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Lição betel evangelho de João 3 trim-2012
Lição betel evangelho de João 3 trim-2012

LIÇÃO BETEL EVANGELHO DE JOÃO 2012

3 TRIMESTRE 2012

A comunicação do evangelho - Lição 5 – 29 de julho de 2012
LIÇÃO 5 – 29 de julho de 2012
A comunicação do evangelho
TEXTO ÁUREO
“Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.”. Jo 4.15
VERDADE APLICADA
Pregar o Evangelho de forma clara e inteligente proporcionará melhores resultados para o Reino de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 4.9 - Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)?
Jo 4.10 - Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Jo 4.11 - Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
Jo 4.13 - Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede,

Introdução
Nesta lição, estudaremos como Jesus estabeleceu um contato de maneira criativa a partir de algo simples com uma mulher. Veremos que, ao fazer isso, Ele demonstrou o seu interesse na pessoa dela, não fazendo caso de onde procedia, e aí aproveitamos para expor quão necessário é compartilharmos o Evangelho com os marginalizados, estigmatizados e desprezados da nossa sociedade.

FATOR HISTÓRICO:
Os judeus ortodoxos evitavam passar por Samaria por causa do ódio antigo e profundo existente entre eles e os samaritanos.
Após as deportações, a Samaria passou a ser ordinariamente considerada como uma região estrangeira, e os judeus da Judeia referiam-se aos seus habitantes pelo nome de cuteanos (CUTA, Uma das mais importantes cidades da antiga Babilônia, que alguns estudiosos pensam ter sido a mais antiga capital do império sumério).
Sob influencia de certo sacerdote enviado pelo rei da Assíria, tornaram-se os samaritanos adoradores de Jeovar (2RS 17:41). Entretanto quando voltaram do cativeiro, procuraram ser aceitos como correligionários com os judeus para participarem, juntamente com estes, da construção do templo e dessa forma, obterem iguais privilégios como adoradores em seus átrios.
Mas essa reinvindicação lhes foi negada, uma das razões foi por terem se tornado uma raça mestiça, parte judia e parte gentia, que havia se formado durante o cativeiro assírio das 10 tribos do norte. Rejeitados pelos judeus por não poderem provar sua genealogia obtiveram permissão do rei persa Dário Noto, de erigir um templo no monte Gerizim.
Com isso, os samaritanos negavam toda e qualquer hospitalidade aos peregrinos judeus a caminho de Jerusalém, ou então lhe armavam ciladas e os maltratavam no curso de sua jornada. Os samaritanos também praticavam diversos atos com a finalidade de provocarem os judeus de Jerusalém, tais como espalharem ossos de mortos no pavimento sagrado do templo e de outros lugares sagrados, que os judeus reputavam como atos ultrajantes e sacrílegos. Essas diversas circunstâncias é que provocaram o ódio que surgiu entre os judeus e os samaritanos.
Numa tentativa de insultar Jesus, seus inimigos o chamavam de samaritano (Jo 8:48), uma vez que operava dentro de um plano de Deus, era necessário que Jesus passasse por Samaria. Lá encontraria uma mulher e a conduziria a fé salvadora, o tipo de fé que teria impacto sobre uma vila inteira.

1. Comunicação pessoal

Estava Jesus no sul de Israel, mas por causa da oposição farisaica retornou para a Galileia. Pusera-se a caminho e fora necessário passar por Samaria, por estar na região central de Israel entre a Judéia e a Galileia. Em Sicar, cansado da viagem decidiu sentar e conversar com uma samaritana. O registro dessa comunicação pessoal com uma mulher desencadearia uma série de consequências que afetaram a evangelização e o mundo. Ali Jesus transmitiu a maior das revelações no que tange a adoração, num golpe mortal nos preconceitos raciais, deixou ao mundo um legado de evangelização insuperável!

Vs 1-3. Jesus se dedicou mais a pregar, que era mais excelente, que batizar (1 C 1.17). Jesus honrava seus discípulos, utilizando os para batizar. Isso nos traz uma lição: que os benefícios dos sacramentos não dependem da mão de quem os ministra.

Vs 4-5. Jesus saiu da Judeia e se dirigiu para o norte da Galileia. Poderia escolher entre três caminhos para chegar a seu destino: (1) seguindo pela costa; (2) atravessando o Jordão e indo pela Peréia; ou (3) indo por Samaria.

1.1. Jesus iniciou o diálogo (Jo 4.7)

Uma mente mais arguta desconfiaria que na vida daquela mulher, as coisas não estavam bem. Afinal, uma mulher tirar água na hora da refeição, era no mínimo, uma prova de desordem pessoal. Jesus, no entanto, olha e vê além da própria etnia dela, vê além das diferenças históricas que geraram rivalidades, vê um ser humano portador da imagem e semelhança de Deus, digno de ser dessedentado em sua sede espiritual. Um verdadeiro evangelizador tem o seu coração mergulhado no amor do Mestre, e assim reflete o mesmo sentimento para com as pessoas, não se importando com as diferenças étnicas, sociais, de cor, etc., e com tais pessoas estabelece contato criativo.
Jesus chegou à beira do poço aproximadamente ao meio-dia. Embora aquela não fosse hora usual para uma mulher ir ali, o próprio texto indica que somente uma mulher estava presente. Ordinariamente as mulheres vinham buscar água pela manhã ou à tardinha. O fato de que a mulher estava sozinha explica que por alguma razão ela viera àquela hora buscar água, em vez de vir usualmente como era o costume.
O poço que Jacó cavou, flui água em abundância pelos flancos da montanha, o poço possuía mais de trinta metros de fundura e dois metros e trinta centímetro de diâmetro, o lugar é rochoso e a água se infiltra através de suas paredes laterais, de tal maneira que é ao mesmo tempo uma fonte. Diferente da cisterna, que é usada para acumular água da chuva, que também não é aceita pelos judeus, por ser considerada impura por não a renovar a água.
O pedido de Jesus foi apenas uma forma de começar a conversa para falar da "água viva". Jesus não tinha uma conversa padronizada como a de um vendedor.
Com Nicodemos falou de um novo nascimento; com essa mulher falou da “água viva”.

1.2. Jesus despertou o interesse (Jo 4.10)

Assim como o Mestre Galileu chamara a atenção da mulher de Sicar para algo comum, devemos nós fazer o mesmo com o propósito de evangelizar, em meio aos nossos contatos diários ou ocasionais. Ele a disse inicialmente, “dá-me de beber”. O que chamou a atenção dela foi o fato dele ser um judeu, pedindo água a uma mulher, e ainda mais, uma samaritana. Coisa jamais vista na existência dela, todavia Jesus aprofunda a conversa e desperta ainda mais o interesse da mulher ao dizer: “Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. A mulher ao constatar naquele judeu um ar amistoso lhe oferecendo água viva, que se refere a água corrente ou manancial, demonstra interesse. Porém Jesus utiliza a água viva como símbolo da salvação com seus dons, mas ela inicialmente não compreende assim.
Os rabinos acostumavam a dizer “é melhor todas as palavras da Lei serem queimadas do que serem entregues a uma mulher!”.
"Um homem não pode entabular conversa coisa alguma com uma mulher, na rua, nem mesmo com a sua própria esposa; e menos ainda, com qualquer outra mulher, para que os homens não venham a murmurar".
O dom, neste caso, indubitavelmente é a ideia expressa em João 3.16, a vida eterna, que é conferida por meio da regeneração, mediante a fé no Filho unigênito de Deus. A água viva, naturalmente, é outra maneira de expressar a mesma verdade, por que essa agua satisfaz a sede espiritual e sustenta a vida espiritual.

1.3. Jesus expos a realidade espiritual (Jo 4.14)

A água viva que a mulher entendera era para a sua satisfação física, afinal ele não tinha nem com o que tirar água do poço, como poderia ter água viva? Esse foi o questionamento dela. Jesus, no entanto, mostrou que a água por Ele oferecida se faz na pessoa que bebe “uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. Porém a mulher não havia entendido ainda que Jesus estava falando de um assunto espiritual, imaginou ela que fosse alguma coisa mágica capaz de impedir a sua sede física e a necessidade de ir e vir ao poço continuamente, como precisava fazer. Observe a sabedoria de Jesus no uso cuidadoso das palavras, ele se utiliza da água alegoricamente para falar de um assunto espiritual, a sede interior que ela tinha. A vida dela refletia uma busca espiritual espelhada nos vários relacionamentos que teve até ali sem sucesso.
Jesus falava da água espiritual, mas ela entendeu em sentido literal. A mulher estava preocupada em saber como obter essa água, em vez de simplesmente pedir que Jesus lhe desse de beber.
Jesus indica que a água do poço de Jacó dava uma satisfação de breve duração. Não importa quais águas bebamos, teremos sede de novo.
Vamos parafrasear a resposta de Jesus "quem continuar a beber dessa água material (ou de qualquer coisa que o mundo tenha para oferecer) voltará a ter sede. Mas quem beber um gole da água que eu ofereço jamais terá sede outra vez" (Jo 4;13-14) As coisas desse mundo nunca satisfazem completamente.

2. Aprofundar a comunicação

Para que a mulher pudesse beber da água que na pessoa torna-se uma fonte que salta para a vida eterna, ela precisava ser despertada da sua real condição pecaminosa até aquele momento. Todavia, o Mestre não lança em rosto os pecados da mulher grosseiramente, sob pretexto de estar falando a verdade ou em nome de Deus, mas trata da situação com muito cuidado, como um verdadeiro sábio que foi.
A pessoa solitária, quase sempre, é sensível e desconfiada. Ao ler o dialogo entre Jesus e essa mulher, pode se observar como o crescimento da samaritana a respeito de Jesus vai crescendo até o ponto de reconhecer que ele é o Cristo. Sua experiência pode ser dividida em quatro estágios:
1°. Ele é um judeu; 2°. Maior do que Jacó; 3°. Um profeta e por fim, 4°. O Cristo.

2.1 Denunciar o pecado (Jo 4.16)

Um dos princípios da evangelização pessoal é convencer que o homem é pecador e que está condenado. Infelizmente, há pessoas que exageram na aplicação da dose desse princípio, confrontando as pessoas de modo grosseiro chamando-as de “ímpias”, “condenadas”, etc., e até recitando seus pecados indelicadamente. Note que Jesus não deixou de tratar da situação pecaminosa da samaritana, mas com habilidade disse, “vai e chama o teu marido e vem cá”. Ela lhe respondeu francamente: Não tenho. E Jesus a elogiou por sua honestidade e foi mais além, mostrando-lhe que já tinha tido cinco, e o de agora, não era seu marido. A mulher entendeu que estava diante de um profeta de Deus e encaminhou o assunto para a adoração. É comum ao evangelizador lidar com essa situação do evangelizando mudar para sub-assuntos, o mais importante é que ele não perca o foco de sua entrevista, apresentar a solução em Cristo.
A única maneira de preparar o solo do coração para a semente é ará-lo (quem põe a mão no arado não pode olhar para traz – falar um pouco do arado) com a convicção do pecador.
Por isso Jesus mandou chamar o marido. Ele a forçou a admitir seu pecado. Não é possível haver conversão enquanto a pessoa não estiver convencida de seu pecado.
- Depois da convicção e do arrependimento, é que a fé salvadora poderá agir.
Jesus havia despertado sua mente e suas emoções, mas também era preciso tocar na sua consciência e, para isso devemos tratar do pecado.

2.2. Adorar verdadeiramente (Jo 4.23)

A conversa entre a samaritana e Jesus é dinâmica e, ao mudar relativamente de assunto, Ele não se perde, mas lhe revela coisas novas. A questão de onde deve se adorar é levantada por ela, se era em Jerusalém onde está o templo ou no Monte Gerizim em que foi pronunciada as bênçãos da Lei (Dt 11.29). Jesus lhe mostra que deveras a salvação vem dos judeus, e que a questão de onde se adorar será superada, posto que se entenda que os verdadeiros adoradores não se limitarão a templos, mas que eles adorarão ao pai em espírito e em verdade (Jo 4.24). Ainda hoje, temos esse problema quanto ao lugar de adoração, mas Jesus inaugurou um novo tempo em que os adoradores não dependem de lugar, mas de uma disposição interior que reflete adoração em tudo quanto faz, ou seja, tudo o que é feito deve refletir uma sacralidade. Visto que, seja o comer, beber, vestir ou qualquer outra coisa ética deve ser feita para Deus (Rm 11.36).
É muito mais confortável discutir religião a encarar os próprios pecados. Mas Jesus confrontou-a mais uma vez a sua ignorância espiritual: Ela não sabia a quem adorar!
- Dizer que a adoração não se limitava mais ao templo dos judeus era uma declaração arrasadora.
O Evangelho de João revela claramente que existe:
- Um novo sacrifício (Jo1:29), João viu a Jesus que vinha para ele e disse: eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
- Um novo templo (Jo 2:19-21; 4:20-24) Jesus disse: Destruí este templo, e em três dias levantarei de novo.
- Um novo nascimento (Jo 3:1-7) Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.
- Uma nova água (Jo 4:11) Água viva.
- Jesus revela mais uma classe, que não era samaritano nem judeus, a dos verdadeiros adoradores, a Igreja do Senhor Jesus (4:24) Deus é Espirito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

2.3. Jesus traz nova revelação (Jo 4.26)

Quando a mulher finalmente disse que a vinda do Messias encerraria tais questões, para Jesus chegou o momento de se revelar dizendo: “eu o que falo contigo”. Aqui está outro importante princípio da evangelização, mostrar a providência divina para o pecador, capaz de salvá-lo perfeitamente. É importante apontar o problema do pecado, mas, em seguida, mostrar-lhe a provisão divina, ou seja, em que se coloca pecador e salvador face a face. Nessa hora, mostramos o incomparável amor de Deus, a missão salvadora de Jesus e o que essa pessoa precisa fazer para alcançar a vida plena espiritual nele (Jr 29.13). É claro que esse trabalho não deve ser encerrado aí, caso alguém deseje entregar a sua vida a Cristo. Tal pessoa precisará receber orientação, proteção e acompanhamento para sua própria sobrevivência nessa nova vida em Cristo (Mt 28.20).
Apesar de sua ignorância, a mulher sabia de uma coisa: o messias (do grego quer dizer Cristo - Ungido - título único intransferível atribuído a Jesus) viria e revelaria os segredos do coração. Nesse momento a mulher creu em Jesus e se converteu.

3. Resultados de uma boa comunicação

Depois de colocar a pessoa frente a frente com Cristo e instruí-la quanto ao que se deve fazer, devemos estar preparados para a aceitação ou rejeição da mensagem. A princípio alguém poderá aceitar ou rejeitar o evangelho e posteriormente esse resultado ser alterado.

3.1. Ela se torna um agente multiplicador (Jo 4.28-29)

A mulher samaritana ao se defrontar com o Messias, concluiu que era Ele. Ficou tão impressionada com a conversa e o seu interior lhe confirmava que de fato era Ele o Messias, aquele galileu com quem conversara até aquele momento. Largou o seu cântaro de água e correu à cidade anunciar aos homens de lá, convidando-lhes para que averiguassem o caso, e quem sabe chegariam a mesma conclusão que ela. Que aquele profeta era o Messias, pois Ele lhe dissera tudo a seu respeito. O impacto desse encontro foi tão poderoso em sua alma que a mulher de quem não sabemos o nome, convenceu os homens, como disse João: “saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele”. Há pessoas que são verdadeiros multiplicadores, ou seja, verdadeiras varas da videira altamente frutíferas, com uma capacidade enorme de influência adormecida, mas que despertadas para Deus se tornam valorosos conquistadores de almas para o Senhor.
A mulher percebe que o diálogo chega ao fim. Porém, não está triste, ela não é mais a tristonha que veio ao poço com jarro de água, cheia de necessidade terrena. Está completamente convencida e isso tornou visível: Então a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade falar às pessoas.
É interessante observar, que os discípulos foram à vila para comprar alimento para si, e não evangelizaram ninguém; no final foi a mulher quem fez o trabalho deles!

