esportes e outros programas de TV têm mais valor para muitos cristãos. Filhos passam horas a fio nas redes sociais, e não falta tempo para isso. M as para a adoração a Deus há muitas desculpas. Um dia, poderemos ser questionados por Deus.
Os obstáculos dificultam, mas não devem ser usados como desculpas para a não realização do culto doméstico. Os obstáculos podem ser vencidos com o Poder do Espírito Santo e o esforço de todos, principalmente dos líderes do lar (Pai e mãe). Há tempo para todo propósito (Ec 3.1); Podemos tudo naquele que nos fortalece (Fp 4.13). O inimigo do lar pode agir com base nas desculpas. É necessário colocar o culto doméstico como prioridade. Só traz benefícios e bênçãos para toda a família.
Não há um roteiro único. O programa simples do culto doméstico pode variar conforme a realidade da família. Sugerimos a seguir um roteiro básico, que sempre foi usado em nossa família, e nos trouxe ótimos resultados. Hoje, pela graça e misericórdia de Deus, podemos dizer: “eu e minha casa servimos ao Senhor”.
Muitas orações foram respondidas, até mesmo de causas que pareciam “impossíveis”. As orações não devem ultrapassar cinco a sete minutos.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 1221-124.
Pondo em Prática o Culto Doméstico
Eis algumas sugestões para auxiliarem a se estabelecer nos lares um culto doméstico que honre a Deus. Cremos que isso evita dois extremos: a abordagem idealista que está muito além do alcance até mesmo do lar mais temente a Deus; e a abordagem minimalista, que abandona o culto doméstico diário porque o ideal parecer estar bem longe de ser alcançado. Preparando-se para o Culto Doméstico Mesmo antes de começar o culto doméstico, devemos orar em particular pela bênção de Deus sobre ele. Em seguida devemos planejar o “o que”, “o onde” e “o quando” do culto doméstico.
Primeiro, tenha Bíblias e exemplares do Saltério e folhas de cânticos para todas as crianças que sabem ler. Para as criancinhas que ainda não sabem ler, leia alguns versículos da Escritura e selecione um texto para ser decorado pela família. A família deve dizê-lo várias vezes em voz alta e então, para ilustrar o texto, reforce-o com uma breve história da Bíblia. Reserve tempo para ensinar a essas crianças uma ou duas estrofes de uma seleção do Saltério e encoraje-as a cantá-las com você.
Para as criancinhas, experimente utilizar “As Verdades da Palavra de Deus”, com um guia para professores e pais que ilustra cada uma das doutrinas.
Para as crianças maiores de nove anos experimente a série “Doutrina da Bíblia” de James Beeke, que vem com o livro do professor. Em qualquer caso, explique às crianças aquilo que lê, e faça-lhes uma ou duas perguntas. Depois cante um ou dois salmos e um hino edificante ou um bom cântico como “Ouse ser como Daniel”. Conclua com uma oração.
Leia uma passagem da Escritura para as crianças mais velhas, memorize-a com elas e faça a aplicação de um provérbio. Pergunte-lhes como é possível aplicar esses versículos à vida diária, ou talvez leia uma porção dos evangelhos e a sua seção correspondente nos “Pensamentos Expositivos sobre os Evangelhos” de J. C. Ryle, que é simples, mas profundo. Seus pontos são claros e ajudam a promover discussão. Talvez queira ler porções de uma biografia inspiradora. Não permita, contudo, que a leitura de literatura edificante substitua a leitura da Bíblia e a as suas aplicações.
“O Peregrino” e a “Guerra Santa” de John Bunyan, ou as meditações diárias de Charles Spurgeon são apropriadas a crianças espiritualmente mais conscientes. Crianças maiores se beneficiarão também do livro de William Jay, “Exercícios [Espirituais] Matinais e Vespertinos”, do “Tesouro Espiritual” de William Mason, e do “Porções Matinais e Vespertinas”. Depois dessas leituras cante alguns salmos conhecidos e talvez aprenda um novo antes de concluir com uma oração.
