ADULTOS 2º Trimestre de 2017
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 1: A formação do Caráter Cristão
Data: 2 de Abril de 2017
TEXTO ÁUREO
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 5.20).
VERDADE PRÁTICA
O homem nascido de novo tem o seu caráter transformado pelo Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 3.3
Novo nascimento, uma transformação de dentro para fora
Terça — Jo 2.1-12
Jesus transforma água em vinho
Quarta — 2Co 5.17
Nova criatura, novo caráter
Quinta — Gn 3.6,7
O caráter é corrompido pelo pecado
Sexta — Ef 4.20-24
A graça divina restaura o caráter
Sábado — Sl 1.1
Diariamente precisamos aprimorar nosso caráter
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 4.17-24.
17 — E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido,
18 — entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração,
19 — os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza.
20 — Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
21 — se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus,
22 — que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,
23 — e vos renoveis no espírito do vosso sentido,
24 — e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.
HINOS SUGERIDOS
5, 390 e 432 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar como se dá a formação do caráter cristão.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Reconhecer o caráter na realidade do homem;
II. Mostrar como se deu a deformação do caráter humano;
III. Explicar a redenção do caráter humano.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito da formação do caráter cristão. Você tem evidenciado Cristo mediante suas ações e palavras? Então, não terá dificuldade alguma em trabalhar com os temas das lições. O comentarista do trimestre é o pastor Elinaldo Renovato de Lima, autor de diversos livros e líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN. Que mediante o estudo de cada lição, você e seus alunos e possam evidenciar os valores do Reino em meio a uma geração que tem rejeitado os princípios divinos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do caráter. Todo ser humano tem caráter, seja ele bom, seja ele mau, exemplar, ímpio ou santo. Deus criou o homem bom e perfeito, mas o pecado maculou o seu caráter. Por isso, todos necessitam de uma transformação espiritual e moral. Veremos que somente o Deus de toda a perfeição, mediante o Filho, pode transformar o caráter de uma pessoa.
PONTO CENTRAL
Quando, pela fé, recebemos Jesus, o Espírito Santo transforma nosso caráter.
I. O CARÁTER NA REALIDADE DO HOMEM
1. O que é caráter? Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é “o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral”. O caráter é a característica responsável pela ação, reação e expressão máxima da personalidade. É a maneira de cada pessoa agir e expressar-se. Tem a ver com os princípios, valores e ética de cada um.
2. Personalidade e caráter. A personalidade pode ser definida como sendo a qualidade do que é pessoal. Ela é a nossa maneira de ser, ou seja, aquilo que nos distingue de outra pessoa. O caráter não é herdado. Ele é construído mediante a formação que recebemos. Por isso, a Palavra de Deus adverte: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se esquecerá dele” (Pv 22.6).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus criou o homem provido de caráter.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que é caráter?”; “Existe pessoa sem caráter?”. Ouça os alunos com atenção. Incentive a participação de todos. Diga que caráter significa marca, sinal de distinção. Em seguida leia e comente com eles a definição de caráter apresentada na seção Conheça Mais, a seguir.
CONHEÇA MAIS
“Caráter moral
[Do lat. Character e do gr. kharacktér, marca, sinal de distinção.] Natureza básica do ser humano que o torna responsável por seus atos tanto diante de Deus como diante de seus semelhantes. O caráter moral tem como ressonância elementar a consciência que, como a voz secreta que temos na alma, aprova ou reprova nossas ações”. Para conhecer mais leia, Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD, p.75.
II. A DEFORMAÇÃO DO CARÁTER HUMANO
1. A Queda e o caráter humano. Deus fez o homem perfeito, em termos espirituais, morais e físicos. No ato divino da Criação, Ele disse: “Façamos o homem à nossa imagem” (Gn 1.26). Fomos criados à “imagem” e “semelhança” do Criador, logo não podemos nos esquecer que refletimos a glória divina. Se tivermos um caráter santo, Deus será louvado por intermédio de nossas ações.
2. Imagem e semelhança de Deus. O homem era, no seu estado original, uma imagem, ou representação perfeita de Deus. Adão e Eva possuíam atributos morais tais como amor, justiça, santidade, retidão. Tudo à semelhança de Deus. Não resta dúvida de que, ao criar o homem à sua “imagem”, e conforme a sua “semelhança”, Deus imprimiu nele as marcas de sua personalidade santa, amorosa e justa.
3. A deformação do caráter humano. O homem foi criado perfeito em toda a sua constituição: espírito, alma e corpo (1Ts 5.23). Porém, quando o homem deu lugar ao Diabo, e desobedeceu a Deus, caiu da graça divina. A Queda levou-nos a perder a semelhança moral com o Criador. Observe as consequências do pecado:
a) No relacionamento com Deus. O pecado desfigurou o homem, cortando a ligação direta com seu Deus: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). O pecado passou a todos os homens (Rm 5.12; Sl 51.5). As repercussões e o alcance desse fato terrível, de natureza espiritual, têm sido sentidos ao longo da história. O pecado distanciou o homem de Deus e o levou a criar seus próprios deuses segundo suas malignas concupiscências, para agradar ao príncipe deste mundo. Toda religião que não tem Deus como o Criador, e Jesus Cristo, seu Filho, como Salvador, é instrumento do Diabo para afastar o homem de Deus.
b) No relacionamento humano. Quando Deus perguntou a Adão se ele havia comido do fruto da árvore proibida, este não assumiu a culpa, mas procurou justificar seu erro, acusando a esposa. Quando Deus questionou Eva a respeito dos seus atos, ela transferiu a culpa para a serpente (Gn 3.9-13). O relacionamento de Adão e Eva foi afetado pelo pecado, culpa e medo.
Não demorou muito, e ali, no Éden, houve um confronto entre o caráter mau, de Caim, e o caráter justo, de Abel. Caim matou seu irmão, Abel (Gn 4.8). Lameque matou um homem adulto e um jovem (Gn 4.23). A morte e a corrupção se espalharam com o passar dos séculos. O juízo de Deus foi enviado no seu tempo, através do Dilúvio (Gn 6-8).
c) No relacionamento com a natureza. “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Além de cuidar do jardim, o homem teria o domínio da Terra, com autoridade delegada pelo Criador sobre todos os animais (Gn 1.28). Mas, usando mal o seu livre-arbítrio, o ser humano fracassou em cuidar de si mesmo e do planeta. E tem poluído o ar, o solo, as águas e todo o ambiente natural. Mas Deus destruirá os que destroem a Terra (Ap 11.18).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A deformação do caráter humano veio com a Queda.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A Queda
O primeiro pecado da humanidade abrangeu todos os demais pecados: a afronta e desobediência a Deus, o orgulho, a incredulidade, desejos errados, o desviar outras pessoas, assassinato em massa da posteridade e a submissão voluntária ao Diabo. As consequências imediatas foram numerosas, extensivas e irônicas. O relacionamento entre Deus e os homens, de franca comunhão, amor, confiança e segurança, foi trocado por isolamento, autodefesa, culpa e banimento. Adão e Eva bem como o relacionamento entre eles, entram em degeneração. A intimidade e a inocência cederam lugar à acusação. Seu desejo rebelde pela independência resultou em dores de parto, labuta e morte. Seus olhos realmente foram abertos, e eles conheceram o bem e o mal, mas era pesado esse conhecimento sem o equilíbrio de outros atributos divinos, como o amor, a sabedoria e o conhecimento. A criação, confiada aos cuidados de Adão, foi amaldiçoada, gemendo pela libertação dos resultados da infidelidade dele.
Por estar a natureza humana tão deteriorada pela Queda, pessoa alguma tem a capacidade de fazer o que é espiritualmente bom sem a ajuda graciosa de Deus. A esta condição chamamos corrupção total — ou depravação — da natureza” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.268).
III. A REDENÇÃO DO CARÁTER HUMANO
1. Novo nascimento, transformação do caráter. Jesus veio ao mundo para salvar o homem da tragédia do pecado e aproximá-lo novamente de Deus (Jo 3.16). A salvação é um dom divino. Ela é fruto da graça divina. Pela fé em Jesus o homem recebe a salvação e se torna uma nova criatura, completamente transformada: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). O caráter daqueles que, pela fé, nasceram de novo, é poderosamente transformado pelo poder do Espírito Santo.
2. A Palavra de Deus muda o caráter. A salvação não é apenas uma mudança de religião, mas envolve regeneração (Jo 3.3,7), justificação (Rm 3.24; 5.1,9; 1Co 6.11) e santificação (Hb 12.14; 1Ts 5.23). No processo de santificação, vamos sendo transformados pela Palavra de Deus. As Escrituras têm o poder de transformar o homem, pois somente elas podem penetrar em seu interior: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).
3. O caráter amoroso e santo do crente. O cristão tem como uma de suas características principais o amor a Deus e ao próximo (Mt 22.34-40). Quem não ama não conhece a Deus, ainda não teve seu caráter transformado e está em trevas (1Jo 2.9,11). Unida ao amor está à santificação, sem a qual ninguém poderá ver ao Senhor (Hb 12.14). Os que já experimentaram o novo nascimento devem viver de modo irrepreensível (1Ts 5.23).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus Cristo veio ao mundo para a redenção do caráter humano.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A Redenção
A Bíblia também emprega a metáfora do resgate ou da redenção para descrever a obra salvífica de Cristo. O tema aparece muito mais frequentemente no Antigo Testamento que no Novo. O tema aparece muitas vezes no Antigo Testamento, referindo-se aos ritos da ‘redenção’ no tocante às pessoas ou aos bens. O próprio Javé é o Redentor do seu povo, e eles são os redimidos. O Senhor tomou medidas para redimir os primogênitos. Ele redimiu Israel do Egito e também os remirá do exílio. Às vezes Deus redime um indivíduo; ou um indivíduo ora, pedindo a redenção divina. Mas a obra divina na redenção é primeiramente moral no seu escopo. Em alguns textos bíblicos, a redenção claramente diz respeito aos assuntos morais. Salmos 130.8 diz: ‘Ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades’. Isaías diz que somente os ‘remidos’, os ‘resgatados’, andarão pelo chamado ‘O Caminho Santo’ (Is 35.8-10). Diz ainda que a ‘filha de Sião’ será chamada ‘povo santo, os redimidos do Senhor’.
No Novo Testamento, Jesus é tanto o ‘Resgatador’ quanto o ‘resgate’; os pecadores são os ‘resgatados’. Ele declara que veio ‘para dar a sua vida em resgate [gr. lutron] de muitos’ (Mt 20.28; Mc 10.45). Era um ‘livramento [gr. apolutrósis]’ efetivado mediante a morte de Cristo, que libertou da ira retributiva de Deus e da penalidade merecida pelo pecado. Paulo liga nossa justificação e o perdão dos pecados à redenção que há em Cristo. Diz que Cristo ‘para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção’ (1Co 1.30). Diz também que Cristo ‘se deu a si mesmo em preço de redenção por todos’ (1Tm 2.6)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.356,357).
CONCLUSÃO
Nosso caráter reflete nossos princípios. Como novas criaturas, precisamos evidenciar os valores do Reino de Deus. O homem salvo e remido por Cristo Jesus tem as marcas do Salvador no seu ser e no seu comportamento.
PARA REFLETIR
A respeito da formação do caráter cristão, responda:
Defina caráter.
Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é “o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral”.
Em termos espirituais e morais, como o homem e a mulher foram criados?
À “imagem” e “semelhança” do Criador.
O que o homem perdeu ao pecar?
Perdeu a semelhança moral com o Criador.
A salvação é por mérito humano ou é um dom de Deus?
A salvação é um dom de Deus.
O que acontece com nosso caráter quando aceitamos, pela fé, a Jesus como nosso Salvador?
É transformado e convertido pelo poder do Espírito Santo.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A formação do Caráter Cristão
Propósito do trimestre
A sociedade contemporânea sofre a ausência de referências éticas. Nas esferas públicas, parece não haver muitas pessoas de caráter ilibado, o que não significa ser uma verdade. Mas há ações sub-reptícias a reforçarem uma sensação de que a maioria das pessoas da esfera do poder é corrupta. Nessa perspectiva, a presente lição tem o objetivo de apresentar ao povo de Deus o testemunho das Sagradas Escrituras a respeito do caráter da diversas pessoas que o Senhor usou numa época e cultura específicas para manifestar sua vontade ao mundo. E, consequentemente, convidar a Igreja a refletir sobre o caráter e as virtudes do Reino de Deus na sociedade atual.
As Escrituras sagradas testemunham que a causa desse caos espiritual é a deformidade da natureza humana por intermédio do pecado original. No Jardim do Éden, o ser humano caiu. Embora a imagem de Deus tenha permanecido nele, o caráter e a personalidade deo ser humano foram bastante degradados.
Sobre o conceito de caráter
Segundo a psicóloga Ana Lúcia Santana, o caráter é um traço da personalidade. Enquanto esta, de acordo com o Dicionário Houaiss, é a “qualidade ou condição de ser uma pessoa”, determinada por “um conjunto de qualidades que define a individualidade de uma pessoa moral”; aquele que diz respeito ao modo de agir do indivíduo, seu temperamento, os aspectos bons ou maus que expõem o seu comportamento e valores particulares. Logo, o caráter é o resultado de um processo que se inicia desde a mais tenra idade, perpassa a infância, a adolescência, a juventude e, assim, estabelece a maturidade na vida adulta. De modo que o convívio com a família, a igreja local, a escola e a sociedade torna-se a plataforma para a formação do caráter humano.
A formação do caráter cristão
O cristão, ou melhor, o discípulo de Jesus é uma pessoa que teve um encontro com Cristo. A partir desse encontro, de degradado, o caráter do outrora pecador sofre um processo de metanoia, ou seja, uma transformação radical no modo de pensar e agir. Nesse sentido, as Escrituras Sagradas são uma fonte donde brota exemplos preciosos de pessoas comuns que tiveram o caráter transformado por Deus quando do processo desse encontro pessoal com o Pai Celestial.
É uma experiência maravilhosa adentrarmos às páginas sagradas a fim de contemplarmos a beleza da formação do caráter cristão. Bom trimestre!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 2: Abel, exemplo de caráter que agrada a Deus
Data: 9 de Abril de 2017
TEXTO ÁUREO
“Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4).
VERDADE PRÁTICA
O cristão deve viver de forma que agrade a Deus, ainda que sofra por causa disso.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.1,2
Abel, o segundo filho de Adão e Eva
Terça — Gn 4.2
Abel, o primeiro pastor de ovelhas
Quarta — Hb 11.4
Abel, um caráter de fé viva
Quinta — Mt 23.35
Abel, um caráter justo e santo
Sexta — Gn 4.4
Abel, um caráter liberal para ofertar
Sábado — Gn 4.8
Abel, morto por seu próprio irmão
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 4.8-16.
8 — E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou.
9 — E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
10 — E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
11 — E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
12 — Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.
13 — Então, disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.
14 — Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará.
15 — O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.
16 — E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden.
HINOS SUGERIDOS
75, 400 e 440 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar Abel como exemplo de caráter que agrade a Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Reconhecer o valor da oferta de Abel;
II. Mostrar a injustiça de Caim contra Abel;
III. Explicar porque Abel foi um homem que agradou a Deus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Abel tinha um caráter justo, oposto ao do seu irmão Caim. Adão e Eva devem ter dado a mesma educação aos dois filhos, todavia o ensino dos pais não foi e não é suficiente para moldar o caráter dos filhos. O ensino e o exemplo dos pais são importantes para a formação de um caráter saudável, mas somente Jesus pode transformar o verdadeiro eu, a nossa natureza adâmica. Caim tinha um coração mau, dominado pelo ódio e pela inveja, por isso, teve o seu sacrifício rejeitado. Deus não olhou e não olha para a oferta em si, porque o mais importante é o coração, o caráter do ofertante. Por isso, Jesus declarou: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24). Jamais poderemos comprar a Deus ou impressioná-lo com as nossas ofertas, pois tudo que existe nos céus e na Terra pertence a Ele. O Senhor não deseja apenas a nossa oferta, Ele almeja ser o primeiro em nossos corações. Somente quando Ele tem o primeiro lugar pode-nos transformar e fazer de nós pessoas melhores, cujo caráter revele a sua glória.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o caráter de Abel, o segundo filho de Adão e Eva. Abel nasceu depois da Queda e, com certeza, conhecia a vontade de Deus para a humanidade. Veremos que Abel tinha um caráter espiritual e digno. Conduzia-se de modo correto, demonstrando ter um relacionamento saudável com Deus e um coração bondoso, por isso, sua oferta foi aceita pelo Senhor.
PONTO CENTRAL
Abel é um exemplo de caráter justo que agrade a Deus.
I. A OFERTA DE ABEL
1. Uma oferta agradável a Deus. Deus não atenta para o valor da oferta, mas para o coração do ofertante, sua real intenção. A oferta de Abel foi aceita pelo Senhor porque seu coração era sincero e cheio de amor. Suas obras eram justas (Hb 11.4). Ele era um homem íntegro e fiel. Deus dá muito valor à integridade do coração, por isso, Ele elogiou Jó perante Satanás, dizendo: “[...] Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1.8). A oferta só tem valor quando expressa o que está no íntimo de quem a oferece. A oferta de Abel foi agradável porque ele adorava a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
2. Uma oferta profética. Talvez a oferta de Abel tenha sido o primeiro sacrifício de animal a ser oferecido a Deus em forma de gratidão ao Senhor. Abel sentiu o desejo de oferecer o que tinha de melhor de seu trabalho em gratidão a Deus. A morte do cordeiro ou de uma ovelha, dos primogênitos do rebanho de Abel, sem dúvida prefigurava o sacrifício de Cristo, que se ofereceu a si mesmo imaculado em nosso lugar (Hb 9.14), como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
3. Uma oferta valiosa. Abel adorou a Deus oferecendo o melhor de seu rebanho. Ele não ofereceu um sacrifício qualquer, mas dentre os primogênitos do seu rebanho: “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta” (Gn 4.4). Notemos que Deus atentou primeiro “para Abel” e, depois, “para a sua oferta”. “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4). Foi tão grande o valor da oferta de Abel que “por ela, depois de morto, ainda fala”! Jesus deu testemunho de Abel, considerando-o “o justo” (Mt 23.35). Tal declaração, feita por Jesus, demonstra quão elevado era o caráter santo de Abel. Somente o sangue de Cristo foi considerado o que “fala melhor que o de Abel” (Hb 12.24).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus se agradou da oferta de Abel.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Caim e Abel tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia. Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da gordura não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta fica evidente à medida que a história se desenrola. A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o ‘número um’.
O Senhor não estava ausente na hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento, e está em contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.43).
II. A INJUSTIÇA CONTRA ABEL
1. Abel era um homem justo. “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo” (Hb 11.4; Mt 23.35). Em toda a sua vida, demonstrou ser homem de bem, que andava em retidão, de caráter ilibado e reconhecido por Deus. Abel representa a parte da humanidade que se volta para Deus, e é formada de homens justos. Caim representa a parte má da humanidade, que dá as costas para Deus e busca os seus próprios interesses. Abel era justo, e morreu injustamente por permissão de Deus.
2. Abel, o primeiro mártir. Abel foi o primeiro pastor de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de animais no culto a Deus; foi o primeiro homem justo e também o primeiro mártir. Sua morte foi a primeira em consequência do pecado dos seus pais. O primeiro homem a ser morto por seu próprio irmão. Ele foi o primeiro a entrar para a galeria dos mártires por causa de sua fé e também o primeiro a ter seu nome registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Jesus foi morto por inveja: “Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado” (Mc 15.10). Da mesma forma que Jesus, Abel foi morto por inveja. Seu irmão ficou irado pelo fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel. Tomado de ódio, assassinou friamente o seu irmão, sem lhe dar chance de defesa. Hoje, seu crime seria considerado homicídio qualificado, com dolo, por motivo torpe.
3. O sangue de Abel. Quando Caim matou Abel, o enterrou para não ter seu crime descoberto. Mas, para Deus que tudo vê (Gn 16.13), nada pode ficar em oculto. Jesus disse: “Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4.22). Ao longo da história crimes foram cometidos em oculto. Mas, no Juízo Final, os “Cains” de todos os tempos serão confrontados pelo Supremo Juiz do Universo. “E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4.9). Caim teve a audácia de mentir diante de Deus e ainda de o afrontar sobre a guarda do irmão. Mas o Criador o inquiriu gravemente e declarou a sentença de juízo e maldição contra o criminoso: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10). Onde houve um crime de morte, um assassinato, o sangue clama. Clama por justiça. O sangue de Abel clamava por justiça e por vingança, diferente do sangue de Cristo, que clamava por perdão.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
É através de suas ações que o cristão evidencia o caráter de Cristo em sua vida.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para ressaltar as características de Abel e as lições que podemos extrair de sua vida e conduta. Mostre que embora os dois irmãos tenham tido a mesma criação, o coração de Caim era mau. A educação dos pais é importante para a formação do caráter cristão, mas não é fator determinante, pois temos livre-arbítrio para fazermos escolhas, ainda que erradas, como fez Caim.
III. UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS
1. Abel soube agradar a Deus. Certamente, Adão e Eva criaram seus filhos, na perspectiva de serem servos de Deus. Eles tiveram não só Caim e Abel, mas muitos filhos e filhas (Gn 5.1-5). O episódio envolvendo Caim e Abel é o mais destacado, na história de Adão depois da Queda.
2. Abel, buscou a Deus. O relato bíblico nos autoriza dizer que Abel buscou a Deus com mais afinco e amor. E entendeu que seu sacrifício deveria ser do melhor do que possuía. Que Deus nos guarde, e nos dê sabedoria e amor para oferecermos sempre “sacrifício de louvor” (Sl 50.14). Um louvor que custe devoção, sinceridade, santidade, no altar da adoração a Deus.
3. Caim agradou ao Diabo. Seu caráter foi deformado porque ele deu lugar ao Diabo. Encheu-se de inveja, quando percebeu que Deus aceitara o sacrifício do irmão e não o seu. A inveja é tão prejudicial que provoca “podridão dos ossos” (Pv 14.30). A ira, por sua vez, é um sentimento carnal que se transforma em ódio, agressão e crime. É um sentimento perigoso e destrutivo: “Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo” (Jó 5.2). Ao invés de buscar a Deus, Caim deu lugar ao maligno. “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1Jo 3.12).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Abel foi um homem que agradou a Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Abel
Toda criança que conhece a Bíblia e todo adulto que já entrou pelas portas de uma igreja sabe o nome desse segundo filho. Ele é o primeiro inocente a sofrer, um jovem cuja vida foi extinta pela explosão de ciúmes de seu próprio irmão. Exatamente porque Deus preferiu a oferta de Abel é um mistério para nós, mas não para eles. Eles sabiam. O mundo primitivo não era entremeado de barulho e distração; a vontade de Deus devia ser clara como cristal. A vontade de Deus para nós hoje é clara o suficiente também. Nós sabemos que o serviço amoroso é a peça central, que ambição e orgulho são corruptores. Sabemos que ‘do nosso jeito ou de nenhum outro’ ofende a Deus. Sabemos que Deus requer nossa devoção, não importa o custo” (365 Mensagens inspiradas em personagens da Bíblia. 12ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.5.