3.2. Os samaritanos insistem para que Jesus permaneça (Jo 4.40,41)

Atravessar Samaria era para ser apenas um atalho, aguardar o retorno dos discípulos que foram comprar comida, apenas mais um detalhe. Todavia, em função do resultado da comunicação com aquela mulher e do testemunho dela aos homens da cidade, o Senhor Jesus teve o seu programa alterado. Foi, pois, necessário, em função disso, Ele permanecer ali com seus discípulos mais dois dias. Agora observe como Jesus era eliminador de barreiras, ao travar diálogo com a mulher, ela conduziu os homens da cidade a um forasteiro que jamais prestariam atenção. Porém, no final, eles mesmos lhes pedem para que Jesus permaneça com eles. Jesus via como era necessário ali permanecer para firmar o seu trabalho entre eles e, de boa vontade, o fez. No reino de Deus é assim, temos em mente uma meta a atingir, mas devemos ser flexíveis o suficiente para a própria preservação dos resultados já alcançados e até ampliá-los.
Não somos nós que definimos a duração e o término de uma evangelização, isso somente Deus pode determinar.
Jesus permaneceu por dois dias naquela cidade, até que a fé deles estivesse enraizada e um pouco mais profunda.

3.3. Os samaritanos creem que Jesus é o salvador (Jo 4.42)

João descreve o resultado positivo daquilo que começou com o estabelecimento de uma comunicação com a mulher. Utilizamos aqui a palavra comunicação intencionalmente por traduzir com peso a importância da mesma na evangelização das pessoas. Observe que comunicação é simultaneamente pelo menos oito coisas diferentes: concessão, doação, conversação, convívio, diálogo, entendimento, difusão e transmissão. O que o mestre da evangelização fez, foi impedir que as barreiras sociais do preconceito, do etnocentrismo, de gênero, etc., impedissem de determinar a sua forma de trabalhar a fim de conduzir aqueles homens ao conceito e experiência que eles alcançaram: “sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”.
Vários samaritanos creram por causa do testemunho da mulher, e outros tantos creram quando ouviram Jesus pessoalmente.
- Jesus fala de colheita (Jo 4:38) – Dá a entender que outros haviam trabalhado em Samaria e feito preparativo para colheita. Talvez algumas dessas pessoas haviam ouvido as pregações de João Batista, ou os próprios discípulos de João tivessem alcançado aquele solo difícil.
É preciso fé para arar o solo e plantar a semente, mas Deus prometeu colheita (Sl 126:5, 6; Gl 6:9)
Poucos anos depois, Pedro e João participaram de outra colheita entre os samaritanos (At 8:5-25)
A palavra grega traduzida por “trabalho” (Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhaste – João 4:38), é ao mesmo termo traduzido por “cansado”. Semear, cultivar e colher são tarefas difíceis não apenas no plano físico mais também no espiritual.
É interessante acompanhar o roteiro que levou Jesus a Samaria.
Estava em Jerusalém (Jo 2:23), foi para Judeia (Jo 3:22). Da Judeia dirigiu-se à Samaria (Jo 4:4), onde os samaritanos o declararam “o salvador do mundo”. Um paralelo perfeito com Atos 1:18 – “e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e até os confins da terra”.

Conclusão

Temos, em Jesus, o supremo exemplo de ir ao nível dos homens, seja qual for. O de Nicodemos, um notório mestre de Israel; ou da samaritana que era de outra etnia e de conduta duvidosa. O mais importante que aprendemos é amar as pessoas independente do que elas são, e a elas demonstrarmos esse amor através da comunicação do Evangelho, com todo o vigor para possibilitar a transformação delas: espiritual e social também.

QUESTIONÁRIO

1. Como Cristo, o verdadeiro evangelizador não se importa com o quê?
R. Diferença étnica, sociais, de cor, etc.
2. Cite um dos principais objetivos da evangelização pessoal?
R. E convencer que o homem é pecador é quê está condenado.
3. De que maneira a samaritana refletia uma sede espiritual?
R. Espelhada nos vários relacionamentos que teve até ali.
4. Como Jesus convenceu a samaritana do seu pecado?
R. Com lato disse, “vai e chama o teu marido e vem cá”.
5. É importante mostrar o pecado, mas em seguida fazer o quê?
R. Mostrar a provisão divina, em que se coloca o pecador e o salvador face a face.


O Evangelho da Missão Integral - Lição 6 – 05 de agosto de 2012

 


LIÇÃO 6 – 05 de agosto de 2012

O Evangelho da Missão Integral

TEXTO ÁUREO

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. Jo 5.24

VERDADE APLICADA

A Igreja é a agência de Jesus que hoje executa a Sua missão, que é de restaurar o homem completamente.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 5.8 - Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda.
Jo 5.9 - Logo, aquele homem ficou são, e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado.
Jo 5.19 - Mas Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.
Jo 5.20 - Porque o Pai ama ao Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis.
Jo 6.8 - E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
Jo 6.9 - Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?

Introdução
A necessidade de uma mensagem que atendesse o ser humano em sua integralidade, foi eficazmente pregado e vivido por Jesus enquanto esteve entre nós. Sua fala refletida na igreja Apostólica nos protege de reproduzir qualquer ideia contraria a isso.

1. A missão de curar
Para viver o Evangelho puro e simples é necessário entendermos o que ele realmente é, os seus aspectos e o que abrange. Procuramos explicar tais coisas a partir da pessoa de Jesus, sob a luz de seu ministério terreno e através do Evangelho joanino. Especificamente nesse tópico veremos resumidamente a necessidade da cura e dos milagres no ministério eclesiástico hoje e porque eles acontecem sob determinados aspectos.
O Profeta Isaias havia predito que o messias, levaria sobre si as nossas enfermidades (Is 53.4); João também usa em seu livro uma palavra que não é dunamis, que enfatiza o poder, mas sim semion, que significa “um sinal”. O que é um sinal? É algo que aponta para além de si, para outra coisa maior. Não bastava o povo crer nas obras de Jesus; precisavam crer nele e no pai que o havia enviado (Jo 5.14-24). Curar era um “sinal” de sua divindade. E agora também uma determinação à sua igreja (Mc 16.17-18).
O tanque de Betesda é metáfora que lembra a humanidade que Deus olha graciosamente para os desfavorecidos. “Os milagres que procedem de Deus não premiam quem souber se mostrar hábil, santo ou rico – Deus não faz acepção de pessoas, nem busca transformar os espaços religiosos numa corrida desenfreada pela bênção onde só os mais fortes sobrevivem”.

1.1. Um paralítico jaz sem esperança
A salvação abrange todos os aspectos da vida comum do homem, a sua saúde física, psicológica e necessidade nutricional, etc. Entre o capítulo cinco e seis do Evangelho de João, fica evidente essa preocupação do ministério de Jesus, que foi absorvida pela igreja apostólica, e nós hoje devemos de igual modo praticar. Ao olhar o episódio do paralítico do tanque de Betesda (casa da misericórdia ou da água que flui), ali está um homem paralítico que sofre desse mal a 38 anos de sua vida. Ali jazia ele sem esperança dada as suas limitações físicas e extrema dependência.
Esse homem estava a tanto tempo doente, não se sabe a quanto junto ao tanque de Betesda, ou “casa de misericórdia”. Possivelmente ele estava morando na “casa de misericórdia”, no entanto, a misericórdia não era praticada por seus moradores. Isso se observa por meio de sua resposta a Jesus, “... não tenho ninguém que me ponha no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, desce outro antes de mim.”.
Essa passagem representa bem os homens, os quais no caso de seus problemas espirituais têm consciência de supostas soluções, que em alguns casos parecem dar certo, mas que, na realidade, são inadequadas. Dessa maneira, o autor sagrado mostra-nos que devemos olhar para Jesus, o único capaz de dar solução real e duradora a todos os problemas espirituais (incluído a questão da cura da alma, mediante a regeneração), afastando-nos de nossos “tanques”, que muitos prometem, mas que jamais correspondem com a realidade dos fatos, e só nos frustra.

1.2. A Palavra ergue o homem
É claro que isso é mais que cura, trata-se de um milagre maravilhoso, pois o homem possuía uma deformidade seríssima! Jesus visava através daquela maravilha, demonstrar a sua identidade messiânica, os milagres que como já falamos, eram métodos legais já previstos nas Escrituras para esse fim. As curas, no sábado, incomodavam a liderança religiosa, alguns chegavam a interpretar como uma violação do sábado, mas a questão tomou outro rumo quando Jesus se declarou Filho de Deus (Jo 5.18). Ali estava a Palavra viva e poderosa para erguer o homem da sua paralisia, Ela apenas precisava se pronunciar e foi o que fez erguendo aquele miserável de sua situação quando disse, “levanta-te, toma a tua cama e anda” (Jo 5.8).
O autor sagrada ilustra aqui a cegueira do legalismo religioso, bem como os preconceitos religiosos, em suas formas mais diversificadas. Não lhe parecia motivo de atenção o fato de que um homem, escravizado há trinta e oito anos por uma enfermidade incurável, tivesse sido repentinamente, milagrosamente curado. Tinha uma lei: e sobre essa lei haviam erigido muitos preconceitos insensatos. Mas a tradição requeria deles que observasse tais preceitos. E assim se confirmou o fato de que observavam as questões mínimas da lei, mas negligenciavam as questões mais importantes, com a justiça, a verdade e a misericórdia.

1.3. A evangelização séria tem curas e milagres
Neste fato, é demonstrado o poder da palavra vivificada por Deus: ela é curadora, milagrosa, e ergue o homem de sua paralisia física e espiritual. Além desse bem que produz, indicava outro incomparavelmente maior, a identidade messiânica de quem o produziu. E as implicações que ela, ao ser reconhecida, traria àquela geração, que se recusou crer em quem de fato Jesus era (Jo 5.16). Toda evangelização séria é, de alguma maneira, acompanhada de curas e milagres. Seja ela pessoal, a um pequeno grupo ou em massa. A obra evangelizadora segue essa lógica: doutrinação e sinais, Escrituras e poder de Deus. Nessa bipolaridade, tais pólos não são antagônicos, mas se harmonizam, completam-se e demonstram a procedência divina de ambos. Portanto, como Jesus, devemos trazer tais realidades para o ministério eclesiástico contemporâneo.

Os Atos dos Apóstolos são continuidade do ministério terreno de Jesus. Portanto, a igreja deve dar continuidade em sua missão. Se de fato reunimos em seu nome, como registra Mateus 18.20, Ele estará conosco (através do seu Espírito) e nos orientará e nos fará lembrar sobre tudo que Ele ensinou (Jo 14.26). Então por certo os sinais que identificam sua presença irão acontecer (Mc. 16.17-18)


Nos evangelhos sinóticos ficou demonstrada a prática de Jesus ensinar e depois curar os enfermos, no de João, essa ordem parece mudar. Todavia é mais provável que Jesus trabalhara estrategicamente de modo alternado sem jamais abrir mão de ambos: ensino e sinais. Porém nem. sempre tais sinais estão presentes nas diferentes igrejas por problemas de interpretação das Escrituras; falta de busca do poder de Deus e oposição ideológica e espiritual. Hoje é sobremaneira importante levarmos um evangelho de poder, a fim de resgatarmos alguns e contermos o fortalecimento do mal no mundo.

2. A missão de alimentar a alma e espírito (Jo 5.19-47)
Jesus finalmente explicou quem de fato Ele era. Ele tinha a intenção de que todos pudessem acreditar em sua missão de resgatar a humanidade, para isso o faz nos capítulos 5 e 6 de João. O sinal da cura do paralítico demonstrava poder, mas o seu discurso visava dar a conhecer quem ele era, para gerar o mais importante a seguir: o relacionar-se com o Verbo encarnado de Deus.
João 05 dos versículos 19 a 47, em resposta às acusações dos líderes religiosos, Jesus fez algumas declarações importantes comprovando sua filiação.
Declarou ser igual a Deus (19-23), em vez de negar as acusações, ele as confirmou. Se ouvíssemos alguém fazer uma declaração dessas hoje, diríamos trata-se de uma piada ou de insanidade mental. Jesus certamente não era louco, e há evidências de sobra de que falava muito sério.
Declarou ter autoridade para ressuscitar os mortos (24-29), pela segunda vez Jesus sua declaração com as palavras: “Em verdade, em verdade”. Vemos Jesus usando essa forma solene em seu discurso mais de vinte vezes ao longo do Evangelho de João. É como se estivesse dizendo: “Prestem atenção! O que vou dizer agora é importante!”. Jesus fala de quatro tipos de ressurreição: 1ª a ressurreição dos pecadores para a vida eterna (24-25); 2ª ressurreição mencionada do próprio Cristo (26); 3ª ressurreição, quando os cristãos serão ressurretos dos mortos (28-29ª); 4ª é a ressurreição do Juízo (29).
2.1. Jesus explicou sua missão
Em sua mensagem, Jesus ensinou acerca do trabalho divino não na natureza, mas realizado entre os homens no presente e no futuro escatológico. Este trabalho é expressado com os verbos, “fazer, vivificar, ressuscitar e julgar”. Todas as atividades expressas nesses verbos atribuídas ao Pai, são da alçada dele como Filho, é o que Jesus instrui aos seus ouvintes. Questões cruciais como ressuscitar e julgar que são de natureza escatológica, são atribuições messiânicas dele. Tal ideia não é nova, já estava presente na profecia de Daniel a centenas de anos, mas a liderança religiosa não aceitava isso (Dn 7.13-14; 12.12). Observe que o ensino de Jesus consistiu num trabalho apologético de seu ministério para mostrar quem Ele é e as consequências desse conhecimento aceito, ignorado ou rejeitado. Tal testemunho fidedigno é decisivo quanto à visão e o proceder individual perante o mundo, por isso nem todos o aceitam.

2.2. Jesus falou dos sinais e das Escrituras
Jesus trata dos testemunhos de sua divindade, visto ser necessário que os homens creiam nEle para a vida eterna. Esses testemunhos comprobatórios fazem parte do seu trabalho pedagógico e evangelístico que é missão herdada pela igreja também. Tais testemunhos de acordo com Jesus se iniciam com João batista (Jo 5.33); mas os sinais que Ele operava eram maiores que o próprio testemunho de João (Jo 5.36); depois dos sinais, há as próprias Escrituras que dele testificavam (Jo 5.39); e por último e, em particular, os escritos de Moisés que os judeus afirmavam crer, mas estavam rejeitando-as e consequentemente rejeitavam também a pessoa de Jesus. Vemos que Jesus se esforçou para que seus contemporâneos tivessem conhecimento de quem ele era (Jo 5.43.47).
Afirmou haver testemunhas válidas para corroborar suas declarações de divindade (30-47). O termo “testemunha” é uma palavra chave no Evangelho de João, em que aparece mais de cinquenta vezes. Jesus de testemunho de si mesmo, mas sabia que este não seria aceito pelos líderes, de modo que chamou outras três testemunhas. 1ª testemunha, João Batista (30-35), o qual os líderes religiosos haviam interrogado detalhadamente (Jo 1.15); 2ª testemunha, seus milagres (36); e a 3ª testemunha, a Palavra do Pai (37-47), o povo judeu referenciava profundamente a Palavra escrita de Deus, especialmente a Lei que ele havia dado por intermédio de Moisés.

2.3. A seriedade na missão de Jesus é necessária
A evangelização requer seriedade. Cabe ao evangelizador trazer uma declaração consistente acerca da pessoa de Jesus como Filho de Deus e Salvador da humanidade (Jo 3.36; 5.25; 6.9; 11.27; 20.31). Esse é um ponto crucial para quem evangeliza. E também, o evangelista deve estar absolutamente convicto de seu relacionamento com Jesus, para que possa convencer os outros (Mt 16.16-18). Este é um assunto que precisa estar resolvido para o evangelista, porque se houver dúvidas, o evangelizador não conseguirá desempenhar bem o seu papel. Isso significa que para ele alimentai- a alma dos outros, a dele deve estar satisfeita primeiro com o Pão da Vida (Jo 6.51).
João 3.36, fala que podemos escapar da ira de Deus. Essa é a única passagem do Evangelho e das epístolas de João em que encontramos a palavra “ira” (João emprega seis vezes no Livro de Apocalipse). Esse versículo é um paralelo com João 3.18 e deixa claro que, em que se tratando do testemunho de Jesus Cristo, não é possível manter-se neutro: ou cremos nele ou o rejeitamos.
Mateus 16.16-18, Pedro disse, por si mesmo e por seus irmãos, que estavam seguros de que nosso Senhor era o Messias prometido, o Filho do Deus vivo. Isto mostra que criam que Jesus eram mais que homem. Nosso Senhor afirma que Pedro era bem-aventurado, porque o ensinamento de Deus o fazia diferente de seus compatriotas incrédulos.
Cristo agrega que o chama Pedro, aludindo a sua estabilidade ou firmeza para professar a verdade. A palavra Cristo é a Rocha, o fundamento provado da Igreja; aí daquele que tentar colocar outro. A confissão de Pedro é esta rocha enquanto doutrina; toda e qualquer pretensão humama, no sentido de desatar ou de amarrar os pecados dos homens, são no mínimo absurdas. Ninguém pode perdoar pecados, senão somente Deus. E este amarrar e desamarrar na linguagem corriqueira dos judeus significava proibir e permitir, ou ensinar o que é legal ou ilegal.

