A Divindade do Espírito Santo (2)
Artigo Mauricio Berwald
Antes de William Seymour chegar a Los Angeles em 1906, fora evangelista no Mississipi e pastor da igreja da Santidade, na cidade de Houston, Texas. Enquanto esteve no Mississipi conheceu diversas pessoas que foram influenciadas pelo ministério de Charles Fox Parham (1873-1929), ministro em Topeka, Kansas. Parham dirigia a Escola Bíblica Betel, quando às 19h do dia 1 de Janeiro de 1901, a senhora Agnes Ozman, recebeu o Batismo com o Espírito Santo com a evidência física de falar em outras línguas conforme Atos 2.4. Durante aquela reunião, Jesus batizou todos os presentes com o Espírito Santo, inclusive o professor Parham. O avivamento em Topeka espalhou-se por todo o país, de modo que, no Mississipi, Seymour foi profundamente influenciado pelos testemunhos daqueles que experimentaram a renovação espiritual mediante o poder pentecostal.
A doutrina do Espírito Santo é chamada nos estudos teológicos de “pneumagiologia”; procedente de três termos gregos:pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo, ciência). Esta definição é mais precisa do que “pneumatologia” (lit. estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos, ou a parte imaterial do homem.
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo.
Histórica dos Avivamentos II”, que inclui os morávios, wesleianos, os movimentos de tradição de fronteira, e o pentecostalismo da Rua Azusa. Trata-se de um resumo que se propõe a contextualizar o movimento pentecostal de Los Angeles, dentro dos periódicos avivamentos na História da Igreja. É claro que não foram mencionados os nomes de extraordinários servos de Deus como Jonatas Edwards (1703-1758), George Whitefield (1714-1770), Charles Finney (1792-1875) entre outros, pois o objetivo é concentrar-se nos movimentos avivalistas e não, exclusivamente, nas pessoas. No entanto, basta relacionar a data do ministério destes intrépidos avivalistas aos movimentos citados. Reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis.
Estudaremos sobre o Espírito Santo no tocante a sua natureza divina. O eterno Deus revela muito de Si mesmo na Bíblia e, de igual modo, o Filho, mas o Espírito Santo não, pois não fala de Si mesmo, como disse Jesus em João 16.13. Outrossim, Ele não aparece com nomes revelados como o Pai e o Filho e, sim, com títulos descritivos da sua natureza e missão entre os homens. “Espírito Santo”, por exemplo, não é rigorosamente um nome apelativo, mas um título descritivo. Ele habita em nós; portanto, suas operações são invisíveis, nas profundezas do nosso ser interior.
O PODER EFICAZ DO ESPÍRITO SANTO (vv.4,5)
- Demonstração de poder (v.4). É do Espírito Santo que flui a vida, bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16; At 1.8). Esta é uma evidência da deidade do Espírito Santo: Ele tem autoridade e poder inerentes. Em todo o Novo Testamento, o versículo 4 é a única referência em que aparece no original o termo traduzido por “demonstração” do Espírito Santo. Literalmente, o termo designa uma demonstração operacional, prática e imediata do Espírito Santo na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo (vv.4,5).
Isso contrasta nitidamente com os métodos repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que tentavam conseguir discípulos mediante recursos retóricos e argumentação filosófica (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor Jesus Cristo! A oratória desses mestres era somente um espetáculo teatral vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. Em Paulo, ao contrário, operava o poder de Deus (vv.4,5; Cl 1.29; 1 Ts 1.5; 2 Co 13.10).
- O poder de Deus mediante o Espírito (v.5). Esse divino poder é manifestado através da pregação do evangelho de Cristo em cinco ocasiões específicas: a) na conversão dos ouvintes (At 2.37,38); b) no batismo com o Espírito Santo (At 10.44); c) na expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20); d) na cura divina dos enfermos (At 3.6-8); e) na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
A ONISCIÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (vv.10,11)
O Espírito Santo conhece todas as coisas. Este é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira declaração denota a permanência do Espírito em nós; a segunda, sua presença dentro de nós.
- O Espírito Santo revela (vv.9,10). Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela, já nesta vida, as infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos e muito mais na outra. O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas maravilhas (Is 64.4; 52.15). Os demais profetas também tiveram a revelação divina dessas coisas admiráveis que os santos desfrutarão na glória (1 Pe 1.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (v.10).