CONHEÇA MAIS
Abel
“Ele tornou-se o modelo de um mártir que sofre por sua fé (Mt 23.35). Foi honrado por Jesus e aparece na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Embora sua oferenda fosse superior à de Caim, era inferior à de Jesus Cristo (Hb 12.24). Pode ser dito a respeito dele que foi o primeiro pastor, o primeiro homem justo. Ele foi vítima da mesma espécie de ciúme insano que tirou a vida de Jesus.
Abel, ‘pardo’ é um termo que compõe vários outros nomes de lugares, como, por exemplo, Abel-maim”. Para conhecer mais leia, Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.3.
CONCLUSÃO
A humanidade começou mal, com a desobediência dos primeiros habitantes da Terra. Adão pecou, pois desobedeceu a Deus dando ouvidos ao Diabo. Toda a tragédia humana decorre daquele gesto de desobediência. Caim, o primogênito, preferiu desobedecer ao Criador. Seu irmão, Abel, pelo contrário, optou dedicar-se a adorar a Deus, oferecendo o melhor do seu trabalho.
PARA REFLETIR
A respeito de Abel, exemplo de caráter que agrada a Deus, responda:
Por que Caim matou Abel?
“Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”.
Deus se importa com o valor da oferta?
Não. Ele olha para o coração do ofertante.
Quando a oferta tem valor diante de Deus?
Quando expressa o que está no íntimo de quem a oferece.
Que parte da humanidade Abel representa?
A parte da humanidade que se volta para Deus.
Que parte da humanidade Caim representa?
A parte má da humanidade que dá as costas para Deus.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Abel, exemplo de caráter que agrada a Deus
A importância da narrativa de Caim e Abel
A narrativa sobre os dois irmãos, Caim e Abel, filhos de Adão e Eva, é uma das mais famosas e inquietantes histórias da Bíblia. Tão importante que teve uma impressionante versão moderna na literatura de ficção. A obra Abel Sanches — Uma História de Paixão, do filósofo, romancista, ensaísta e dramaturgo espanhol Miguel de Unamuno, retratou a experiência humana moderna retomando o fratricídio entre as duas personagens bíblicas que inauguraram o primeiro homicídio da história da humanidade. É uma trama que põe em xeque a natureza humana dominada pela inveja, que por intermédio do contorno trágico dessa grande história, revela a primeira injustiça praticada pelo gênero humano após a Queda. Caim e Abel saíram das páginas da Bíblia para o mundo, pois apesar dos milênios, continua sendo a história contemporânea da natureza humana dominada pelo pecado e tecida de maneira nua e crua.
Abel é a antítese da injustiça de Caim
O capítulo 4 de Gênesis revela que o objeto desse trágico acontecimento foi uma oferta. Evidente que a atenção do autor sagrado não se volta meramente para o objeto, mas à intenção das pessoas que portam o objeto e o apresentam a Deus (Gn 4.7). Segundo o relato das Escrituras, a oferta de Caim foi trazida como fruto da terra, isto é, oferta de grãos; a de Abel, das primícias dos animais, ou seja, oferta de sangue. Há quem pense que Deus rejeitou a oferta de Caim por ela ter sido de grãos e não de sangue. Tal interpretação não há fundamentação bíblica, a não ser por mera indução. Parece-nos que a nota explicativa do teólogo Donald Stamps, Editor Geral da Bíblia de Estudo Pentecostal, é permeada de melhor senso: “O Senhor aceitou a oferta de Abel, porque este compareceu diante dEle com fé genuína e consagração (Hb 11.4; 1Jo 3.12; Jo 4.23,24). A oferta de Caim foi rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as suas obras eram más (vv.6,7; 1Jo 3.12)”. Corrobora com essa assertiva o teólogo pentecostal J. Wesley Adams, quando ele escreve: “[...] o sacrifício de Abel era uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a sua fé a Deus; não manteve qualquer reserva”. Diferentemente, Caim não era justo. Deus disse que se ele fizesse o que era certo a sua oferta seria aceita (Gn 4.3-7). Portanto, Caim foi devorado pela inveja, pelo ódio e pela injustiça.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 3: Melquisedeque, o Rei de Justiça
Data: 16 de Abril de 2017
TEXTO ÁUREO
“Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17).
VERDADE PRÁTICA
O sacerdócio de Cristo é superior a todos os sacerdócios, pois Ele é o Sumo Sacerdote perfeito e eterno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — 1Tm 2.5
Jesus, único mediador entre Deus e os homens
Terça — Hb 2.17
Sumo Sacerdote misericordioso e fiel
Quarta — Hb 3.1
Jesus, apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão
Quinta — Hb 6.20
Jesus, Sacerdote Eterno
Sexta — Hb 9.11
Jesus, Sumo Sacerdote dos bens futuros
Sábado — Hb 5.10
Jesus, chamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 14.18-20; Hebreus 7.1-7,17.
Gênesis 14
18 — E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.
19 — E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
20 — e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.
Hebreus 7
1 — Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
2 — a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 — sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 — Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 — E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão.
6 — Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas.
7 — Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
17 — Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
HINOS SUGERIDOS
85, 122 e 505 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar lições do perfil de Melquesideque como rei de justiça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar quem era Melquisedeque;
II. Mostrar lições do caráter de Melquisedeque;
III. Refletir a respeito do sacerdócio de Melquisedeque.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, animado para o preparo de mais uma lição? Não deixe de fazer o seu plano de aula logo no início da semana. O plano de aula tem como objetivo orientar suas ações, contribuindo para uma aula mais didática e protutiva. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do caráter de Melquisedeque como rei de justiça. Não sabemos muito a respeito da sua história, mas os relatos bíblicos que temos são suficientes para extrair importantes lições a respeito do seu perfil justo e santo. Melquisedeque era rei de Salém, que mais tarde veio a se tornar Jerusalém. Ele é um tipo de Cristo. Não era apenas rei, mas também um sacerdote. Seu nome significa “rei da paz”. Abraão recebeu a bênção de Melquisedeque, e esse fato demonstra que o patriarca reconheceu a autoridade sacerdotal deste servo de Deus (Gn 14.18,19). Abraão não somente aceitou sua bênção, mas lhe deu o dízimo de tudo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Melquisedeque é um personagem enigmático na história bíblica. Mas ele foi um verdadeiro adorador, no meio de uma gente idólatra e corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer parte da linhagem de Israel. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). Sua ordem sacerdotal, com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo, que em tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais.
PONTO CENTRAL
Melquisedeque foi um sacerdote santo no meio de uma geração corrompida.
I. QUEM ERA MELQUISEDEQUE
1. Um personagem misterioso. Melquisedeque surge no cenário histórico da Bíblia de forma inesperada e até misteriosa. Ele é citado poucas vezes no texto bíblico, o que o torna mais enigmático. Seu nome, no hebraico, é malkisedeq, ou “rei de justiça” ou “meu rei é justo”. O relato de Gênesis 14, informa que ele era “Rei de Salém” (Rei de Paz), um rei-sacerdote cananeu. O autor aos Hebreus diz que ele era “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre” (Hb 7.3).
2. Onde ele aparece na Bíblia. Melquisedeque aparece na história bíblica quando Abrão retornou de uma jornada arriscada, na qual salvara seu sobrinho, Ló, que havia sido levado preso com toda a sua família, quando os reis de Sodoma e Gomorra, onde o patriarca habitava, foram derrotados por uma confederação de quatro reis, liderados por Quedorlaomer, rei de Elão (Gn 14.1-13). Foi a primeira guerra registrada na Bíblia. Abraão foi à guerra com 318 criados, nascidos em sua casa, derrotou os invasores e libertou Ló e sua família.
3. Características de Melquisedeque. Ele tinha qualidades especiais. Sua atitude generosa demonstra que reconheceu que uma vitória tão grande, com um número menor de combatentes, só poderia ser resultado da bênção de Deus sobre Abrão.
a) Ele era rei de Salém. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho [...]” (Gn 14.18).
b) Ele “era sacerdote do Deus Altíssimo” — El Elyon — (Gn 14.18b); segundo Gardner, “Melquisedeque conhecia a Deus por meio de uma tradição que se espalhou após o Dilúvio ou devido a uma revelação sobrenatural. Percebeu que Abraão servia ao mesmo Deus”. O certo é que ele cria em Deus e o servia, pois era sacerdote “do Deus Altíssimo”.
c) Ele abençoou Abrão. Como sacerdote, ele abençoou Abrão. “E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos [...]” (Gn 14.19,20a).
d) Abrão deu o dízimo a Melquisedeque. “E deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14.20b). Aqui, vê-se a primeira referência bíblica acerca do dízimo. Séculos antes da Lei, que incluiu o dízimo como preceito obrigatório para Israel (Nm 18.21,24; Dt 14.23; Ml 3.10). Abrão entendeu que, tendo sido abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, deveria ser grato a Deus pela bênção da vitória. O dízimo é mais uma gratidão do que uma obrigação.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Melquisedeque era Rei de Salém e um tipo de Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Em hebraico malkisedeq ou ‘rei da justiça’, é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo, com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era ‘sacerdote do Deus Altíssimo’” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1247).
CONHEÇA MAIS
Rei de Salém
“Melquisedeque (que significa ‘rei de justiça’) era tanto ‘rei de Salém’ (possivelmente a Jerusalém primitiva), como ‘sacerdote do Deus Altíssimo’. Ele servia o único Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque era cananeu e, portanto, como Jó, é um exemplo de não-israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou uma figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.54.
II. LIÇÕES DO CARÁTER DE MELQUISEDEQUE
1. Um caráter justo. “Rei de justiça”. É a tradução primeira de seu nome. Melquisedeque se destacou por ser um homem justo e praticante da justiça. Seu nome identifica-se com o seu caráter. Suas atitudes decorriam de seu caráter ilibado e santo. Daí, a sua grandeza moral e espiritual. A Bíblia diz sobre ele: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos” (Hb 7.4).
2. Um caráter pacífico. O texto citado diz que, além de ser “rei de justiça”, Melquisedeque também era “rei de Salém, que é rei de paz” (Hb 7.2c). Ele era “sacerdote do Deus Altíssimo” (El elyon), e também rei de uma cidade chamada Salém. Certamente Melquisedeque era um homem pacífico e também reinava sobre uma cidade cujo nome significa “Paz”. Nós, cristãos, temos o dever moral e espiritual de sermos promotores da paz, primeiro, em nosso lar; depois, no ambiente da igreja, no relacionamento fraternal, ministerial e eclesiástico, e também para com as pessoas de fora do nosso ambiente.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Melquisedeque foi um homem justo e santo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para ressaltar as características de Melquisedeque e as lições que podemos extrair de sua vida e conduta. Mostre que, embora ele fosse um homem santo e justo, o sacerdócio de Cristo foi superior ao dele.
III. SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE
1. Um novo sacerdócio. No livro de Hebreus, vê-se que houve necessidade de mudança do sacerdócio levítico por outro que lhe era superior. “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?” (Hb 7.11). Dessa forma, nós os cristãos, estamos debaixo do sacerdócio de Cristo, no qual, todos somos considerados sacerdotes reais com missão muito elevada (1Pe 2.9). Por isso, em nosso comportamento, devemos nos conduzir de maneira que o nome do Senhor seja glorificado.
2. Jesus Cristo, o sacerdócio perfeito. Esse “outro sacerdote”, que seria levantado, é nosso Senhor Jesus Cristo, de quem foi dito: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Era uma mensagem profética e messiânica, que apontava para Cristo, através de Davi. Essa “ordem de Melquisedeque” não era reconhecida pelos judeus, que só aceitavam e reconheciam a “ordem de Arão” ou “levítica”. Em Hebreus, o autor se refere à mensagem profética de Davi sobre Cristo, dizendo: “Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.5,6).
3. A ordem de Melquisedeque. A expressão “segundo a ordem de Melquisedeque” é tipológica (Hb 7.15). Jesus não pertencia à tribo de Levi. Por isso, não seria consagrado sacerdote de acordo com a Lei. Ele pertencia à tribo de Judá. “Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio” (Hb 7.13,14). Mas o sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão (Hb 5.6; 7.7); era um sacerdócio eterno (Hb 5.6); com tais características, Jesus é superior a Levi, a Arão, a Abraão e a todos os seus descendentes levitas (Hb 7.6-10).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus foi sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Quem foi Melquisedeque
Certamente tratava-se de um homem temente a Deus, pois seu nome significa ‘rei justo’, e ‘rei de Salém’ significa ‘rei da paz’. Melquisedeque foi chamado de ‘sacerdote do Deus altíssimo’ (Hb 7.12). Ele reconhecia que Deus era o Criador dos céus e da terra. O que mais se sabe sobre ele? Quatro principais teorias foram sugeridas: (1) Melquisedeque era respeitado como rei da região. Abrão apenas demonstrou-lhe o respeito devido; (2) O nome Melquisedeque poderia ser um título dado a todos os reis de Salém; (3) Melquisedeque era um tipo de Cristo (Hb 7.3). Um tipo é um acontecimento ou ensinamento do Antigo Testamento tão aproximadamente relacionado às realizações de Jesus que ilustra uma lição sobre Cristo; (4) Melquisedeque era o aspecto terreno da pré-encarnação de Cristo em uma forma corpórea temporária” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.14).
CONCLUSÃO
A Bíblia registra a história de homens que tiveram papel importante na história. Melquisedeque foi um desses personagens. Apareceu de forma inesperada e desapareceu da mesma forma. Porém seu sacerdócio tornou-se tipo do sacerdócio de Cristo, santo, perfeito e eterno. Melquisedeque morreu, ainda que não se saiba quando e como. Cristo também morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou e vive eternamente. “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17).
PARA REFLETIR
A respeito de Melquisedeque, o rei de justiça, responda:
Quando Melquisedeque aparece na história bíblica?
Quando Abrão retornou de uma jornada arriscada, em que salvou seu sobrinho.
Que funções Melquisedeque exercia?
Ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo.
Por que Abrão deu o dízimo a Melquisedeque?
Porque entendeu que, tendo sido abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, deveria ser grato a Deus pela bênção da vitória.
Como Melquisedeque demonstrou que era servo de Deus?
No seu encontro com Abrão, ao dizer: “... Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos...” (Gn 14.19,20 a).
Por que o sacerdócio de Cristo é superior ao de Melquisedeque?
Por ser um sacerdócio perfeito e eterno.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Melquisedeque — o Rei de Justiça
Prezado professor, para esta lição é importantíssimo estudar com muito cuidado e zelo o capítulo 7 do livro de Hebreus. Mas considerando atenciosamente Hebreus 5.6,10; 6.20; Gênesis 14.18-20 e Salmos 110.4. A partir da leitura atenta desses textos, procure responder as seguintes questões: (1) Qual foi o motivo de o autor aos Hebreus fundamentar o sacerdócio de Cristo segundo a ordem de Melquisedeque? (2) Qual reflexão se pode fazer de acordo com a seguinte oposição: o sacerdócio judaico estava fundamentado segundo a ordem de Arão X o sacerdócio de Cristo está fundamentado segundo a ordem de Melquisedeque?
O sacerdócio segundo a ordem de Arão.
Para todo bom leitor da Bíblia, a sucessão sacerdotal dos judeus é óbvia. O Sumo Sacerdote devia ser levita, isto é, da tribo de Levi, e da linhagem de Arão (o primeiro Sumo Sacerdote de Israel). Assim, a máxima função sacerdotal derivaria da casa de Arão. Este é a grande figura que marca historicamente o sacerdócio levítico conforme evoca o capítulo 7 de Hebreus. O sumo sacerdócio de Israel foi estabelecido segundo a ordem de Arão.
O sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque
O Senhor Jesus Cristo não era da tribo de Levi, mas de Judá. Do ponto de vista histórico, não haveria a possibilidade de o nosso Senhor ser reconhecido como Sumo Sacerdote segundo os fundamentos judaicos. Mas Ele é o Deus encarnado, logo, o Messias é atemporal e sem limitação geográfica.
Antes de Arão nascer, um Sumo Sacerdote, que não era judeu, que havia recebido a revelação de Deus, que apresentara sacrifícios ao Altíssimo, recebeu os dízimos de Abraão. Seu nome, Melquisedeque. Em Abraão, o sacerdócio de Levi, que deveria receber os dízimos dos judeus, entregou-os ao Sumo Sacerdote “sem pai, sem mãe”, “sem genealogia”, “não tendo princípios de dias nem fim de vida”, “feito semelhante ao Filho de Deus”, “permanece sacerdote para sempre” (Hb 7.3). Além de Sumo Sacerdote do Altíssimo, Melquisedeque era rei em Salém. Assim, ao estabelecer a figura de Melquisedeque em o Novo Testamento, o escritor aos Hebreus quer revelar que Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito, muito superior ao sacerdócio levítico, pois antes de existir Arão, Melquisedeque já exercia o sumo sacerdócio. De maneira profundamente bíblica, o escritor aos Hebreus traz luz a uma verdade incomensurável: Jesus, o Sumo Sacerdote que apresentou de uma vez por todas um sacrifício suficiente.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 4: Isaque, um caráter pacífico
Data: 23 de Abril de 2017
TEXTO ÁUREO
“E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um fi lho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele” (Gn 17.19).
VERDADE PRÁTICA
Isaque, segundo filho de Abraão, deixou um exemplo de humildade e submissão a Deus e a seus pais.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 17.19
Um nome dado por Deus
Terça — Lc 1.37
Para Deus nada é impossível
Quarta — Rm 4.18
Abraão creu contra a esperança
Quinta — Hb 11.8
Pela fé, Abraão, sendo chamado obedeceu a Deus
Sexta — Rm 4.19
A fé não olha para as circunstâncias
Sábado — Hb 11.11
Sara, uma mulher de fé
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 26.12-25.
12 — E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava.
13 — E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande;
14 — e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam.
15 — E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16 — Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.
17 — Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá.
18 — E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.
19 — Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas.
20 — E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele.
21 — Então, cavaram outro poço e também porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna.
22 — E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra.
23 — Depois, subiu dali a Berseba,
24 — e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.
25 — Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
HINOS SUGERIDOS
151, 225 e 432 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o temperamento de Isaque era pacífico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar porque Isaque era o filho da promessa;
II. Mostrar que Isaque era um homem abençoado por Deus;
III. Refletir a respeito de algumas lições do caráter de Isaque.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito de Isaque, o filho da promessa. Deus havia prometido a Abraão um herdeiro, porém sua idade e a da sua esposa já eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa altura da vida não parecia nada fácil. Mas Deus é fiel e vela por sua palavra. Se Ele fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá. Abraão e Sara devem ter criado o filho da promessa com muito amor e carinho, contribuindo para desenvolver em Isaque um caráter manso, pacificador e humilde. Isaque recebeu uma boa educação e decidiu fazer boas escolhas. Deus o abençoou em todas as áreas, mas, não significa que sua vida foi fácil. Ele teve de enfrentar a esterilidade de sua esposa, vizinhos invejosos e maus. Todavia, diante das adversidades, demonstrou ter um caráter pacífico e confiante em Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus mesmo antes do seu nascimento conforme Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer “aquele que ri” ou “ele ri”, em alusão à reação de seu pai e de sua mãe, quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo seus pais de idade avançadíssima.
PONTO CENTRAL
Isaque nos deixou um exemplo de humildade e submissão a Deus e a seus pais.
I. ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA
1. Promessa de Deus a Abrão. Para entender o caráter de Isaque, é importante conhecer a história que moldou sua personalidade e forjou o seu caráter. A história de Isaque ocupa nada menos que nove capítulos do livro de Gênesis. Filho de Abraão e Sara, pela lógica humana seu nascimento seria absolutamente impossível. O “filho da promessa” teria nascido “fora de tempo”, na concepção dos homens. Quando Deus chamou Abrão para sair de sua terra e ir para uma terra estranha, fez-lhe promessas gloriosas. Uma delas era que ele seria “uma grande nação”, quando ele tinha 75 anos (Gn 12.2). Abraão já era idoso, e sua esposa estéril. Parecia impossível o casal ter um filho. Quanto mais serem pais de uma grande nação.
2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre. Ao ouvir que Sara seria “mãe de nações”, Abraão riu considerando coisa impossível para um homem de 100 anos e uma mulher de 90 (Gn 17.17). Percebendo Deus o pensamento de Abraão lhe fez saber que Ele é Fiel (Gn 17.19). Por ter rido, o nome do menino seria Isaque, que significa “riso” ou “aquele que ri”. Sua mãe, ao saber que teria um filho aos 90 anos (Gn 18.9,10), também não se conteve e, a exemplo do marido, também se riu no seu interior (Gn 18.12). Abraão aos 100 anos, e Sara com 90, foram pais de um lindo bebê, que causou espanto a todos que souberam daquele milagre.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Isaque era o filho da promessa.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Idade de Noventa e Nove Anos
Abrão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa original de Deus, o Senhor apareceu a Abrão com uma mensagem e exigência. (1) Deus se revelou como o ‘Deus Todo-Poderoso’, significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como Deus Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que Deus traria ao mundo o filho prometido a Abrão. (2) Deus ordenou que Abrão andasse diante dEle e que fosse ‘perfeito’. Assim como a fé de Abrão foi necessária na efetuação do concerto com Deus, assim também um esforço sincero para agradá-lo era agora necessário, para continuação das bênçãos de Deus, segundo o concerto feito. A fé de Abrão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de Deus. Noutras palavras, as promessas e os milagres de Deus serão realizados o seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p.56).
II. UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS
1. A prosperidade espiritual. Depois da morte de seu pai, já casado com Rebeca, e pai de Esaú e Jacó (Gn 25.19-23), Isaque foi buscar abrigo em Gerar, na terra dos filisteus, para escapar da fome que ocorreu onde morava. Ali, Deus lhe falou que não descesse ao Egito. “[...] em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar” (Gn 26.4-6).
2. A bênção divina é passada de pai para filho. A bênção de Abraão foi transferida para Isaque, não pela hereditariedade em si, mas pela sua fidelidade a Deus. Seu caráter, demonstrado em sua conduta, agradou a Deus. E ele prosperou espiritualmente.