Devem-se usar também os credos e as confissões da igreja. Deve-se ensinar às crianças menores o Credo dos Apóstolos e a Oração do Senhor. Se você for aderente dos padrões de Westminster, leve seus filhos a memorizarem o Breve Catecismo pouco a pouco. Se na sua congregação prega-se o Catecismo de Heidelberg, nos sábados pela manhã leia o “Dia do Senhor” desse Catecismo que o ministro usará para pregar à igreja no domingo imediato. Se tiver o Saltério, pode-se usar ocasionalmente as formas de devoção que se encontram em “Orações Cristãs”.6 O uso dessas formas em casa dará a você e a seus filhos a oportunidade de aprenderem a usá-las de modo edificante e proveitoso, habilidades que lhe serão totalmente proveitosas quando as formas litúrgicas forem usadas como parte do culto público.
Para algumas famílias o culto doméstico é quase impossível mais que uma vez ao dia, depois do jantar. De um modo ou de outro, os chefes de família devem estar atentos aos horários da casa de modo a garantir a participação de todos. Ao programar o horário da família aplique o princípio de Mateus 6.33 (“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”).
Mantenha cuidadosamente o horário do culto doméstico. Se souber com antecipação que, num certo dia, não será possível realizá-lo no horário normal, redefina o horário do culto, mas não deixe de cumpri-lo, isso pode cair no costume. Quando conseguir cumprir os horários que determinou, planeje cuidadosamente e prepare tudo de antemão para fazer valer cada minuto. Lute contra todos os inimigos do culto doméstico.
Durante o Culto Doméstico
Durante o culto doméstico tenha os seguintes objetivos:
Se você realiza o culto doméstico duas vezes no dia, tente dez minutos pela manhã e um pouco mais à noite. Um período de vinte e cinco minutos de culto doméstico poderia ser distribuído assim: dez minutos para leitura e instrução bíblica; cinco minutos para ler uma porção diária ou um livro edificante ou discutir alguma questão à luz da Bíblia; cinco minutos para cantar; e cinco minutos para orar.
Não admita justificativas para não fazer o culto doméstico. Se perdeu a paciência com um dos filhos meia hora antes da hora do culto doméstico, não diga: “seria hipocrisia minha dirigir o culto doméstico, vou deixar de fazê-lo hoje”. Não é preciso fugir de Deus em tais momentos. Antes, deve voltar-se para Deus como um publicano arrependido. Comece o momento de culto pedindo a todos aqueles que testemunharam a sua falta de controle que lhe perdoem, em seguida ore a Deus para que o perdoe. As crianças lhe respeitarão por isso. Elas tolerarão as fraquezas e até mesmo os pecados em seus pais, desde que eles confessem os seus erros e procurem seguir sinceramente o Senhor. Eles e vocês sabem que o sumo sacerdote do Velho Testamento não era desqualificado por ser pecador, por isso é que antes de poder oferecer sacrifícios pelos pecados do povo ele era obrigado a oferecer sacrifícios em favor de si mesmo. Tampouco você e eu somos desqualificados hoje por causa de pecados confessados, pois a nossa suficiência está em Cristo e não em nós mesmos. Como disse A. W. Pink: “Não são os pecados do crente, mas os seus pecados inconfessos, que obstruem o canal da bênção e faz com que tantos percam o melhor de Deus”.
Dirija o culto doméstico com mão firme e paternal, e coração sereno e penitente. Mesmo quando estiver extremamente cansado depois de um dia de trabalho, ore por forças para levar adiante a sua responsabilidade de pai. Lembre se de que Jesus Cristo foi à cruz por você cansado ao extremo e exaurido, mas nunca retrocedeu da Sua missão. Ao negar-se a si mesmo, verá como Ele lhe fortalece durante o culto doméstico de tal modo que na hora de o encerrar, a sua exaustão estará superada.
Espere por grandes coisas de um grande Deus que é fiel à Aliança.