3. A missão de alimentar o corpo (Jo 6.1-15)
Após o seu discurso em Jerusalém. Conforme citamos acima, Jesus desceu e foi em direção ao norte para o Mar de Tiberíades. Numerosa multidão impactada pelos seus sinais maravilhosos e a cura de enfermidades o seguia desejando mais do seu poder curador. Jesus, entretanto ao ver-lhes ao longe preparou-lhes uma surpresa que tornou aquele momento inesquecível na experiência de quem o viveu.
Mateus nos informa que foram cerca de 5mil homens, além de mulheres e crianças, a alimentação da multidão foi um milagre de tal magnitude que chamou a atenção dos discípulos a ponto de está registrado nos quatro evangelhos.

3.1. Uma multidão faminta
A multidão se aproximava e Jesus queria impactá-la, mas resolveu provar antes os seus discípulos dizendo, “onde compraremos pão para lhes dar de comer?”. Um denário era o salário de um dia de trabalho, o suficiente para uma pequena família comer. Filipe mentalmente calculou de imediato, e disse que nem duzentos denários seriam suficientes para cada um receber o seu pedaço de pào e se alimentar. Mas André apresentou um rapaz que tinha cinco pães de cevada e dois peixinhos secos, mas como ele mesmo disse, “mas o que é isto para tanta gente?”. O Mestre apenas pediu que seus discípulos ordenassem as pessoas que se assentassem, e tendo dado graças, partiu os pães e peixes e alimentou a multidão de tal modo que sobrou doze cestos de pedaços.
Mateus, Marcos e Lucas afirmam que Jesus olhou para o céu quando deu graças. Com esse gesto o mestre lembra o povo faminto de que Deus é a fonte de dadivas boas e necessárias. Podemos extrair daqui a seguinte lição: “em vez de nos queixarmos daquilo que não temos, devemos dar graças a Deus por aquilo que temos, e Ele multiplicará esses recursos.”
- Marcos escreve que o Jesus determinou que se assentasse sobre a relva verde, repartido em grupos de 100 em 100 e 50 em 50. O milagre é real, no entanto temos que nos organizar.


3.2. A Palavra que alimenta o homem
Na cura do paralítico Jesus demonstra que, mediante a sua palavra, ele levanta o homem, tanto da enfermidade, quanto da sua situação espiritual caída diante de Deus. Na multiplicação dos pães ele evidencia que é o pão que alimenta o homem da fome espiritual. Também, de modo simultâneo, fica claro que Ele se preocupa em alimentai' as pessoas fisicamente buscando o bem estar delas. Sabemos que no seu ministério havia dinheiro arrecadado para a sua subsistência junto com os apóstolos (Mt 27.55; Lc 8.2,3), e daí uma parte era retirada para ajudar os necessitados, principalmente os órfãos e as viúvas de Israel por onde eles ministravam. Desde cedo, houve esse cuidado tendo em vista que aqueles tempos tão difíceis, onde não havia um instituto de previdência social, tal responsabilidade recaía sobre os serviços religiosos.
Em João 6.57, o Senhor revela o segredo de sua vida interior. No começo de seu ministério ele disse ao tentador que o homem não viverá só de pão, mas da palavra de Deus. Aqui ele vai além e diz que ele vive não das palavras de Deus, mas do próprio Deus. Portanto, aqui fica um segredo, coma e viva. Jesus disse eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo (Jo 6.51).

3.3. A evangelização séria leva o pão
Evangelização é comunicação e aí está implícito a ajuda aos necessitados. Em via de regra, não há trabalho evangelístico sem esse cuidado. Observe que em virtude do milagre da multiplicação, os homens ficaram ainda mais convictos que Jesus era o profeta que estava por vir (Jo 6.14-15). Às vezes se pensa em apenas ajudar aos domésticos na fé, isso é importante, mas as pessoas evangelizadas precisam perceber esse amor. Porém, o que se tem visto é o inverso de praticar o que fez Jesus, certos movimentos estão trabalhando para arrancar o último tostão das pessoas, prometendo-lhes a providência divina. Que evangelização é esta em que ao invés de ajudar, tira proveito dos necessitados?
Cremos que a Igreja vem influenciando ao longo dos séculos, poderosamente, o mundo, os governos acabaram tomando para si a responsabilidade dos doentes, desempregados e envelhecidos, criando meios assistenciais para socorrer a população, isso é ótimo inquestionavelmente. Porém devemos refletir que, à medida que a igreja está deixando essa responsabilidade apenas nas mãos do Estado, está diminuindo a sua atuação, está comprometendo o seu poder clerical de influência, está tomando-se apenas uma religião a mais no contexto contemporâneo.

Conclusão

Em síntese, essa é a missão explicada pelo discípulo amado e exemplificada por meio do que escreveu tão eficientemente. Esse encargo é um privilégio da Igreja evangelizadora, que busca acima de qualquer coisa o crescimento do reino de Deus onde ela está plantada. Sendo útil a Deus enquanto serve aos homens em suas necessidades e crises.

QUESTIONÁRIO

1. Quais aspectos a salvação em Cristo abrange a vida do homem?
R. Saúde física, psicológica e sua necessidade nutricional.
2. Toda evangelização séria é acompanhada de que?
R. De curas e milagres.
3. De que maneira Jesus alimenta a alma de seus ouvintes?
R. Ensinando acerca das realizações da divindade; ou quando ensina através das expressões, “fazer, vivificar, ressuscitar e julgai'”.
4. Quais os testemunhos comprobatórios da divindade de Jesus por Ele citados?
R. João, o batizador, os sinais, as Escrituras em geral, e por último os escritos de Moisés.
5. Em via de regra, não há trabalho evangelístico sem esse cuidado, qual?
R. O de levar o pão aos necessitados.


A realidade ministerial de Jesus - Lição 7 – 12 de agosto de 2012
LIÇÃO 7 – 12 de agosto de 2012

A realidade ministerial de Jesus

TEXTO AUREO

“Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele”, Jo 6.66

VERDADE APLICADA

As dificuldades no ministério evangelístico devem ser encaradas sem ressentimentos, pois na Seara do Senhor os problemas são comuns.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 6.67 - Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
Jo 6.68 - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna,
Jo 6.69 - e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus.
Jo 6.70- Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo.
Jo 6.71 - E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.

Introdução
A Bíblia não esconde os contratempos enfrentados pelo Filho de Deus em seu ministério e ainda nos mostra o porquê deles. O evangelizador deve estar ciente que tais dificuldades podem acontecer em seu ministério também. Por isso, ele deve se preparar para enfrentar, no Poder do Espírito, toda e qualquer dificuldade.

1. Os discípulos se escandalizaram
O milagre da multiplicação dos pães, à vista de muitos, consistia numa ótima oportunidade para Jesus alcançar o que muitos desejaram, o poder político. Afinal, aquele milagre na opinião de alguns foi o seu apogeu, foi o tiro certeiro no coração da multidão que facilmente seguiria os ideais de Jesus. Talvez alguns aproveitadores já se imaginavam em lugares de glória nesse reino que tanto esperavam. Agora caberia a Jesus de Nazaré tomar a iniciativa e o seu lugar na história.
João nos mostrou o rompimento dos discípulos com Jesus. Não é por acaso que justamente Cafarnaum é citado como local dos acontecimentos decisivos. Precisamente ali, na “na cidade dele” (Mt 9.1), dá-se a ruptura. João nos descreveu com muita profundidade, quando coloca com sequencia direta do entusiasmo que visa fazer de Jesus um rei. Com crescente aspereza, o discurso de Jesus contrariou tudo o que impelia os discípulos a ver em Jesus o messias esperado. Após o milagre da multiplicação dos pães e peixe em que mais de cinco mil homens, fora mulheres e crianças, alimentaram. O milagre foi tamanho, a ponto de os quatro Evangelistas registrarem o fato; os discípulos viram em Jesus a possibilidade de livrar da opressão e aflição imposta pelos romanos. No entanto, o reino que Jesus representava não era literal e sim espiritual.

1.1. Jesus recusou ser rei (Jo 6.14-15.)
Muitos empolgados com a multiplicação dos pães, lembrando-se das profecias disseram, “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo”, então concluíram, constituamo-lo rei. Mas Jesus retirou-se sozinho para um monte a fim de orar. Aquele era um momento de enorme tentação. Como já havia vencido tal prova no deserto, também vencera ali novamente. Essa recusa a ascensão política, ao poder monárquico lhe custaria muito caro, posto que veio frustrar o sonho que muitos viam nele prestes a se realizar. O sonho de liberdade que uma nação, oprimida há tempos, acalentava dentro de si. Mas tal recusa era necessária em virtude de um plano eterno e salvador (Gn 3.15; Ap 13.8). Jesus deu um basta no assunto, pois esse não era o plano do Pai para Ele.
Jesus compeliu os discípulos a entrar no barco (Mt 14.22; Mc 6.45) pois sabia do perigo que corriam. A multidão estava empolgada e desejavam declarar seu rei. É evidente que alguns discípulos teriam recebido de bom grado a oportunidade de se tornar famoso e poderoso. Judas seria o possível o tesoureiro do reino e, quem sabe, Pedro seria nomeado primeiro-ministro. Mas esse não era o plano de Deus, e, mais que depressa, Jesus deu um basta nesse grande evento. Se o povo começasse um movimento revolucionário, a intervenção romana seria enérgica.
Jesus sabia que a tempestade se aproximava, e mesmo assim, os colocou no barco, Jesus sabia que estaria mais seguros na tempestade, sob a ordem de Jesus, que na mão dos homens, fora dos planos de Deus.

1.2. Jesus confrontou os que o buscavam pelo alimento (Jo 6.26-27)
Na madrugada seguinte, após Jesus ter orado intensamente, resolveu ir ter com os discípulos que houvera mandado atravessar para a outra banda. Ele foi por sobre o mar agitado e encontrou os discípulos, que, vendo-o andar sobre as águas, ficaram possuídos de temor. Tal assombro ia cada vez mais fortalecendo a fé dos discípulos nEle. Mesmo que anteriormente alguns deles tenham ficado tristes com a recusa de Ele ser rei. Ao ancorarem em Cafarnaum, o Mestre foi interrogado, “quando chegaste aqui?” Eles viram que Jesus havia despedido o barco apenas com os discípulos no dia anterior, mas vendo que ali Ele já estava, tentaram compor um quebra-cabeça daquela situação. Todavia, Jesus percebendo que o seguiam não pelos sinais que viram, mas por causa dos pães que comeram, repreendeu-lhes francamente, mandando-os trabalhar pela comida que permanece para a vida eterna. Essa foi uma medida impopular que muitos se surpreenderam.
O proposito do sinal era dar a Jesus a oportunidade de fala à multidão. Trata-se, mais uma vez do ministério de “graça e verdade” (Jo 1.17). em sua graça, Jesus alimentou o povo faminto, mas, em sua verdade, lhe deu a palavra de Deus. O povo queria a comida e os benefícios, mas não a verdade. Certamente não faziam ideia alguma da profundidade e significação espiritual; pelo contrário suas mentes mantinham-se totalmente presas às coisas terrenas, lembravam tão somente que haviam obtido uma farta refeição sem ter gastado dinheiro.
Os habitantes da Galileia sabiam bem o que significava trabalhar fisicamente de modo laborioso, pois eles faziam servindo os ricos proprietários de terras, e, em recompensa recebiam míseros salários. Todavia não eram capazes aplicar um esforço árduo no campo espiritual, e por preço algum queriam servir o Dono de todas as coisas.
Jesus não estava defendendo alguma nova forma de legalismo religioso, que exigisse rigorosa observância de leis, mas antes, uma mudança de atitude.

1.3. Jesus falou do verdadeiro pão do céu (Jo 6.60-65)
Depois da reprimenda, algumas pessoas perguntaram a Jesus que trabalho deveriam fazer para realizarem as obras de Deus (Jo 6.28). Que eles cressem, foi a pronta resposta. Porém, na verdade, queriam o pão com o qual Moisés alimentou o povo de Israel no deserto, mas Jesus corrige-lhes que quem os alimentou fora o Pai. Agora está diante deles “o pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo”. Logo eles querem desse pão, Jesus os desconcerta dizendo, “Eu sou o pão que desceu do céu”. Eles deveriam comer desse pão e beber do seu sangue, isso para aqueles homens soou canibal, louco, blasfemo e ofensivo. Assim se escandalizaram nele, passaram a ver nele uma pedra de tropeço para si.
Em verdade, Jesus ao contrariar seus tais “supostos” seguidores sucessivas vezes, por incompreensão quanto ao seu ministério, assumiu o risco do abandono. Ninguém gosta de ficar só, todavia não havia o que fazer, era necessário agir assim em virtude da sua comunhão com o Pai e o compromisso com sua própria missão salvívica. Liderar consiste em, algumas vezes, contrariar os outros. Estes são momentos dolorosos que o obreiro não pode fugir em sua carreira ministerial de evangelização ou pastoral, posto que outro atalho é muito mais prejudicial.
Quando Jesus chamou a si mesmo de “Pão da Vida”, não esta afirmando ser ainda maior! O maná serviu apenas para sustentar a vida do povo de Israel, mas Jesus dá vida ao mundo. Os Israelitas comeram do maná todos os dias, mas, por fim pereceram. Porém os que receberem Jesus Cristo viverão para sempre. Quando Deus ofereceu o maná, ofereceu apenas uma dádiva; mas quando Jesus veio, ofereceu a si mesmo. O povo de Israel precisava comer o maná diariamente, mas o pecador que crer em Cristo uma só vez recebe a vida eterna.

2. Os discípulos abandonaram Jesus.
Os poderes que Jesus possuía revelava seu perfil messiânico, e muitos ficaram convencidos disso. Porém não queriam entender a maneira de Jesus trabalhar naquele momento. É evidente que Ele teve o cuidado de espiritualizar a sua mensagem claramente para que não houvesse dúvida sobre o que estava falando. E, se os seus seguidores ali estavam, tudo tinha sido resultado de duro trabalho de oração, contato e propaganda prévia que os levaram a procurá-lo. Contudo o Mestre da Galileia não impediria o efeito negativo da sua palavra sobre eles que soou em um discurso duríssimo. Evidentemente se dependesse de Jesus tais seguidores se converteriam e permaneceriam na jornada espiritual por Ele proposta. Mas não foi o que aconteceu como já sabemos.

2.1. O duro discurso de Jesus (Jo 6.60)
Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum e, diante da dureza do seu discurso, muitos resolveram abandoná-lo (Jo 6.66). O bom senso e a obediência a Deus leva o líder evangelizador a dizer “não” quando se faz necessário. A adulação não faz parte da metodologia cristã de ganhar almas. O obreiro multiplicador não adula as pessoas apenas dizendo “sim” para agradar. Também aprende a dizer “não”. Mesmo que sofra as ameaças de ser abandonado, redução nas contribuições e outras coisas desse tipo. E isso acaba acontecendo em realidade, como foi com Jesus, o caminho de obediência e fé cristã é inegociável, sem liquidação.
O duro discurso de Jesus, juntamente com os rigores de seu discipulado, serviu para peneirar os verdadeiros discípulos, separando-os dos falsos. (Mc 4.10-12). O autor aborda esse caso com o intuito de explicar como foi que a popularidade do Senhor Jesus, após ter atingido grandes alturas (conforme se observa em João 2.23), começou a diminuir. Isso ocorreu justamente em Cafarnaum, lugar onde ele estabeleceu seu quartel-general de atividades. Possivelmente isso já havia ocorrido em Nazaré, e, gradualmente, passou a ser regra dominante em seu ministério, até que, pelos evangelhos, parece que ele perdeu totalmente o direito de acesso às sinagogas, tende de ministrar o seu ensino ao ar livre, na grande maioria das vezes.