3. A prosperidade material. “E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava” (Gn 26.12). Este é o segredo da vida de Isaque. Ele era abençoado por Deus. Deus dá bênçãos espirituais e também materiais, quando o homem obedece à sua voz. A produção dos seus campos lhe deu cem por cento de colheita (Gn 26.12). É preciso entender que a prosperidade material não é o objetivo da vida cristã, como propalam os adeptos da falsa “teologia da prosperidade”. Mas Deus promete abrir “as janelas do céu” e derramar grande abundância; repreender “o devorador” e fazer as nações perceberem que seu povo é bem-aventurado, para quem é fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.10-12).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Isaque era um homem abençoado por Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Em uma família de poderosos empreendedores, Isaque era do tipo quieto, que cuida apenas de sua vida, até que foi especificamente chamado para agir. Ele foi o filho único e protegido, desde o momento em que Sara se livrou de Ismael, e até que Abraão arranjou seu casamento com Rebeca. Em sua própria família, Isaque tinha a posição patriarcal, mas Rebeca tinha o poder. E em vez de defender suas convicções, Isaque achou mais fácil fazer concessões ou mentir, para evitar confrontos. Apesar desses defeitos, Isaque fazia parte do plano de Deus” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.44).
III. LIÇÕES DO CARÁTER DE ISAQUE
1. Um homem esforçado e trabalhador. A prosperidade que Deus concedeu a Isaque chamou a atenção dos filisteus. A bênção de Deus era tão grande que incomodava os filisteus (Gn 26.15,16). Há pessoas a quem Deus abençoa e os adversários ficam com inveja, desejando o mal aos servos de Deus. Mas a maldição não alcança os que são fiéis a Deus. Balaão foi convocado para amaldiçoar os filhos de Israel. Mas não conseguiu. “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). Deus converteu a maldição em bênção (Ne 13.2 b; Pv 10.22).
2. O caráter pacífico de Isaque. Ao sofrer terrível oposição dos invejosos e ser aconselhado a sair do lugar onde prosperara, Isaque não fez questão alguma. Foi habitar “no vale de Gerar” (Gn 26.17). Honrando o nome e a memória do seu pai, Isaque reabriu os poços que seu pai abrira e foram tapados pelos filisteus, e chamou os poços com os mesmos nomes dados por Abraão (Gn 26.18). Os pastores de Gerar questionaram os outros poços que Isaque abrira, mas ele não os confrontou (Gn 26.19,21).
3. Um caráter resiliente. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu. Mais do que resistente, ele foi resiliente. Soube enfrentar as oposições sem se exasperar. Soube praticar a longanimidade (Gl 5.22). Continuou mandando abrir poços: “E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra” (Gn 26.22, 23). Era o “poço do alargamento” concedido por Deus. Livre da contenda, Isaque “subiu dali a Berseba” (Gn 26.28,29). Ali, Isaque e Abimeleque, rei de Gerar, fizeram um juramento de que seriam amistosos. Daí, Berseba significar “juramento”, ou “poço do juramento”. Em meio a essas experiências, “[...] apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gn 26.24).
4. Obediência e submissão. Certamente, esses são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Ele soube honrar seu pai e sua mãe, como manda o Senhor (Êx 20.12). A prova mais eloquente desse caráter foi demonstrada, quando Deus falou com Abraão e ordenou que ele oferecesse o seu filho em holocausto (Gn 22.2). Isaque foi amarrado sobre o altar para o sacrifício, e não se rebelou. Mas obedeceu. Submeteu-se à vontade do pai. Deus não permitiu que Abraão o imolasse. E proveu um cordeiro para ser oferecido em seu lugar (Gn 22.11-13). Uma figura de Cristo oferecido em nosso lugar como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Deus aceitou o gesto de Abraão como realizado pela fé (Hb 11.17-19).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Podemos extrair várias lições do perfil de Isaque.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, procure enfatizar as características do caráter de Isaque. Mostre que a sua mansidão “é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa, profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu afeto expansivo.
Ele era um homem que vivia em contato com Deus. Embora não tenha as visitações dramáticas que foram concedidas a seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos mandamentos de Deus. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais interesses de sua vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.990).
CONHEÇA MAIS
“Isaque
O nome dado por Deus antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa ‘ele ri’, ‘aquele que ri’, ou simplesmente ‘riso’.
Nada é conhecido sobre os dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo grande e forte o suficiente para carregar a madeira para o fogo do altar subindo a montanha, não sabendo que ele mesmo seria colocado no altar. A experiência de ter sido amarrado como uma vítima de sacrifício e então liberto pela intervenção divina deve ter afetado profundamente toda a sua vida”. Para conhecer mais leia, Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.989.
CONCLUSÃO
A Bíblia nos mostra quão importante foi Isaque para história do povo de Deus. O seu nome se inclui entre os três patriarcas mais citados no Antigo Testamento e também no Novo. O Deus de Israel é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Que Deus nos abençoe para que nos espelhemos no caráter de Isaque para o fortalecimento da nossa fé no Deus Todo-Poderoso.
PARA REFLETIR
A respeito de Isaque, um caráter pacífico, responda:
Qual o significado do nome Isaque?
“Aquele que ri”, “ele ri” ou “riso”.
Que promessa Deus fez a Abraão, quando ele tinha 75 anos de idade?
Que ele seria “uma grande nação” (Gn 12.2).
Quais os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque?
Um homem trabalhador, humilde e obediente a Deus.
Por que a bênção dada a Abraão foi transferida para Isaque?
Por causa de sua fidelidade a Deus.
Cite algumas características do caráter de Isaque.
Obediente aos pais, temente a Deus e pacificador.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Isaque, um caráter pacífico
A história de Isaque é a história de Israel. É o marco embrionário de uma nação que se desenvolveu por intermédio de Jacó, filho de Isaque, e de seus doze filhos, posteriormente, doze tribos. A história de Isaque remonta a história de Abraão. As promessas feitas ao pai da fé são as mesmas repetidas a Isaque (26.2-5) e, mais tarde, a Jacó (28.13-15). Os três patriarcas de Israel foram forjados debaixo da mesma promessa: “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção” (12.2).
O caráter pacífico de Isaque
Um dos traços do caráter de Isaque a chamar atenção quando se estuda o texto bíblico de Gênesis é o pacífico. Isaque foi uma pessoa apaziguadora, buscando evitar os conflitos a fim de ter uma estadia tranquila na terra de Canaã. E importante ressaltar a época que o filho de Abraão viveu. Um período violento, onde as questões eram resolvidas nos termos do “olho por olho” e “dente por dente”.
O texto bíblico de Gênesis narra que Isaque habitou em Gerar e semeou na cidade (Gn 26.6,12). Motivo de o filho de Abraão prosperar abundantemente (26.13,14). Isaque passou a ter muitas ovelhas, vacas, pessoas ao seu serviço, despertando assim inveja nos filisteus. Estes iniciaram um processo de inviabilização aos planos do pai de Jacó. Primeira medida: entulharam os poços abertos nos tempos de Abraão. Segunda: Contenderam com os pastores de Isaque, afirmando que as fontes de águas não pertenciam a eles. Contudo, a reação de Isaque foi pacífica e bem diplomática. Quando os filisteus entulhavam os poços, ele os desentulhava. Quando os filisteus escolhiam uma região para cavar poços, Isaque partia para cavá-los em outro lugar. Assim, Deus o abençoou abundantemente.
Uma lição para hoje
Num tempo onde muitos não têm paciência para ouvir o outro, muito menos absorver o desaforo do outro, embora a sociedade ocidental do século XXI tenha muito bem desenvolvida as ideias de direitos humanos, alteridade, dignidade da pessoa humana e integração dos povos, o pacifismo de Isaque se torna uma chamada à Igreja de Deus. Viver de maneira pacífica não significa tolice, mas ter conscientemente um estilo de vida que priorize um coração leve e suave no espírito do Evangelho. Aqui, o professor pode remontar o ensino de Jesus no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 5: Jacó, um exemplo de um caráter restaurado
Data: 30 de Abril de 2017
TEXTO ÁUREO
“Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú” (Rm 9.13).
VERDADE PRÁTICA
Com base em sua presciência e propósitos, Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 27.11,12
A mentira traz maldição
Terça — Gn 27.41
Quando o ódio se torna mortal
Quarta — Gn 27.20
Jacó mentiu ao próprio pai
Quinta — Gl 6.7
O que o homem planta, isso colherá
Sexta — Rm 5.20
Onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus
Sábado — Sl 133.1
Deus quer que os irmãos vivam em união
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 25.28-34; 32.24,27,28,30.
Gênesis 25
28 — E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.
29 — E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado.
30 — E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom.
31 — Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura.
32 — E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?
33 — Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
34 — E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.
Gênesis 32
24 — Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia.
27 — E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.
28 — Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
30 — E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.
HINOS SUGERIDOS
46, 77 e 432 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar a origem de Jacó;
II. Mostrar a direção de Deus na vida de Jacó;
III. Refletir a respeito de alguns aspectos do caráter de Jacó.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e recebeu o nome de “enganador”. Todavia, Deus em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu nome ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele. Todo encontro com Deus é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de Deus, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente Deus, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro “eu”.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.
PONTO CENTRAL
Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
I. QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque. Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.
2. O preferido de sua mãe. Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).
3. O preferido de Deus. A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Jacó foi escolhido por Deus ainda no ventre de sua mãe.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Abraão, Isaque e Jacó estão entre as mais importantes pessoas do Antigo Testamento. Isto não se deve ao seu caráter pessoal, mas ao caráter de Deus. Eles foram homens que conquistaram o respeito relutante e até mesmo o medo de seus colegas. Eram ricos e poderosos, e ainda assim, os três foram capazes de mentir, enganar e agir com egoísmo. Eles não eram os heróis perfeitos que poderíamos ter esperado; em vez disso, eram exatamente como nós; tentavam agradar a Deus, mas não conseguiram” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.56).
CONHEÇA MAIS
Jacó
“Era o terceiro no plano de Deus para iniciar uma nação descendente de Abraão. O sucesso deste plano se deu mais ‘apesar de’ do que ‘em razão’ da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, Deus prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de Deus trabalhando”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.46.
II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da escada que tocava o céu. Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).
2. A coluna em Betel. Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de Deus para sua vida.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.
III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu encontro com Deus. Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.
a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).
b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.
c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.
2. Depois do seu encontro com Deus. Observe a transformação no caráter de Jacó:
a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).
b) Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7).
c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).
3. No seu encontro com Esaú. Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Antes de ter um encontro com Deus Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.
CONCLUSÃO
Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.
PARA REFLETIR
A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:
Que significa o nome Jacó?
“Aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.
Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.
Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?
Três vezes.
O que Jacó prometeu a Deus se fosse abençoado em sua viagem?
Dar o dízimo de tudo.
Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jacó, um exemplo de um caráter restaurado
O desvio de caráter é algo sério. Significa violar valores fundamentais que, uma vez não respeitados, põem em xeque o bem estar do outro. Essa afirmativa pode ser exemplificada a partir de dois exemplos.
Primeiramente, digamos que você entrega um valor monetário para uma pessoa, em tese de sua confiança, para depositá-lo numa conta mencionada por você. A pessoa diz que o depositou conforme solicitado. Mas passam os dias e o beneficiário informa que não o recebeu. Ora, por certo houve um problema eletrônico ou algo do tipo — pode-se pensar. Entretanto, a pessoa que você pediu para depositar o valor sabe que não houve problema algum, pois simplesmente ela o tomou para si.
Segundo, imagine um partido político uma vez no poder, que outrora pregava contra a corrupção, deliberadamente não obedece as leis fiscais, não se faz transparente, maquia a contabilidade no ano de eleições a fim de os adversários políticos e a sociedade não terem acesso às informações verdadeiras. Tudo em nome de uma causa que poucos conhecem a quem interessa. Desobedecer deliberadamente as leis a fim de esconder o próprio crime é a prova cabal do desvio de caráter. Portanto, algo muito sério!
Os casos mencionados, ambos exemplos da vida real, prejudicaram pessoas. O primeiro lesou duas: a que solicitou o depósito e a que teria de recebê-lo. Imagine o transtorno com atrasos, necessidades não atendidas e outras mais! O segundo caso lesou a nação inteira, pois trabalhadores perderam seus empregos, empresas faliram e a Economia quebrou. É impossível calcular as décadas de perda para essa nação. Demorará muito para ela se recuperar.
Na presente lição acerca do caráter de Jacó, tanto do ponto de vista individual quanto do coletivo, não podemos tratar o desvio de caráter como se fosse algo distante de nós. Invariavelmente, é possível o cristão comum se vê num contexto em que essa luta travada com a natureza humana se manifeste. Entretanto, devemos dar ênfase ao aspecto restaurador do caráter de Jacó, pois a história do patriarca mostra o quanto a natureza humana pode ser alterada a partir de um verdadeiro encontro com Deus. Um processo de metanoia se instala, isto é, há uma transformação radical no caráter, carregada de uma convicção profunda de arrependimento. Ora, em Cristo Jesus, todo ser humano pode ter esse encontro com o nosso eterno Senhor. Em Cristo, o caráter pode ser restaurado!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 6: Jônatas, um exemplo de lealdade
Data: 7 de Maio de 2017
TEXTO ÁUREO
“E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma” (1Sm 18.3).
VERDADE PRÁTICA
O cristão deve ser exemplo de lealdade a Deus, a seus familiares e a todos os que estão ao seu redor.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Dt 3.22
Deus peleja pelo seu povo
Terça — Pv 17.17
Na angústia nasce o irmão
Quarta — Pv 18.24
Amigo mais chegado que um irmão
Quinta — Pv 27.10
Um amigo não abandona o outro
Sexta — Jo 11.11
Um amigo de Jesus
Sábado — 1Sm 26.23
O Senhor paga a lealdade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 18.3,4; 19.1,2; 20.8,16,17,31,32.
1 Samuel 18
3 — E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.
4 — E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.
1 Samuel 19
1 — E falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos para que matassem Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava mui afeiçoado a Davi.
2 — E Jônatas o anunciou a Davi, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te; pelo que, agora, guarda-te, pela manhã, e fica-te num lugar oculto, e esconde-te.
1 Samuel 20
8 — Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, porque fizeste a teu servo entrar contigo em aliança do Senhor; se, porém, há em mim crime, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?
16 — Assim, fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor o requeira da mão dos inimigos de Davi.
17 — E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma.
31 — Porque todos os dias que o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu serás firme, nem o teu reino; pelo que envia e traze-mo nesta hora, porque é digno de morte.
32 — Então, respondeu Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que tem feito?
HINOS SUGERIDOS
8, 198 e 536 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o cristão deve ser exemplo de lealdade a Deus, aos familiares e amigos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar as circunstâncias que uniram Jônatas a Davi;
II. Mostrar que a amizade de Jônatas e Davi foi aprovada por Deus;
III. Refletir a respeito das lições do caráter de Jônatas.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, estudaremos a respeito da amizade e lealdade de Jônatas e Davi. Esse é um assunto bem relevante, pois vivemos tempos difíceis onde os interesses pessoais foram colocados acima das amizades. Então, para refletir com profundidade e tornar a aula mais participativa, inicie a lição pedindo que os alunos citem algumas qualidades do caráter de Jônatas e Davi. À medida que eles forem citando, vá relacionando as qualidades no quadro. Depois de ouvir com atenção os alunos, explique que as características do caráter de Jônatas e Davi revelam que eles eram homens cujo caráter foi forjado por Deus. Eles tinham consciência de suas limitações, eram prudentes e amavam a Deus acima de todas as coisas. Ressalte o fato de que os amigos são presentes do Pai, por isso, merecem a nossa lealdade. Sem lealdade não pode haver amizade, é o que nos ensina a história de Jônatas e Davi.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Jônatas entrou para a história à sombra do pai, mas pouca coisa herdou de seu genitor. Demonstrou ser um guerreiro cheio de coragem e determinação. E, aliada à sua coragem, está a sua humildade, sua fé e obediência ao Senhor, virtudes indispensáveis a um homem de Deus. Sua amizade por Davi nasceu de forma inesperada, quando assistiu, de perto, a vitória do jovem pastor de ovelhas sobre o imbatível gigante Golias, o campeão dos filisteus, que desafiava os exércitos israelitas, e afrontava o nome do Senhor.
PONTO CENTRAL
Precisamos ser leal a Deus e aos amigos.
I. CIRCUNSTÂNCIAS QUE UNIRAM JÔNATAS E DAVI
1. Quem era Jônatas. Era o filho mais velho do rei Saul. Seu nome significa “dado por Deus” ou “presente de Deus”. Ele tinha todas as condições para ser o substituto do pai. Era valente e hábil no combate. Sua bravura já fora provada, quando, em Micmás, derrotou toda uma guarnição dos filisteus, contando apenas com a ajuda de seu fiel escudeiro, colocando sua fé em ação (1Sm 14.1-14). Entretanto, por direção de Deus, os rumos da história de Saul e de Jônatas foram mudados completamente. E isso ocorreu de forma surpreendente.
2. Uma batalha que mudou a história. Israel estava no campo de batalha contra os filisteus, num monte, “no vale do carvalho”, e os filisteus estavam do lado oposto do vale, também sobre um monte (1Sm 17.1-3). Um gigante filisteu, de nome Golias, campeão de seu povo, desafiava os exércitos de Israel, mas ninguém tinha coragem de enfrentar o inimigo. O clima de medo prenunciava a provável derrota de Israel (1Sm 17.10,11).
3. A presença de Davi. Jessé enviou Davi ao local da batalha para entregar víveres para seus irmãos e para o chefe do exército (1Sm 17.12-21). Contrariando seus irmãos e o próprio rei, Davi se dispôs a enfrentar o filisteu. Com permissão do rei, e confiando em Deus, Davi foi ao encontro de Golias, com apenas uma funda e cinco pedras do ribeiro (1Sm 17.40-47). E com uma única pedra derrubou o gigante, e o matou com a espada deste (1Sm 17.48-58). Uma vitória de desfecho surpreendente. Um gigante vencido por um jovem pastor de ovelhas. Um exército inteiro posto em fuga após um combate inusitado e desigual. Assistindo ao duelo estava Jônatas, o filho de Saul, que ficou profundamente tocado pela vitória de Davi sobre Golias.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A batalha com Golias contribuiu para criar laços de amizade entre Jônatas e Davi.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A profunda amizade entre Jônatas e Davi é surpreendente por uma série de razões. Primeiro, Deus escolheu Davi e não Jônatas (filho de Saul e príncipe de Israel) para ser o segundo rei de Israel. Segundo, o pai de Jônatas, Saul, sentia intenso ciúme de Davi e tentou repetidamente matá-lo. Terceiro, Davi era um indivíduo multitalentoso, muito popular com as massas do que Saul ou Jônatas.
Jônatas e Davi deviam ter sido pelo menos cautelosos um para com o outro, senão inimigos declarados. Contudo, eles foram capazes de superar esses obstáculos em potencial e construir uma amizade exemplar. Talvez a qualidade excepcional de sua amizade fosse a lealdade. Aquela lealdade estava fundamentada numa profunda devoção a Deus. Esse maior compromisso foi o que capacitou a amizade deles e não apenas sobreviver, mas crescer em tempos de confusão e conflito.
Você é um amigo para todas as horas? Você foge de relacionamentos quando as dificuldades surgem? Se seus relacionamentos humanos são fracos, examine a profundidade de sua lealdade a Deus. Você pode se surpreender com o que vai descobrir” (365 Mensagens Inspiradas em Personagens da Bíblia. 12ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.103).
CONHEÇA MAIS
A amizade de Davi e Jônatas
“Esta amizade é uma das mais profundas e legítimas na Bíblia. (1) Eles basearam este pacto no compromisso para com Deus, não apenas para com o outro. (2) Não permitiram que qualquer coisa se colocasse entre eles, nem mesmo o interesse próprio ou os problemas familiares. (3) Aproximaram-se ainda mais quando a amizade foi testada. (4) Permaneceram amigos até o fim.
Jônatas o primogênito do rei, mais tarde predisse que Davi, e não ele, seria o próximo monarca. Mas isso não enfraqueceu sua estima pelo amigo. Jônatas preferia a amizade de Davi ao trono de Israel”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.394
II. UMA AMIZADE APROVADA POR DEUS
1. Jônatas torna-se amigo de Davi. O povo de Israel jubilou diante da tremenda vitória. Saul ficou estupefato, e mandou o chefe do exército, Abner, chamar Davi, que levou como troféu da batalha inusitada a cabeça do filisteu (1Sm 17.54). Porém Jônatas, filho de Saul, foi quem mais foi tocado em suas emoções e sentimentos em relação ao jovem pastor, que derrotou o gigante com o uso de uma simples funda e um tiro de pedra. De imediato, aquela admiração despertou em Jônatas um sentimento de amizade e de amor fraternal por Davi. Deus tem seus caminhos, e, quando Ele quer, cria circunstâncias ou muda circunstâncias segundo seus propósitos amorosos e soberanos.
2. Uma amizade fiel e duradoura. A Bíblia registra com expressão tocante os sentimentos de Jônatas por Davi. Diz o texto bíblico: “E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma” e fizeram uma aliança diante de Deus (1Sm 18.1,3,4). O texto registra expressões que significam que Jônatas não só admirou grandemente a coragem e a audácia de Davi, como sentiu no seu íntimo que deveria nutrir por ele profunda amizade fraternal.
3. Uma aliança do Senhor. Grupos homossexuais procuram distorcer o sentido desse texto quando a Bíblia diz que Jônatas fez aliança com Davi, porque “o amava como à sua própria alma” e entregou a Davi suas vestes e equipamentos de combate (1Sm 18.3,4). Eles o fazem de forma desonesta e tendenciosa, afirmando que Jônatas sentiu atração sexual por Davi, e que ambos deram início a uma relação homoafetiva. Nada mais incoerente com a verdade bíblica. Jônatas era casado e pai de um filho, cujo nome era Mefibosete (2Sm 4.4). Em nenhum texto da Bíblia se diz que Jônatas desobedeceu a Deus e a sua Lei. Ele sabia que, se fosse homossexual, estaria cometendo “abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13). Na verdade, aquela amizade calorosa foi inspirada por Deus, pois Jônatas haveria de ser, tempos depois, o amigo que iria livrar Davi da sanha ciumenta e sanguinária de Saul. Eles fizeram aliança espiritual, e não uma parceria abominável aos olhos do Senhor (1Sm 18.3). Somente a má fé de quem usa a Palavra de Deus para justificar seus pecados pode afirmar tamanha incoerência e disparate.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Deus aprovou a amizade entre Davi e Jônatas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jônatas
O filho de Saul é uma das personalidades mais admiráveis do Antigo Testamento. Ao descobrir que Davi estava destinado a suceder seu pai no trono, Jônatas, corajosamente, defende Davi como um leal servidor do rei. Quando forçado a tomar posição, Jônatas novamente escolhe apoiá-lo, e enfrenta a fúria de seu pai para salvar a vida do amigo. Quando nos lembramos que Jônatas sucederia naturalmente a Saul como rei de Israel, sua amizade por Davi torna-se particularmente comovente. O Antigo Testamento não tem exemplo mais belo de amizade. A história de como Davi correspondeu à amizade de Jônatas é encontrada em 2 Samuel 9” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, p.192).