Sejamos mais específicos:
Crianças mais velhas poderão ler quatro ou cinco versículos cada uma, ou pode-se determinar a leitura completa para cada um dos filhos a cada dia. Ensine os seus filhos como ler articuladamente e com expressão. Não os deixe mastigar as palavras nem as metralhar de uma vez. Ensine-as a ler com reverência. Ofereça uma breve palavra de esclarecimento ao longo da leitura, conforme as necessidades das crianças menores.
A leitura da Escritura em família deve ser algo comum e recomenda se que conversem sobre ela e que essa discussão leve-os ao bom uso daquilo que foi lido e ouvido. Por exemplo, se a palavra lida condenou algum pecado deve-se cuidar para que toda a família esteja prudentemente atenta e vigilante contra ele; se o texto menciona uma ameaça ou a aplicação dela, toda a família deve temer que o mesmo juízo, ou pior, caia sobre ela caso não se resguarde do pecado que a motivou; e, finalmente, se exigiu o cumprimento de uma obrigação ou discorreu sobre uma promessa, os familiares devem ser estimulados a buscarem de Cristo o fortalecimento e a capacitação para cumprirem o dever que lhes foi ordenado e para receberem o consolo oferecido. Em tudo isso o chefe da casa deve ter a liderança, mas qualquer um dos membros da família pode suscitar questões ou dúvidas a serem resolvidas.
Encoraje o diálogo da família em torno da Palavra de Deus conforme o conhecido procedimento hebraico de perguntas e respostas (cf. Êx 12; Dt 6; Sl 78). Estimule especialmente os adolescentes a que façam perguntas; ajude-os a se soltar. Se não souber as respostas, diga-lhes e os encoraje a procurá-las. Tenha um ou mais comentários à mão, como os de João Calvino, Matthew Poole e Mathew Henry. Lembre-se: se você não conseguir dar respostas aos seus filhos eles as conseguirão num outro lugar qualquer — e quase sempre as respostas erradas.
Diga aos seus filhos: “nós lhes daremos todos os privilégios que uma Bíblia aberta nos permitir dar, mas se lhes dissermos não, vocês precisarão entender que isso vem do nosso amor”. Como disse Ryle: “o amor é o grandioso segredo do treinamento bem-sucedido. O amor da alma é a alma de todo amor”.
Desenvolva uma oração mais variada trazendo à memória e reforçando os diferentes ingredientes da oração verdadeira, que são: Invocação, adoração e dependência. Comece mencionando um ou dois títulos ou atributos de Deus, assim como: “Gracioso e Santo Deus...”. A isso acrescente a declaração do seu desejo de adorar a Deus e a sua dependência da assistência dEle à sua oração. Diga, por exemplo: “Curvamo-nos humildemente diante de Ti, que és digno de ser adorado; oramos para que as nossas almas sejam elevadas à Tua presença. Assiste-nos com o Teu Espírito. Auxilia-nos a clamar pelo nome de Jesus Cristo, somente por quem podemos nos achegar a Ti”.
A confissão dos pecados da família. Confesse a corrupção da nossa natureza e em seguida confesse pecados cometidos de fato — especialmente os pecados diários e os pecados da família. Reconheça o castigo que merecemos das mãos de um Deus santo, e peça-Lhe para que perdoe todos os seus pecados por causa de Cristo.
Petição por misericórdia pela família. Peça a Deus para que os livre do pecado e do mal. Você poderia dizer: “Ó Senhor, perdoa os nossos pecados pelo Teu Filho. Submete as nossas iniquidades pelo Teu Espírito. Livra-nos da escuridão natural das nossas mentes e da corrupção dos nossos corações.
Livra-nos das tentações a que fomos expostos hoje”.
Peça a Deus para lhe conceder bens espirituais e temporais. Ore para que Ele supra cada uma das necessidades cotidianas. Ore para que as suas almas estejam prontas para a eternidade.