2.2. Os discípulos foram colocados à prova (Jo 6.67)
Nesse ponto, Jesus não poupou nem mesmo seus discípulos diretos, caso eles estivessem indecisos apesar de tudo quanto presenciaram, ou embaraçados apesar de tudo quanto desfrutaram, ou ainda escandalizados quanto ao discurso, poderiam ir embora. Assim lhes perguntou diretamente: “Será que vocês também querem ir embora?”. Simão Pedro respondeu pelo grupo: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”, (Jo 6.68-69). Jesus nunca pediu um discípulo seu para se retirar do seu caminho, aqueles que a Ele iam, jamais o mandara embora. Todavia, não procuraria impedi-los caso também fossem e nem ficaria ressentido. O que Ele estava fazendo nesse confronto era sondando se tais discípulos estavam mesmos convictos ou não; se queriam ficar ou partir, indecisos não poderiam pertencer ao time apostólico.
Ninguém deve ser pressionado a crer. A fé somente pode viver em liberdade. Por essa razão Jesus se distingue dos dirigentes humanos que tentam assegurar seu séquito por todos os meios. Jesus oferece liberdade. O caminho para longe de Jesus está sempre livre, até mesmo para os “Doze”.
Jesus os interrogou, desejando testar a fé e a confiança deles, bem como a natureza de seu discipulado. Queria que examinassem as suas razões para continuarem em sua companhia, bem como sondassem a profundidade de sua fé. Queria que expressassem essa fé.
Não podemos esquecer que o ministério de Jesus era fundado em graça e verdade.

2.3. Judas o traidor (Jo 6.70)
O Reino messiânico era o desejo de todos os doze apóstolos, mas em Judas Iscariotes havia uma obstinação maior, uma ideia fixa de reinado revolucionário imediato. É muito possível que Iscariotes tivesse se envolvido com murmuradores e até desejasse influenciar os discípulos negativamente atrapalhando a obra da evangelização (Jo 6.61,64). Com todos os valores pessoais que Iscariotes tinha, foi deixando satanás encher cada vez mais o seu coração até não haver mais jeito, traindo posteriormente o Mestre ao entregá-lo às autoridades de Israel para julgamento. A verdade é que Judas Iscariotes só chegou a tal ponto, porque se sentiu frustrado em sua expectativa que conflitava entre o plano de salvação, e sua ideia fixa de reino presente. Mesmo assim, não frustrou os planos evangelísticos de Jesus.
Jesus tinha um compromisso com os planos eternos do Pai, por isso, focou no caminho do calvário. Assim não permitiria que tais planos fossem represados ou interrompidos. Ele buscou uma graça especial de Deus para vencer a. vaidade pessoal e permanecer na vontade de Deus no tocante a política do Espírito Santo. Aliás, esta não consiste em vencer apenas, há momentos de perda de sono, de desânimo, de escândalos, e até mesmo de desistências que os novos convertidos sofrem em virtude das intempéries próprias da obra e oposições satânicas.

3. A realidade do ministério de Jesus.
O ministério de evangelização tem o lado bom e o ruim. O primeiro, traz consigo o prazer de compartilhar as bênçãos do Evangelho com a humanidade; a satisfação de vê-los nascer de novo para o Reino de Deus e a exultação de acompanhar o desenvolvimento desses novos filhos de Deus através do nosso trabalho. O Segundo, são as rejeições dos ouvintes, as feridas do árduo trabalho e as crises que nos surpreendem.

3.1. Sua realidade não deve ser omitida
Temos nas Escrituras muitos exemplos de trabalhados proféticos com pouco êxito. Há exemplos como Noé, pregoeiro da justiça, que em tantos anos não conseguiu salvar a ninguém além dos da sua casa (Hb 11.7); Ló a ninguém convenceu quando estava em Sodoma, na sua fuga ainda perdeu a esposa que desistiu (Gn 19.1-26); Moisés enquanto subiu ao monte para buscar as tábuas da Lei, em sua ausência, o povo fez um bezerro de ouro para adoração (Ex 32.19-35); profetas como Jeremias, Oséias e tantos outros labutaram em seus ofícios mas não houve jeito, o povo se depravou e acabou sob o juízo divino. Muitos dos discípulos do Senhor Jesus o abandonaram e o apóstolo Paulo terminou seus dias abandonado num cárcere aguardando execução. São realidades da obra de Deus que não devem ser omitidas, sob um manto de paixão e vitórias como os pregadores pregam por aí.

3.2. Os problemas devem ser entendidos
Quais são os problemas mais comuns no ministério evangelístico? Primeiro, lutamos contra os principados e potestades que convergem suas forças infernais para impedirem a realização da obra de Deus (Ef 6.12). Satanás tudo realiza para impedir um verdadeiro avivamento com todas as sutilezas possíveis. Segundo, o mundo em que vivemos está acostumado a uma vida sem Deus, está em busca de facilidades, conforto, esoterismo, luxúria, etc. (1 Jo 2.15), por isso é comum a pessoa sair do Egito, mas o Egito não sair de dentro dela, aí consequentemente muitos acabam retornando. Terceiro, há problemas pessoais, memórias amargas e familiares difíceis de relacionamento que o acabam desanimando. Quarto, nem sempre o ambiente da Igreja é propício ao desenvolvimento dos neófitos, as desavenças e disputas internas, os escanda-los acabam por sufocar a fé tênue dos que chegam (I Co 1.12).

3.3. A experiência evangelística deve ser agradável
A experiência com os reveses não é das mais agradáveis, logo ninguém gosta de a experimentar. Mas no ministério evangelístico e pastoral não há como fugir delas. Entretanto, quando ela acontecer devemos observar alguns princípios: Lembrar-se de Jesus que sofreu tantas lutas e foi até o fim de seu trabalho (Jo 13.1), devemos olhar para Ele e seguir o seu exemplo. Tais experiências difíceis devem ser suportadas com paciência, assim como Noé, Jeremias, Paulo e outros que a suportaram em sua missão. É de bom alvitre que sempre busquemos estar animados, isso é responsabilidade nossa, Deus disse a Josué para ele se animar: “tende bom ânimo, não te pasmes e nem te espantes” (Js 1.9). É melhor sofrer fazendo a obra de Deus com boa consciência, do que sofrer por algum mal que se cometeu, neste aspecto não há neutralidade. Por último, o trabalho evangelístico confere um prazer imediato e uma recompensa futura prometida por Deus aos que se lançam na sua obra (Mt 19.29).
Cabe aos líderes e cristãos mais amadurecidos conscientizar os crentes em geral, não apenas de sua missão, mas também dos seus desafios e reveses para que não se sintam iludidos e venham desistir do seu trabalho evangelizador e discipulador. A Bíblia como já mostramos é um livro absolutamente honesto e coloca diante de nós tais realidades sem cortes, mas a sua leitura desapercebida não nos permite enxergar tais realidade expostas. Por outro lado, ninguém fala sobre esse assunto num tom preparatório para aqueles que se lançam no trabalho do Senhor.

CONCLUSÃO
Embora a vista de alguns, o assunto tenha um teor negativo, na verdade não o é. Ele é de um realismo que procura preparar os evangelizadores em seus desafios de maneira consciente. Como todo o trabalho, sério previne seus obreiros dos perigos e desafios, assim neste exíguo trabalho procuramos fazer. Assim concluímos dizendo, prepare-se.

QUESTIONÁRIO

1. À vista de muitos o milagre da multiplicação consistia em quê?
R. Numa ótima oportunidade para Jesus alcançar o que muitos desejaram, o poder político.
2. Por que foi necessário Jesus se recusar a ser rei?
R. Em virtude de um plano eterno e salvador.
3. Por que muitos discípulos abandonaram a Jesus?
R. Por causa da dureza de seus discursos.
4. O que havia em Judas Iscariotes que dava ao demônio pleno acesso?
R. Uma obstinação não tratável e uma ideia fixa de reinado messiânico presente.
5. Como devemos reagir em meio aos reveses em relação a Jesus?
R. Devemos nos lembrar dele, que Ele foi até o fim de seu trabalho.

As perseguições no ministério de Jesus - Lição 8 – 19 de agosto de 2012


LIÇÃO 8 – 19 de agosto de 2012


As perseguições no ministério de Jesus

TEXTO AUREO

“Quem crê em mim. como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”. Jo 7.38

VERDADE APLICADA

Perseverar na perseguição é uma benção espiritual, e um sinal de maturidade cristã.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 7.1 - E, depois disso, Jesus andava pela Galiléia e já não queria andar pela Judéia, pois os judeus procuravam matá-lo.
Jo 7.2 - E estava próxima a festa dos judeus chamada de Festa dos Tabernáculos.
Jo 7.3 - Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.
Jo 7.4 - Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes essas coisas, manifesta-te ao mundo.
Jo 7.5 - Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.

Introdução
Na lição anterior, vimos Jesus deixar a Judéia e retornar para Cafarnaum, onde estava residindo com seus familiares. A perseguição ao seu trabalho na Judéia tornara-se tão ameaçador que resolveu ficar por algum tempo ali. Até que, em momento oportuno, viesse a se manifestar e trazer a sua mensagem impactante aos sedentos de Deus. Com Ele aprenderemos como desempenhar o ministério em meio à perseguição.

1. Seu ministério em meio à perseguição
Quando João escreveu o seu Evangelho por volta de 90 a 100 d.C., segundo estudiosos, havia uma expectativa de perseguição generalizada. Paulo advertia a Timóteo que em virtude do mesmo sentimento pregasse a tempo e fora de tempo, (2Tm 4.2). Pedro dirigia os seus ensinos aos irmãos que sofriam perseguição e os instruíam como deveriam enfrentar esse desafio. Os tempos eram difíceis, como o de hoje em muitos aspectos e atualmente há muitos lugares em que a intolerância ao cristianismo impera, não sendo permitido evangelizar de modo direto. Antevendo, quem sabe, tempos mais difíceis ainda, devemos nos preparar.
“Pregar a palavra”: essa é a responsabilidade principal da qual Paulo trata. Tudo o mais que ele diz é relacionado a isso. O verbo “pregar” significa “pregar como um arauto”. No tempo de Paulo, o governante possuía um arauto especial que fazia as proclamações para o povo. Era comissionado pelo governante para proclamar sua mensagem em voz alta e clara de modo que todos ouvissem. Não era um embaixador com privilégio de negociar; era um mensageiro com uma proclamação a ser ouvida e obedecida. Deixar de atender ao mensageiro era uma falta grave e maltratar o mensageiro era pior ainda.
Timóteo deveria proclamar a palavra de Deus com autoridade do céu. A palavra de Deus é o que tanto os salvos quanto os pecadores precisam.

1.1. A malícia dos parentes (Jo 7.1,3,4)
O contexto era de perseguição a Jesus por causa de seu ministério profético, Ele voltara da Judéia e andava apenas nas regiões da Galileia. Estava próxima a festa dos Tabernáculos, feita em cabanas improvisadas onde as pessoas dormiam para se relembrar dos dias que Israel esteve no deserto. Tal evento ocorria mais ou menos na primeira semana de outubro e era uma festa muito alegre. Os irmãos de Jesus sabiam do que Ele estava passando, a sua fama abateu negativamente sobre a sua família. Afinal ter um irmão que pregava ser o Messias, era uma tremenda insanidade mental, para eles era melhor que Ele morresse, por isso maliciosamente incentivam que Ele retomasse para a Judéia.
A festa dos tabernáculos comemorava a jornada de Israel pelo deserto e voltava os olhos do povo para o futuro, para o reino prometido do Messias. A festa era um tempo de alegria para o povo, mas os dias de comemoração foram difíceis para Jesus, pois marcaram o começo de uma oposição aberta e intensa a sua pessoa e a seu ministério, desde a cura do paralítico no sábado, Jesus passou a ser alvo dos líderes judeus que desejavam mata-lo.
Muitos subiam a Jerusalém para comemorar uma festa religiosa, no entanto não aceitavam o próprio messias, é fácil seguir as tradições sem assimilar a verdade eterna.
Alguns desses homens pensavam como o mundo: se deseja ter seguidores, deve usar as oportunidades para fazer algo espetacular. Jerusalém estaria cheia de peregrinos e seria um “palco” perfeito para Jesus apresentar e granjear discípulos, claro que os irmãos de Jesus sabiam da multidão de seguidores que desertara (Jo 6.66). O reino de Jesus não era aqui, afinal Ele recusou ser rei, quando a multidão quis proclamá-lo Rei (Jo 6.15).

1.2. A controvérsia entre o povo (Jo 7.12)
Em Jerusalém, por ocasião da festa, Jesus subiu secretamente e ali permaneceu. Havia, entre o povo comum, que ali estava para a festividade, um murmúrio entre as pessoas, pequenos debates discretos aconteciam em torno da pessoa de Jesus. Esse era o assunto do momento, será que Ele é bom ou engana o povo como outros faziam? A verdade é que o povo estava dividido, mas não paravam de comentar, alguns dizia, “Ele é bom”. Mas para outros, “Ele engana o povo”. O povo falava entre murmúrios com medo de represálias. Logo, nem mesmo entre o povo nessa ocasião havia um pensamento único e isso de certa forma mostrava o seu impacto, mas não total.
Podemos destacar a presença de pelo menos três grupos nessa discursão pública sobre Jesus: 1º, evidente formado pelos líderes judeus, que viviam em Jerusalém e estava ligados ao ministério do templo, também estava nesse grupo os fariseus e os saduceus, com pouca exceção, como Nicodemos e José de Arimateia. 2º, era formado pelo povo, tratava-se da multidão que se dirigia a Jerusalém para comemorar a festa e adorar, muitos deles se deixaram influenciar pelos líderes religiosos, desses muitos se admiraram de que alguém o quisesse matar, não estavam por dentro de todos os boatos que corriam pela cidade. E o 3º, era constituído por moradores de Jerusalém, estes em sua maioria, tomaram partido dos líderes religiosos.

1.3. As ameaças de prisão e morte
Os movimentos de Jesus eram previamente calculados a fim de não se expor em demasia, por isso, apenas quando a festa estava lá pelo meio, é que resolvia aparecer e ensinar. O risco era iminente, porém mais uma vez voltou o Mestre ao seu ofício de modo agradável, cativante e ungido, fixando assim a atenção de seus ouvintes magneticamente. Mas não demorou muito para que os infelizes opositores que sabiam que Ele estava ameaçado de prisão e morte se manifestasse (Jo 7.25). Logo alguém fez uma dedução muito maliciosa, “Vejam! Ele está falando em público, e ninguém diz nada contra ele! Será que as autoridades sabem mesmo que ele é o messias?” (Jo 7.26). Todavia, como não era o tempo, continuou seu ministério e não conseguiram prendê-lo. Eis aí o ambiente que Jesus desenvolveu o seu ofício.
Cristo proclamou em voz alta que estavam errados no que pensavam sobre sua origem. Foi enviado por Deus, quem se mostrou fiel a suas promessas. Esta declaração, de que eles não conheciam a Deus, com sua pretensão de ter um conhecimento peculiar, provocou os ouvintes; e procuraram detê-lo.
Algumas coisas deveram aprender consoante ao ministério que Deus tem conosco em particular, a partir do exemplo de Jesus. Nem sempre os familiares entenderão o nosso chamado para realizar a obra de Deus. Em momentos de críticas, eles se sentirão incomodados e expostos, como no caso dos irmãos do Mestre. Dependendo do nível e região em que for desenvolvido, tal ministério gerará controvérsias e fofocas entre o povo. Vejamos a seguir como esse obreiro deverá agir para realizar o seu trabalho.

2. A sabedoria na perseguição.
Você saberia como agir em meio a perseguição? Lemos o Novo Testamento não apenas de modo histórico para fortalecer as nossas almas, ele tem um sentido profético que devemos atentai’. O mundo vem ensaiando ao longo dos séculos um governo único onde há de se explorar o comércio, o prazer e o esoterismo comprimindo a Igreja à sua adesão ao “espírito demoníaco” de Babilônia em sua nova forma. Quando Paulo percebeu tal coisa em seu tempo conscientizou seus obreiros a trabalharem ainda mais. Devemos olhar para Jesus e aprender com Ele como agir nesses tempos difíceis.