III. O CARÁTER DE JÔNATAS E SUAS LIÇÕES
Há um provérbio popular que diz: “Tal pai, tal filho”, sugerindo que os filhos tendem a demonstrar o mesmo comportamento de seus pais. Mas tal entendimento não pode ser generalizado. O exemplo de Jônatas é prova disso. Seu caráter praticamente era oposto ao do seu pai. Vejamos alguns aspectos do caráter de Jônatas.
1. Um homem de coragem. Saul era um homem inseguro e ciumento. Jônatas não herdou nem desenvolveu esse traço da personalidade do pai. Era corajoso. Em Micmás, ele lutou contra a guarnição dos filisteus, com seu pajem de armas, e os derrotou, confiando em Deus. Revelou-se um comandante de tropas, um herói e um homem de fé (1Sm 14.6). Mas sua coragem não era apenas física e emocional. Ele tinha a grandeza espiritual que lhe dava confiança, diante das adversidades (1Sm 14.1-4). Ele revelou firmeza diante dos inimigos, e lealdade diante dos amigos.
2. Um homem humilde. Sua coragem moral fê-lo não ter medo de perder a posição, como herdeiro do trono para Davi. Soube reconhecer que seu amigo tinha a direção de Deus, e as condições humanas para substituir Saul no cargo de monarca de Israel (1Sm 16.1,12,13). Um exemplo para os dias presentes. Há muitos, em igrejas evangélicas, que brigam por cargos e posições, agindo, muitas vezes, com métodos carnais, seguindo o exemplo dos ímpios. São obreiros carnais, dominados por “torpe ganância” (1Tm 3.3). A humildade é qualidade que só possuem os que têm grandeza de alma. E Deus se agrada dos humildes (1Pe 5.6).
3. Um homem leal. Em todas as ocasiões, depois que se tornou amigo de Davi, Jônatas demonstrou sua lealdade. Poderia ter ficado ao lado do seu pai, mas não cedeu aos caprichos de Saul, quando este, injustamente, quis eliminar a vida de Davi. Quando soube do plano de Saul para matar Davi, Jônatas procurou o amigo e lhe advertiu do perigo de morte (1Sm 19.1-3; 20.11-17,32,33). Jônatas teve um último encontro com Davi, onde mais uma vez selaram o pacto de lealdade diante de Deus (1Sm 20.41-43). Até o dia da sua morte, Saul continuou perseguindo Davi. Jônatas também veio a morrer em Gilboa ao lado de seu pai (1Sm 31.8).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Ao examinar o caráter de Jônatas e Davi podemos extrair importantes lições para nossas vidas.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jônatas.
CONCLUSÃO
Deus não está sujeito às leis nem aos costumes dos povos. Ele estabelece sua vontade diretiva de forma implacável, contrariando todas as expectativas e previsões históricas ou políticas. Assim, em meio a um grave desafio contra o povo de Israel, levantou o jovem Davi para derrotar o gigante filisteu. Assistindo a extraordinária vitória, Jônatas sentiu profunda admiração pelo jovem pastor de Belém, e compreendeu que ele seria o escolhido por Deus. Em lugar de inveja ou ciúme, Jônatas tornou-se o maior e mais leal amigo de Davi.
PARA REFLETIR
A respeito de Jônatas, um exemplo de lealdade, responda:
Que significa o nome Jônatas?
“Dado por Deus” ou “presente de Deus”.
Quando começou a amizade entre Jônatas e Davi?
Logo após a batalha em que Davi venceu Golias.
Qual a natureza da aliança entre Jônatas e Davi?
De natureza espiritual, “aliança do Senhor”.
Além da coragem física e emocional, que grandeza tinha Jônatas?
Ele tinha grandeza espiritual que lhe dava confiança, diante das adversidades.
Que pacto fizeram Jônatas e Davi?
Um pacto de lealdade diante de Deus.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jônatas, um exemplo de lealdade
Como nasce uma amizade? Segundo as Escrituras, do amor. “Amarás a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo” é o resumo de Marcos 12.30,31. A verdadeira amizade só é possível quando forjada no amor, do contrário se estabelecerá uma relação com base nos interesses egoístas. Por isso, segundo a ética das Escrituras Sagradas, não há relação que seja possível, mais estreita entre pessoas, senão, pelos meandros do verdadeiro amor: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros” (1Jo 4.11).
A história de Davi e Jônatas é um maravilhoso exemplo de amizade desprovida de qualquer interesse mesquinho. Para demonstrar isso, refletiremos acerca do perfil de Jônatas: (1) Filho mais velho de Saul; (2) um herdeiro legítimo para suceder seu pai; (3) hábil e valente guerreiro; (4) apresentava o porte de um verdadeiro príncipe. A partir de todo esse perfil, por que Jônatas estabeleceria uma amizade sincera com Davi, que mais tarde, seria a pessoa a substituir Saul, seu pai, no trono de Israel?
O contexto para a amizade entre os dois guerreiros ser entretecida foi o evento auspicioso do combate entre Davi e o gigante Golias. Não há dúvidas de que a vitória de Davi, assim como aconteceu com o rei Saul, despertou emoções em Jônatas. A emoção da vibração, a emoção da conquista de uma batalha, a emoção de vencer um inimigo que há muito havia humilhado a nação inteira. Mas passada a euforia da vitória, o auspício da conquista, o texto bíblico testemunha algo encantador e sincero: “a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. [...] E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma” (1Sm 18.1,3).
Note que duas vezes o texto menciona “Jônatas o amou como à sua própria alma”. Uma amizade como a de Davi e Jônatas só poderia ter brotado a partir da perspectiva do amor. Por isso, em Jesus Cristo, essa perspectiva é mais abertamente ampliada e confirmada, por exemplo, pelo apóstolo João em suas cartas, pois só amamos porque Deus nos amou primeiro (1Jo 4.19). E se amamos a Deus, devemos amar o próximo. Só então temos a plataforma formada para a vivência de uma verdadeira amizade cristã. Portanto, é tempo de nos entregarmos em amor ao próximo e, então, preparar o caminho a fim de construirmos verdadeiras amizades. Amizade que edifique, abençoe e frutifique. Nunca é tarde para isso!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 7: Rute, uma mulher digna de confiança
Data: 14 de Maio de 2017
TEXTO ÁUREO
“[...] porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16).
VERDADE PRÁTICA
Deus usou Rute, quebrando todos os paradigmas raciais, para torná-la parte da linhagem do Messias.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Ne 13.2
Deus transformou a maldição em bênção
Terça — Sl 115.3
Deus faz tudo o que lhe apraz
Quarta — Jo 3.16
Jesus veio para morrer por todos os homens que nEle creem
Quinta — Sl 24.1
O mundo e seus habitantes pertencem a Deus
Sexta — Cl 3.10,11
Em Cristo, nenhum povo é excluído do seu amor
Sábado — Ef 2.19
Em Cristo, todos somos da família de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Rute 1.11,14-18.
11 — Porém Noemi disse: Tornai, minhas filhas, por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no meu ventre mais filhos, para que vos fossem por maridos?
14 — Então, levantaram a sua voz e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela.
15 — Pelo que disse: Eis que voltou tua cunhada ao seu povo e aos seus deuses; volta tu também após a tua cunhada.
16 — Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.
17 — Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o SENHOR e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.
18 — Vendo ela, pois, que de todo estava resolvida para ir com ela, deixou de lhe falar nisso.
HINOS SUGERIDOS
96, 467 e 515 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Deus usou a vida de Rute para quebrar paradigmas raciais e torná-la parte da linhagem do Messias.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar um resumo da história de Rute;
II. Mostrar o cuidado de Noemi e o caráter de Rute;
III. Explicar como Rute entrou na genealogia de Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje, estudaremos a respeito do caráter bondoso e fiel de Rute. Ela se recusou a abandonar sua sogra, viúva e sem nenhum recurso financeiro. Rute escolheu ajudar Noemi e seguir o seu Deus. Ela trabalhou nos campos recolhendo espigas para sustentar sua sogra e para sobreviver. Esse era um trabalho honesto, porém nada fácil para uma mulher sozinha. Sua história revela seu caráter bondoso e fiel ao Deus de Israel e à sua sogra. Aprendemos com seu perfil que o amor e a bondade são capazes de mudar a história de uma pessoa. Pois, essa gentia, que não fazia parte do povo de Deus, entrou na genealogia de Jesus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o caráter de uma jovem estrangeira, que se tornou uma das mulheres mais admiráveis da Bíblia. Trata-se de Rute, uma moça moabita, que se casou com um jovem hebreu, contrariando os costumes e os preceitos legais de seu povo. A narrativa do livro que tem o seu nome mostra que Deus é soberano, onipotente, e, ao mesmo tempo, misericordioso e amoroso. O livro de Rute é considerado umas das mais belas peças da literatura universal.
PONTO CENTRAL
Rute tinha um caráter bondoso e íntegro.
I. RUTE, UM RESUMO DE SUA ORIGEM
1. Uma estrangeira. O nome Rute significa “amizade”. Ela era moabita. Um fato histórico tornou os moabitas adversários de Israel. Eles não permitiram ao povo de Deus passar pelo seu território quando deslocava-se em direção a Canaã, e precisava passar pelo território de Moabe, sob a liderança de Moisés (Nm 20.19). Eles foram hostis. Por isso, Deus determinou que nem moabitas nem amonitas poderiam fazer parte da “congregação do Senhor”, ou do povo de Israel, “nem ainda a sua décima geração” (Dt 23.3-6; Ne 13.2). Essa é a origem étnica de Rute. Se houvessem sido observados os preceitos da Lei, ela jamais poderia fazer parte da linhagem do povo de Israel.
2. Como Rute vinculou-se a uma família israelita. Uma família judaica teve que sair de Belém para escapar da seca que assolava a região. Eram eles: Elimeleque, Noemi (ou Naomi, que significa “agradável”), sua esposa, e os dois filhos, Malom e Quiliom. Emigraram para a terra de Moabe, onde havia alimento. Contrariando os costumes da família, os dois filhos casaram com jovens moabitas. Malom casou-se com Rute; Quiliom casou-se com Orfa. Não se sabe quanto tempo viveram com suas esposas. Os três homens faleceram deixando três mulheres sem amparo (Rt 1.1-5). Uma seca e três óbitos mudaram a história dessas pessoas.
3. Em direção à terra de Judá. Dez anos depois, Deus concedeu a bênção da fartura de pão em Israel (Rt 1.6). E a viúva de Elimeleque convidou suas duas noras, também viúvas, para irem a Belém, onde havia pão (Rt 1.7). Belém (hb. Beth-Lehem, significa “Casa do Pão”).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Rute era uma moabita que se vinculou a uma família israelita e veio a fazer parte da linhagem do Messias.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, Rute era moabita. Por isso, é importante que você utilize o subsídio abaixo para explicar aos alunos a origem desse povo.
“De acordo com Gênesis 19.30-38, os moabitas descendiam de Moabe, filho de Ló, que era sobrinho de Abraão, como resultado de uma relação incestuosa com a filha mais velha de Ló. A narrativa, entretanto, indica que os israelitas e moabitas eram semitas e parentes de sangue, e isto é confirmado pelo fato de que a língua dos moabitas está intimamente relacionada à dos hebreus. Os sinais da inscrição de 34 linhas na Pedra Moabita correspondem aos sinais de inscrição de Siloé de Ezequias, e mostra que as duas línguas são da mesma descendência semítica. A similaridade de alguns costumes também indica o mesmo parentesco. Moabe é representada em Êxodo 15.15 como já sendo um povo poderoso quando Israel saiu do Egito.
A terra que veio a ser conhecida como Moabe era, até onde sabemos originalmente, habitada por um povo conhecido por sua grande estatura, que a Bíblia chama de refains (Dt 2.10,11). Eles foram citados pelos moabitas que os expulsaram, como ‘emis’ os ‘terríveis’ ou ‘ameaçadores’. Eles são citados em Gênesis 14.5 como habitantes de Savé-Quiriataim.
Durante o período dos juízes de Israel, em que a nação ficou enfraquecida, os moabitas prosseguiram para o norte, a partir do rio Arnom até vários quilômetros ao norte do extremo do mar Morto, atravessando o rio Jordão até Jericó. Os israelitas foram oprimidos por Eglom, rei de Moabe, durante 18 anos até este ser assassinado pelo juiz Eúde (Jz 3.12-30). As campanhas do rei Saul na Transjordânia incluíram a derrota de Moabe (1Sm 12.9). Quando Davi fugiu de Saul, ele levou seus pais até o rio de Moabe, para que estivessem protegidos. Talvez este simpatizasse com Davi por causa de Rute, a bisavó moabita de Davi. Durante os reinados de Davi e Salomão, Moabe esteve sob o domínio de Israel” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1296).
CONHEÇA MAIS
Bélem
“Situa-se a mais ou menos oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém. A cidade era cercada por exuberantes campos de oliveira. Suas colheitas eram abundantes. A vinda de Rute e Noemi a Belém era certamente parte do plano de Deus porque nesta cidade nasceria Davi (1Sm 16.1), e, como foi predito por Miqueias (5.2). Jesus Cristo também viria ao mundo lá. Esta mudança, então, era mais do que mera conveniência para Rute e Noemi. Ela tinha como propósito o cumprimento das Escrituras”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.357
II. O CUIDADO DE NOEMI E O CARÁTER DE RUTE
1. Um amor sincero e profundo. Noemi sugeriu que as duas noras voltassem às suas origens. Mostrou-lhes o quanto seria difícil estar com ela, e insistiu para que voltassem às suas famílias. “Então, levantaram a sua voz e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela” (Rt 1.14).
2. O caráter amorso de Rute. Orfa, viúva de Quiliom, “beijou a sua sogra”, despediu-se, e foi embora para sua família, e “aos seus deuses” (Rt 1.15). Mas Rute demonstrou outra atitude. Preferiu acompanhar sua amada sogra.
a) Um caráter amoroso e confiante. “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu [...]” (Rt 1.16a). Como verdadeira serva de Deus, Rute demonstrou ter um caráter agradecido e generoso. Ela tomou a decisão consciente de estar ao lado de Noemi, em qualquer lugar e em qualquer circunstância. Ela amava de verdade.
b) Um caráter fortalecido na fé em Deus. Com toda a certeza, Rute se converteu ao Senhor. Em sua declaração de amor a Noemi, ela disse com toda a convicção: “[...] o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16b). Essa decisão mostra a sua fé em Deus (Hb 11.1). Rute não imaginava o que poderia lhe acontecer, mas ficou ao lado de Noemi, como vendo o invisível, sob a mão de Deus.
c) Um caráter decidido e firme. Rute afirmou diante da sua sogra, amiga e irmã de fé sua decisão consciente: “Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Vendo ela, pois, que de todo estava resolvida para ir com ela, deixou de lhe falar nisso” (Rt 1.17,18). Uma lição de grande valor para os dias atuais, quando muitos que se dizem cristãos, desistem de seguir a Cristo por causa dos desafios, das lutas e provações.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O cuidado de Rute para com Noemi revelou o seu caráter fiel e bondoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“No mundo antigo, não havia quase nada pior do que ser uma viúva. Muitas pessoas tiravam vantagem das viúvas ou as ignoravam. Elas eram quase sempre atingidas pela pobreza. Portanto, a lei de Deus ordenava que o parente mais próximo do marido falecido cuidasse da viúva. Mas Noemi não tinha parentes em Moabe, e não sabia se algum dos parentes do marido estavam vivos em Israel.
Mesmo em uma situação desesperadora, Noemi teve uma atitude altruísta. Embora ela tenha decidido voltar para Israel, encorajou Rute e Orfa a permanecerem em Moabe e recomeçarem suas vidas, mesmo que isto trouxesse dificuldades para ela.
Belém ficava a aproximadamente oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém. A cidade era cercada por oliveiras e campos verdejantes. Suas colheitas eram abundantes. Certamente, o retorno de Rute e Noemi a Belém foi parte do plano de Deus, porque nesta cidade nasceria Davi (1Sm 16.1). Como previsto pelo profeta Miqueias (Mq 5.2), Jesus Cristo também nasceria neste lugar. Portanto, esta mudança foi mais do que mera conveniência para Rute e Noemi. Ela propiciou o cumprimento das Escrituras” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.422).
III. COMO RUTE ENTROU NA GENEALOGIA DE JESUS
1. Rute chega a Belém. Ao chegar a Belém, Rute viu a admiração do povo pela condição em que sua sogra retornou à sua terra. Diz o texto: “[...] e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi? Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez tornar; por que, pois, me chamareis Noemi? Pois o Senhor testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem afligido tanto” (Rt 1.19-21). Noemi quer dizer “agradável”, enquanto Mara significa “amargurada”. Este era o sentimento que enchia o coração de Noemi. Elas chegaram a Belém “no princípio da sega das cevadas” (Rt 1.22).
2. Rute atrai a atenção de Boaz. Rute era uma mulher trabalhadora. Não comia “o pão da preguiça” (Pv 31.27). Ao chegar a Belém, não esperou que Noemi sugerisse algum trabalho para sua manutenção. Ela tomou a iniciativa de procurar um serviço (Rt 2.2). Por direção de Deus, Rute foi rebuscar espigas no campo de Boaz, “que era da geração de Elimeleque” (Rt 2.3). Ao vê-la, Boaz perguntou ao chefe dos segadores quem era ela (Rt 2.5). O homem respondeu que era Rute, a moça moabita que voltou com Noemi (Rt 2.6). Encantado com a beleza da moça e admirado por sua história, Boaz falou benignamente a Rute; e disse que tomara conhecimento de seu gesto amoroso para com Noemi (Rt 2.8-13). Foi amor à primeira vista.
3. Rute casa com Boaz. Boaz procedeu de acordo com a lei, e diante das testemunhas e dos anciãos, casou-se com Rute. E declarou: “[...] também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar: disto sois hoje testemunhas” (Rt 4.10). O povo que compareceu à cerimônia ficou feliz com o casamento (Rt 4.11,12). Assim, ela entrou na genealogia de Jesus (Mt 1.5).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Rute, pela graça divina, veio fazer parte da linhagem do Messias.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Rute era uma moabita, mas isto não a impediu de adorar o verdadeiro Deus, nem fez com que Ele rejeitasse e deixasse de abençoá-la grandemente. Os judeus não eram o único povo que Deus amava. O Senhor escolheu os judeus para serem o povo através do qual o resto do mundo viria a conhecê-lo. Isto se cumpriu quando Jesus Cristo nasceu como um judeu. Através dele, o mundo inteiro pode conhecer a Deus. Atos 10.35 diz que ‘lhe é agradável aquele que, em qualquer nação o teme e faz o que é justo’. Deus aceita todos os que o adoram; Ele opera através das pessoas, independentemente de sua raça, sexo ou nacionalidade. O livro de Rute é um exemplo perfeito da imparcialidade de Deus. Embora Rute pertença a uma raça frequentemente desprezada por Israel, ela foi abençoada por causa de sua fidelidade. Ela se tornou a bisavó do rei Davi e uma ancestral direta de Jesus. Ninguém deve se sentir desqualificado para servir a Deus por motivos de raça, sexo ou nacionalidade. E Deus pode usar toda e qualquer circunstância para edificar seu reino” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.422).
CONCLUSÃO
A história de Rute demonstra de forma clara como Deus criou o homem, na perspectiva de um plano de salvação para todas as pessoas, em todos os lugares, independente de sua nacionalidade, de sua cor ou condição social. Pela lógica humana, jamais uma mulher moabita faria parte da linhagem santa, da qual nasceu o Messias de Israel, o Salvador do mundo. O amor de Deus está além de toda a compreensão humana.
PARA REFLETIR
A respeito de Rute, uma mulher digna de confiança, responda:
Que significa o nome Rute?
O nome Rute significa “amizade”.
Por que os moabitas não podiam entrar na congregação de Israel?
Por não terem permitido o povo de Israel passar por suas terras, em direção a Canaã.
Qual a diferença entre a decisão de Rute e a de Orfa quanto a Noemi?
Orfa chorou, beijou a sogra, e voltou aos seus deuses; Rute chorou, mas preferiu ficar ao lado de Noemi.
Como Rute mostrou que se converteu a Deus?
Quando disse a Noemi: “[...] o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.
Que significado tem a inclusão de Rute, a moabita, na genealogia de Jesus?
Demonstra que Deus não é Deus apenas de Israel, mas é “Senhor do céu e da terra”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Rute, uma mulher digna de confiança
Quando lemos Mateus 1.1-17, a genealogia de Jesus, quatro mulheres chama-nos a atenção. Destacaria primeiramente Tamar (v.3), Raabe (v.5), Bate-Seba — mulher de Urias — (v.6). Essas três mulheres tinham uma transgressão incomum: pecado na área sexual. A primeira se fez prostituta para garantir a sua descendência na família (Gn 38). A segunda era prostituta por “profissão” (Js 2). A terceira adulterou com o rei Davi (2Sm 11), cujo fruto desse relacionamento foi Salomão, o sucessor do homem segundo o coração de Deus. Note que os precedentes dessas três mulheres não são dos melhores, mas mesmo assim elas estão postas ali em Mateus para mostrar o alcance da graça em Jesus Cristo, onde o Deus encarnado não se envergonha dessas mulheres, mas se coloca humildemente como descendente delas. Por isso o ministério de nosso Senhor foi marcado pela seguinte afirmação: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” (Mt 9.13). É notório, que após um encontro com Senhor, o pecador arrependa-se dos seus pecados e ande em novidade de vida. Por isso, essas mulheres anunciam profeticamente a marca do ministério do Senhor Jesus Cristo: trazer arrependimento ao pecador.
A quarta mulher a ser destacada neste contexto é Rute (v.5). Há uma curiosidade bíblica interessante. O esposo remidor de Rute, Boaz, era filho de Raabe. O que faz com que na genealogia de Jesus, Rute e Raabe se aproximem sobremaneira. Entretanto, o que se destaca na história de Rute — sobretudo, num contexto onde a identidade cultural e nacional de Israel estava sendo formada, pois à época em que se passa a história de Rute Israel ainda não era uma nação (e não por acaso o livro de Rute está alocado entre Juizes e 1 Samuel, fazendo uma espécie de transição literária) — é a jovem moabita ser uma estrangeira que rejeitou os deuses particulares para se converter ao Deus de Israel. O texto a destacar essa maravilhosa decisão está em Rute 1.16, quando da fala da jovem moabita à sua sogra Noemi: “Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.
Ao lado de Tamar, Raabe e Bete-Seba, Rute mostra o aspecto universal da obra de redenção de Deus para a humanidade. Eis a história de salvação!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 8: Abigail, um caráter conciliador
Data: 21 de Maio de 2017
TEXTO ÁUREO
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).