- O Espírito Santo como Mestre (v.13). Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja, como já estava predito em Provérbios 1.23. Concernente a esta missão, Jesus declarou: “o Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26; Lc 12.12).
- Diferentes espíritos mencionados (vv.4-12). O “Espírito de Deus” é mencionado nos vv.4,10-14. O Espírito de Deus deve ter toda primazia em nossas vidas. O “espírito do homem” é mencionado no v.11. Ele só entende as coisas humanas e naturais (Pv 20.27; 27.29; Jr 17.9). A passagem em apreço também alude ao “espírito do mundo” (v.12), que é pecaminoso e nocivo ao cristão (1 Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
- Diferentes coisas mencionadas (vv.9-13). Seis diferentes “coisas” são aqui mencionadas. Uma dessas, refere-se à esfera humana; as demais são da parte de Deus: a) “Coisas que Deus preparou para os que O amam” (v.9); b) “Coisas das profundezas de Deus” (v.10); c) “Coisas do homem” (v.11); d) “Coisas de Deus” (v.11); e) “Coisas espirituais” (v.13); f) “Coisas do Espírito de Deus” (v.14).
- Diferentes homens mencionados (vv.14,15). A Palavra de Deus divide a humanidade em três grupos de pessoas, isto no sentido espiritual:
- a) O homem natural— literalmente “homem controlado pela alma” (v.14). Este não é salvo e vive de acordo com a natureza adâmica, por isso, é chamado natural.
- b) O homem espiritual— isto é, “homem controlado pelo Espírito” (v.15). Este é aquele que o Espírito Santo governa e rege seu espírito, alma e corpo. Nele, o “eu”, pela fé em Cristo, está crucificado (Rm 6.11; Gl 2.19,20).
- c) O homem carnal— ou seja, “homem controlado pela natureza carnal” (3.3). Trata-se do crente espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — menino em Cristo (3.1). A vida do crente carnal é mista, dividida. Esse crente vive um conflito interior entre a natureza humana e a divina, sendo a sua alma o campo de batalha (Gl 5.13-26).
Ninguém pode escapar dessa classificação. Todos nós somos um desses “homens” diante de Deus. Identifique-se, você, homem ou mulher!
A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
- O Espírito Santo e seus atributos divinos. Na Leitura Bíblica em Classe, o Espírito Santo (vv.4,10-14) é mencionado juntamente com o Senhor Deus (vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (vv.2,8,16). Isto denota a divindade do Espírito Santo. A Bíblia afirma que Ele é:
- a) Eterno. Eterno significa infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo.
- b) Onipotente. Ele tem pleno poder sobre todas as coisas (Sl 104.30). É denominado Senhor (2 Co 3.16-18); Criador (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10).
- c) Onisciente. Tudo é do seu pleno conhecimento.
- O Espírito Santo é mencionado com o Pai e o Filho. É uma das evidências da sua divindade, senão vejamos:
- a) Na fórmula doutrinária do batismo(Mt 28.19). A Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da Santíssima Trindade fossem uma só; mas “em nome”, singular, distinguindo cada Pessoa: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
- b) Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja(2 Co 13.13).
- c) Na doutrina da habitação do Espírito no crente(Rm 8.9).
- d) Na descrição bíblica do estado do crente diante de Deus(1 Pe 1.2).
- e) Na diretriz ao povo de Deus(Jd vv.20,21). Neste texto, o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida o Pai e, por fim, o Filho. Semelhante ocorre na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6), em que o Espírito é mencionado primeiro, seguido do Senhor Jesus e do Pai.
- f) Na saudação bíblica às sete igrejas da Ásia(Ap 1.4,5).
A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO (v.11)
Personalidade é o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são chamados também de inteligência, afetividade e autodeterminação.
- Atributos de personalidade. No Espírito Santo, vemos esta triplicidade de atributos, a saber: intelecto (v.11); sensibilidade (Ef 4.30); vontade (1 Co 12.11; Rm 8.27). Como membro da unidade trina de Deus, o Espírito Santo é uma Pessoa.