2.1. Sua prudência (Jo 7.10)
A imprevisibilidade de Jesus o tornava muito interessante, tanto a sua sabedoria quanto a sua coragem exerciam fascínio em muitos, quer fosse para odiá-lo ou amá-lo. Por algum tempo o Mestre esteve calado refletindo sobre o que estava acontecendo. Ele não se isolou em casa, mas ao andar pela Galileia em vários lugares mantinha contato com o povo. Seu silêncio era de preparação para a próxima apresentação em público, isso fica claro quando lemos atentamente o evangelho de João. Há tempo de falar e de calar (Ec 3.7), mas o silêncio do Mestre jamais foi covarde e sim bem calculado, para demonstrar toda sua energia como chegou a fazer em meio à festa diante de todos (Jo 7.14). Ele não subiu à Judéia porque seus irmãos queriam e quando queriam, mas foi ocultamente. Há certas atitudes que o obreiro tem de se reservar no direito de fazer em oculto para o seu bem e a eficácia da Sua obra (Pv 15.2; 16.16; 18.4).
Vemos nessas atitudes de Jesus uma bela ilustração da soberania divina e da responsabilidade humana. O pai tinha um plano para o filho, e nada poderia frustrar esse plano. Jesus não tentou o Pai apressando-se para ir a festa nem demorando depois de chegada a hora de partir. Compreender o tempo de Deus é algo que requer discernimento espiritual.
Por exemplo, na natureza o grão de trigo precisa ser ocultado sob a terra para depois corno nova planta aparecer e dar muito fruto; quando Gideão sob as ordens de Deus derrubou o poste ídolo e o altar de Baál, o fez a noite ocultamente (Jz 6.27); quando Lutero fixou as 95 teses em Wintemberg a ninguém contou o que tinha em mente, apenas agiu em silêncio e no tempo certo.

2.2. Estava oculto em meio ao povo
Naquela ocasião, Jesus estava como um grão de trigo oculto, mas em meio ao povo prestes a revelar o momento esperado. Ocultamente participava da festa e assim poderia tomar conhecimento do que o povo comentava também a seu respeito sem ser notado, até que finalmente se manifestasse publicamente. Nem sempre a obra de Deus deve ser feita às claras, não apenas por causa da oposição, mas por causa do orgulho humano. Jesus ensinara isso anteriormente, acerca da oração oculta, da esmola oculta, das obras ocultas feitas em Deus e para Deus no Sermão do Monte. Essa combinação de imprevisibilidade e obscuridade fazia parte da prudência do Mestre, cujo fim era consumar a obra salvadora a seu tempo determinado (Pv 10.14; 13.14).

2.3. No meio da festa subiu ao templo e ensinava (Jo 7.14)
A profecia acerca do “Servo de Jeová” (Jesus) previa que em sua missão profética Ele seria uma espada aguda e afiada mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. O Servo de Jeová seria uma flecha polida escondida em sua aljava para ser lançada a seu tempo (Is 49.2). E foi tal como a profecia messiânica previa que Jesus agiu, quando a festa estava no meio Ele subiu ao templo e pôs-se a ensinar publicamente. Com isso a sua obra profética não deixava de ser feita, a sua influência não diminuía e nem as pessoas ficavam sem mensagem. O efeito surpresa da aparição de Jesus no templo causava admiração e as suas palavras maravilhava a todos, pelo fato de saberem que Ele não estudou numa escola regular, como faziam os escribas e fariseus, mas o Mestre tinha uma língua erudita para dizer uma boa palavra aos cansados e oprimidos (Is 50.4; Mt 11.28).
Quando Jesus começou a ensinar no templo, a discussão passou a ser a respeito de sua doutrina. É evidente que caráter e doutrina andam juntos. Seria absurdo crer nos ensinamentos de um mentiroso. Os judeus admiravam-se com o que Jesus ensinava, pois o Mestre não possuía qualquer credencial das escolas rabínicas autorizadas. Porém, uma vez que lhe faltava as “devidas credenciais”, seus inimigos consideravam que seus ensinamentos não passavam de opiniões próprias sem qualquer valor. Costuma-se dizer que Jesus ensinava com autoridade, enquanto os escribas e fariseus ensinavam por meio das autoridades, citando todos os rabinos famosos.

Em meio à perseguição, o obreiro evangelizador deve combinar alguns elementos necessários para que por fim possa desempenhar o seu trabalho. Assim como Jesus deu o exemplo, combinando prudência por meio da imprevisibilidade e discrição, somados ao elemento surpresa, assim devemos agir também. Quer seja por segurança pessoal em tempos de perseguição, quer seja em tempo de plena liberdade por uma questão de vigilância espiritual, contra a própria vaidade.

3. Sua mensagem em meio à perseguição.
O ápice do capítulo sete de João aponta para a mensagem de Jesus, que aconteceu no último dia da grande festa. As características peculiares daquele momento difícil tornou muito mais especial a sua mensagem. Havia na ocasião uma cerimônia em que o sacerdote saía com um jarro vazio de ouro para o tanque de Siloé acompanhado por uma procissão, retomava ao templo e ali derramava numa bacia água e vinho. Que em seguida eram derramados no templo e havia grande alegria naquele momento. Tal evento tinha a finalidade de mostrar a gratidão a Deus pelas colheitas, e pedir a Deus por novas chuvas. Também lembravam do tempo em que seus ancestrais habitaram no deserto e beberam água da rocha.

3.1. A mensagem foi uma surpresa
A rocha de onde saiu água no deserto era lembrada e celebrada naquela solenidade. Tal rocha apontava para o Messias. O Senhor Jesus sabendo disso com ousadia foi e conclamou que os que cressem, viessem a Ele, pois Ele era a rocha profética de onde poderiam beber de sua água e saciar sua sede espiritual. Todavia a sua mensagem tinha vim sentido futuro para aqueles judeus, visto que o Espírito Santo não havia sido ainda derramado sobre eles, pois Jesus não havia sido glorificado ainda. O Senhor Jesus foi não apenas intrépido, mas cuidadoso em levai’ uma mensagem que fosse revestida de sentido para os seus ouvintes. A mensagem foi compreensível e todos eles entenderam acerca do que Jesus estava falando acerca de si mesmo, que propunha oferecer satisfação. E é assim que devemos oferecer a Jesus, como aquele que satisfaz.

3.2. A mensagem foi reveladora (Jo 7.37,38)
A satisfação era garantida por Jesus àqueles que viessem a Ele, assim como os ancestrais se satisfizeram ao beber da água da rocha no deserto. Ao falar assim, imediatamente, alguns reconheceram, “Ele é verdadeiramente profeta”, outros disseram, “Ele é o Messias”. Todavia o mal informado disse que o Messias não poderia vir da Galileia, onde Jesus morava, e sim de Belém de onde era Davi. Na verdade Jesus estava demonstrando quem Ele de fato era de uma maneira audaciosa e surpreendentemente nova! Nele repousava toda a satisfação, melhor, Ele é a rocha e a fonte de toda satisfação espiritual que vem completar felicidade humana.
Provavelmente Jesus formulou sua palavra dessa maneira porque fazia parte do costume da festa um processo impressionante, o qual podia usar como ponto de conexão. Todos os dias da festa, sacerdotes desciam até o tanque de Siloé, enchiam ali uma jarra dourada com água e a traziam numa solene procissão ao templo. Sob o júbilo do povo e os sons da música do templo, essa jarra era esvaziada ao mesmo tempo com uma jarra de vinho nas vasilhas de prata afixadas no altar. Diante da grande congregação festiva estava a palavra de Isaías: ―Com alegria, tirareis água das fontes da salvação‖ (Is 12.3). Era esse seu orgulho e sua felicidade, acreditavam possuir o poço da salvação e que podiam buscar água dele. Que festa magnífica era essa! Dizia-se em Israel: ―”Quem não viu a alegria de buscar água jamais viu uma alegria.”
O sétimo dia encerrava a festa. Era o dia em que os sacerdotes marchavam sete vezes ao redor do altar entoando o Salmo 118:25 e, pela última vez, derramava a água tirada do tanque de siloé. É provável que, quando estava sendo derramada a água que simbolizava aquela que Moisés havia tirado rocha, Jesus levantou se, em alta voz, fez o seu convite aos pecadores sedentos.

3.3. A mensagem foi admirável (Jo 7.46)
Em virtude das queixas contra Jesus, que ensinava e pregava no Templo foi acionada a própria guarda para prendê-lo e restabelecer a ordem. Porém a soldadesca, ao chegar lá, presenciou o Mestre ensinando e a multidão atenta às suas Palavras que se derramavam com sabedoria, unção e graça, que acabaram por ficar paralisados, não tendo coragem de prendê-lo. Quando retornaram sem o homem, os principais sacerdotes e fariseus ficaram boquiabertos, pela desobediência deles e perguntaram: Por que não trouxestes aquele homem? A resposta dos soldados foi: “Nunca ninguém falou como este homem”. A soldadesca, naquele momento, entendeu a procedência divina de tais palavras e por isso não ousaram prendê-lo, e, é claro, porque também não chegara a hora.
Aprendemos com Jesus não apenas a ousadia, mas a sabedoria de buscar palavras que sejam como mananciais que satisfazem os sedentos. Se Ele é a rocha do verdadeiro manancial, então as colheitas de uvas e maçãs que naquela ocasião os judeus celebravam diante de Deus, as chuvas que pediam, a satisfação interior que suas almas procuravam em Deus, tudo repousa nele. Essa é uma mensagem tal atual quanto a dois mil anos atrás. Em meio à perseguição, devemos ser flechas polidas como Jesus foi, como aquele que sai aos sedentos.

CONCLUSÃO
Apesar de todos os reveses e perseguições enfrentadas por Jesus na Judéia, ele não deixou de realizar satisfatoriamente o seu ministério. Isso ficara vivido na memória de João, o escritor do evangelho, que mesmo diante da tremenda oposição à pregação do evangelho não se eximiu de cumprir seu ministério, pregando, ensinando e também escrevendo um verdadeiro legado a toda igreja cristã de todos os séculos. Através dele podemos aprender como desempenhar o ministério em meio a perseguição.

QUESTIONÁRIO
1. Por que os irmãos de Jesus queriam que Ele fosse a Judéia?
R. Para que ali morresse.
2. Que murmúrios havia entre o povo quanto à pessoa de Jesus?
R. Alguns diziam que “Ele é bom”, mas outros, que “Ele engana o povo”.
3. Por que o povo falava entre cochichos acerca da pessoa de Jesus?
R. Com medo de represálias.
4. Como Jesus é tratado profeticamente em Is 49.2?
R. Uma espada aguda e afiada, e também corno flecha polida.
5. Por que os guardas do templo não prenderam a Jesus?
R. Pois para eles nunca ninguém falara como Jesus, e porque ainda não chegara a hora.

 


Jesus, o advogado fiel - Lição 9 – 26 de Agosto de 2012

LIÇÃO 9 – 26 de Agosto de 2012

Jesus, o advogado fiel


TEXTO AUREO

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. I Jo 2.1

VERDADE APLICADA

A história da mulher pecadora é uma história que condena a história de juízos temerários.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 8.1 - Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras.
Jo 8.2 - E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.
Jo 8.3 - E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério.
Jo 8.4 - E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando,
Jo 8.5 - e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?

Introdução
Apresentamos a seguir, a lição em que Jesus, de modo inesperado, torna-se o advogado da mulher apanhada no adultério - Ela fora encaminhada a Ele pelos escribas e fariseus antes do nascer do sol - e, nesse estudo, veremos que para Jesus, o mais importante não era ficar julgando as pessoas ou absolvê-las, e sim ensiná-las o verdadeiro sentido da Lei naquele momento.
O MONTE DAS OLIVEIRAS
É uma pequena serra montanhosa, que incorpora quatro picos, o mais elevado deles fica a 830 metros acima do nível do mar, dando frente para Jerusalém e para o monte onde foi edificado o templo, para os lados do oriente, do outro lado do vale Cedrom e do tanque de Siloé. Nos dias de Jesus, o monte das Oliveiras era um lugar onde havia bosques, rico em oliveira; e essa circunstância é que lhe deu o nome. Porém quando o cerco das tropas comandadas pelo general Tito, foi desnudado de todas as suas árvores. Nos tempos da antiga dispensação, o monte das Oliveiras foi palco das idolatrias de Salomão, sendo o lugar onde foram levantados altares a Quemos e Moloque, divindade pagãs, o que provavelmente fez com que um de seus picos recebesse o apelido de monte do Escândalo.

1. Uma causa quase perdida
Pela madrugada Jesus se dirige ao templo de Jerusalém para ensinar. Havia na ocasião uma grande movimentação em torno da Festa, e, por isso, o Mestre aproveitou para ali desenvolver o seu ministério, e a todos ensinava. Vemos que anteriormente Ele pregou que era a rocha do manancial da vida espiritual (Jo 7.37-38), mas agora estava labutando para firmar tais convicções nos seus ouvintes através do magistério.
Segundo a narração lucana no cap. 21:37, nos informa o seguinte ”De dia Jesus ensinava no templo, e à noite ele saía e ia pousar no monte chamado das Oliveira. (vs 38) E o povo ia de madrugada ao templo para ouvi-lo.
A passagem Bíblica que narra o encontro de Jesus com a mulher adúltera, já se inicia de maneira revolucionária: "Jesus, assentando-se, ensinava no templo" (Jo 8:2). Ele se assentava em qualquer parapeito, degrau, calçada, barco, aonde fosse e ministrava a Palavra. Enquanto isso, os fariseus disputavam o púlpito e as melhores cadeiras nas sinagogas.

1.1. Uma mulher é surpreendida em adultério
Às vezes, enquanto se ensina a Palavra a todas as pessoas possíveis, o ensinador se surpreende com provações que lhe assaltam inesperadamente, como aconteceu com Jesus. Uma mulher foi apanhada em flagrante adultério e trazida pelos escribas e fariseus a Ele, e tendo sido posta em pé diante dos que ali estavam começaram o inquérito, não acerca do fato em si, mas acerca do que Aquele que ensinava, pensava a respeito. Era uma causa praticamente perdida a primeira vista, pois fora surpreendida em flagrante delito. Todavia, como ela foi conduzida a presença do Mestre, havia ainda esperança para ela. (SI 26.5; 32.10; 34.21)
Os fariseus são vistos novamente aqui em ação. Trouxeram a mulher a Cristo, violentamente, e a desgraçam diante de todos quantos ouviam as instruções dadas por ele. Os fariseus sabiam muito da lei, pelo menos intelectualmente, conhecendo de memória todos os seus preceitos; mas desconheciam totalmente os seus princípios misericordiosos. Tinham pouco ou nenhum respeito pelos sentimentos alheios e davam ínfimo valor a uma alma. A força motivadora deles não era exatamente o zelo pela lei e sim, certo sutileza com a qual embalavam a esperança de apanhar o Senhor Jesus em uma armadilha, ou em flagrante, fazendo uma mulher ser executada, ou libertando-a contrariamente à lei de Moisés, em qualquer dessas alternativas, a atitude de Jesus seria usada como arma contra ele.

1.2. 1.2. Uma denúncia inesperada
O elemento surpresa que Jesus por vezes; utilizava-se para desempenhar o Seu ministério, agora, porém, trabalhava contra Ele. Visto que se tratava de uma denúncia inesperada, Ele poderia ter pedido algum tempo para refletir a respeito, afinal estava lidando com o destino de um ser humano, além disso questões jurídicas, quando levadas a sério, não devem ser decididas sob o calor de emoções, ou de imediato. A resposta, na concepção dos escribas e fariseus (mestres da Lei), que teriam dEle seria a óbvia para a sua possível própria condenação também. Mas Ele apenas na areia escrevia. Há questões na obra do Senhor que não têm como escaparmos, porém é necessário que sejamos cautelosos para que não venhamos dar aos inimigos materiais contra nós mesmos (SI 71.4).
“Livra-me, ó meu Deus, das mãos dos ímpios, das garras dos perversos e cruéis.” Possivelmente o já idoso poeta enfrentava oposição e perseguição da parte de homens cruéis e injustos. Eles tinham armado laços (Sl 66.11). Os inimigos do salmista são retratados como caçadores cruéis, que apanhavam suas presas por meios de truques, as matavam e usavam os produtos do seu corpo nos comércios. De modo semelhante tentaram armar contra Jesus, só que usando a mulher como “isca”.