VERDADE PRÁTICA
A mulher sábia, além de edificar a sua casa, contribui para apaziguar os ânimos dos que vivem ao seu redor.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Nm 12.3
Moisés era manso e equilibrado
Terça — Gl 5.22
A temperança é fruto do Espírito
Quarta — Pv 16.32
O longânimo governa o seu espírito
Quinta — Mt 11.29
Jesus, o Mestre da mansidão e da humildade
Sexta — Mt 5.9
Os pacificadores são chamados filhos de Deus
Sábado — Tg 3.18
O fruto da justiça é para os que exercitam a paz
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 25.18-24,27,28.
18 — Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos,
19 — e disse aos seus jovens: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. Isso, porém, não declarou a seu marido Nabal.
20 — E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com eles.
21 — E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
22 — Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino.
23 — Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.
24 — E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva.
27 — e agora esta é a bênção que trouxe a tua serva a meu senhor; dê-se aos jovens que andam após as pisadas de meu senhor.
28 — Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do Senhor, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias.
HINOS SUGERIDOS
268, 302 e 477 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a mulher sábia, além de edificar sua casa, contribui para apaziguar os ânimos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar um resumo da história de Abigail;
II. Mostrar aspectos do caráter de Abigail;
III. Explicar quais foram os resultados do caráter de Abigail.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Estudaremos, na lição deste domingo, a respeito do caráter de Abigail. Ela foi uma mulher sábia que edificou sua casa e demonstrou ter habilidade para lidar com os conflitos. Embora fosse uma mulher inteligente, teve a desventura de se casar com um homem tolo. A insensatez de Nabal fez com que ele ofendesse Davi e seus liderados, suscitando ira e desejo de vingança. Eles estavam prestando um favor a Nabal ao proteger seus rebanhos. Se não fosse a intervenção sábia de Abigail, toda a família de Nabal teria perecido. Quando a crise familiar chegou, Abigail com coragem e sabedoria, soube tomar as atitudes certas e na hora certa. Que nos momentos de crise, venhamos buscar em Deus sabedoria para agirmos com prudência, coragem e de forma pacífica.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Abigail era esposa de Nabal, um rico fazendeiro, proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e de cabras, que vivia nas proximidades do Carmelo, em Maom, não muito distante do deserto de Parã. Ali, os pastores de Davi travaram contato com os pastores de Nabal. Necessitando de alimento para seus homens, Davi mandou pedir víveres a Nabal. Ao ouvir o pedido, Nabal encolerizou-se e afrontou Davi diante dos mensageiros, negando qualquer apoio (1Sm 25.10,11). Irado, Davi ajuntou homens para atacar Nabal e toda a sua casa. A tragédia foi evitada pela pronta intervenção de Abigail, que soube aplacar a ira de Davi.
PONTO CENTRAL
Abigail era sábia e possuía um caráter conciliador.
I. ABIGAIL, UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
1. Nabal, um homem de Belial. Nabal significa “insensato”, “tolo”. O texto bíblico diz que ele era “homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras” (1Sm 25.2). Além de insensato, “era duro e maligno nas obras, e era da casa de Calebe” (1Sm 25.3). Era um homem dominado por um espírito mal, arrogante, que não se relacionava bem, nem mesmo com sua esposa. Era considerado um “tal filho de Belial”, com o qual não se podia falar pacificamente (1Sm 25.17). Seu coração estava focado em seus bens materiais. Era homem de mau relacionamento, principalmente com seus servos ou empregados.
2. Davi recorre a Nabal e é desconsiderado. Como a tropa de Davi dependia de ajuda para alimentar-se no deserto, ao saber que Nabal, um homem riquíssimo e muito próspero, estava tosquiando ovelhas, mandou Davi dez jovens para lhe saudar, desejando paz a ele e à sua casa, e solicitou que enviasse o que pudesse para seus homens. Com seu temperamento colérico, Nabal sequer agradeceu a saudação. E respondeu de forma grosseira e irônica aos criados de Davi: [...] “Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? [...] Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que não sei de onde vêm?” (1Sm 25.10,11).
3. Davi resolve vingar a afronta. A resposta dura de Nabal foi uma grande afronta a Davi e a seu grupo de guerreiros dispostos a lutar por Davi, por si próprios e por suas famílias. Ele tomou quatrocentos homens para ir em direção a Nabal. A intenção dele era atacar Nabal e tudo o que ele tinha, com extrema vingança, disposto a destruir tudo (1Sm 25.22). A reação de Davi foi carnal, carregada de ressentimento e vingança, contrária à vontade de Deus (1Sm 25.10-13,21,22).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Abigail era esposa de Nabal, um homem rude e tolo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A solução de Abigail
“A irritação de Davi foi compreensível, mas não justificada. Abigail demonstrou grande sensibilidade em ajudar Davi em sua ira. Observe:
1 — Ela trouxe comida para Davi e com esse ato corrigiu a situação que o irritou. Onde uma injustiça foi cometida, necessitamos tentar corrigi-la.
2 — Ela pediu desculpas a Davi. Esta é uma piedosa alternativa para cancelar um tentativa de obter vingança.
3 — Ela apontou as consequências de agir sob irritação. Davi seria culpado do derramamento desnecessário de sangue. E mais tarde, quando Davi se tornou rei, seu ato poderia desgastar a confiança e o apoio do povo de Judá.
4 — Ela também apressou Davi a deixar a vingança nas mãos de Deus. Deus, que corrige todos os erros, se importaria com Davi — e cuidaria de todos os seus inimigos. Impressionado pelas palavras dessa humilde, contudo segura mulher, Davi a abençoou por afastá-lo de agir precipitadamente” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, p. 196).
CONHEÇA MAIS
Nabal e Saul
“Alguns comentaristas observam uma semelhança entre Nabal e Saul. Os dois são hostis ao leal e honesto Davi. Os dois vão contra o conselho da família e partidários. Os dois são finalmente derrubados por Deus, não por Davi. Samuel disse que Saul agira tolamente, usando as mesmas letras hebraicas que compõem o nome de Nabal. O mal de cada um fez Davi voltar para condená-los. Que lição! Deixemos os próprios atos de nossos inimigos condená-los, ao invés de lançarmos mão da vingança”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.196.
II. ABIGAIL DEMONSTRA O SEU CARÁTER
1. Uma mulher prudente. O nome Abigail significa “pai da alegria” ou “exultação”. Seu nome também corresponde ao seu caráter pacificador e humilde. Ela era uma mulher dotada de beleza física e entendimento (1Sm 25.3). Ao tomar conhecimento da terrível ameaça à sua casa, Abigail resolveu agir com prudência, sabedoria e diligência, para evitar um grande mal que seria perpetrado por Davi, o ungido de Deus. Diante de tamanho perigo, foi que Abigail teve oportunidade de demonstrar quem era ela. Abigail deu uma lição para todos os que servem a Deus: saber agir nos momentos de crises e ameaças.
2. O caráter diligente e sábio. Ao saber do mal que estava arquitetado contra seu esposo e sua casa, Abigail atuou de forma rápida e eficiente. Preparou uma carga de cereais, frutas e vinho e os colocou sobre alguns jumentos, e os levou a Davi. Em sentido contrário, vinha Davi com seus quatrocentos homens, respirando raiva e sentimento de vingança, com desejo de não deixar com vida nem mesmo um menino (1Sm 25.18-22). Que diferença do que Jesus ensinou com seu evangelho. Jesus mandou amar os próprios inimigos, bendizendo-os e orando por eles (Mt 5.44).
3. O caráter conciliador de Abigail. Davi cavalgava com a fúria dos homens de coração ferido. Mas em sentido contrário, vinha Abigail, montada em seu jumento. Em seu coração, ela levava sentimento de paz, de humildade, de amor e de perdão. Ao ver Davi, ela desceu de seu animal e prostrou-se com o rosto em terra, diante daquele que ia destruir sua família. “E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavra da tua serva” (1Sm 25.24). Abigail exortou Davi para que não fizesse justiça com as próprias mãos, pois Deus haveria de julgar seus inimigos (1Sm 25.25-31). Davi nunca imaginou que a sua sede de vingança e fúria contra um desafeto fossem anuladas pela sabedoria e pela força de uma mulher de caráter pacificador.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Abigail demonstrou ter um caráter prudente e pacificador.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor procure ressaltar algumas das características de Abigail. Enfatize o fato de que seus sábios conselhos foram eficientes para aplacar a fúria de Davi, impedindo que ele agisse com ira e de forma impensada, e para a preservação da vida de seus familiares. Utilize o quadro abaixo para, juntamente com os alunos, analisarem as realizações e exemplos que podem ser extraídos do caráter de Abigail.
III. O RESULTADO DO CARÁTER DE ABIGAIL
1. Davi foi aplacado por Abigail. Ao encontrar-se com Abigail, Davi foi vencido pela palavra sábia e prudente de uma verdadeira mulher de Deus. Cumpriu-se o que diz Salomão: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). A atitude humilde e conciliadora de Abigail foi uma resposta à atitude agressiva de Davi. Certamente ele aprendeu uma grande lição para a sua vida. Ele era corajoso e provou isso quando enfrentou Golias. Mas faltava-lhe a lapidação do caráter para enfrentar situações adversas e oposições.
2. Deus feriu Nabal. Quando Abigail relatou os acontecimentos a Nabal, “[...] se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra” (1Sm 25.37). A Bíblia diz de forma bem simples e direta: “E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu” (1Sm 25.38). Se Davi tivesse feito justiça com suas próprias mãos, as coisas teriam tomado outro rumo, imprevisível e perigoso. Mas como a sábia mulher agiu com presteza e eficiência, ele foi poupado de manchar suas mãos e sua história com o sangue de Nabal. “Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar” (Dt 32.35).
3. Davi toma Abigail por sua esposa. Logo após a morte de Nabal, Davi agradeceu a Deus por ter-lhe livrado de cometer um grave erro diante do Senhor; “E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher” (1Sm 25.39). E o fez, mandando seus criados falar com Abigail, transmitindo o honroso convite, que ela aceitou com muita humildade (1Sm 25.39-42). Ela se apressou, certamente mudou suas vestes, “montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas: e ela seguiu os mensageiros de Davi, e foi sua mulher” (1Sm 25.42).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O caráter pacificador de Abigail contribuiu para que sua família fosse salva da ira de Davi.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Tanto os servos de Nabal (cujo o nome em hebraico significa ‘tolo’, insensato intelectualmente e moralmente) quanto sua esposa concordavam quanto à maldade de seu senhor. Quando retornou à sua fazenda, Abigail encontrou seu marido comendo e bebendo como um rei. Ele estava tão bêbado, que ela não lhe contou sobre sua pequena escapada até o dia seguinte, quando estava sóbrio. Após ouvir sobre o perigo que estava exposto, alguns entenderam que Nabal sofreu um ataque cardíaco ou talvez uma congestão e ficou ‘como pedra’. Dez dias depois ‘feriu o Senhor a Nabal, e este morreu’. Davi considerou sua morte como um ato de Deus, pelo qual foi vingado e protegido de derramar sangue por si mesmo.
Pouco tempo depois, Davi enviou servos para pedirem a mão da viúva em casamento. Abigail graciosamente e sem hesitar consentiu, dizendo: ‘Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor’. Em sua segunda viagem ao campo de Davi, ela foi acompanhada de seus bens pessoais e cinco servas a fim de permanecer com Davi como sua segunda esposa. Mais tarde ela foi com Davi para Hebrom e Jerusalém, como sua rainha” (Dicionário Bíblico Wycliff. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1324).
CONCLUSÃO
Nabal era um homem insensato, dotado de um temperamento duro e violento. Mas Deus permitiu que Davi dele precisasse, para que uma mulher sábia e prudente protagonizasse um exemplo marcante para seus servos e suas servas, em todo o mundo, ao longo dos séculos. Viúva de um homem irascível, que era bem-sucedido em suas atividades produtivas, mas um tolo e insensato, no relacionamento humano, Abigail jamais imaginou ser esposa do rei Davi, o mais afamado monarca de Israel. O Deus de Davi é o nosso Deus, que provê tudo para os que nEle confiam.
PARA REFLETIR
A respeito de Abigail, um caráter conciliador, responda:
Que significa o nome Nabal?
Nabal significa “insensato”, “tolo”.
Que significa o nome Abigail?
Significa “pai da alegria” ou “exultação”.
Que exortação Abigail deu a Davi?
Para que não fizesse justiça com as próprias mãos, pois Deus haveria de julgar seus inimigos.
Qual era o plano vingativo de Davi?
Destruir tudo que Nabal tinha, até mesmo um menino.
Que fez Davi a Abigail, depois da morte de Nabal?
Mandou falar com ela para ser sua esposa.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Abigail, um caráter conciliador
Nabal era um homem destemperado. Não por acaso o seu nome significa “insensato”, “tolo”. Ao ser instado peios jovens de Davi a usar de benevolência para com ele, por intermédio do seu rebanho, Nabal tratou Davi de maneira desrespeitosa e tresloucada. Por outro lado, Davi também se mostrou descontrolado, afobado e precipitado. Com uma mente voltada para a guerra, a primeira coisa a pensar foi na vingança: “Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu também Davi a sua; e subiram após David uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem” (1Sm 25.13). Notou? 400 homens para dá cabo da vida de um homem? Algo completamente desproporcional.
Nesse contexto de ira, ódio, precipitação aparece Abigail, mulher de Nabal (1Sm 25.14). Uma mulher formosa e de bom senso. Reconheceu a loucura de seu esposo e preparou uma grande dádiva de suprimentos para Davi e seus guerreiros. A partir de sua prudência e palavras de reconciliação, ela controlou a ira de Davi e salvou a vida de seu esposo. O próprio Davi admitiu que por causa de Abigail não cometeu um ato extremo de vingança em relação ao inimigo: “Bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse” (25.33).
Mais tarde, após a morte de Nabal, Davi achou por bem tomar Abigail como esposa. O perfil da sábia mulher, que fez Davi retroceder em sua decisão em relação a Nabal, fez muita diferença. O bom senso, o equilíbrio e polidez de Abigail por certo encantaram a Davi. Logo, Abigail casou-se com o futuro rei e teve um filho chamado Quileabe (2Sm 27.3) em Hebrom.
Quantas dores não foram evitadas por causa de um conselho conciliador de Abigail? A Palavra de Deus diz que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). Muitas vezes esquecemos esse alerta e pensamos que podemos falar com outras pessoas da forma que se bem pretenda. Usando a desculpa de “sou sincero” ou “só falo a verdade” as pessoas acabam cometendo “sincericídio”. No lugar de aplacar a ira, a estimula mais. No lugar de apagar o fogo da discórdia, o acende mais. Há pessoas que preferem jogar “gasolina na fogueira”, quando deveriam trabalhar para apagá-la. Trabalhar pelo entendimento, pela conciliação, pela unidade. Trabalhar para debelar a contenda e ter um espírito mais manso. Trabalhar pela paz é que fomos chamados!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 9: Hulda, a mulher que estava no lugar certo
Data: 28 de Maio de 2017
TEXTO ÁUREO
“Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá” (2Cr 34.24).
VERDADE PRÁTICA
Quando o povo se corrompe, Deus levanta homens e mulheres como instrumentos de advertência contra o pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Pv 16.18
A soberba precede a ruína
Terça — Dn 4.17
Deus tem domínio sobre os reinos dos homens
Quarta — Jn 4.2
Deus é longânimo e grande em benignidade
Quinta — Nm 14.18b
Deus não tem o culpado por inocente
Sexta — Sl 51.17
Deus não despreza um coração quebrantado
Sábado — 2Cr 7.14
Quando a Igreja ora, Deus sara a terra
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Crônicas 34.22-28.
22 — Então, Hilquias e os enviados do rei foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Harás, guarda das vestimentas (e habitava ela em Jerusalém na segunda parte); e falaram-lhe naquele sentido.
23 — E ela lhes disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:
24 — Assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá.
25 — Porque me deixaram e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem à ira com toda a obra das suas mãos; portanto, o meu furor se derramou sobre este lugar e não se apagará.
26 — Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao SENHOR, assim lhe direis: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, quanto às palavras que ouviste:
27 — Como o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te tenho ouvido, diz o SENHOR.
28 — Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao rei.
HINOS SUGERIDOS
127, 151 e 497 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Ressaltar que quando o povo se corrompe, Deus levanta homens e mulheres como instrumentos de advertência.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar quem era a profetisa Hulda;
II. Saber que Hulda viu o tempo do avivamento;
III. Explicar que Hulda foi levantada e usada por Deus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, procure dar ênfase ao fato de que os israelitas estavam vivendo um período de grande apostasia quando Josias foi levantado como rei. O povo de Deus buscava os ídolos com entusiasmo, por isso, Ele levantou Hulda com uma mensagem contundente. O fato de Hulda ter sido levantada, pelo Senhor, como profetisa, nos mostra que, embora Israel fosse uma sociedade patriarcal, Deus também usava as mulheres em funções de liderança. O Senhor usou Miriã como profetisa (Êx 15.20), Débora para julgar Israel no tempo dos juízes (Jz 4.4) e mais uma vez levantou uma mulher, Hulda, para chamar a atenção dos israelitas a respeito dos pecados que vinham cometendo. Com ousadia e coragem ela confrontou a nação sobre as consequências de seus pecados a fim de que se arrependessem e se voltassem para Deus. O Senhor amava seu povo, por isso iria discipliná-lo. Só havia uma saída capaz de fazer com que Judá escapasse do juízo iminente, o arrependimento sincero. Mas, Hulda não profetizou somente o juízo de Deus contra a rebeldia e o pecado, ela também anunciou um tempo de restauração e prosperidade que se daria no reinado de Josias (2Rs 22.18-20).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Hulda entrou na história do povo de Judá, mas logo desapareceu, após cumprir a missão árdua que Deus lhe confiara. Ela entrou em cena quando o rei Josias tomou conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que fora perdido na Casa do Senhor. Ao ouvir a leitura do livro da Lei e as maldições que cairiam sobre seu povo, o rei mandou consultar ao Senhor sobre tamanha desgraça, causada pela desobediência de Judá. E Hulda, usada por Deus, proferiu terrível profecia contra Judá, mostrando que Deus iria derramar terrível juízo sobre a desobediência do povo.
PONTO CENTRAL
Deus levanta homens e mulheres como instrumentos de advertência.
I. QUEM FOI HULDA
1. Hulda. Ela foi uma serva de Deus que demonstrou um caráter firme, decidido e discreto, num tempo em que os reis e os profetas haviam se desviado dos caminhos do Senhor. O texto em estudo diz que ela era esposa de Salum, filho de Tocate, que era guardador das vestimentas, e habitava em Jerusalém, “na segunda parte” da cidade, ou na “cidade baixa” (2Rs 22.14).
2. Atividade que exerceu. Ela exerceu a atividade de profetisa, num tempo em que esse ofício era predominantemente confiado aos homens. Hulda testemunhou a ascensão e queda do reino de Ezequias, e decadência de Judá, nos tempos de Manassés e Amom (2Cr 33.11-25). Ela entrou em cena num momento dramático da história do reino de Judá (639-609 a.C).
3. Deus ouviu Hulda. Se os outros reis não tomaram conhecimento de seu ministério profético, ela viu Deus trabalhar de forma evidente para ouvir suas orações e levantou um menino para promover mudanças impactantes no reino Judá.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Hulda foi escolhida pelo Senhor para trazer uma mensagem de arrependimento em um tempo de apostasia.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Hulda
“Mulher de Salum, guarda das roupas da corte de Josias, que viveu na cidade baixa de Jerusalém como uma reconhecida profetisa. Quando Josias sentiu-se condenado pelo livro da lei, encontrado durante a reforma do Templo, enviou oficiais para inquirirem de Deus quanto ao seu significado. Embora Jeremias fosse contemporâneo, eles foram até Hulda, que profetizou o juízo contra a nação, mas a paz para Josias; ele, então iniciou as reformas (2Rs 22.14-20)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.940).
II. HULDA VÊ O TEMPO DO AVIVAMENTO
1. Josias promove verdadeiro avivamento. Aos oito anos de idade, Josias foi posto no trono pelo povo, em resposta aos inimigos de seu pai, permanecendo durante trinta e um anos à frente de Israel (639-609 a.C). Tornou-se o décimo sétimo rei de Judá, cuja capital era Jerusalém. Contrariando a sequência perversa de idolatria, corrupção e apostasia, com o apoio de conselheiros reais, Josias “[... ] fez o que era reto aos olhos do Senhor e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda” (2Cr 34.2).
2. Aboliu a idolatria. Ainda moço, tomou medidas drásticas e corajosas contra a idolatria que tomou conta de Jerusalém e de cidades vizinhas, no oitavo ano de seu reinado (2Cr 34.3-7). Para um jovem rei, tomar tais medidas não seria possível se não fosse com respaldo de Deus, e com apoio de homens sérios, que trabalhavam no reino, como parte de um “remanescente fiel”, que buscava o bem do seu povo e não os interesses mesquinhos dos que se aproveitavam do reino para satisfação de seus interesses pessoais, carnais e diabólicos.
3. Resgatou a Lei do Senhor. Aos vinte e seis anos de idade, Josias mandou reparar a Casa do Senhor, que tinha sido desprezada pelos seus antecessores idólatras (2Cr 34.8-11). Em meio à restauração física do Templo, o sumo sacerdote Hilquias, através de Safã, fez ciente ao rei que o livro da Lei, que se achava perdido, na casa do Senhor, fora encontrado. Ao ouvir o conteúdo do livro, o rei rasgou suas vestes, chamou seus assessores, incluindo Safã, que era escrivão, e deu ordem, dizendo: “Ide, consultai ao Senhor, por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou, porque grande é o furor do Senhor, que se derramou sobre nós; porquanto nossos pais não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem conforme tudo quanto está escrito neste livro” (2 Cr 34.21).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Hulda também profetizou um tempo de avivamento.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em tenra idade começou a buscar o Senhor com toda a dedicação e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa. Enquanto o Templo estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés. Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus, e todo o país experimentou uma renovação espiritual. Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com Deus; quanto à condição espiritual do povo nos tempos de Josias.
O ‘livro da lei’ que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada ‘pelas mãos de Moisés’; era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco livros da Bíblia. Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de Deus escrita é indestrutível” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.609).
III. HULDA É USADA POR DEUS
1. A dura mensagem de Deus. Recebendo a consulta do rei, Hulda foi usada por Deus para profetizar com relação a dois eventos. O primeiro, prevendo a destruição de Judá por causa da idolatria (2Rs 22.14-17); o segundo, prevendo restauração e prosperidade, no reinado de Josias (2Rs 22.18-20). O sumo sacerdote Hilquias e os demais assessores do rei foram procurar a profetisa Hulda para saber o que iria acontecer com Judá. “E ela lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes [...]” (2Cr 34.23). Era o prenúncio do cativeiro de Judá, o que aconteceu em 586 a.C.