Lembre-se das necessidades familiares e interceda pelos amigos da família. Lembre-se de orar, em todas essas petições, para que seja feita a vontade de Deus; contudo não deixe que a sua submissão à vontade de Deus lhe impeça de argumentar com Deus. Rogue para que Ele ouça as suas petições. Suplique por cada um dos seus familiares, no caminho deles para a Eternidade. Intercede em favor deles apelando à Sua misericórdia, ao Seu relacionamento pactual com você e ao sacrifício de Jesus Cristo.
As ações de graças como família. Agradeça a Deus pela comida e pela bebida, pelas misericórdias providenciais, pelas oportunidades espirituais, pela recuperação de saúde, pelo livramento do mal. Confesse: “As Tuas misericórdias são a causa de não sermos consumidos como família”.
Lembre-se da resposta à Pergunta 116 do Catecismo de Heidelberg, que diz:
“Deus só concederá a Sua graça e o Espírito Santo àqueles que constante e sinceramente Lhe pedem esses dons e que Lhe são gratos por eles”.
Conclusão. Bendiga a Deus por Ele ser quem Ele é e pelo que tem feito. Rogue para que o Seu reino, poder e glória sejam sempre manifestos. Depois conclua com um “amém”, que significa: “com certeza será assim”.
Matthew Henry disse que o culto doméstico matinal é um momento especial de louvor e para suplicar por forças para o dia e pela bênção divina sobre as suas atividades. O culto doméstico à noite deveria enfocar a gratidão, a reflexão penitente e as súplicas humildes pela noite.
Por exemplo, veja no Saltério o número 53: “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará”. O texto é simples o suficiente para qualquer criança que já aprendeu a falar; só existem três palavras de mais de duas sílabas (justiça, transborda, eternamente). Palavras como “justiça”, “bondade” e “misericórdia” devem ser apontadas e explicadas antes. Não se esqueça de começar dizendo às crianças que um pastor é alguém que toma conta das ovelhas que ele tem e que ama! Não é sábio assumir que essas coisas são suficientemente claras e auto evidentes.
Depois do Culto Doméstico
Quando se recolher à noite ore para que Deus abençoe o culto doméstico: “Senhor, usa a instrução para salvar a nossos filhos e para fazê-los crescer em graça e colocarem a sua esperança em Ti. Usa o nosso louvor ao Teu nome para que o Teu nome, o Teu Filho e o Teu Espírito sejam amados por suas almas imortais. Usa as nossas orações vacilantes para trazer os nossos filhos ao arrependimento. Senhor Jesus Cristo, sopra sobre a nossa família nesse momento de adoração o Teu Espírito e a Tua Palavra. Que estes sejam momentos de concessão de vida”.
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 10-17.
Jó. 1.4. Seus filhos iam às casas uns dos outros. Jó era homem ativo, que se movimentava e ia a muitos lugares, realizava muitas coisas e era bem-sucedido em tudo quanto fazia. Seus filhos eram honrados pelos vizinhos, sendo convidados para muitas festas, e as filhas (bonitas, sem dúvida) eram favorecidas, sendo convidadas para os lares de criadores de gado e fazendeiros prósperos, cujos filhos queriam tê-las como esposas. Essa “situação familiar" ajudava Jó a prosperar cada vez mais. O texto, contudo, não dá a entender “prazeres descuidados", que poderiam fazer parte da queda de Jó, conforme uma de minhas fontes pretende. Peio contrário, Jó tinha uma boa família que era querida pelos seus vizinhos. Nenhum de seus filhos dava trabalho e todos seguiam o seu bom exemplo. Naturalmente, quando a tribulação chegou, sua família foi avassalada, mas isso foi resultado do sofrimento de Jó, não a causa. A pergunta que o autor sagrado apresenta é: “Por que os inocentes sofrem?”. Ele não falará sobre carma.
O autor sagrado enfatiza “o amor e a harmonia dos membros da família de Jó, em contraste com a mina que logo interrompeu tão bela cena de felicidade... A narrativa dá a entender que a série de festas eram os aniversários de cada filho ou filha” (Jamielson, in loc.). É possível que tais celebrações fossem confinadas a tempos específicos, provavelmente a festas de sete dias, nas quais mais de uma pessoa era honrada.