1.3. A provação do Mestre
Há questões que são verdadeiras arapucas (armadilhas) para apanhar os obreiros incautos. E há manobras ardilosas que sem o devido cuidado, o elemento cai no laço. Quando aqueles profissionais da lei chegaram diante de Jesus, trouxeram uma questão crucial legislativa, evidentemente com sutileza para apanhá-lo em suas próprias palavras e assim condená-lo também. Somos provados naquilo que gostamos e fazemos, o adversário não porá tropeços num caminho em que não iremos passar, mas arquiteta estratégias em cima daquilo que temos prazer. (SI 11.2).
Deduções apressadas são perigosas e podem levar o indivíduo à queda. Por isso devemos vigiar com tais pensamentos. Note que se o Mestre favorecesse a mulher; logo lhe acusariam de estar se desfazendo da Lei; se se declarasse naquele caso a favor da pena de morte conflitaria com as autoridades romanas, pois não tinham autonomia para executar ninguém, (Jo 18.31). Então, Jesus não poderia optar por responder tal questão com nenhum de dois pontos de vista sutilmente disfarçadamente lógicos. Mas partir para um ponto mais subjetivo, da intenção e práticas possíveis deles.

2. Um advogado de improviso.
A palavra advogado no Novo Testamento é “parakletos”, que é derivada de “parakaleõ” e literalmente significa “chamar para o lado”, ou seja, significa alguém convocado para estar ao lado de outra pessoa para ajudá-lo em sua defesa diante de um juiz; é também um intercessor, conselheiro, um assistente legal. Nos escritos joaninos o termo é aplicado a Jesus, mais fartamente ao Espírito Santo como aquele que trata e defende os interesses de Cristo Jesus.
Paráclito – Advogado, Defensor. Um dos títulos do Espírito Santo. Vocábulo grego que identifica a Terceira Pessoa da Trindade como o Consolador anunciado e prometido e prometido por Cristo (Jo 14.16, 26; 15.26).

2.1. Permaneceu tranquilo escrevendo
Quando a situação foi trazida para o Senhor Jesus, imediatamente Ele foi inclinando-se sobre a terra e começou a escrever sobre ela. Em fração de segundos, poderia estar orando, e simultaneamente refletindo sobre o assunto, pois em sua resposta Ele não poderia beneficiar diretamente aquela mulher. Se assim o fizesse, seria acusado de desprezar a Lei de Moisés (Lv 20.10; Dt 22.22); e, se concordasse com a execução da mulher, como a lei prescrevia, estaria em conflito com as autoridades romanas (Jo 18.31). Ali reclinado escrevendo sobre a terra permaneceu, quem sabe a própria lei que bem conhecia e sabia da malícia deles por não estarem agindo conforme ela, podemos conjecturar que tivesse descrevendo a parcialidade deles em tratar aquele caso, o que era uma maneira injusta e pecaminosa de tratar daquele assunto. De qualquer forma não cedeu a pressão deles, eis aí o segredo, é “ter muita calma nessa hora” (Pv 14.29; 15.18; 16.32; Ec 7.8).
O Mestre se agacha e espalha com as mãos o pó das pedras, a areia. Representantes da Lei ajuntam pedras. Jesus representante da graça se interessa pelo pó delas. Eles, a morte. Jesus, a Vida: “E formou Deus o homem do Pó da terra" (Gn 2:7). Nas mãos do carpinteiro, o pó da terra é moldado.

2.2. Desafiou a autoridade de condenar
A calma de Jesus foi dissipada pela insistência deles em querer uma resposta. Embora não tenha sido grosseiro o seu gesto, causou um forte impacto sobre eles. Pois Ele endireitou-se e disse, “aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. Com essa reação e tais palavras eles não esperavam. E aí o Senhor, inclinou-se novamente e continuou a escrever. Ou seja, dessa forma Ele desafiou a autoridade deles em apedrejar, quem estivesse “sem pecado”, com toda a têmpora de piedade, vestes e solicitudes aparente acerca da Lei, mesmo assim a única coisa que eles não estavam era sem pecado. (Rm 2.21-24; Mt 23.3).
O povo judeu possuía uma religião de rituais exteriores, não de atitudes interiores. Por fora, mantinham uma aparência virtuosa, mas e quanto ao coração? A acusação de Jesus contra os fariseus, Mateus 23, ilustra esse principio com perfeição. Deus não apenas vê os atos, mas também vê “os pensamentos e proposito do coração” (Hb 4.12). Era possível um judeu ser culpado de roubo, adultério e idolatria (Rm 2.21), mesmo que ninguém visse qualquer manifestação exterior desses crimes. No sermão do monte, Jesus diz que tais pecados podem ser cometidos no coração.

2.3. Todos foram embora
Dos mais velhos aos mais novos, todos foram embora, visto que todos estavam agindo com parcialidade intencional, e aquela cena toda não se tratava de algo que pudesse tratar de modo frívolo como estavam fazendo. Tal vez aquela mulher fosse uma boa mulher e não uma meretriz, visto que aquele era um momento festivo e o povo punha-se literalmente a beber vinho, afinal não era a festa dos tabernáculos que celebravam? A alegria pelas colheitas de uvas e maçãs era o motivo da celebração, assim facilmente alguém poderia ter perdido o equilíbrio, sob efeito do vinho e cometido um desatino numa tenda daquelas, o que facilitava ser pego no próprio ato! O Senhor jamais foi condescendente com o pecado, nem com eles e nem com ela. Mas quando todos eles foram embora, ela então estava livre e foi orientada para não praticar mais o mal (Jo 8.10,11).
"Saíram um a um a começar pelos mais velhos." Envergonhados, feridos na consciência, soltam as pedras ao chão. A graça não veio para condenar, mas para salvar: "Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais".
Assim também somos nós, prestando mais atenção ao pecado alheio, criticando-os muitas vezes sem misericórdia, e sem olharmos para os nossos. Quando encontramos alguém mais pecador do que nós mesmos, julgamo-los, espancamo-los e o condenamo-los covardemente com as nossas palavras. A Lei é para conter as pessoas dentro de determinados limites, serve também para mostrar o lado obstinado da nossa natureza adâmica que nunca se converte, mas esta é externa e não tem esse poder. É necessário uma outra Lei que trabalhe interiormente no homem, e ela existe, foi feita para o bem de todo aquele que crê. Se trata do ministério da habitação do Espírito Santo no crente que o I fortalece para que Ele viva acima da lei do pecado com suas tendências rebeldes a Deus.

3. A ré é absolvida.
As palavras do Mestre de Nazaré foram poderosos mísseis a despertar a consciência deles. É prudente não acusar aqueles homens do mesmo pecado que a mulher. Ainda que alguns se atrevam a tal coisa, não temos respaldo escriturístico para isso. No entanto, o certo é que havia outras coisas ali evidentes naquele momento bem pecaminosas também: a malícia, a parcialidade, o desejo de vingança e injustiça.

3.1. Ninguém te condenou?
Ali permanecia aquela mulher em pé, no mesmo lugar para onde fora trazida. Abalada por tudo o que estava acontecendo e sem coragem de sair dali. Permanecia como que estivesse a espera de alguma outra palavra e isso o Senhor Jesus tinha para lhe dar. Até aquele momento o Mestre não havia interagido com ela ainda, apenas com seus interlocutores escribas e fariseus que já tinham ido embora. Após erguer-se novamente Jesus olha e vê somente ela. Aquela experiência ficaria marcante na vida dela para sempre por si só, porém o fato, de naquela hora, ter a atenção do Filho de Deus, tornar-se-ia num momento eternizado. Quando estamos humilhados e diante de Deus, Ele “não esmagará a cana quebrada (pelo pecado), nem apagará o pavio que fumega” (Is 42.3), quer dizer, não nos humilhará ainda mais como alguns fazem (Rm 8.1-4).
“Agora, pois”, deixa claro “já nenhuma condenação há”. Uma verdade extraordinária e a conclusão de uma argumentação primorosa. A base para essa certeza maravilhosa é a expressão “em Cristo”. Em Adão, fomos condenados, mas em Cristo não há condenação alguma!
O versículo não diz “nenhum erro”, “nenhum fracasso” e, nem mesmo, “nenhum pecado”. Os cristãos caem, cometem erros e pecam. Abraão mentiu sobre a esposa; Davi cometeu adultério; Pedro tentou matar um homem com sua espada. Por certo, esses homens, sofreram as consequências de seus pecados, mas não sofreram a condenação.
A Lei condena, mas o cristão tem uma nova relação com a Lei. Portanto não pode ser condenado.

3.2. Absolvição do Senhor
O mais importante não era a condenação da mulher, mas o seu arrependimento. Jesus não estava de acordo com o adultério, porém havia séculos que existia aquela lei e bem pouco havia mudado. Mas esta foi a sua pergunta, daquele que publicaria o direito daquela pecadora: “onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?” Se aqueles homens doutos na lei haviam deixado a mulher sem condenação, então como poderia o Príncipe da paz condená-la? A resposta da mulher foi “ninguém, Senhor”. Em seguida o melhor estava por vir, “nem tampouco eu te condeno”. Apenas o justo, concede justiça e justifica o pecador, como dizia a profecia de Isaías, “o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”. E mais, “em verdade (Ele) promulgará o direito” (Is 53.11; 42.1 RA).
O fruto do trabalho do Messias é que Yahweh (Deus) ficou satisfeito com a oferenda de Seu Filho, aceitou-a e tornou-a eficaz em Seu oficio expiatório. Através disso Ele trouxe justificação a muitos. “Após o sofrimento de Sua alma, Ele veria a luz da vida” como diz o significativo texto da Septuaginta e do manuscrito hebraico dos papiros do Mar Morto.
Por meio de Seu conhecimento, ou seja, ao fazer o que Ele sabia que deveria ser feito, o Servo Sofredor Justifica a muitos. Mas alguns estudiosos traduzem essa frase por “pelo conhecimento Dele”. Aqueles que O conhecem como Salvador e Senhor serão justificados por Ele. Seus pecados lhes serão perdoados e eles entram em Sua Vida.

3.3. Vai e não peques mais
Eis o conselho que vem depois da absolvição, “vai e não peques mais” (Jo 8.11), visto que em uma futura recaída lhe sucederia coisa pior. Não temos nas Escrituras o que sucedeu aquela mulher depois que dali saiu, a história é encerrada abruptamente e não há mais consideração sobre ela em nenhuma outra parte do Novo Testamento. Mas podemos crer que aquela mulher veio a converter-se e tomou horror pelo pecado, vindo nunca mais praticá-lo. A ênfase do texto seguinte está no retorno de Jesus ao ensino, como escreveu João, “De novo, lhes falava Jesus, dizendo...” (Jo 8.12). Quer dizer, imediatamente àquele episódio, O Mestre retoma seu ofício ensinador.
Há uma lenda que diz que aquela mulher se chamava Susana e tornou-se discípula de Tiago e uma santa mulher. Quando Tiago foi para a Espanha ela o acompanhou até que lá veio a falecer. Não podemos dar o devido crédito, mas quanto ao que está lá registrado é para a nossa edificação. Admiremos essa história que é carregada de ensinamentos: trata-se da história que condena a história de juízos temerários, infundados e injustos. É a história que dá ao pecado o devido tratamento, sem contudo ser condescendente com ele. É a história que mostra que devemos amar mais as pessoas que métodos, leis, etc., e o maior ensino de Jesus i laqueie momento é, o mais importante que julgar os outros é ensiná-los a andar nos caminhos da misericórdia e verdade (Mt 5.7; 9.13; 23.23).

CONCLUSÃO
O exemplo deixado por essa história de juízo temerário é um vívido exemplo do valor que devemos dar aos seres humanos. Vendo o exemplo do Mestre que de madrugada se levantava para ensinar aqueles que iam ao templo, somos incentivados a firmar convicções com aqueles a quem contatamos. Tenham certeza que, à medida que ensinamos aos outros no temor de Deus algo acontece em nós também, somos transformados pela mesma Palavra que ministramos. Após este episódio, o da mulher pecadora, imediatamente Ele voltou a ensinar, ou seja, nada lhe afastava da meta que tinha em mente.

QUESTIONÁRIO

1. Em que momento do dia Jesus se dirigiu ao templo para ensinar?
R. De madrugada.
2. Jesus depois de pregar, agora estava labutando em quê?
R. Para firmar convicções nos seus ouvintes.
3. Que penalidade legal segundo a Lei Mosaica era para ser aplicada em caso de adultério?
R. Homem e mulher adúlteros deveriam ser apedrejados; ou simplesmente, apedrejamento.
4. Uma resposta óbvia dada por Jesus resultaria em quê?
R. Na sua possível condenação também.
5. O mais importante não era a condenação, mas o quê?
R. O arrependimento da mulher.

 


Renúncia: O segredo para frutificar - Lição 10 – 02 de Setembro de 2012

LIÇÃO 10 – 02 de Setembro de 2012

Renúncia: O segredo para frutificar


TEXTO AUREO

“E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo”. Lc 14.27

VERDADE APLICADA

A resignação é o preço para o sucesso do discipulado, sem este preço não somos discípulos e muito menos multiplicadores.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 12.20 - Ora, havia alguns gregos entre os que tinham subido a adorar no dia da festa.
Jo 12.21 - Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus.
Jo 12.22 - Filipe foi dizê-lo a André, e, então, André e Filipe o disseram a Jesus.
Jo 12.23 - E Jesus lhes respondeu, dizendo: E chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado.
Jo 12.24 - Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Jo 12.25 - Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida guardá-la-á para a vida eterna
Jo 12.26 - Se alguém me serve siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém me servir, meu Pai o honrará.

Em Lucas 14, Jesus parece fazer uma distinção entre salvação e discipulado. A salvação é oferecida a todos os que desejam aceita-la pela fé, enquanto o discipulado é reservado a cristãos dispostos a pagar um preço. Salvação significa ir até a cruz e crer em Jesus Cristo, enquanto discipulado significa tomar a cruz e seguir a Jesus Cristo. Jesus deseja salvar o maior número possível de pecadores (“para que fique cheia a minha casa”), mas adverte sobre a necessidade de levar a sério o discipulado.

Introdução
O Mestre de Nazaré nosso exemplo máximo de resignação, que desceu de Sua glória, fazendo-se carne para realizar a obra salvadora profetizada há muitos séculos antes dEle. Todos os princípios por Ele esposados são normativos para um trabalho evangelístico de sucesso hoje. Precisamos conhecê-los e pô-los em prática já.
Em João 12.20, Encontramos alguns gregos que pediram insistentemente “rogaram” a Filipe que arranjasse para eles uma audiência particular com Jesus. Por fim, Filipe foi falar com André (que estava sempre apresentando pessoas a Cristo), e André transmitiu o pedido dos estrangeiros a Jesus. Por certo, não eram poucos os que desejavam conversar a sós com Jesus, mas o povo em geral temia os fariseus (Jo 9.22). Uma vez que eram de outro país, esses visitantes gentios não sabiam do perigo ou não temiam as consequências.
O desejo desses gentios de se encontrar com Jesus é admirável, pois os judeus diziam: “queremos ver de tua parte algum sinal” (Mt 12.38), mas esses homens disseram: “queremos ver Jesus” (Jo 12.21). Não há registro de que Jesus tenha se encontrado com esses homens, mas sua mensagem em resposta ao pedido deles fala de verdades que todos nós precisamos ouvir.

1. O preço do discipulado
Morte não é para muitos um assunto agradável para se falar, ler ou escrever. A morte, no entanto, é algo comum, embora nunca nos acostumemos com ela. Na verdade, a morte é um elemento natural e indispensável à natureza. Ao olharmos para ela, na natureza ela não nos incomoda, mas a nós como indivíduo sim por que somos indivíduos que, apesar de sofridos, gostamos de viver. Mas Jesus nos convida a tomarmos a nossa cruz a cada dia, isso tem um sentido profundo que estudaremos a seguir.