2. Hulda profetiza para o rei Josias. Na crise espiritual de Judá e Jerusalém, Deus mostrou à profetisa Hulda que o rei Josias não seguiu os maus caminhos de seus pais, mas humilhou-se diante de Deus. Disse Hulda, aos mensageiros do rei que Deus viu como Josias se humilhou, quando ouviu a leitura do livro da Lei, e o juízo de Deus sobre Judá. E que Deus lhe daria livramento e ele desceria ao sepulcro em paz (2Cr 34.26-28). Deus teve misericórdia do jovem rei de Judá. A resposta de Deus a Josias foi altamente confortadora para ele.
3. O efeito da profecia sobre Judá e Jerusalém. Após ouvir a mensagem profética de Hulda, Josias tomou de pronto algumas medidas que demonstram o seu cuidado e zelo em ouvir a voz de Deus. Observe:
a) Josias fez uma convocação urgente “a todos os anciãos de Judá e Jerusalém”. As mudanças numa nação, ou numa igreja, só têm efeito se começarem pela liderança.
b) Ele “subiu à Casa do Senhor com todos os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao menor”. Depois de reunir todo o povo, “e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se tinha achado na Casa do Senhor” (2Cr 34.30).
c) Ele fez um concerto com Deus. “E pôs-se o rei em pé em seu lugar e fez concerto perante o Senhor [...] com todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo as palavras do concerto, que estão escritas naquele livro” (2Cr 34.31).
d) Em seguida, ele levou o povo a fazer o concerto com Deus. “E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalém e em Benjamim; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o concerto de Deus, do Deus de seus pais” (2Cr 34.32). O verdadeiro líder vai na frente e influencia seus liderados.
e) Aboliu por completo a idolatria. Por fim, Josias usou da autoridade que Deus lhe concedera e determinou que “todas as abominações” fossem tiradas do meio de Israel (2Cr 34.33). Depois das reformas necessárias, Josias cumpriu o que Deus determinara, e celebrou a Páscoa do Senhor, em Jerusalém (2Cr 35.1-19).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Hulda foi usada por Deus para advertir o rei e os israelitas do pecado de apostasia.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O grupo designado por Josias procurou a profetisa Hulda. É difícil explicar porque eles desconsideraram servos de Deus como Sofonias, Jeremias ou possivelmente Habacuque, que viviam naquele tempo. Ela era rara exceção, já que os homens normalmente ocupavam o cargo de profeta. Hulda, presumivelmente, havia se estabelecido como uma confiável porta-voz de Deus. A sua inspiração profética nesta ocasião é justificativa suficiente para os servos do rei a terem procurado.
A palavra do Senhor através de Hulda consistia de dois pontos principais: (a) A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das práticas idólatras; Josias, o rei de Judá não viveria para ver a destruição e a desolação resultante da ira de Deus.
A importância das Escrituras tanto na vida pessoal como nacional é realçada nos versículos de 2 Reis 22.8-20. O tema desta passagem é ‘trazendo o livro de volta’. (1) A lei estava perdida dentro do próprio Templo; (2) Sua repercussão levou ao arrependimento; (9) O arrependimento leva ao reavivamento; (4) O reavivamento possibilita a prorrogação da pena, e inclina os corações à busca do perdão” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.385).
CONHEÇA MAIS
Josias
“A intenção de Deus em trazer desastre sobre Judá como punição é confirmada pela profetisa Hulda. Porém, a Josias é prometido que o julgamento não acontecerá em seu tempo. Josias responde a essa palavra de graça ao redobrar seus esforços em direção ao Senhor. Nesse mesmo ano, Josias conclama seu povo para novamente celebrar a Páscoa, com cerimônia sem igual desde o tempo de Samuel. Com a idade de 39 anos, o reinado devoto de Josias finaliza subitamente. Ele é morto lutando contra o faraó Neco que, aparentemente, está correndo para ajudar as forças assírias presentes a serem esmagadas pelos babilônios”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.301.
CONCLUSÃO
A profetisa Hulda foi uma mulher de Deus, que teve um papel significante para a história de seu povo, ainda que de modo muito passageiro. Seu papel foi coadjuvante, mas o que importa é a qualidade de seu trabalho e não a extensão de seu ministério. Soube colocar-se no lugar que Deus lhe reservou, com discrição e humildade. Mas, no momento certo, entregou a mensagem de condenação de Deus ao povo de Judá, que de modo contumaz, se afastara dos caminhos do Senhor.
PARA REFLETIR
A respeito de Hulda, a mulher que estava no lugar certo, responda:
Quando Hulda exerceu o papel de profetisa?
Num tempo em que esse ofício era predominantemente confiado a homens.
Hulda foi contemporânea de que reis?
Ezequias, Manassés, Amom e Josias.
Onde estava o livro da Lei, no tempo de Josias?
Estava perdido, na casa do Senhor.
Que previu Hulda em sua profecia?
A destruição de Judá por causa da idolatria e a sua restauração, no reinado de Josias.
Que fez Josias em relação à idolatria?
Determinou que todas as abominações fossem tiradas do meio de Israel.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Hulda, a mulher que estava no lugar certo
Num tempo onde o ofício profético era exercido majoritariamente por homens, Deus levantou uma mulher dentre os profetas para exercer esse santo ofício.
A nação de Israel estava afastada dos caminhos de Deus. Segundo o livro de Deuteronômio 28, havia uma profecia proferida por Moisés sobre o povo de Israel que determinaria a exaltação ou a humilhação da nação: “E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus” (vv.1,2). Ora, quando essa profecia foi proferida o povo de Israel estava próximo de entrar na terra prometida. O conteúdo do texto é claro: o sucesso da nação na nova terra estava condicionado à obediência do povo aos mandamentos de Deus.
Enquanto o povo fosse fiel a Deus, o eterno o abençoaria (Dt 28.3-14). Mas quando essa fidelidade fosse interrompida o povo sofreria as consequências de sua decisão: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão” (Dt 29.15). Ou seja, no lugar de bendito na cidade, o povo seria maldito; de bendito no campo, maldito; de bendito ao entrar ou sair, maldito. Consequências inumeráveis viriam sobre o povo eleito por Deus em decorrência da sua desobediência.
Nos tempos do rei Josias a nação de Israel estava completamente alheia aos princípios e propósitos dos mandamentos de Deus. Quando o Hilquias, sumo sacerdote, achou o livro da Lei e o levou ao rei Josias e leu ao rei, ao tomar conhecimento do conteúdo da Lei, Josias temeu. Imediatamente procurou a profetisa Hulda para ouvir de Deus sobre o que fazer. Ele sabia que a nação estava afastada de Deus e as consequências para isso eram irreparáveis.
Aqui, Hulda aparece como a profetisa que não se cala e confirma o que Deus faria à Judá devido à desobediência da nação. A mensagem de Hulda era de maldição, não de bênção. Deus faria cumprir sua vontade. A profetisa Hulda não teria outra atitude a tomar, senão a de entregar o que Deus havia determinado, embora o conteúdo fosse duro e pessimista. A coragem e a determinação de Hulda são dignas de nossa admiração.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 10: Maria, irmã de Lázaro, uma devoção amorosa
Data: 04 de Junho de 2017
TEXTO ÁUREO
“Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (Jo 12.3).
VERDADE PRÁTICA
Maria, de Betânia, é exemplo do crente que dá prioridade a Jesus em sua vida, e lhe oferece o melhor em gratidão por seu amor.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mt 6.33
Em primeiro lugar, o Reino de Deus
Terça — Hb 13.2
O valor da hospitalidade
Quarta — Sl 100.2
Servindo ao Senhor com alegria
Quinta — Mt 4.4
A Palavra do Senhor alimenta
Sexta — Lc 8.41
Prostrado aos pés de Jesus
Sábado — Jo 13.5
A humildade de Jesus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 12.1-11.
1 — Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos.
2 — Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3 — Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
4 — Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
5 — Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?
6 — Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
7 — Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto.
8 — Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.
9 — E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos.
10 — E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro,
11 — porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus.
HINOS SUGERIDOS
118, 177 e 396 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar Maria como exemplo do crente que oferece a Deus sempre o melhor em forma de gratidão por seu amor.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar o exemplo de Maria de Betânia ao escolher a melhor parte;
II. Saber que Maria foi a mulher que ungiu o Senhor Jesus;
III. Apontar o caráter humilde de Maria.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, na lição de hoje estudaremos o caráter de Maria de Betânia. Maria foi uma mulher que honrou Jesus colocando-o acima de toda e qualquer prioridade. Sua atitude de ficar aos pés do Salvador, ouvindo-o e aprendendo, revelou o seu desejo de querer estar mais perto do Filho de Deus, em íntima comunhão com Ele. Como está sua comunhão com o Pai e o Filho? Você tem alegria e prazer em estar em sua presença para adorá-lo pelo o que Ele é? Maria amava ao Senhor e sabia como demonstrar, em seus gestos e atitudes, seu amor altruísta. Ao ungir os pés de Jesus com um unguento de boa qualidade e caro, ela demonstrou amar mais a Jesus e as pessoas do que os seus bens materiais. Que o nosso amor pelo Mestre seja maior do que por nossos bens materiais e ministérios.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Maria, irmã de Lázaro, ou Maria de Betânia, era uma mulher humilde e ao mesmo tempo cheia de energia e ousadia. Quando Jesus hospedou-se em sua casa, preferiu ficar ouvindo a palavra do Mestre, enquanto sua irmã envolvia-se nas tarefas domésticas (Lc 10.39). Foi reprovada por Marta, mas recebeu elogio de Jesus por ter escolhido “a boa parte” (Lc 10.41,42). Na mesma semana daquele acontecimento, vemos os fato em que Maria, irmã de Lázaro, aparece protagonizando um dos momentos mais interessantes e polêmicos do ministério de Jesus.
PONTO CENTRAL
Devemos oferecer a Deus sempre o melhor.
I. O EXEMPLO DE MARIA DE BETÂNIA
1. Maria “escolheu a boa parte”. Certa vez, acompanhado de seus discípulos, Jesus entrou em Betânia. Ali, foi recebido na casa de Lázaro, por sua irmã, Marta. Aquela não era uma ocasião comum. Jesus só passava por aquela aldeia, chamada Betânia, quando ia para Jerusalém. Maria, irmã de Marta, teve a percepção de que aquele era um momento que deveria ser aproveitado plenamente por várias razões.
a) Jesus na casa de Maria. O texto de Lucas 10 diz que Marta, sua irmã, recebeu Jesus em sua casa (10.38). Havia muitas casas em Betânia. Mas receber Jesus e seus discípulos no lar era motivo de muita alegria e orgulho para uma família piedosa. Certamente, a casa não era pequena, pois tinha lugar para Jesus e seus discípulos.
b) Maria prefere ficar aos pés de Jesus. Lucas diz que Marta recebeu Jesus, e que se assentou aos pés de Jesus e ouvia a sua palavra (10.39). Marta demonstrou que não soube aproveitar aquele momento, e ainda criticou a irmã, julgando que esta não estava agindo bem, ficando aos pés de Jesus. “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude” (10.40).
2. Maria deu prioridade a Jesus. Maria tinha tarefas domésticas a realizar como sua irmã. Mas entendia que, se Jesus estava ali, naquela ocasião, a prioridade era ouvir sua palavra, e não ficar “distraída em muitos serviços”. Ao ser questionado por Marta, que cobrava de Jesus que determinasse que Maria se levantasse de sua presença e fosse ajudá-la, Jesus respondeu de forma amorosa mas cheia de ensino precioso, que Maria escolhera “a boa parte, a qual não lhe será tirada” (10.41,42). A “boa parte” que Maria escolheu foi ouvir e aprender de Jesus, ficar a seus pés, em atitude de reverência e adoração.
3. Mais “Martas” do que “Marias”. Podemos afirmar que, no mundo atual, há muito mais “Martas” do que “Marias”. A vida moderna tem exigido que a mulher deixe de ser apenas dona de casa, esposa e mãe, e assuma posições profissionais. Além dos excessos de atividades, em casa, na escola, e na igreja, homens e mulheres estão sendo dominados e até escravizados por redes sociais, no uso excessivo das tecnologias da informação e da imagem, a ponto de não haver mais tempo para a maior parte das famílias estar nos cultos de oração, nos cultos de doutrina e na Escola Dominical.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O crente deve seguir o exemplo de Maria de Betânia que preferiu ficar aos pés de Jesus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Maria
“A hospitalidade é uma arte. Certificar-se de que um hóspede seja bem recebido, aquecido e bem alimentado, requer criatividade, organização e trabalho de equipe. Sua capacidade de alcançar esses objetivos faz de Maria, e sua irmã, Marta, uma das melhores equipes de hospitalidade da Bíblia. Seu hóspede era Jesus Cristo.
Para Maria, hospitalidade significava dar mais atenção ao hóspede que às necessidades que Ele pudesse ter. Ela permitia que sua irmã mais velha, Marta, cuidasse desses detalhes. A atuação de Maria nos eventos mostra que ela era, principalmente, uma pessoa ‘que responde’. Ela realizava poucos preparativos — seu papel era a participação. Diferentemente de sua irmã, que tinha que aprender a parar e ouvir, Maria precisava aprender que agir é, frequentemente, necessário e apropriado. Nós vemos Maria, pela primeira vez, durante uma visita que Jesus fez à sua casa. Ela simplesmente se sentou aos seus pés e ouviu. Quando Marta se irritou com o fato de que sua irmã não a ajudava, Jesus declarou que a decisão de Maria de desfrutar da sua companhia era a reação mais adequada, na ocasião. Na última vez em que vemos Maria, ela havia se tornado uma mulher de ação ponderada mesclada com adoração. Novamente, ela estava aos pés de Jesus, lavando-o com perfume e secando com seus cabelos. Jesus disse que seu ato de adoração deveria ser descrito em todas as partes, como um exemplo de serviço custoso” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1437).
CONHEÇA MAIS
A oferta de Maria
“A oferta que provavelmente representou a economia de toda a sua vida, quinhentos denários (gregos), era uma quantia bastante grande para uma pessoa comum. O motivo é simples, porém profundamente significativo. Maria queria oferecer o melhor para Jesus”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.689.
II. MARIA, A MULHER QUE UNGIU O SENHOR
1. Maria ungiu os pés de Jesus. “Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos” (Jo 12.1). Para o ministério de Jesus, aquela família tinha significância. Sempre que ia a Jerusalém, ou a seus arredores, hospedava-se na casa de Lázaro e suas irmãs. Betânia estava situada a três quilômetros de Jerusalém, na estrada que leva a Jericó.
a) Uma ceia para Jesus. Embora o texto não diga que a ceia foi na casa de Lázaro, Marta, certamente, foi a organizadora da refeição a ser oferecida a Cristo. Mais uma vez, ela demonstrava especial cuidado com a hospitalidade, com a recepção do ilustre visitante. “Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele” (Jo 12.2). Ela fez o melhor que sabia para atender bem ao grande amigo da família.
b) Maria unge os pés de Jesus. Maria surpreendeu a todos, “[...] tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (Jo 12.3). O gesto, considerado extravagante, de Maria provocou grande reboliço entre os presentes, principalmente em Judas Iscariotes. O perfume derramado de “nardo puro” equivalia a cerca de “trezentos denários”, como acentuou Judas, ou seja, quase o salário de um trabalhador durante um ano inteiro. Judas, além de traidor, era mentiroso e hipócrita. Seu cuidado não era com os pobres, com a assistência social, mas em roubar o dinheiro das ofertas (Jo 12.4-6).
c) Jesus aprova o gesto de Maria. O traidor reprovou a generosidade de Maria. Mas Jesus reconheceu a grandeza das intenções do seu coração agradecido. “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto” (Jo 12.7). Pela fé, de forma profética, Maria ungiu antecipadamente o corpo de Jesus para o seu sepultamento. Sua visão era mais ampla e mais profunda. Marta via o amigo e visitante ilustre. Maria via o seu Salvador que haveria de morrer em seu lugar (Jo 19.39). A repercussão da presença de Jesus na casa de Maria foi tão grande que os principais dos sacerdotes deliberaram matar Jesus e também Lázaro (Jo 12.9-11).
2. Maria ungiu a cabeça de Jesus. Na mesma semana que lhe antecedeu a morte, Jesus saiu de Jerusalém e foi para Betânia: “Bem sabeis que, daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26.2). Dali, dirigiu-se a Betânia, onde, na casa de “Simão, o leproso”, lhe ofereceram outro jantar. Diz o texto que “uma mulher” ungiu a sua cabeça com unguento de grande valor. O contexto nos mostra que aquela mulher era Maria de Betânia (Mt 26.6,7; Jo 11.1,2). A Bíblia de Estudo Cronológica, Aplicação Pessoal, em nota sobre Mateus 26.7, confirma esse entendimento.
3. Devemos oferecer o melhor a Jesus. Maria poderia ter oferecido um unguento de menor preço. Mas ungiu Jesus “com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça”. Ela foi criticada, mas o importante na adoração a Jesus é saber se Ele aceita nosso louvor. E Jesus, solenemente, declarou sua aprovação ao gesto de Maria, dizendo: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26.13; Mc 14.9).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Maria foi a mulher que em um gesto de adoração ungiu os pés de Jesus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
III. O CARÁTER HUMILDE DE MARIA
1. Maria, uma mulher humilde. Com base nos textos citados, podemos concluir que Maria, irmã de Lázaro, era uma mulher humilde, mesmo sendo possuidora de ótima condição financeira, a ponto de poder oferecer a Jesus valiosa oferta como verdadeiro sacrifício de louvor e adoração. No episódio em que ela ficou assentada aos pés de Jesus (cf. Lc 10.39), revelou um profundo senso de valor diante do Mestre, considerando prioridade maior ouvir seus valiosos ensinos.
2. Maria não revidou as críticas da irmã. Mesmo ouvindo sua irmã, Marta, reclamar diante de todos que ela deveria sair da presença de Jesus para ajudá-la nas tarefas domésticas, ela não revidou, criticando a atitude da irmã. Ficou em silêncio, e deixou Jesus falar. E foi compensada por Jesus, que a defendeu dizendo que ela escolhera “a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lc 10.42).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Maria demonstrou ter um caráter humilde e fiel a Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para tornar a aula mais dinâmica, interativa e introduzir o terceiro tópico da lição, faça as seguintes perguntas: “Como Maria reagiu diante da queixa e incompreensão de sua irmã em relação a sua atitude de ficar aos pés de Jesus ouvindo-o?”; “Como devemos agir quando as pessoas, até mesmo da nossa família, não compreendem nossas atitudes em relação a Jesus e ao serviço cristão?”. Enfatize que assim como Maria, nem sempre somos bem compreendidos pelas pessoas. Mas é diante das incompreensões e julgamentos que temos de revelar o nosso caráter cristão. Ao que tudo indica Maria não tentou se defender ou retrucou sua irmã. Porém, o próprio Senhor Jesus a defendeu e procurou valorizar suas atitudes. Depois de conversar com os alunos a respeito das atitudes de Maria, distribua as cópias do quadro abaixo. Utilize para refletir com os alunos as características do caráter de Maria e as lições que podemos aprender com suas atitudes.
CONCLUSÃO
Podemos concluir afirmando que Maria, irmã de Lázaro, foi uma mulher humilde e que demonstrou liberalidade ao oferecer a Jesus uma oferta valiosa. Ajamos da mesma forma, para que Cristo seja glorificado em toda a maneira de agir, pensar e ver.
PARA REFLETIR
A respeito de Maria, irmã de Lázaro, uma devoção amorosa, responda:
De que tipo de crente Maria é exemplo?
Do crente que prefere ouvir as palavras de Jesus.
Com que Maria ungiu os pés de Jesus?
Com unguento de nardo puro, de muito preço.
Como Jesus viu o gesto de Maria?
Ele aprovou e disse que ela o ungira para a sepultura.
Que disse Jesus, quando Maria ungiu sua cabeça?
Que, onde o evangelho for pregado, seu gesto será lembrado.
O que representa a oferta de Maria?
As economias de todo uma vida.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Maria, irmã de Lázaro, um a devoção amorosa
Quem foi Maria de Betânia
É notória a existência de várias “Marias” ao longo do Novo Testamento. Maria Madalena, Maria a mãe de Jesus, Maria a mãe de Tiago e de João. A Maria que trataremos nesta lição é a irmã de Lázaro, também conhecida como Maria de Betânia. O nome “Betânia” se refere a um lugar que ficava a 6 km de Jerusalém. Alguns episódios que se referem à Maria de Betânia em o Novo Testamento são os seguintes: quando Jesus chega à casa de Maria e Marta para jantar (Lucas 10.38-42); quando da morte de Lázaro, o irmão de Maria (João 11.28-32); quando Maria ungiu os pés de Jesus com unguento de nardo e puro e os enxugou com os cabelos (João 12.3; cf. Mateus 26.6-13; Marcos 14.3-9).
O perfil de Maria de Betânia
A partir dos textos mencionados acima é possível traçarmos o perfil de Maria, pois suas ações, de singelas e meigas, são marcantes e inconfundíveis aos leitores de todas as épocas. Não por acaso, quando do ato de amor e humildade protagonizado por Maria, o nosso Senhor expressou-se da seguinte maneira: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26.13). A pessagem mencionada, certamente, é uma das mais conhecidas em Novo Testamento.
À luz desse ato de Maria, bem como quando de outros da irmã de Lázaro, ao receber nosso Senhor para jantar em Betânia, é possível perceber que ela era essencialmente devotada ao Senhor. Há ações de Maria que demostram isso de forma testemunhal: (1) Sua devoção delicada aos pés do Senhor; (2) a atenção e a prioridade integrais a Jesus Cristo; (3) o derramento e o quebrantamento do coração de Maria na ocasião em que ela ungiu os pés de Jesus; (4) a humildade de Maria diante das críticas de sua irmã Marta. Uma das mulheres mais especiais do Novo Testamento!
Lições modernas a partir de Maria de Betânia
Podemos destacar vários aspectos da vida que podemos aprender a partir de Maria: a vida familiar, o relacionamento com o próximo, maior brandura no falar e no se dirigir às pessoas. Mas destacaria o aspecto litúrgico que podemos aprender com Maria de Betânia. Uma devoção mais profunda, enraizada na total entrega da alma e do coração ao nosso Senhor. Sem dúvida nossos cultos seriam mais enriquecidos a partir da espiritualidade de Maria, irmã de Lázaro.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 11: Maria, mãe de Jesus — uma serva humilde
Data: 11 de Junho de 2017
TEXTO ÁUREO
“Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela” (Lc 1.38).