- Unidade e distinção. O fato de o Espírito Santo ser um com Deus e com Cristo e, ao mesmo tempo, distinto dEles, é parte do grande mistério da Trindade Santa. Portanto, o Espírito Santo não é uma influência, poder, energia ou unção, como os heréticos concluem e ensinam, mas uma Pessoa divina e real. Em João 14.26; 15.26; 16.8,13,14, Jesus refere-se ao Espírito Santo empregando o pronome pessoal “Ele” (“ekeinos”), pronome pessoal e determinativo no original. Por sua vez, o divino Espírito chama a Si mesmo “Eu”, em Atos 10.19,20. Esta é uma inegável evidência da sua personalidade.
Deus é uno e ao mesmo tempo triúno (Gn 1.1, 26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três divinas e distintas Pessoas. São verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina (1 Tm 4.6).
Espírito Santo é Deus.O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.
- O Espírito Santo é chamado Deus (At 5.3,4) e Senhor (2 Co 3.18).Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6.1-3), escreveu: ‘Ouvi a voz do Senhor...vai e diz a este povo’ (Is 6.8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: ‘Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo’ (Cf. At 28.25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo comDeus.
- O Espírito Santo faz parte da Santíssima Trindade.Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13) e, a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim, há ‘um só Espírito’ (Ef 4.4); ‘um só Senhor’ (Ef 4.5); e ‘um só Deus e Pai de todos’ (Ef 4.6). O Espírito é chamado ‘Espírito de Deus’ (Rm 8.9); ‘Espírito do Pai’ (Mt 10.20); ‘o Espírito de Cristo’ (Rm 8.9; 1 Pe 1.11); ‘o Espírito de Jesus’ (At 16.7), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo está presente (Jo 14.18).
- Ao Espírito Santo são atribuídas obras exclusivas da divindade.Ele tomou parte ativa na criação em geral (Sl 104.30), na criação do mundo (Gn 1.2) e na criação especial do homem (Jó 33.4). Ele inspirou a Palavra de Deus (1 Pe 1.11; 2 Pe 1.21).
- Ao Espírito Santo são atribuídas as características essenciais da divindade.Ele possui eternidade (Hb 9.14), é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-10) e onipotente (Lc 1.35; 1 Co 12.11)”. NOTAS (BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.82-3.)
: O batismo com Espirito Santo
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).
Quando William Seymour começou a pregar o batismo no Espírito Santo com a evidência de falar noutras línguas e, a ensinar a doutrina pentecostal, os membros da congregação da Santidade o expulsaram da igreja. Em uma de suas mensagens afirmou: “Há uma grande diferença entre a pessoa santificada e a que é batizada com o Espírito Santo e com fogo. O santificado é limpo de seus pecados e cheio do amor divino, mas o batizado no Espírito Santo tem poder de Deus em sua alma,poder com Deus e com os homens e poder sobre todos os demônios de Satanás e todos os seus emissários”. Mensagens como esta suscitaram a ira da congregação e resultaram na expulsão de Seymour da comunidade. No entanto, Seymour foi recebido pelo casal Asbery. Na casa destes, começou a fazer reuniões de oração até que, em 9 de abril de 1906, Seymour orou pela cura de Edward Lee. Além de receber a cura, Lee foi batizado no Espírito Santo e falou noutras línguas. Naquele mesmo dia outras sete pessoas tiveram a mesma experiência pentecostal. Mas somente em 12 de abril de 1906 é que Seymour foi batizado com o Espírito Santo.
O batismo no Espírito Santo é a experiência subseqüente a salvação que capacita o crente: (1) ao ministério evangelístico (At 1.8; 8.1-40); (2) a falar em outras línguas (At 2.4; 10.45,46); (3) a testemunhar com poder e ousadia (At 4.7-22,31); (4) agir sobrenaturalmente (At 5.1-11; 13.8-12; 6.8; 16.16-20); (5) a servir a igreja em suas necessidades sociais (At 6.1-7); (6) atender a chamada ministerial específica (At 13.1-4; 26.29; 10.1-48; At 20.24); (7) a contribuir com o avanço do Reino de Deus (5.14-16,42; 6.7; 8.25; 9.31; 19.20; 28.31); (8) a glorificar e orar a Deus poderosamente (At 10.45,46; 16.15; 4.31; Ef 5.18-20; Cl 3.16; Rm 8.26; Jd v.20). Por essas e outras inumeráveis razões o crente deve orar e glorificar intensamente a Deus a fim de que receba a magnífica promessa do batismo no Espírito Santo.