1.1. Morte do grão de trigo
Quando Jesus disse, “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer...”, ele estava falando profeticamente da sua própria morte que experimentaria, mas está implícito aí da resignação que o Filho de Deus teve a cada dia da sua vida. Jesus abriu mão da sua glória, nasceu numa família pobre, viveu uma vida comum inicialmente, e passou pelas coisas ou sofrimentos que um homem comum sofre. Tamanha foi a sua auto-humilhação! Uma escolha deliberada dele mesmo, altruísta que visava gerar muitíssimos frutos eternos. Como ele fez, ele exige que façamos também, ou seja, que tenhamos um caráter transformado que dê prazer a Deus, e que atraia os homens à comunhão com Cristo.
Jesus usou a imagem de uma semente para ilustrar a grande verdade espiritual de que não pode haver glória sem sofrimento, vida produtiva sem morte, vitória sem entrega. A semente, em si, é fraca e imprestável, mas quando é plantada, ela “morre” e se torna fecunda. A “morte” de uma semente traz beleza e abundância e cumpre seu propósito. Se uma semente pudesse falar, sem dúvida se queixaria de ser colocada na terra fria e escura. Mas só quando é plantada é que pode alcançar seu objetivo.
Os filhos de Deus são pequenos e insignificantes como sementes, mas trazem dentro de si a vida de Deus. Porém, essa vida não pode consumar, a menos que nos entreguemos a Deus e deixemos que ele nos “plante”. É preciso morrer para si mesmo, a fim de viver para Deus (Rm 6; Gl 2.20). A única maneira de ter uma vida produtiva é seguir a Jesus Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição.

1.2. Morte, perdas ou esvaziamento
Pensemos um pouco na espiga de trigo, tão bonita, robusta, dourada e cheia de glória, dançando sob o espectro do vento como ondas douradas. Todos a admiram, e muitos há que ornamentam suas casas com lindas espigas de trigo, tamanha é a sua beleza. O curioso é que no mundo não há cereal mais cultivado do que o trigo. Todavia, é necessária a morte dele para si mesmo como grão, a fim de perpetuar a própria espécie. A morte para si mesmo implica em perdas dessa beleza e glória que representam a vaidade humana. Há, portanto, no trigo um esvaziamento de si mesmo, lembremo-nos da expressão de João, que demostra isso, “e o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1. 14); e de Paulo, que disse, “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo” (Fp 2.7). Assim como Jesus esvaziou-se de si mesmo, de igual modo, devemos fazer para sermos discípulos autênticos.
Que graça maravilhosa! Do céu à terra, da glória à vergonha, de Senhor a servo, de vida à morte, “até a morte e morte de cruz”! Na era do Antigo Testamento, Cristo havia visitado a Terra em certas ocasiões para realizar alguns mistérios especiais (como vemos em Gn 18), mas essas visitas eram temporárias. Quando Cristo nasceu em Belém, entrou em união permanente com a humanidade, união da qual não poderia haver qualquer saída. Pela própria vontade, humilhou-se, a fim exaltar! É interessante observar que, em Filipenses 2.7, Paulo volta a usar a palavra “forma”: “a expressão exterior da natureza interior”. Jesus não fingiu que era um servo nem fez o papel de um servo como se fosse um ator. Ele se tornou verdadeiramente, um servo! Essa era a expressão autêntica de sua natureza mais íntima. Ele foi Homem-Deus, a Divindade e a humanidade unida em um só ser: e ele veio como servo.

1.3. Com a morte, a nova vida
Quando cremos em Jesus de todo o nosso coração e entregamos a nossa vida a Ele, espiritualmente morremos e fomos com ele sepultados para que o domínio do pecado seja desfeito (Rm 6.4). Então nascemos de novo, começamos uma nova vida agora ressuscitado com Cristo. Se morrermos com Cristo, morremos para as coisas dessa vida e ressuscitamos a fim de vivermos para Deus, pensando nas coisas que são do alto onde Cristo está assentado à direita de Deus Pai (Cl 3.1). Note que tal ensino se encontra, não apenas nos escritos de João, mas está fartamente exemplificado nas cartas paulinas. Logo está evidente que para viver para Deus, necessário é que morramos primeiro. Então a nova vida procede desta morte para nós mesmos, morte com Cristo.
Romanos 6.4 ensina que compartilhamos hoje do poder da ressurreição de Cristo. “Portanto, se foste ressuscitado juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto (...) por que morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.1, 3). Fica claro, que o cristão não pode, deliberadamente, viver em pecado, pois se relaciona de forma diferente com o pecado por causa de sua identificação com Cristo. O cristão morreu para antiga vida e foi ressuscitado para uma nova vida.
Colossenses 3.1. Somos ressuscitados com Cristo, é possível estar vivo e, ainda assim, estar na cova. Durante a Segunda Guerra Mundial, vários refugiados judeus esconderam-se em um cemitério; sabe-se até um beber que nasceu em um dos túmulos. Entretanto quando Jesus nos deu vida, ele nos tirou do túmulo e nos colocou no trono celestial! Cristo está assentado à destra de Deus, onde também estamos assentados “em Cristo”.
Que se observe que o preço da salvação foi pago, de maneira que nada precisa ser feito, a não crer e recebê-la através de Cristo Jesus. Somos nele declarados justos, e habilitados com o poder do Espírito Santo para vivermos uma nova vida. Entretanto, para permanecermos nesse estado posicionai diante de Deus. faz-se necessário resignação., principalmente no tocante aos nossos relacionamentos do dia a dia. Eles são o nosso grande campo de prova, porém temos o privilégio que os anjos gostariam de possuir, o de compartilhar, influenciar e pregar aos nossos parentes, amigos, enfim a toda a criatura. No tópico seguinte, trabalharemos um pouco mais este conceito.

2. As condições para frutificação
A genuína vida cristã é para ser expressada de uma única maneira, imitando a Jesus Cristo, sendo como Ele foi e fazendo o que Ele fez. Não se trata de algo sem graça, sem vida e nenhum pouco atraente. Sabemos que as pessoas tem temperamentos e personalidades diversos, o que torna muito interessante como Cristo é manifesto através dos membros pertencentes ao seu corpo. Mas para que estes discípulos tenham condições de frutificarem, ou seja, tornarem-se discípulos multiplicadores é necessário alguns requisitos.

2.1. A Boa semente
Jesus é o Verbo divino, é a boa semente concedida por Deus para a nossa frutificação, isto significa que sem Ele e a Sua Palavra, frutificar para Deus seria impossível. Temos de nos relacionar com esta Palavra continuamente das seguintes maneiras: lendo, praticando e meditando de dia e de noite nela (SI 1.2). Apenas aqueles que levam essa prática a efeito, é que conseguirão ter uma vida cristã que agrada a Deus e satisfatória para si mesmo. Quando morremos é que vivemos, e quando vivemos em novidade de vida é que podemos nos reproduzir em outras pessoas através do discipulado (Jo 12.24). Nos tornamos assim como Jesus a expressão viva, capaz de gerar pela graça de Deus vida em outros. Amém.
Salmos 1.2, Devemos ter prazer na Palavra, passamos do aspecto negativo, no versículo 1, para o positivo. O prazer na Palavra e a meditação sobre a Palavra devem andar junto (Sl 119.15, 16, 23, 24, 47, 48, 77, 78), pois pensamos sobre aquilo que nos dá prazer, e essas são as coisas que buscamos. No hebraico, “meditar” significa “dizer em voz baixa e suave”, pois é o que os judeus ortodoxos fazem quando leem as Escrituras, meditam e oram. A Palavra de Deus estar em sua boca (Js 1.8). Se falarmos com o Senhor sobre a Palavra, a Palavra falará conosco sobre o Senhor. É isso que significa “permanecer” na Palavra (1 Jo 2.14, 24). A maneira de tratarmos a Bíblia é a maneira de tratarmos Jesus Cristo, pois a Bíblia é a palavra dele para nós. No original, os verbos do versículo 1 encontram-se no tempo perfeito e se referem a um modo de vida determinado, enquanto no versículo 2, “meditar estar no tempo imperfeito e indica uma pratica constante. “Ele fica meditando”.
João 12.24, A metáfora singela coloca a afirmação diante dos discípulos como um fato inevitável, não
como “moral” ou exigência ascética (consiste no esforço metódico e continuado). Ser poupado, não ser semeado no reino da terra nem “morrer” ali como semente, isso certamente faria o grão de trigo “permanecer”. Mas seria necessariamente um “ficar só”, ficar sem fruto. Em contrapartida, ser lançado fora, “cair”, aparentemente perecer ou “morrer”, isso leva a “muito fruto”. Então surgirá dessa semente solitária a espiga com muitas sementes.

2.2. Boa terra
Os nossos corações representam a terra em que a semente, a Palavra de Deus, é depositada (Mt 13.18-23). Para que se torne uma boa terra, se faz necessário trabalhar duro, observemos como trabalha o agricultor para que tenha bom lucro no seu trabalho. Ele a limpa, arranca os tocos, ara a terra e em seguida a aduba, nos dias de Jesus esse esforço era feito de maneira braçal e com a ajuda do gado, portanto, era um esforço enorme! Conscientes disso pelo Espírito Santo devemos preparar a nossa mente, o nosso coração e vontade para Deus, removendo os pensamentos e quadros mentais impuros através de uma entrega constante deles a Cristo (2Co 10.5). Isso requer uma vigilância constante com aquilo que permitimos nos influenciar, seja pelas conversas que temos, seja pelos programas que assistimos, ou mesmo as más recordações que nutrimos (Pv 10.7).
I Coríntios 10, Ao fundar a igreja em Corinto, o propósito de Paulo era exalar a Cristo, e não a si mesmo (1 Co 2.1-5). Os cristãos costumam crescer de acordo com o contexto em que nascem. Quando nascem na fé dentro de um ambiente de liderança ditatorial, crescem dependentes da sabedoria humana e da força. Quando nascem em um ambiente de humildade e de amor, aprendem a depender do Senhor. Paulo desejava que seus convertidos confiassem no Senhor, não no servo dele; assim, evitou deliberadamente enfatizar a própria autoridade e capacidade.

2.3. Uma parceria com Deus
No que diz respeito a frutificação para Deus devemos entender que primeiro tudo principia em Deus e tem a glória dele mesmo como objetivo fundamental. Não quer dizer que perdemos a capacidade de deliberar parcial ou plenamente, mas frutificar trata-se de um esforço combinado. Paulo diz que devemos ser operosos e que na verdade, é Deus que opera tanto desejar quanto efetuar segundo a sua boa vontade (F1 2.13; Is 14.24). Assim devemos nos empenhar na obra de Deus sabendo que é ele quem realiza todas as coisas a seu tempo, através de nós.
Filipenses 2.13, “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer, como o realizar”. Não conseguimos seguir esse exemplo por imitação, mas sim por encarnação: “Cristo vive em mim” (Gl 2.20). A vida cristã não é uma série de altos e baixos, mas sim um processo constante, em que Deus opera em nós, enquanto praticamos o que ele ensina. Cultiva-se a submissão ao lançar mão das provisões que Deus coloca a nossa disposição.
Isaias 14.24 O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Deus é aqui retratado como Senhor da história. Os conquistadores não podem escravizar permanentemente os homens, porquanto o poder divino faz-se presente para garantir o fluxo dos eventos histórico, com seu contínuo surgimento e queda de tiranos. Os homens continuam a cumprir sua própria vontade, mas os grandes eventos são determinados pelo poder do alto.
O caráter de Cristo é tratado no Novo Testamento como fruto do Espirito, que são as virtudes que expressamos através dos nossos relacionamentos: amor, paz, alegria, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão e temperança (Gl 5.22). Tais virtudes não têm apenas uma finalidade em si mesmas, mas são para nos identificar com Cristo, glorificar a Deus e atrair outros para o Evangelho. Os desafios são reais e sofríveis, mas altamente compensadores quando o atingimos. Isto é, assim como grão morre sob a terra adubada, e nela frutifica assim devemos nós também ser produtivos.

3. Os muitos frutos
Não preciso ser muito inteligente para entender que numa lavoura nada acontece por acaso. Como vimos acima a frutificação é resultado de um esforço combinado entre Deus que dá a semente, o lavrador (evangelizador) que prepara a terra e a boa semente, etc. Devemos observar que esse processo leva tempo, porém os resultados de uma boa colheita seja para o fazendeiro ou o agricultor celestial concedem um prazer indizível.

3.1. São resultados de intenso trabalho
Uma vez que se há terra para plantar, e esse espaço físico de plantio da evangelização pode ser determinado estrategicamente de acordo com a dimensão. Lembremo-nos de Paulo, que disse acerca da obra missionária e evangelizadora em Corinto, “eu plantei (o evangelho), Apolo regou, mas Deus deu o crescimento” (I Co 3.6). Embora o trabalho seja penoso tanto do que planta quanto do que rega, a verdade é que Deus dá o crescimento, porém cada um receberá o seu galardão de acordo com o que trabalhou. O trabalho é intenso, silencioso, exige paciência mas teremos galardão apropriado (I Co 3.8,14).
I Corintios 3.6 Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento. Paulo apressa-se em dar glória a Deus, não a si mesmo. Depositava sua confiança em Deus, do qual provinha sua suficiência. Apesar de ser um homem brilhante e culto, o apóstolo não dependia da própria capacidade, mas sim em Deus. É claro que, de acordo com o discurso dos legalistas, qualquer um era capaz de obedecer à lei e de se tornar um espiritual. Um mistério legalista é uma forma de alimentar o ego das pessoas. Quando enfatizamos a graça de Deus, precisamos dizer às pessoas que são pecadoras e que não podem se salvar. O testemunho de Paulo era: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” (I Co 15.10). Ninguém é suficientemente capaz de ministrar ao coração de outros. Tal suficiência só vem de Deus.

3.2. Levam tempo para colher
O trabalho da lavoura requer paciência a fim de dar frutos viçosos, pois tudo é ao seu tempo. Ao nos lançarmos no trabalho do Senhor, não devemos estar ansiosos por frutos rápidos, e sim por frutos de grande qualidade. Não devemos permitir que as pressões do momento nos afetem a ponto de querermos forçar um amadurecimento, por que isto não funciona. Frutos de elevada qualidade se manifestarão a seu tempo determinado, tempo esse que não podemos adiantar, se o fizermos, será para prejuízo nosso e da obra de Deus. O lavrador espiritual deve ser um homem, que demonstra grande paciência e esperança depois que tem plantado e regado.

3.3. Plantemos boas sementes
Quando plantamos as sementes em boa terra, elas retornam a nós de forma multiplicada. O Senhor Jesus disse, “a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.8), por exemplo, lembremos de André, que trouxe Pedro, lembremos de Felipe, que trouxe Natanael, da mulher samaritana, que trouxe os homens da cidade, de Lázaro, que muitos creram através do seu testemunho espetacular de ressurreição. E por que não dizer também de Pedro, no dia de Pentecostes e do diácono Felipe em Samaria e de Paulo em tantos lugares, etc. Não podemos nos acomodar em não ganhar almas para Cristo. Consideremos mortos e inúteis para Deus se isso estiver acontecendo em nossa vida cristã.
Mateus 13.8, Outra caiu em boa terra, e deu fruto: uma semente produzindo a cem, outra a sessenta e ainda outra a trinta por um. A boa terra é a terra profunda, fértil, sem rochas e sem espinhos, ... cem, sessenta e trinta por um..., indica diferentes graus de fertilidade, ainda que todos os graus sejam reputados bons. Cem por um seria uma multiplicação rara, ainda que não impossível, conforme se vê em Gêneses 26.12: “E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano, cem medidas, porque o Senhor o abençoava”. Provavelmente a ideia dessa circunstância (multiplicação de cem por um) se tornara símbolo comum, entre os judeus, de grande fertilidade.
É lamentável essa verdade, mas há cristãos que nunca levaram uma alma a Cristo. Eles tem o privilégio que os anjos invejam, mas não tem coragem, muitos chegarão no céu possivelmente sem ter o que a Cristo apresentar: sem as suas famílias e amigos, porque não ousaram plantar. E necessário abrir aboca, falar, repetir, orar, sem, contudo, antipático. Esse aspecto do trabalho de evangelização e discipulado Deus não vai fazer, pois tal trabalho já foi feito por Jesus Cristo, essa agora é a nossa vez.