VERDADE PRÁTICA
Maria, mãe de Jesus, nos deixou um exemplo elevado de humildade e submissão à vontade de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 1.46
Nazaré, cidade sem importância
Terça — 1Co 1.27-29
Deus usa as coisas sem importância
Quarta — Tg 4.6
Deus “dá graça aos humildes”
Quinta — Sl 147.6
Deus “eleva os humildes”
Sexta — Lc 1.45
Maria, a serva bem-aventurada
Sábado — Lc 1.28
Maria, a serva agraciada
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.46-49.
46 — Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47 — e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
48 — porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
49 — Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o seu nome.
HINOS SUGERIDOS
87, 122 e 551 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar Maria, mãe de Jesus, como exemplo de humildade e submissão à vontade de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Analisar o perfil de Maria, mãe de Jesus;
II. Explicar a elevada missão de Maria;
III. Apontar o papel de Maria no plano da salvação.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, na lição de hoje estudaremos a respeito do caráter humilde e submisso de Maria, mãe de Jesus. Maria foi a escolhida, dentre tantas mulheres que aguardavam a promessa divina, para gerar, pelo Espírito Santo, o Filho de Deus. Maria ainda era uma menina quando foi chamada para tão nobre missão, porém ela se colocou submissa à vontade divina, mostrando o quanto confiava e amava ao Senhor. Ela não pensou o que poderia acontecer com sua reputação, mas se entregou totalmente aos planos do Pai. Maria não somente deu à luz o Salvador, como mãe esteve presente em todas as fases da vida do Filho.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Maria foi escolhida por Deus para protagonizar o papel mais importante que uma mulher poderia receber. Foi uma missão singular e única na história das mulheres em todos os tempos. Ela recebeu a missão de ser mãe de Jesus Cristo, o Verbo, que “[...] se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Em seu ventre, ela acolheu, sob a graça do Espírito Santo, aquEle que veio ao mundo para salvar a humanidade perdida.
PONTO CENTRAL
Maria, a mãe de Jesus, é um exemplo de caráter humilde e submisso.
I. MARIA, A MÃE DE JESUS
1. Quem era Maria. O nome de Maria era muito comum em seu tempo. Deriva do nome hebraico Miriã. Na septuaginta, versão grega do Antigo Testamento, o nome original é Mariam. Ela era da linhagem real, descendente do rei Davi. Mateus registra a genealogia de Jesus, dizendo: “Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão” (Mt 1.1). O texto prossegue até o versículo quinze que diz: “e Eliúde gerou a Eleazar, e Eleazar gerou a Matã, e Matã gerou a Jacó,e Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo” (Mt 1.15,16).
2. Suas qualidades e seu caráter. Maria foi escolhida para ser mãe do Salvador, antes de tudo, por decisão divina. Mas também por suas qualidades espirituais e morais.
a) Ela era virgem. O anjo Gabriel foi o enviado especial da parte de Deus à cidade de Nazaré, “a uma virgem”, cujo nome era “Maria” (Lc 1.26,27). Naqueles tempos, a virgindade física de uma jovem era um valor de grande significado espiritual e moral (Is 62.5). José não teve relações com ela até que Jesus nascesse. A concepção de Jesus, portanto, foi divina, virginal e santa (Mt 1.25). Sua virgindade era indispensável para o cumprimento da profecia de Isaías (7.14), 760 anos antes de Cristo (Mt 1.22,23).
b) Ela era agraciada. Diz Lucas: “E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada [...]” (Lc 1.28a). O termo quer dizer que ela foi honrada por Deus, ou “muito favorecida”, e recebeu a graça divina em sua vida, não apenas naquele momento, mas por toda a sua vida.
c) Tinha a presença do Senhor. Em sua mensagem, diretamente da parte de Deus, o anjo disse: “o Senhor é contigo” (Lc 1.28). Ao dizer que o Senhor era com ela, o anjo declarou o que talvez ela não tivesse consciência de forma tão clara: Deus estava com ela.
d) Ela era bendita entre as mulheres. O anjo declarou ante o olhar de espanto de Maria: “[...] bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28). Com essa expressão o anjo quis enfatizar que, para Deus, ela era abençoada, ditosa, feliz. Não era para menos. No meio de tantos milhares de mulheres, em Israel, ser alcançada por tão grande deferência da parte de Deus era algo acima de qualquer pensamento humano.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Maria, dentre tantas mulheres em Israel, foi a escolhida para gerar o Filho de Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Maria
“A maternidade é um privilégio doloroso. A jovem Maria, de Nazaré, teve o privilégio único de ser mãe do Filho de Deus. Maria foi o único ser humano presente no nascimento de Jesus que também testemunhou sua morte. Ela o viu chegar, como seu bebê, e o viu morrer, como seu Salvador.
Maria achou que a visita inesperada de Gabriel foi desconcertante e assustadora, a princípio, mas o que ela ouviu a seguir foi a notícia mais espantosa: seu filho seria o Messias, o Salvador prometido de Deus. Maria não duvidou da mensagem, mas perguntou como seria possível a gravidez. Gabriel lhe disse que o bebê seria Filho de Deus. A resposta de Maria foi perfeita: ‘Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1.38). Mais adiante, seu cântico de alegria nos mostra como ela conhecia bem a Deus, pois seus pensamentos se encheram de palavras do Antigo Testamento.
Quando Maria levou o menino Jesus, aos oito dias de idade ao Templo, para ser consagrado a Deus, encontrou duas pessoas devotas, Simeão e Ana, que reconheceram a criança como o Messias, e louvaram a Deus. Simeão dirigiu a Maria algumas palavras que ela deve ter recordado muitas vezes, nos anos que se seguiram: ‘uma espada transpassará também a tua própria alma’ (Lc 2.35). Uma grande parte de seu doloroso privilégio da maternidade seria ver seu filho rejeitado e crucificado pelo povo que Ele tinha vindo para salvar. Podemos imaginar que, mesmo que ela tivesse sabido tudo o que iria sofrer, como mãe de Jesus, Maria ainda teria oferecido a mesma resposta. Como Maria, você também está disponível para ser usado por Deus?” (Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1283)
II. A ELEVADA MISSÃO DE MARIA
1. Deus a escolheu para ser a mãe do Salvador. Ao ouvir tal saudação do anjo, Maria ficou perplexa: “Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, e eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus [...]” (Lc 1.30,31).
2. O anúncio de que seria a mãe do Salvador. Admiração e espanto perturbaram sua mente ao receber a notícia de que seria a mãe do Salvador (Lc 1.34). Então, o anjo explicou que o menino nasceria pela virtude do Espírito Santo (Lc 1.35). Assim, Maria demonstrou outra qualidade que lhe era peculiar, e que muito agradara a Deus — a sua submissão à vontade do Senhor: “Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela” (Lc 1.38).
3. Maria, mulher e mãe. Maria soube comportar-se como verdadeira mãe. Teve de se deslocar de Nazaré a Belém, para alistar-se com o esposo num censo decretado pelo governo (Lc 2.1-5). Um tremendo contraste! Um Rei, nascendo numa manjedoura. Com esmero, ela cuidou da infância de Jesus. Aos oito dias de nascido, levou-o para ser circuncidado (Lc 2.21); depois, levou-o para ser apresentado no Templo (Lc 2.22,23; Lv 12.4). Periodicamente o levavam para a festa da Páscoa (Lc 2.40,41).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Embora ainda fosse uma menina, Maria recebeu da parte de Deus uma elevada missão.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Maria tem dificuldade em entender o que o anjo lhe contou. Sendo virgem, ela não tem ideia de como ela pode ter um filho. Seu casamento não fora consumado fisicamente. Gabriel diz que o nascimento de Jesus será provocado pela vinda do Espírito Santo sobre ela e pela sombra do poder de Deus. Lucas tipicamente vincula o Espírito Santo com o poder de Deus. O verbo ‘descer’ (eperchomai, em Lucas 1.35) também é usado para se referir à promessa do Espírito que vem sobre os discípulos no Dia de Pentecostes (At 1.8). A sombra (episkiazo) diz respeito à presença de Deus (cf. Êx 40.35) e nos faz lembrar da nuvem que deu sombra como sinal da presença divina na transfiguração (Lc 9.34). A presença poderosa de Deus repousará sobre Maria, de modo que a criança que ela gerar será o Filho de Deus. Concebido pelo Espírito Santo, Ele será santo como alguém especialmente ungido pelo Espírito (Lc 4.1). A linguagem de Lucas é claramente trinitária: o Altíssimo, o Filho de Deus e o Espírito Santo.
Lucas não dá indicação exata de quando Maria concebeu Jesus; esse nascimento milagroso não tem paralelo. Pessoas como Abraão e Sara e Zacarias e Isabel, que estavam em idade avançada para gerarem filhos, receberam filhos por Deus. O poder extraordinário de Deus superou a esterilidade e idade avançada desses casais. Mas o nascimento de Jesus não se ajusta a esse padrão. No seu caso, Deus não venceu a incapacidade dos pais terem filhos, mas a engravidou na ausência completa de um pai humano. O nascimento de Cristo é um acontecimento dos últimos dias e introduz uma nova era que culminará no julgamento final e na salvação dos redimidos. A glória da vinda de Deus em carne exigia um milagre como o nascimento virginal para indicar a coisa poderosa que Deus estava fazendo por nossa salvação” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Volume I, 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.322).
CONHEÇA MAIS
O estado civil de Maria (Lc 1.27)
“Em grego, o estado específico de Maria era de parthenos, uma virgem. Ela estava comprometida em se casar com José quando atingisse a maioridade, por meio de um contrato matrimonial. Conquanto a relação sexual não fosse permitida nesse tipo de relacionamento, era como se Maria estivesse ‘casada’ com José”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.652.
III. O SEU PAPEL NO PLANO DA SALVAÇÃO
1. Maria deu à luz “a semente da mulher”. Após a tragédia do pecado, por amor e misericórdia, Deus declarou, na repreensão a Satanás: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Essa declaração divina é considerada o “protoevangelho” de Deus. Diz Paulo: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
2. Maria não é redentora. Nos ensinos do Novo Testamento não existe nenhuma base para considerar Maria como redentora, ou mediadora entre Jesus e os homens. Este posicionamento é perigoso, pois a Bíblia diz que não devemos ir além do que está escrito (1Co 4.6). O ensino de que Maria é redentora e mediadora provém do dogma, estabelecido no Concílio de Éfeso, realizado em 431 d.C. Naquele Concílio, chegaram à conclusão de que Maria era Mãe de Deus, pois Jesus era Deus. Tal conclusão fere a revelação bíblica por várias razões. Deus é eterno, o Criador. Uma criatura não pode ser sua mãe. Isso é pecado da mariolatria, o que não condiz com o caráter humilde, submisso e santo da mãe de Jesus (Lc 1.38). Na verdade, Maria era mãe do Filho de Deus encarnado, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.
3. Maria não é mediadora. Não se pode negar a honra e os privilégios que Deus concedeu a Maria de Nazaré, para ser a mãe do Filho de Deus, encarnado em seu ventre. Mas a ela, não se deve render culto ou adoração. Jesus disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Abaixo algumas heresias a respeito do culto a Maria.
a) Assunção de Maria. O Papa Pio XII, em sua bula Munificentíssimo Deus (de 1º de novembro de 1950) diz que Maria “... foi levada de corpo e alma para a glória do céu”. Na verdade, Maria foi sepultada e, agora, aguarda a ressurreição, no arrebatamento da igreja.
b) Intercessão de Maria. Que absurdo! A Bíblia diz claramente: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5). “... o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34). Só Jesus pode interceder por nós diante de Deus, porquanto por nós Ele morreu na cruz.
c) Suprema autoridade de Maria! Um ensino como esse jamais honra Maria, a Mãe de Jesus como Homem. Só pode ser de origem maligna para confundir as mentes incautas, levando-as à mariolatria. Jesus disse que todo o poder lhe foi dado no céu e na terra (Mt 28.18).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O papel de Maria no plano da salvação era de extrema grandeza.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Em Gênesis 3.15, Deus disse à serpente: A Semente da mulher te ferirá a cabeça. Compare a referência de Paulo a isto em Romanos 16.20. A serpente só poderia ferir o calcanhar da Semente da mulher. De fato, ferir não é forte o bastante para traduzir o termo hebraico, que pode significar moer, esmagar, destruir. Uma cabeça esmagada que leva à morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado. O versículo de Gênesis 3.15 é chamado de ‘proto-evangelho’, pois contém uma promessa de esperança para o casal pecador. O mal não tem o destino de ser vitorioso para sempre; Deus tinha em mente um Vencedor para a raça humana. Há um forte caráter neste versículo.
Em 3.14,15, vemos ‘Calcanhar Ferido’. 1) O Salvador prometido era a Semente da mulher — o Deus-Homem; 2) Esta Semente Santa feriria a cabeça da serpente — conquistar o pecado; 3) A serpente feriria o calcanhar do Salvador — na cruz, ele morreu” (Comentário Bíblico Beacon: Gênesis a Deuteronômio. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.41).
CONCLUSÃO
Maria merece todo o respeito, a honra e o reconhecimento de seu papel, no plano de Deus em relação à humanidade. Na presciência de Deus, Jesus já era “a semente da mulher” (Gn 3.15), que haveria de ferir a cabeça da serpente, que é o Diabo. Ela foi a única mulher que concebeu pelo Espírito Santo. Mas não há qualquer base bíblica para que lhe rendamos culto, adoração, ou a considerarmos mediadora entre Deus e os homens, pois esse papel é exclusivo de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
PARA REFLETIR
A respeito de Maria, mãe de Jesus, uma serva humilde, responda:
Qual o valor da virgindade de Maria?
Era indispensável para o cumprimento da profecia de Isaías (7.14).
Que contraste se vê no nascimento de Jesus?
Um Rei, nascendo numa manjedoura.
Por que Maria não pode ser “Mãe de Deus”?
Porque uma criatura não pode ser mãe do Criador.
Por que Maria não pode ser Intercessora?
Por que só Jesus é mediador entre Deus e os homens.
Por que Maria não tem autoridade suprema no céu?
Porque só Jesus tem todo o poder no céu e na terra.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Maria, mãe de Jesus — uma serva humilde
Devido ao equívoco de a igreja romana prestar culto e venerar Maria, caindo na “mariolatria”, há outro exagero no meio evangélico que representa o quase silêncio em relação à mãe do Salvador. Não se deve cultuar e venerar Maria, mas também não se deve ignorá-la e esquecê-la. A Bíblia diz que dentre as mulheres da Terra, Maria é a mais bem-aventurada: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28). A “agraciada” e “bendita” mãe do Salvador: assim chamou o anjo Gabriel em relação à Maria.
Maria de acordo com as Escrituras
Segundo os estudiosos, Maria aparece aproximadamente 150 vezes ao longo do Novo Testamento. Mas o livro de Lucas é o Evangelho que mais a menciona, pois das 150 vezes citadas no Novo Testamento, 90 vezes Maria está presente no Evangelho do autor gentílico. Em Lucas também consta o mais famoso cântico de Maria quando da anunciação da vinda do Salvador por intermédio do anjo Gabriel, o Magnificat (Lucas 1.46-55): “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador [...]” (vv.46,47). Quantas canções maravilhosas e edificantes não foram compostas a partir desse cântico precioso?! A beleza do Magnificat é poética, musical e essencialmente espiritual. E a expressão humana de agradecimento pelo presente recebido por Deus pelo privilégio de gerar o Salvador. E que privilégio! Humilde como era, Maria não se via merecedora de tão nobre missão, por isso, se dirigia humildemente diante do Pai com coração agradecido.
Mas além de Lucas, outros três Evangelhos (Mateus, Marcos e João) mencionam Maria (Mt 1.1-25; 2.10-23; Mc 3.20-21,31-35; 6.1-6; Jo 2.1-12; 19.25-27). Os Atos dos Apóstolos também a mencionam (1.14), bem como a carta do apóstolo Paulo aos Gálatas (4.4). Ora, os textos são abundantes e mostram como as Escrituras Sagradas levam em conta à mãe do Salvador.
Portanto, (1) com Maria aprendemos a ser humildes. Esta é uma das lições mais maravilhosas que a jovem Maria nos ensina. Mesmo após receber milagrosamente a visita de um anjo anunciando o milagre da concepção virginal do Salvador, Maria permaneceu extradordinariamente dependente de Deus. Mas também (2) com Maria aprendemos a ser gratos a Deus. O cântico de Maria mostra a sua gratidão ao Pai. Ao entoar louvores a Deus por gratidão pela tão nobre escolha que o Pai fizera, Maria agradece o Pai de todo o coração.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 12: José, o pai terreno de Jesus — Um homem de caráter
Data: 18 de Junho de 2017
TEXTO ÁUREO
“E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher” (Mt 1.24).
VERDADE PRÁTICA
José, pai de Jesus, nos deixou um exemplo marcante de um caráter humilde, submisso e amoroso.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 1.1
O Verbo se fez carne
Terça — Lc 2.4
José era da descendência de Davi
Quarta — Mt 2.13,14
José fugiu para o Egito com Maria e Jesus
Quinta — Mt 13.55
Jesus, “o filho do carpinteiro”
Sexta — Mc 6.3
Jesus, “carpinteiro”
Sábado — Mt 1.19
José, um homem justo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 1.18-25.
18 — Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
19 — Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
20 — E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.
21 — E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 — Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23 — Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).
24 — E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher,
25 — e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de Jesus.
HINOS SUGERIDOS
3, 41 e 412 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar José como exemplo de caráter humilde, submisso e amoroso.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar alguns aspectos do perfil de José, pai de Jesus;
II. Apontar o caráter exemplar de José;
III. Explicar a nobre missão de José.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
José, assim como Maria, teve um papel importante no plano de redenção divina. Na Bíblia não encontramos muitas informações a respeito dele. Acredita-se que quando Jesus foi crucificado e morto, ele já havia falecido. Porém, analisando os textos bíblicos a respeito de José, podemos ver o quanto era obediente, humilde e amoroso. Ao saber da gravidez de Maria, até intentou deixá-la, mas secretamente, para que a jovem não viesse a sofrer. Diferente de Maria que viu e ouviu do anjo Gabriel que seria a mãe do Salvador, José não teve uma revelação direta da parte de Deus. Só quando planejou deixar Maria, o Senhor falou com ele em sonhos e José demonstrou ter fé e comunhão com Deus, pois não teve dificuldades em discernir que não se tratava de um sonho comum, mas era a voz de Deus e a sua revelação divina a respeito daquEle que seria o Salvador.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o que a Bíblia revela sobre a vida de José de Nazaré, esposo de Maria, mãe de Jesus. Homem dotado de um caráter justo, temperante e amoroso. Deus, ao escolher a mulher em cujo ventre Jesus seria concebido, também escolheu aquele que haveria de dar apoio e proteção a ela e a seu filho primogênito. Dessa forma, José passou a ser partícipe do plano salvífico de Deus.
PONTO CENTRAL
José, pai adotivo de Jesus, é um exemplo de caráter humilde, submisso e amoroso.
I. JOSÉ, O PAI DE JESUS
1. Quem era José? Pouco se sabe a respeito de sua vida. Assim como a esposa, José era simples, humilde, talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão de carpinteiro. Ele entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi (2Sm 7.12, 16).
2. Pai adotivo de Jesus. José não era o pai biológico de Jesus, e sim o seu pai adotivo, visto que Jesus foi gerado pela ação do Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 1.35). Também é chamado de “pai-guardião” de Jesus. Esse fato é de grande importância, pois ele era “da casa e família de Davi” (Lc 2.4). Perante a Lei, José era pai de Jesus, incluindo-o na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas 3.23-38. Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Lucas registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi (Lc 1.27).
3. José, um sonhador obediente. Ao saber da gravidez de Maria, pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la. Mas Deus entrou em ação, e lhe deu um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar (Mt 1.20,21). Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
José foi escolhido por Deus para ser o pai adotivo de Jesus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das características do perfil de José.
II. O CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ
1. Um homem obediente. Ao ter a revelação acerca da natureza da concepção de Maria, e receber a ordem de Deus para não deixar Maria, José submeteu-se à vontade divina: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher” (Mt 1.24). Poderia ter despertado e dado tempo para verificar se não teria tido apenas um sonho resultante das muitas ocupações (Ec 5.3). Teve porém o discernimento espiritual de que se tratava de um sonho de origem divina. E obedeceu prontamente tão logo despertou de seu merecido sono. Com amor, abraçou Maria e contou-lhe a experiência que Deus lhe proporcionara.
2. Um homem temperante. No período em que era noivo (desposado) com Maria, ele não teve relações íntimas com ela. Primeiro, porque era um grave pecado (Dt 22.23,24). Em segundo lugar, porque era homem de bem, e obediente a Deus, “justo” (Mt 1.19). José “não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS” (Mt 1.25). Ambos foram fortes o suficiente para serem fiéis a Deus, nessa área, em que muitos não resistem nem à primeira investida do Maligno.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
José foi um homem de caráter exemplar.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A genealogia de José é apresentada em Mateus 1. Ele era carpinteiro (Mt 13.55) que vivia em Nazaré (Lc 2.4). Mas, como descendente de Davi, sua casa ancestral estava em Belém. Estava noivo de Maria na época em que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Ao saber que Maria estava grávida, quis evitar que ela fosse exposta à vergonha pública, embora cogitasse divorciar-se e despedi-la secretamente. Mas em um sonho foi informado por Deus que a concepção de Maria era divina e foi encorajado a se casar com ela. Para se registrarem e pagarem o imposto real, ele e Maria foram a Belém, onde Jesus nasceu. José é mencionado juntamente com Maria e Jesus na visita dos pastores (Lc 2.16) e na apresentação de Jesus no Templo (Lc 2.27,33). Em um sonho, Deus instruiu José a fugir da ira de Herodes, ir para o Egito, e lá permanecer durante algum tempo. A última participação de José é mencionada no evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc 2.41-52). Ele não foi incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12.46-50. Embora João 6.42 possa indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus. José não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo João (Jo 19.26,27), portanto podemos concluir que José havia morrido antes desse acontecimento. Os judeus da época de Jesus consideravam que Ele era filho de José (veja Lc 3.23; 4.22; Jo 1.45; 6.42)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1092).
CONHEÇA MAIS
O caráter de José
“José deve ter se sentido traído quando Maria lhe revelou que estava grávida. Ainda assim, estava disposto a protegê-la ao promover um divórcio particular (diante de duas testemunhas, cf. Nm 5.11-31). A referência a ele como sendo um ‘homem justo’ nos faz lembrar que justiça não é apenas uma rígida insistência à letra da lei, mas deve ser aplicada com misericórdia e compaixão”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.602.
III. A NOBRE MISSÃO DE JOSÉ
1. Assegurar a ascendência real de Jesus. Como visto no primeiro tópico, perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi, pela tribo de Judá: “E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé [...]” (1Sm 17.12). Jesus é descrito, no Apocalipse, como “o Leão da tribo de Judá”, o único capaz de abrir o livro selado com sete selos (Ap 5.5). Mateus registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi. Jesus foi adotado legalmente por José, que era da tribo de Judá.