“Os filhos desse príncipe edomita eram, ao que tudo indica, solteiros, e, no entanto, cada um deles mantinha sua casa de uma maneira real (cf. II Sam. 13.7;
14.28 ss.). Tão incomum era a harmonia fraterna, que regularmente eles se reuniam para ter banquetes em família, para os quais convidavam seus irmãos, costume excepcional no antigo Oriente" (Samuel Terrien, in loc.).
Jó. 1.5. Chamava Jó a seus filhos e os santificava. Jó era homem piedoso, e assim fazia com que aquelas muitas festas se tomassem ocasiões de observância religiosa com o apropriado cerimonial de purificações e sacrifícios. Jó queria ter certeza de que, se algum de seus filhos tivesse pecado, esse pecado seria expiado, e nenhum empecilho viria de alguma inadequação espiritual. Ele se preocupava com que nenhum de seus filhos viesse a amaldiçoar secretamente a Deus. Ele considerava cuidadosamente o bem-estar espiritual de sua família. O autor sagrado nos diz que Jó era próspero e piedoso, e que a tragédia atingiria um homem inocente; de nós espera-se que perguntemos: “Por quê?". Jó era um homem muito rico, porquanto era rico tanto espiritual quanto materialmente. A prosperidade sempre arrasta sua própria ameaça. Os ricos acabam por voltar-se à idolatria de muitas espédes, literais e espirituais. Mas não era esse o caso de Jó. Ele provou que é melhor um crente ser rico do que pobre, e que o homem espiritual não tem dificuldade para manusear dinheiro, que, afinal, pode ser uma fonte de sen/iço espiritual.
Os Sacerdotes da Família. Sabemos que originalmente o pai era o sacerdote da família. Mais tarde, entre o povo hebreu, surgiu o clã sacerdotal, os levitas, o que transformou a tribo deles em uma casta religiosa. Portanto, muitos dos deveres que cabiam antes aos sacerdotes foram formalizados em adoração pública. Mas a história de Jó é posta dentro do período patriarcal, quando o chefe de uma
família era também o sacerdote da família. Sem dúvida, é isso o que está por trás da cena referida neste versículo, onde Jó oferece pessoalmente os devidos sacrifícios. Presumimos que o autor sacro esteja atribuindo à sociedade árabe o tipo de condições que existiam na sociedade hebreia. Os árabes, afinal, eram filhos de Abraão e tinham as mesmas tradições essenciais dos hebreus.
E blasfemado contra Deus em seu coração. Cf. Jó 2.6,9. Satanás supunha que os homens dotados de riquezas, até mesmo o piedoso Jó, privados de seus bens materiais e de seus familiares, transformar-se-iam em amaldiçoadores de Deus.
O Drama no Céu: Deus e Satanás Disputam sobre Jó (1.6-12)
Yahweh Recomenda Jó; Primeiro Ato do Drama (1.6-8)
Jó era elogiado pelos homens, e também foi elogiado por Deus. O Adversário (Satanás), em suas andanças pela terra, tinha observado Jó, aquele grande homem, mas não demonstrou respeito por ele e duvidou da autenticidade de sua espiritualidade, questionando a avaliação feita por Deus.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1864.
Jó. 1.4 — Cada filho de Jó participava de um banquete com seus irmãos, cada um no seu dia. Esta expressão pode referir-se à comemoração de aniversário. No entanto, o contexto do versículo 5 pode indicar um ciclo regular de festividades e banquetes, talvez semanal ou sazonal.
Jó. 1.5 — Quando Jó santificava seus filhos por meio das orações e dos holocaustos que oferecia a Deus a favor deles, cumpria um papel de intercessor; assim como quando orou por seus amigos no epílogo (Jó 42.10). Quanto à expressão blasfemaram de Deus, o texto original em hebraico registra não bendizer a Deus — provavelmente um eufemismo de amaldiçoar, uma substituição feita por um escriba hebreu por não suportar escrever a palavra blasfemaram próxima ao nome divino.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 784.