Diversas teorias conhecidas como cessacionistas, negam o batismo no Espírito Santo com a evidência inicial de falar noutras línguas e sua atualidade para os dias hodiernos.As supostas provas apresentadas pelos cessacionistas, além de inconsistentes quanto à argumentação são improváveis quanto à hermenêutica sagrada. Nesta lição, apresente aos alunos um quadro apologético concernente as evidências do batismo com o Espírito Santo em Atos, subseqüente a efusão do Espírito no dia de Pentecostes. Se você deseja conhecer os principais argumentos cessacionistas, bem como uma apologia a respeito da atualidade do batismo no Espírito Santo, consulte a bibliografia sublinhada. Reproduza o gráfico de acordo com os recursos disponíveis.
O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1 Co 14.15,26).No entanto, o batismo do Espírito, como vemos em 1 Co 12.13; Gl 3.27; Ef 4.5, trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (Jo 3.5) são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12.23; 1 Co 12.12ss). Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo.
A PROMESSA DO BATISMO E O SEU CUMPRIMENTO
Dos cerca de 500 irmãos que viram Jesus ressurrecto e ouviram o seu chamado para o cenáculo em Jerusalém (Lc 24.49), apenas 120 deles atenderam (1 Co 15.6). Que acontecera aos demais que lá foram? Nem todos buscam com sede e perseverança o batismo com o Espírito Santo.
- Analogia do batismo. Tanto Jesus quanto João Batista empregaram o termo “batismo” para descrever o revestimento de poder do Espírito Santo sobre o crente (At 1.5; 11.16; Mt 3.11; Mc 1.8). Ora, em todo batismo têm de haver três condições para que esse ato se realize: um candidato a ser batizado; um batizador; e um elemento ou meio em que o candidato será imerso. No batismo com o Espírito Santo, o candidato é o crente; o batizador é o Senhor Jesus; e o elemento ou meio em que o filho de Deus é imerso é o Espírito Santo.
- A promessa do batismo pentecostal. Há várias promessas de Deus no Antigo Testamento a respeito do derramamento do Espírito sobre o povo, mas a principal é a que foi proferida pelo profeta Joel, uns 800 anos antes do advento de Cristo (Jl 2.28-32).
- Predita por João Batista. João foi o arauto de Jesus; foi homem cheio do Espírito Santo. Em todos os quatro Evangelhos ele confirma a promessa do batismo: Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16.
- Confirmada por Jesus. Em diversas ocasiões Jesus confirmou a promessa do batismo com o Espírito Santo.
- a) Marcos 16.17. Jesus declarou: “falarão novas línguas”.
- b) Lucas 24.49. Neste texto, Jesus denominou a promessa como a “promessa de meu Pai”. O batismo com o Espírito Santo foi o último assunto de Jesus aos seus, antes da sua ascensão (vv.50,51).
- c) João 7.38,39. Esta passagem deve ser estudada juntamente com Atos 2.32,33. O apóstolo Pedro, após ser batizado com o Espírito Santo e pregar no Dia de Pentecostes, encerrou o seu sermão citando a promessa do batismo, agora cumprida em Jerusalém (At 2.1-4).
- A promessa divina cumprida. No Antigo Testamento, o privilégio especial do povo de Deus foi receber, preservar e comunicar a revelação divina — as Santas Escrituras (Rm 3.1,2; 9.4; 2 Co 3.7). O privilégio especial do povo de Deus em o Novo Testamento, entretanto, é receber o Espírito Santo: a) na conversão (Jo 3.5; 14.16,17; 16.17; 2 Co 3.8,9; Rm 8.9); b) no batismo com o Espírito Santo; e, c) subseqüentemente, por meio da vida cristã (At 4.8,31; 9.17; 13.9,52; Ef 5.18).
OS CONCEITOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Da parte de Deus, o batismo com o Espírito Santo é, a um só tempo:
- Uma ditosa promessa — “a promessa do Pai” (At 1.4). O batismo com o Espírito Santo procede da vontade, amor e promessa de Deus para os seus filhos.
- Uma dádiva celestial inestimável — “o dom do Espírito Santo” (At 2.38). O batismo é uma dádiva de Deus aos crentes.