2. Proteger Jesus em seus primeiros anos. Alguns fatos relevantes sobre a vida de Jesus comprovam o amor e o zelo de José pelo menino que não era seu filho biológico, mas filho de Maria pela intervenção divina.
a) No nascimento de Jesus. “E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2.4-7). Naquela situação, sem dúvida, José participou dos procedimentos no parto de Jesus, ajudando Maria em todos os detalhes, amparando o bebê, no corte do cordão umbilical, e em sua limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e a colocação da criança na manjedoura.
b) Nas cerimônias exigidas pela Lei. Na circuncisão de Jesus, ao oitavo dia de nascido e na apresentação no Templo, José estava ao lado de Maria: “E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.21,22).
c) Na fuga para o Egito. Diante da ameaça de Herodes, de matar o menino Jesus, Deus determinou que José tomasse Maria e o menino, e fugissem para o Egito, até que o rei homicida tivesse morrido. Por quase 500 quilômetros de viagem, em meio a estradas desertas, com risco de assaltos e intempéries, José conduziu a esposa e seu filho para um lugar seguro. E de lá só voltou por revelação de Deus, quando o homicida tinha morrido, e foi morar em Nazaré (Mt 2.13-23).
3. O zelo pela formação espiritual de Jesus. Seus pais cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos, através do ensino sistemático e diário da Palavra de Deus (cf. Dt 11.18-21). Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a mais importante. José e Maria levavam o menino a Jerusalém para essa festividade nacional. “Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa” (Lc 2.41,42). Um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e não apenas um genitor, que gera e se descuida da vida do filho.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
José recebeu de Deus a nobre missão de ser o pai adotivo de Jesus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“As famílias judias realizavam várias cerimônias, logo após o nascimento de um bebê: (1) circuncisão. Todos os bebês do sexo masculino eram circuncidados e recebiam seu nome no oitavo dia após o nascimento (Lv 12.3; Lc 1.59-60). A circuncisão simbolizava a separação entre judeus e gentios, e seu relacionamento exclusivo com Deus. (2) Redenção do primogênito. O primogênito era apresentado a Deus, um mês após o nascimento (Êx 13.2,11-16; Nm 18.15-16). A cerimônia incluía comprar de volta, ou seja, ‘redimir’, a criança, de Deus, por meio de uma oferta. Desta maneira, os pais reconheciam que o bebê pertencia a Deus, que é o único que tem poder de dar vida. (3) Purificação da mãe. Durante 40 dias, após o nascimento de um filho, e 80 dias após o nascimento de uma filha, a mãe permanecia cerimonialmente impura, e não podia entrar no Templo. No fim do seu período de separação, os pais deveriam trazer um cordeiro para uma oferta de holocausto, e uma rola ou um pombo para uma oferta de pecado. O sacerdote sacrificaria esses animais e declararia que a mulher estava limpa. Se um cordeiro fosse caro demais para a família, os pais podiam trazer, em seu lugar, uma segunda rola ou pombo. Foi isso que Maria e José fizeram.
Jesus era o Filho de Deus, mas sua família realizou essas cerimônias de acordo com a lei de Deus. Jesus não nasceu acima da lei; ao contrário, Ele a cumpriu à perfeição” (Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1282).
CONCLUSÃO
José foi escolhido por Deus para uma missão muito elevada, no plano da redenção. Ele foi o homem que amparou Maria, em sua missão de conceber o Filho de Deus, como Filho do Homem. Não só a ela, mais ao próprio Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas ameaças que sofreu. Ele cuidou de sua educação ao lado de sua mãe. Ele foi um homem santo. Mas, assim como Maria, nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem a Deus.
PARA REFLETIR
A respeito de José, o pai terreno de Jesus, um homem de caráter, responda:
Que fez José, ao saber da gravidez de Maria?
Pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la.
Como José participou do nascimento de Jesus?
Ajudando Maria em todos os detalhes.
Quando José voltou do Egito com Maria e Jesus?
Quando Herodes morreu.
Por que José e Maria levavam Jesus a Jerusalém?
Para a festa da Páscoa.
Que preceitos legais José e Maria obedeceram após o nascimento de Jesus?
A circuncisão de Jesus e a purificação de Maria.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
José, o pai de Jesus — Um homem de caráter
Imagine após uma jovem judia ser prometida em casamento a um jovem judeu, surgisse a informação de que ela estava grávida. Ainda não ocorrera o casamento enre o jovem e a noiva, muito menos havia ocorrido a noite de núpcias entre o casal, mas a jovem se encontrava grávida. Qual seria a reação de qualquer jovem judeu? Nesse contexto é que aparece o pai de Jesus, José. Um homem de caráter ilibado, conciliador, amoroso e preocupado com o bem-estar da outra pessoa. Podemos resumir a sua vida em humidade, submissão e amor.
Sabemos pouco sobre a vida de José, o pai de nosso Senhor. As Escrituras não se referem muito a pessoa do marido de Maria, por isso, muitos estudiosos especulam sobre ele ter morrido precocemente. Talvez a informação histórica mais relevante sobre José é a respeito de sua profissão: carpinteiro. Profissão que o nosso Senhor aprenderia e exerceria mais tarde. Embora as Escrituras Sagradas tenham poucos dados mencionados a respeito de José, o seu caráter é demonstrado de maneira muito clara logo nos primeiros episódios que narram a infância do Senhor Jesus.
Ao saber da gravidez de Maria, conhecendo que entre eles não havia relação sexual, e por isso biologicamente o filho de Maria não poderia ser de José, o que lhe dava a ideia de que Maria havia sido infiel, as Escrituras Sagradas narram que “José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). O pai do Salvador não tinha a intenção de expor Maria publicamente, pois ele bem sabia a consequência que toda mulher sofreria quando flagrada em infidelidade conjugal.
Entretanto, o texto bíblico narra que imediatamente após José planejar a abandonar secretamente a Maria, o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho dizendo: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Além de acreditar na inocência de Maria por intermédio de um sonho, José obedeceu humildemente a voz do Senhor por meio do anjo e assumiu a paternidade de Jesus e o casamento com Maria.
A obediência talvez seja a maior lição que podemos depreender da vida de José, o pai do nosso Salvador: anular por completo a própria dúvida, amar incondiconalmente e dizer sim para Deus. José escolheu a crer por intermédio de um sonho.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 13: Jesus Cristo, o Modelo Supremo de caráter
Data: 25 de Junho de 2017
TEXTO ÁUREO
“[...] E o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6).
VERDADE PRÁTICA
Como Homem, Jesus encarnou e demonstrou ter um caráter perfeito, suportando as fraquezas humanas, sem dar lugar ao pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 1.2
Jesus, o Verbo de Deus
Terça — Gn 3.15
Jesus, a semente da mulher
Quarta — Jo 1.14
Jesus, o Unigênito do Pai
Quinta — At 10.38
Jesus, ungido por Deus
Sexta — Jo 14.6
Jesus, o caminho, a verdade e a vida
Sábado — Mt 24.30
Jesus voltará “com poder e grande glória”
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 1.18,21-23; 3.16,17.
Mateus 1
18 — Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
21 — E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 — Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23 — Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).
Mateus 3
16 — E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 — E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
HINOS SUGERIDOS
3, 41 e 412 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar que o crente só terá uma vida frutífera se estiver ligado à Videira Verdadeira.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar Jesus de Nazaré como Filho do Homem;
II. Apontar o ministério e caráter supremo de Jesus;
III. Explicar a respeito da morte, ressurreição e volta de Cristo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, vamos concluir o trimestre estudando a respeito do Homem mais importante de todos os tempos — Jesus. Sua vinda a este mundo se deu de forma sobrenatural e foi tão significativa e marcante que a História foi dividida em duas partes: antes de Cristo e depois. Como Homem, Jesus teve um desenvolvimento e um caráter perfeito que refletia a sua natureza divina. Até os 30 anos, Ele viveu como todo judeu. Foi apresentado no Templo por seus pais, participou das festas judaicas, trabalhou como carpinteiro, pagou impostos e teve uma vida sociável, indo a jantares na casa dos amigos e a festas de casamento. Por isso, Jesus deve ser nosso modelo e referência como Homem e servo. Que possamos seguir sempre os seus passos, glorificando o seu nome.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, refletiremos a respeito de Jesus, o Homem de caráter perfeito. É impossível descrever a grandeza de sua personalidade e do seu caráter com palavras meramente humanas. Sua entrada no seio da raça humana, que se achava em miséria espiritual, não somente significou Deus entre nós, o Emanuel (Mt 1.23), mas o cumprimento da promessa do Criador de redimir o homem no Éden. Ele se humanizou como “a semente da mulher” que haveria de ferir a cabeça do Diabo (Gn 3.15).
PONTO CENTRAL
Como Homem, Jesus demonstrou ter um caráter perfeito.
I. JESUS DE NAZARÉ, O FILHO DO HOMEM
1. Sua origem humana. Jesus se fez homem a fim de remir o homem perdido, através do mistério da encarnação. Ele, o Verbo Divino se fez carne “e habitou entre nós” (Jo 1.14). Ele nasceu como homem no tempo (gr. Kairós) de Deus. Diz Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
2. Sua entrada no mundo. Foi marcada por eventos de caráter espiritual e humano de grande significado. O anjo Gabriel foi enviado à pequena cidade de Nazaré, na Galileia, para anunciar à jovem Maria que ela seria mãe do Salvador do mundo, e que Ele seria gerado pelo Espírito Santo (Lc 1.30,31; 34,35). Ao ser concebido Jesus se fez Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
3. Seu desenvolvimento humano e espiritual. Seu caráter singular é modelo e referência para todos os homens em todos os lugares e em todos os tempos. Em sua infância e adolescência, sua criação foi esmerada:“E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa” (Lc 2.40,41). Dos doze aos trinta anos, Jesus exerceu o ofício de carpinteiro, aguardando o momento de iniciar seu ministério terreno em prol da salvação da humanidade. Seu caráter humano refletia a sua natureza divina. Ele foi apresentado ao mundo como “O Verbo” que “era Deus”, sendo Criador de todas coisas, pois “Ele estava no princípio com Deus.Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Jesus de Nazaré foi e é o Filho do Homem.
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
“Filho do Homem
De todos os seus títulos, ‘Filho do Homem’ é o que Jesus preferia usar a respeito de si mesmo. E os escritores dos evangelhos sinóticos usam a expressão 69 vezes. O termo ‘filho do homem’ tem dois possíveis significados principais. O primeiro indica simplesmente um membro da humanidade. E, neste sentido, cada um é um filho do homem. Tal significado era conhecido nos dias de Jesus e remonta (pelo menos) aos tempos do livro de Ezequiel, onde é empregada a fraseologia hebraica bem' adam, com significado quase idêntico. Essa expressão, na realidade, pode até mesmo funcionar como o pronome da primeira pessoa do singular, ‘eu’ (cf. Mt 16.13).
Por outro lado, a expressão é usada também a respeito da personagem profetizada em Daniel e na literatura apocalíptica judaica posterior. Essa personagem surge no fim dos tempos com uma intervenção dramática, a fim de trazer a este mundo a justiça de Deus, o seu Reino e o seu julgamento. Daniel 7.13,14 é o texto fundamental para esse conceito apocalíptico” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.310).
CONHEÇA MAIS
Jesus
“O ministério terreno de Jesus começou na cidade de Belém, na província romana da Judeia. A ameaça à vinda do Rei Jesus, quando menino, levara José a reunir a família e fugir para o Egito, mas, ao retornarem, Deus recomendou que se estabelecessem em Nazaré, na Galileia. Com aproximadamente 30 anos, Jesus foi batizado no rio Jordão e, logo depois, foi tentado por Satanás no deserto da Judeia. Então, Jesus principiou seu trabalho em Cafarnaum, e passou a ministrar por toda a Israel, proferindo parábolas, ensinando sobre o Reino e curando os enfermos”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.1210.
II. SEU MINISTÉRIO E CARÁTER SUPREMO
1. O caráter exemplar de Jesus. Em seu ministério, Jesus demonstrou aspectos do seu caráter que são referência e modelo para todos os que o aceitam como Senhor e Salvador. Suas ações revelam tanto o lado divino como o lado humano de sua personalidade marcante e singular.
a) Humildade e mansidão. Para iniciar o seu ministério, foi até o rio Jordão para ser batizado por João Batista. Este sentiu-se constrangido, dizendo que Jesus é que deveria batizá-lo. Mas Jesus insistiu com João para que o batizasse, a fim de cumprir “toda a justiça” (Mt 3.13-15). Ele implantou a “escola da mansidão e da humildade”, convidando a todos para aprenderem com Ele (Mt 11.28-31). Sendo Deus, Criador e Senhor, despojou-se de seus atributos divinos, tornou-se homem e servo, humilhando-se “até à morte” (Fp 2.6-8). Jesus surpreendeu os discípulos quando fez um trabalho de escravo, lavando os pés de todos eles (Jo 13.3-5). Mansidão e humildade são requisitos indispensáveis para quem quer ser discípulo de Jesus.
b) Misericórdia e compaixão. Ele teve compaixão das multidões, que andavam desgarradas como ovelhas sem pastor (Mt 9.36). Curou muitos que sofriam com enfermidades (Mt 14.14). Ele se compadeceu das pessoas famintas (Mt 15.32). Na parábola do Bom Samaritano, Jesus pôs em evidência a insensibilidade dos religiosos que não tinham compaixão pelos caídos à beira do caminho (Lc 10.30-37). Hoje, infelizmente, muitos que se dizem cristãos têm mais preocupação com riquezas, posições e prestígio pessoal do que com as almas atacadas pelo Maligno.
c) Espírito pacificador. Jesus conhecia bem a natureza humana sujeita a desavenças e desentendimentos, mesmo entre os irmãos. Por isso, exortou: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24). De forma mais prática, ele reproduziu a mensagem do salmo 133, tão esquecida nos dias atuais. Paulo aconselha-nos a ter paz com todos, sempre que possível (Rm 12.8; Hb 12.14).
2. Na prática, Ele demonstrou o seu imenso amor pelos pecadores. Os fariseus queriam matar a mulher adúltera. Jesus a perdoou e ordenou que não pecasse mais (Jo 8.11). Aos seus discípulos, ensinou: “Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor” (Jo 15.9). Ele declarou ao doutor da lei que o maior dos mandamentos é amar a Deus acima de tudo, e o segundo, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.34-40). O amor é “a marca do cristão” (Jo 13.34,35).
3. Seu caráter é referência para a Igreja. Ele disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Em seu aspecto espiritual, como corpo de Cristo, a Igreja não tem defeito. Ela é “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). No aspecto humano, porém, como organização existem as “igrejas”, formadas por homens mortais, falíveis e sujeitos a erros e pecados. Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Como Filho do Homem, Jesus teve um ministério e caráter supremo.
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
“O Ministério Terreno de Cristo
Cristo se fez Homem e Servo. Sendo rico, fez-se pobre; sendo santo, foi feito pecado (2Co 5.21). Fez-se maldição (Gl 3.13) e foi contado com os transgressores. Sendo digno, consideraram indigno. Foi, ainda, feito menor que os anjos, que devem ter ficado espantados ao verem Deus encarnado, como servo, sendo tentado, sofrendo escárnio e crucificado. Mas, depois de tudo, viram entronizado e glorificado.
Após seu batismo, Jesus inicia seu ministério. João Batista não via necessidade de que Ele fosse batizado: sentiu-se inferior e sabia que Jesus não tinha pecado — Ele não precisaria passar por um batismo de arrependimento nem tinha de que se arrepender, mas Jesus fez questão de ser batizado, num ato de obediência e para cumprir toda a justiça, deixando-nos o exemplo (Mt 3.14,15). Seu ministério foi exercido na plenitude do Espírito. Após ter sido batizado por João, Jesus foi impelido pelo Espírito Santo, a fim de jejuar quarenta dias e quarenta noites no deserto. Nesta fase de jejum, oração e meditação num lugar solitário, preparado pelo Espírito Santo, Ele teve o seu preparo espiritual.
O ministério de Jesus durou cerca de três anos. O cálculo da duração é feito com base nas festas pascais em que Ele esteve. O início de seu ministério se deu na véspera de uma Páscoa; depois, participou de mais duas e morreu na véspera de outra. O primeiro ano foi o da obscuridade; o segundo, o do favor público e o terceiro, o da oposição” (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.142).
III. A MORTE, RESSURREIÇÃO E VOLTA DE CRISTO
1. A morte de Cristo, exemplo supremo de amor. O significado de sua morte pode ser resumido no que Ele próprio disse a Nicodemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Através de sua morte, Jesus, fiel Sumo Sacerdote, propiciou a reconciliação do homem com Deus (Hb 2.17). Na cruz, Ele revelou o auge de seu caráter amoroso e perdoador. Antes do último suspiro, clamou a Deus: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem [...]” (Lc 23.34).
2. A ressurreição de Jesus e a sua vinda em glória. Na ressurreição, o caráter humano foi absorvido pelo caráter divino. Se para fazer-se homem despojou-se de sua glória, na ressurreição retomou a plenitude de sua grandeza divina, e venceu todas as forças do mal, resultantes da Queda do homem (1Co 15.19-26).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus veio ao mundo, morreu, ressuscitou e voltará novamente para buscar aqueles que são seus.
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
A morte de Cristo foi voluntária
“Jesus não foi forçado à cruz. Nada fez contra a sua vontade. Submeteu-se à aflição espontaneamente. Humilhou-se até à morte, e morte de cruz. Deixou-se crucificar. Que graça espantosa por parte daquEle que tudo podia fazer para evitar tamanho suplício. Ele tinha o poder de entregar a sua vida e tornar a tomá-la — e de fato fez isso. Sim, eterno Salvador não foi forçado ao Calvário, mas atraído para ele, por amor a Deus e à humanidade perdida.
Sua morte foi vicária e sem dúvida, o profeta Isaías tinha em mente o cordeiro pascal, oferecido em lugar dos israelitas pecadores. Sobre a cabeça do cordeiro sem mancha realizava-se uma transferência dupla. Primeiro, assegurava-se o perdão divino mediante o santo cordeiro, oferecido e morto. Segundo, o animal, sendo assado, servia de alimentação para alimentar o povo eleito. O sacrifício de Cristo foi duplo: morreu para nos salvar, e ressuscitou para nossa justificação. Cristo também é o Pão da vida, o nosso ‘alimento diário’.
Sua morte foi cruel. Ele foi levado ao matadouro, esta palavra sugere brutalidade. Não é de admirar que a natureza envolvesse a cruz em um manto de trevas, cobrindo, assim, a maldade dos seres humanos.
José de Arimateia, conseguiu permissão de Pilatos para tirar o corpo da cruz. E, com Nicodemos, levando quase cem arráteis dum composto de mirra, aloés, envolveram o corpo do Senhor em lençóis com as especiarias, como era costume dos judeus. Havia no horto daquele lugar um sepulcro em que ainda ninguém havia sido posto. Ali puseram Jesus (Jo 19.38-42). Sepultar os mortos era considerado um ato de piedade. Também era comum que se sepultassem os mortos no mesmo dia de seu falecimento. O corpo de um homem executado não tinha permissão de ficar pendurado na cruz a noite inteira (Dt 21.23), pois isso, para a mente judaica, poluiria a terra. Às seis horas, começaria o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava proibida qualquer execução” (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.156).
CONCLUSÃO
Jesus é o maior e mais excelente personagem da História. Não é fácil descrevê-lo, não tanto por falta de dados e informações, mas por causa de sua grandeza, de sua personalidade singular e de seu caráter inigualável. Não poderia ser diferente. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.16-18).
PARA REFLETIR
A respeito de Jesus Cristo, o modelo supremo de caráter, responda:
Para que Jesus se fez homem?
Para remir o homem perdido.
Que fez Jesus dos doze aos trinta anos?
Ele exerceu o ofício de carpinteiro, aguardando o momento de iniciar seu ministério.
Que revelam as ações de Jesus em seu ministério?
O lado divino e o lado humano de sua personalidade singular.
Cite algumas características do caráter de Jesus como homem perfeito.
Humilde, manso, misericordioso, pacificador.
Como Jesus demonstrou seu amor pelos homens?
Ele demonstrou seu amor na prática.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus Cristo, o Modelo Supremo de caráter
Jesus Cristo foi o maior “evento” que aconteceu no mundo. Chamamos evento porque nosso Senhor não era simplesmente homem, Ele era Deus; não era simplesmente Deus, Ele era homem. A encarnação do Filho trouxe à humanidade uma nova esperança que há muito havia desaparecido entre os hebreus. Entretanto, essa esperança alcançou a humanidade inteira, pois Jesus Cristo morreu por todo o mundo. Por isso, ao iniciar a aula, professor, procure levar o aluno a essa reflexão.
O Filho de Deus se fez Homem
Não há nada mais significativo nos Evangelhos que a narrativa da Encarnação de Jesus. Com encarnação nos referimos ao processo de humanização da divindade. Jesus é achado Filho de Deus e sua concepção foi obra do Espírito Santo. As Escrituras afirmam que Maria, sua mãe, concebeu a Jesus virginalmente (Lc 1.26-35). A concepção de Cristo foi obra do Espírito Santo, sem paternidade humana, assistida pelo Pai Celeste; e obra da Santíssima Trindade. Diferentemente dos deuses pagãos, o Deus da Bíblia buscou se revelar a humanidade toda como igual com ela. Sem deixar de ser divino e, igualmente, sem deixar de ser humano, pois as suas duas naturezas, humanas e divinas são inseparáveis.
Verdadeiro Deus
O Credo Apostólico afirma: “Creio [...] em Jesus Cristo, seu Filho Unigénito, o qual foi concebido pelo Espírito Santo”. O apóstolo Paulo também testemunha com clareza a sua divindade: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (Fp 2.5,6). Por isso, o modo do Deus Único agir e de se relacionar com o ser humano está demonstrado em Jesus Cristo. Nele são denunciadas toda imagem falsa de Deus, as divindades pagãs e tudo o que nada tem haver com o seu amor e a sua justiça.
Verdadeiro Homem
O Credo Apostólico também declara: “Creio [...] em Jesus Cristo [...] [que] nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Esse artigo declara o ensino bíblico sobre a natureza humana de Jesus.
Quando conhecemos a natureza humana de Jesus Cristo, podemos chegar a Ele com toda a nossa fraqueza e fragilidade porque Ele foi humano como nós o somos. Imagine: Deus em sua glória encarnou-se humanamente e não quis ser um “super-homem”. Por que nos apresentaríamos super-humanos diante de Deus? Ele nos conhece por dentro e por fora!
fonte www.mauricioberwald.com