Mc. 12.30,31 — O primeiro mandamento resume os quatro primeiros dos Dez Mandamentos. O segundo é a base dos mandamentos que vão do quinto ao décimo e referem-se à maneira como lidamos com nosso semelhante. Alguns estudiosos tentaram encontrar um terceiro mandamento: “ame a si mesmo”. No entanto, isso não é um mandamento, mas algo óbvio. Nós nos amamos mesmo. E por isso que corremos para pegar a caixinha de primeiros socorros quando nos machucamos.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 123-124.
Mc.12.29-31 - As leis de Deus não são difíceis de serem cumpridas: podem ser resumidas em dois princípios muito simples: amar a Deus e ao próximo. Estes mandamentos estão no AT (Dt 6.5: Lv 19.18). Quando você ama a Deus completamente e cuida do próximo como de si mesmo, está cumprindo os Dez Manda mentos e outras leis do AT. De acordo com Jesus, esses dois mandamentos resumem todas as leis de Deus. Deixe que elas governem seus pensamentos, suas decisões e ações. Quando não tiver certeza do que deve fazer, pergunte a si mesmo o que demonstrará melhor seu amor por Deus e pelo próximo.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 120.
3 - Eu e minha casa servindo ao Senhor.
Objeções ao Culto Doméstico
Algumas pessoas citam as seguintes razões contra o culto doméstico em momentos regulares:
Como disse Jesus: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20).
Contudo, não estenda demais a discussão, senão não conseguirá manter o interesse de todos. Se os adolescentes quiserem continuar a conversa, recomece-a depois de ter encerrado com uma oração e de ter dispensado os pequenos. Semelhantemente, enquanto você ensina aos pequenos, os mais velhos estão ouvindo. Eles também estão aprendendo pelo exemplo como ensinar às crianças menores. Quando casarem e tiverem filhos vão se lembrar de como você conduzia o culto doméstico.
Um pecado não justifica o outro. O padrão mental que apresenta essa objeção é perigoso. Quem não é convertido jamais poderá recorrer à condição de inconverso para negligenciar um dever. Não encoraje os seus filhos a usarem essa desculpa para fugirem do culto doméstico. Enfatize a necessidade que têm de utilizarem todos os meios de graça.
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 17-20.
Dt. 6.7 — E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. A revelação de Deus seria uma coisa tão importante para uma família dedicada ao Senhor que os mais velhos poderiam falar naturalmente do Criador enquanto estivessem desempenhando outras atividades.
Dt. 6.8,9 — Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. Nos anos posteriores, os judeus interpretaram literalmente essas instruções. Eles orientaram os homens a usarem os filactérios1 quando orassem (Mt 23.5). Em todo caso, a ideia era as leis de Deus estarem na mente e na mão das pessoas o tempo todo (compare com Êx 13.9,16; Pv 3.3;6.21). Havia também o ensinamento e as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Isso porque, no costume judaico, é comum fixar uma pequena caixa, chamada mezuzá, nos batentes das portas. Dentro dela é colocado um pequeno rolo em que está escrito o texto de Deuteronômio 6.4-9; 11.13-21, e o nome de Deus Shaddai.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 323-324.
Também as atarás... na tua mão (8). Os judeus antigos, interpretando à letra este versículo, encerraram em pequenas caixas, chamadas filactérios, alguns passos escritos da Lei, que atavam depois à cabeça ou às mãos. Cf. Mt 23.5; 11.20 nota; 17.18 nota.
Escreverás (9). Também se alude à escrita da Lei em 4.13; 5.22; 9.10; 10.2,4; 11.20; 17.18; 24.1; 27.3,8; 28.58,61; 29.20-21,27; 30.10; 31.9,19,22,24. Tais referências foram outrora consideradas anacrônicas, mas escavações recentes trouxeram a lume documentos irrefutáveis a comprovar a larga utilização da escrita no tempo de Moisés, embora cuneiforme ou à base do primitiva alfabeto hebraico. Moisés aprendeu a escrever provavelmente no Egito (At 7.22). Josué devia também saber escrever, como tantos outros israelitas, apesar de ser frequente nesse tempo o emprego de "escribas" ou "copistas".