- Uma imersão do crente no sobrenatural de Deus — “sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1.5). A partícula original desta última referência também permite a tradução “batizados no Espírito Santo”.
- Um revestimento de poder do alto — “até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). É como alguém estando vestido espiritualmente, ser revestido de poder do céu.
COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
- Sendo a pessoa já salva. O batismo com o Espírito Santo é para quem já é salvo. Os discípulos ao serem batizados no Dia de Pentecostes: a) Tinham seus nomes escritos no céu (Lc 10.20); b) Eram limpos diante de Deus (Jo 15.3); c) Possuíam em si a vida espiritual (Jo 15.4,5,16); d) Haviam sido enviados para o seu trabalho, dotados de poder divino (Mt 10.1; Lc 9.1,2; 10.19).
- Crendo na promessa divina do batismo. O batismo é chamado “a promessa do Pai” (Lc 24.49; At 1.4; 2.16,32,33).
- Buscando com sede, em oração (At 1.4,14; Jo 7.37-39; Lc 11.13). A oração é um elemento necessário e indispensável para o crente obter o batismo com o Espírito Santo.
- Adorando a Deus com perseverança. Louvando sempre a Deus. Assim fizeram os candidatos antes do primeiro Pentecostes (Lc 24.51,52).
- Perseverando em unidade fraternal. Isso também eles fizeram antes do primeiro Pentecostes (At 1.14).
- Vivendo em obediência à vontade do Senhor (At 5.32). Para você que busca o batismo, há alguma área da sua vida não submissa totalmente a Cristo?
OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
- Edificação espiritual individual. Mediante o cultivo das línguas recebidas com o batismo, o crente é edificado pessoalmente (1 Co 14.4,15).
- Maior dinamismo espiritual. Isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).
- Maior desejo e resolução para orar e interceder (At 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26). O crente cheio do Espírito ora e intercede constantemente a favor dos filhos de Deus.
- Maior glorificação do nome do Senhor. Isto “em espírito e em verdade”, nos atos e na vida do crente (Jo 16.13,14).
De acordo com Atos 2.17, o batismo com o Espírito Santo é para qualquer nação: “Toda carne”. Não há qualquer distinção de sexo para receber o batismo, pois está escrito que é para “filhos e filhas” (At 2.17). Também não importa a idade do candidato (“mancebos e velhos”) ou a camada social do indivíduo (“servos e servas”). Portanto, todos podem e devem buscar essa dádiva celeste.
“O Vento e o Fogo.Três fenômenos não usuais aconteceram no dia de Pentecostes: ‘um som, como de um vento veemente e impetuoso’, ‘línguas repartidas, como que de fogo’, e o falar em línguas (At 2.1-4). É tentador enxergar as três manifestações do Espírito Santo como indicações de sua atuação em salvação (vento), santificação (fogo) e serviço (línguas).
O vento e o fogo algumas vezes são chamados de teofanias — manifestações visíveis de Deus. Em ocasiões históricas, como a entrega da Lei, houve trovões, relâmpagos e nuvens densas, e um som muito alto de buzinas (Êx 19.16); então naquele dia histórico o Senhor se manifestou de um modo inesquecível com fogo e vento enviados do céu. Precisamos perceber, no entanto, que o vento e o fogo precederam o enchimento do Espírito; não foram parte dele. E mais, em nenhum outro trecho no livro de Atos esses elementos são mencionados novamente em paralelo às pessoas sendo cheias com o Espírito. Esses foram acontecimentos únicos e para marcar a total inauguração de uma nova era no procedimento de Deus com o seu povo.
O fenômeno audiovisual de vento e fogo é remanescente da entrega da Lei no monte Sinai (Êx 19.18; Dt 5.4); o vento não é mencionado em conexão com aquele vento, mas com a travessia do mar Vermelho (Êx 14.21), bem como em outras manifestações especiais no Antigo Testamento da presença de Deus (2 Sm 22.16).O vento é um emblema do Espírito Santo (Ez 37.9; Jo 3.8); de fato, a palavra hebraica ruach tanto significa ‘vento’ quanto ‘espírito’, como acontece com a palavra grega comparável pneuma”.NOTAS (PALMA, A. D. O batismo no Espírito Santo e com fogo. 2.ed., RJ: CPAD, 2002, p.58-9.).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Postado por mauricio berwald