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Deuteronômio. pag. 33.
7a. Tu as inculcarás a teus filhos. O caráter familiar da administração convencional exige que os filhos sejam educados sob o governo das estipulações (cons. 20 e segs.). Dia e noite os crentes deviam meditar nas leis de Deus (vs. 7b-9; cons. Sl. 1:2). Moisés não estava aqui fazendo exigências cerimoniais, mas elaborando com dados concretos a exigência de uma constante focalização de solicitude com a boa vontade do Senhor de Israel.
MOODY. Comentário Bíblico Moody. Deuteronômio. pag. 23.
1 Tm 1.2 — Timóteo foi um jovem cristão, de Listra, que viajou e atuou junto com Paulo durante sua segunda e terceira viagens missionárias (At 16.2,3). Verdadeiro filho se refere ao filho legítimo, que possuía todos os direitos e privilégios como membro da família. Paulo queria mostrar que aceitava totalmente Timóteo como cristão, como filho na fé. A saudação graça (gr. charis) era o olá dos gregos.
Mas significa receber o que não se merece. A salvação em Cristo é pela graça (Ef 2.8,9). Misericórdia (gr. eleos) significa não receber [a punição] que na verdade se mereceria. Somente nas epístolas pastorais Paulo quebra seu padrão usual de saudar com a expressão graça e paz, incluindo, na saudação, também misericórdia. Evangelistas e pregadores, certamente, precisam de misericórdia. Paz (gr. eirenê) significa reunir o que foi separado. Cristo é a nossa paz (Ef 2.14), porque nos une a Deus.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 586.
1:2: α Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: grata, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
«.Timóteo.» As cartas pastorais foram enviadas a dois crentes individuais, isto é, Timóteo e Tito; ainda assim seria correto dizermos que essas epístolas foram dirigidas a uma classe de pessoas, a saber, os líderes da igreja, os pastores é diáconos, e, mais especificamente ainda, aqueles «pastores» que foram revestidos de uma autoridade que vai além de uma só comunidade cristã, estendendo-se a outras comunidades idênticas, mais ou menos a função atribuída ao termo bispo, hoje em dia. Pode-se observar que Timóteo é visto como quem tinha autoridade de nomear outros pastores, que servissem em suas respectivas áreas. Timóteo figura como o bispo ideal, em relação à sua igreja e à área geral em derredor, como Éfeso e os territórios circunvizinhos, pois em cada cidade principal havia uma comunidade cristã. Tito, por outro lado, é visto como o «bispo missionário» ideal, que trabalha em uma área onde novas igrejas estão sendo iniciadas, e onde aquelas que existem na sede ainda são fracas e problemáticas. A essas «classes» de líderes cristãos é que as «epístolas pastorais» são particularmente dirigidas; mas também, de modo geral, elas são dirigidas ao «ministério» da igreja.
«...verdadeiro filho na fé...» Com base no décimo sexto capítulo do livro de Atos e outros trechos bíblicos, onde Timóteo é mencionado, não se pode obter a ideia que Timóteo era um dos convertidos de Paulo, e, sim, que o apóstolo já o conheceu convertido ao evangelho, visto que, por assim dizer, procedia de uma «família crente». Somente nas epístolas pastorais é que encontramos a ideia que ele era, realmente, um dos convertidos de Paulo. Como e quando isso aconteceu, o livro de Atos não nos fornece a mínima ideia. Mas o trecho de II Tim. 1:5 mostra-nos que Timóteo pertencia a uma família piedosa, desde sua avó, Loide, passando por sua mãe, Eunice, mulheres de notável fé no Senhor. Não há que duvidar que, antes de tudo, eram judias piedosas, que em seguida se converteram ao cristianismo, o que, como é claro, serviu de extraordinário avanço em sua fé e expressão espiritual. Timóteo, pois, seguiu as pegadas de sua avó e de sua mãe, o que demonstra o grande poder do exemplo. (Quanto a notas expositivas sobre isso, ver I Cor. 1 1 :1). Um pai deve três coisas a seus filhos: exemplo, exemplo, exemplo. E isso era o que Paulo, como pai espiritual de Timóteo, deu a ele—uma herança incalculável.
«...verdadeiro filho...» porque não havia dúvidas quanto à genuinidade de sua fé em Cristo, em seu discipulado cristão. Timóteo se tornara companheiro de viagens de Paulo, um cooperador responsável, sendo considerado com o pessoa de elevados méritos e de grande utilidade, conforme se vê nos seguintes trechos: II Cor. 1:1; Col. 1:1; Fil. 1:1; I Tes. 1:1 e II Tes. 1:1. Deve-se notar que seu nome é incluído, juntamente com o de Paulo, c om o um dos enviadores das epístolas imediatamente mencionadas; e dificilmente Paulo lhe teria d ad o essa honra se não considerasse um valioso cooperador do evangelho, um elemento de considerável responsabilidade. Em Fil. 2:22, Timóteo é referido como alguém que servia a Paulo como um filho a seu pai. Todavia, há outras interpretações sobre a expressão «verdadeiro filho», aplicada a Timóteo: 1. Timóteo era filho de mãe judia e de pai grego (ver Atos 16:1). Isso de acordo com a lei judaica, fazia dele um filho « ilegítimo », embora o cristianismo não tivesse essa atitude, segundo se vê em I Cor. 7:14. Todavia, sua «legitimidade» deve ser considerada como algo que ocorria na área da fé cristã, em seu «nascimento espiritual». Essa interpretação se afasta muito da realidade do caso.
«...na fé...» 'A s «epístolas pastorais», em contraste com o uso neotestamentário normal, empregam frequentemente esse termo, em sentido «objetivo». Aqui, por exemplo, mui provavelmente a «fé cristã», está em foco, o «sistema cristão», como uma entidade espiritual distintiva. Mas normalmente a palavra «fé» é usada em sentido «subjetivo », isto é, dedicação pessoal da alma a Cristo, dependência a ele, o ato da pessoa que «confia em» Cristo. (Ver Heb. 11:1 quanto a notas expositivas completas sobre a «fé»). Entretanto, fica entendido o sentido «subjetivo», quando o sentido «objetivo» é usado, porquanto não haveria fé cristã se não houvesse crentes. Portanto, todo uso objetivo subentende o uso subjetivo, ainda que não seja salientado particularmente isso. E esse sentido «objetivo» é frequentemente usado nas «epístolas pastorais». (Comparar com outros casos possíveis: I Tm. 1:19; 3:9; 13; 4:1; 5:8; 6:10;21; II Tim. 3:8; 4:7; Tito 1:4,13 e 3:15)!
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 277-278.
2 Tm 1.2 — Meu amado filho. Na primeira carta a Timóteo, Paulo refere-se a ele como meu verdadeiro filho nafé (1 Tm 1.2). O profundo amor e a consideração de Paulo por esse seu discípulo são demonstrados nesta segunda carta.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 606.
Js. 24.14,15 - As palavras de Josué nestes versículos contêm um raro apelo para que Israel escolhesse entre Deus e os muitos falsos substitutos.
Caso o povo não optasse por Deus, escolheria entre os deuses que seus ancestrais serviram ou os deuses dos amorreus (isto é, os cananeus). E claro que tal apelo é retórico. Da perspectiva do Senhor havia apenas uma opção. Com suas palavras famosas, Josué depôs, de forma clara e inequívoca, a favor de Deus. Assim, ele exibiu as perfeitas ações de um líder, estando disposto a seguir em frente e comprometer-se com a verdade apesar das inclinações do povo. O enfático exemplo de Josué, sem dúvida, encorajou muitos a seguirem as afirmações dos versículos 16 a 18.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 399./WWW.ESTUDAALICAOEBD.BLOGSPOT.COM /WWW.MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NET