CONCLUSÃO
Temos o privilégio grandioso e ímpar de viver o Evangelho e a honra de proclamá-lo sob as mais variadas formas. Tal trabalho é desejável e devemos nos ocupar em fazê-lo, portanto sejamos agricultores ousados, empenhados, estratégicos e pacientes na seara do Senhor. Consideremos que a resignação será o preço a ser pago pelo discipulado e a grande prova de que amamos ao Senhor. Porque sem esse preço não teremos os resultados almejados.

QUESTIONÁRIO

1. Quem é o exemplo máximo de resignação na obra do Senhor?
R. O Senhor Jesus.
2. De acordo com o texto, resuma as principais condições para a frutificação.
R. Ter boa semente, ter boa terra, e sinergia espiritual.
3. De que maneira podemos nos reproduzir em outras pessoas?
R. Quando vivemos em novidade de vida: e/ou, quando praticamos o discipulado.
4. O que é necessário para que nossas mentes se tornem numa boa terra?
R. Trabalhar duro. precisamos remover os pensamentos e quadros mentais impuros.
5. Quando plantamos as sementes em boa terra, o que acontece?
R. Retomam a nós de forma multiplicada.


O poder da conexão - Lição 11 – 09 de Setembro de 2012

LIÇÃO 11 – 09 de Setembro de 2012

O poder da conexão


TEXTO AUREO

“Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto”. Jo 15.2

VERDADE APLICADA

Firmeza e constância na comunhão com Cristo é outro grande segredo indispensável para dar frutos na obra do Senhor.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 15.4 - Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
Jo 15.5 - Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.
Jo 15.6 - Se alguém não estiver em mim, será lançado fora. como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
Jo 15.17 - Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
Jo 15.8 - Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

Introdução
Hoje trataremos da relevância de se ter comunhão com o Senhor Jesus. Nunca se falou tanto em conexão como nos últimos dias por causa da Internet. Termos como: estar conectado, cair a conexão, estou sem conexão (internet), são expressões que ilustram perfeitamente a necessidade de estarmos ligados em Jesus, a Videira. Aproveitaremos para estudar os benefícios colhidos de uma conexão constante com Ele.

1. Ramos ligados
A finalidade deste texto (Jo 15) é mostrar a importância da comunhão com Cristo, de se ter um caráter transformado e, simultaneamente, um testemunho fecundo de evangelização e discipulado no mundo. Bem como demonstrar a maneira de usufruir das bênçãos prometidas procedentes dessa conexão real entre o cristão e o Senhor Jesus.
João 15. Esta é a sétima e última declaração de “Eu Sou” feitas por Cristo conforme o registro do Evangelho de João. Porém, Jesus não se ateve a essa imagem, prosseguindo com a figura do “amigo”.
Esse dois retratos dos cristãos, como ramos e amigos, revelam nossos privilégios quanto nossas responsabilidades. Como ramos, temo o privilégio de compartilhar a vida de Jesus e a responsabilidade de permanecer nele. Como amigos, temos o privilégio de conhecer sua vontade e a responsabilidade de obedecer.

1.1. A dependência dos ramos
Não existe ramo que brote de si mesmo. Ele sempre é a extensão de uma vida vegetal que procede de um tronco qualquer. Parece-nos muito óbvio e desnecessário o que falamos, mas não o é. Sabemos que há pessoas no mundo cheias de virtudes e que não têm nenhum compromisso espiritual com Cristo. Até o respeitam como um grande sábio e líder religioso, todavia não têm nenhuma conexão com Ele. Reconhecemos que tais virtudes pessoais tem o seu valor social, elas são importantes, contudo, lamentavelmente estão mortas para Deus, posto que não haja vida para o ramo separado do tronco. Portanto, como bons ramos, estejamos ligados à Videira verdadeira.

1.2. A incapacidade dos ramos (Jo 15.4,5)
Um ramo nasce no tronco de uma videira a partir da seiva dela, da sua vida dela, que está no tronco produzindo crescimento e o devido fruto. Nenhum ramo tem poder de gerar-se; assim também um crente não se produz sem Deus, ele precisa da seiva de Cristo Jesus através da comunhão, para que seja produtivo. Ser produtivo quer dizer possuir o caráter transformado, ter, em si, a presença das virtudes cristãs (denominadas fruto do Espírito, G1 5.22), e almas ganhas para Cristo. Tais coisas são resultados do mover do Espírito Santo no crente. Cujo resultado é consequência de uma sinergia entre Deus e o crente. Tal esforço combinado impede que haja acomodação por parte daquele que serve a Deus em sinceridade, posto que o Agricultor divino jamais se acomode.
João 15.4 - Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si
mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.
A palavra chave é permanecer, usada onze vezes em João 15.1-11 (“esteja” em Jo 15.11). “Permanecer” significa manter a comunhão com Cristo de modo que trabalhe em nossa vida e por meio dela, a fim de produzir frutos. Sem dúvida, inclui a Palavra de Deus e a confissão dos pecados, a fim de que nada sirva de empecilho para essa comunhão com o Senhor (Jo 15.3). Também inclui a obediência a ele por que o amamos (Jo15.9,10). Essa relação de permanência é natural para os ramos e para vinha, mas deve ser cultivada na vida cristã, pois não se desenvolve automaticamente. Permanecer em Cristo exige adoração, meditação na Palavra de Deus, oração, sacrifício e serviço. Mas é um grande regozijo.

1.3. O segredo de dar frutos (Jo 15.5)
A frutificação abundante é resultado do amor, da comunhão e da dedicação ao Senhor Jesus. E o discípulo que vive cada dia a negar-se a si mesmo e viver como Ele viveu, pois somos extensão, imitação e a glória dele. Em nossa vida prática devemos zelar por essa comunhão com muito zelo e carinho, tal dedicação resulta em frutificação constante. Sob outro aspecto, afirmamos que o fiel deve cuidar para que a sua unção e presença permaneçam nele, incessantemente. Para tanto, convém vigiarmos com os nossos pensamentos, onde fixamos os nossos olhos, naquilo em que tocamos, nos projetos e nas decisões que tomamos, e, ainda, em tudo o que fazemos, para que a nossa comunhão não seja jamais interrompida. Caso aconteça algum acidente no percurso da nossa existência, devemos confessar a Ele e buscar ajuda, se necessário for, em alguém que seja maduro e possa nos ajudar em nossa dificuldade (SI 32.5; lJo 1.9).
João 15.5 - Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em mim, e eu nele, esse dá
muito fruto; sem mim nada podeis fazer.
A Igreja do Senhor Jesus é um organismo vivo que deve produzir frutos, não é uma máquina robotizada, necessita de estímulo, tempo, cultivo e só assim para dar muitos frutos em boa colheita. É preciso lembrar que os frutos não são consumidos pelos ramos, mas sim aproveitados por outros. Não se deve produzir frutos para agradar a si mesmos, mas para servir aos outros. Devemos ser o tipo de pessoa que “alimenta” os semelhantes com nossas palavras e com as nossas obras. “Os lábios do justo apascenta a muitos” (Pv 10.21)
O Novo Testamento trata o fiel como cristão, santo, crente, ramo da videira, etc. Se somos leais a Cristo, não somos pecadores pelo prazer à prática do pecado. todavia não nos tornamos impecáveis pelo fato de termos sido regenerados e recebermos a nova natureza de Cristo em nós. Por isso precisamos do continuo desenvolvimento de nossa comunhão (Is 55.3). Por outro lado, os I cristãos amadurecidos e oficiais da casa de Deus devem se disponibilizar para assistir os crentes, em geral ,nas suas dificuldades, operando no sentido de ajudar os irmãos, ouvindo-os em suas falhas e reencaminhando-se com espírito brando, tendo cuidado consigo para não ser tentado (Gl 6.1; Tg 5.19-20).

2. A manutenção dos ramos
Numa lavoura, não basta plantar, importa cuidar para a preservá-la. O Mestre fala do cuidado divino aos seus discípulos de maneira que eles entendem esse aspecto da obra de Deus, que também é decisivo para a expansão do seu reino aqui na terra, e de como é dispensado esse cuidado. Nós, de igual modo, precisamos conhecer esse processo que se efetua na vida cristã, a fim de, também, podermos ajudar outros irmãos mais novos, até atingirem o melhor do seu potencial produtivo.

2.1. A proteção dos ramos
Os ramos da Videira, que são os cristãos, precisam do cuidado especial da poda. Esse tratamento consiste no corte dos ramos no tempo certo, caso isso não seja feito, poderão ocorrer resultados danosos à planta. Os viticultores podam os ramos para possibilitar uma maior penetração dos raios solares na planta, evitando fungos que a fariam adoecer, ajudando, também, na circulação do ar entre os galhos. Os podadores eliminam possíveis galhos inúteis que comprometeriam a qualidade do fruto da vide, no caso da Videira Verdadeira, isso é uma atribuição exclusiva do Viticultor divino. Enfatizamos que ninguém mais, a não ser o próprio Viticultor divino tem esse direito, o direito de executar a poda (Mt 13.25-30).
Mateus 13. Satanás opõe-se ao reino tentando tirar a Palavra do coração (Mt 13.4, 19). Quando isso falha, o inimigo tem outros meios de atacar a obra de Deus. Uma delas é desarraigar os verdadeiros cristãos, Satanás planta impostores no meio deles. Nesta parábola, a boa semente não representa a Palavra de Deus, mas sim pessoas que se converteram pela fé na Palavra. O campo não é o coração humano, mas o mundo. Cristo está semeando cristãos verdadeiros por toda a parte, a fim de que deem frutos (Jo 12.23-26). Mas, onde quer que Cristo semeie um cristão verdadeiro, Satanás semeia um impostor.
Lamentavelmente, por falta de entendimento, egoísmo ou ciúmes, alguns líderes acham que têm autoridade absoluta para disciplinar; a seu bel prazer, os crentes e obreiros da sua congregação. Tratam a igreja como se fosse uma monarquia absolutista, u m rei nado cujo rei dá sempre a última palavra e que está acima da lei. Evidentemente, somos contra toda forma de desordem e rebelião, porém há líderes que disciplinam seus cooperadores de modo injusto quando aplicam certas “medidas para o bem da obra de Deus”. Na verdade, estão tomando para si uma autoridade que eles não têm com ameaças, disciplinas e até mesmo exclusões por certos irmãos não se comportarem conforme "a sua doutrina” (IPe 5.2,3).

2.2. A frutificação (Jo 15.2)
Como a poda consiste na eliminação daquilo que é inútil, prejudicial, com capacidade de adoecer a planta, então é de suma importância que ela se realize. Como disse Jesus, “e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. Em teoria, isso é muito agradável, mas na prática, é doloroso e necessário à sobrevivência, pois deixamos, pelo caminho da nossa existência, tudo aquilo que ao viticultor divino não interessa. Por exemplo, certas coisas que vinham dando certo inexplicavelmente não dão mais, amizades que se esfriam e deixam de existir, etc., sofremos, mas entendemos que nada é por acaso, embora não haja explicação. Apenas temos de confiar nas santas e benditas mãos do podador divino que trabalha em nosso favor (Rm 8.28).
Romanos 8.28, Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito. O cristão não precisa desanimar em momentos de sofrimento e de provação, pois sabe que Deus trabalha no mundo e que o Senhor tem um plano perfeito (Rm 8.29). Seu plano tem dois objetivos: nosso bem e sua glória. No final, ele nos tornará semelhantes a Jesus Cristo. O melhor de tudo, porém, é saber que seu plano será bem-sucedido. Esse plano começou na eternidade, quando Deus nos escolheu em Cristo (Ef 1.4, 5). Ele nos predestinou para que, um dia, sejamos como seu filho. A predestinação aplica-se apenas aos salvos. Nenhuma passagem das Escrituras ensina que Deus predestina as pessoas à condenação eterna. A condenação de tais pessoas deve-se a sua recusa em crer em Cristo (Jo 3.18-21)

2.3. O poder da Palavra de Deus (Jo 15.3)
A Palavra de Deus é o principal instrumento de cortar galhos, é ela que opera em nosso favor. A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, que alguns estudiosos conceituam como “logos”. Esse logos trata de nos fornecer todo conhecimento geral que precisamos a respeito de Deus; entretanto, há partes das Escrituras que sendo pregadas ou ensinadas falam conosco poderosamente e nos movem a fazer ou deixar de fazer aquilo que Deus quer. São Palavras específicas de Deus a nós que possibilitam as mais diferentes bênçãos sobre a nossa vida, chamadas “rhema”. Como por exemplo, a cura, a libertação, os milagres, restauração emocional, inclusive “podar” o que necessário for que possibilite a frutificação em termos de caráter pessoal e de almas para o reino de Deus.
A responsabilidade do viticultor é cuidar das videiras, e, de acordo com Jesus, esse é o trabalho do Pai. É Ele que “limpa” ou poda os ramos para que possam produzir mais frutos. Observe a progressão: nenhum fruto (Jo 15.2), fruto, mais fruto, muito fruto (Jo 15.5, 8). Muitos cristãos pedem a Deus que possam dar mais frutos, mas não gostam do processo necessário de poda pelo qual devem passar em resposta a essa oração.
O viticultor poda os ramos de duas maneiras: corta a madeira morta que pode servir de proliferação de doença e de insetos, remove também partes ainda viva, para que a vitalidade da planta não se dissipe, comprometendo a qualidade dos frutos. Na verdade, o viticultor remove cachos inteiros de uva para que o resto da colheita seja de qualidade superior. Deus quer quantidade e qualidade.
Precisamos desesperadamente receber o tratamento cuidadoso do Senhor para nossa subsistência e frutificação espiritual. É Deus que opera em nós tanto a podadura quanto o desejo de a recebê-la. Quando atingimos esse nível significa que, nossa compreensão espiritual atingiu um grau desejável de amadurecimento. Tal maturação vem com o tempo e esforço de entender a mão de Deus sobre nós. Na verdade, não gostaríamos inicialmente de deixar ou de perder nada, porque na mente capitalista, apenas se é treinado para ganhar. Todavia, a mente divina incomparavelmente superior a nossa, sabe que bagagem devemos dispensar ao longo de nossa jornada, pois Ele conhece toda a rota a ser percorrida e nós não.

3. Ramos frutíferos
Essa é uma das partes mais prazerosas desse assunto, pois fala da compensação que é se tornar um ramo de valor. Sim, com certeza há uma grande recompensa. No entanto há um relacionamento interessante entre Deus e o homem: é o fato de que Ele tem prazer em abençoar, em ser generoso e abundante; e nós temos prazer em receber, obter vitórias, etc., e, com o tempo, à medida que a natureza de Cristo se consolida em nós firmemente, passamos também a ser como Ele e ter prazer nas coisas que Ele tem. Vejamos agora as principais bênçãos de sermos ramos muito frutíferos.

3.1. Há orações respondidas (Jo 15.7)
Uma das maiores bênçãos que demonstram a nossa comunhão com o Salvador, são as respostas de Deus às nossas orações. À medida que nós priorizamos o Reino de Deus, elas acontecem, porque Ele age em nosso favor, quer dizer, “trabalha por aqueles que nele esperam”. Há momentos que nem mesmo oramos, orações conscientes não são realizadas, nem certas coisas desejadas, mas o cuidado peculiar de Deus é-nos revelado de maneira surpreendente através de bênçãos especiais que recebemos das suas mãos inesperadamente. Deus, como nosso Bom Pastor, cuida de nós provendo, guiando, protegendo, derramando graça e misericórdia sobre as nossas vidas. É uma bênção servirmos a Deus, nenhuma outra experiência religiosa, por melhor que se pareça, compara-se (SI 17.6; 3.4).
João 15.7, Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes, e vos será feito. Três resultados principais se seguem da comunhão íntima com Cristo, isto é, a comunhão mística com Deus mediante a presença habitadora do Espírito Santo, a saber: 1, Orações eficazes; 2, A glorificação de Deus Pai mediante frutificação, tanto nas nossas expressões externas, na forma de serviço prestado à sociedade dos homens, como no desenvolvimento espiritual de nosso caráter íntimo; 3, A plenitude da alegria, que é fruto do Espírito Santo e faz parte da comunhão espiritual entre Deus e os remidos.

3.2. O Pai é glorificado (Jo 15.8)
Todo agricultor tem grande satisfação e orgulho dos frutos que a sua fazenda produz. O vinhateiro comum não foge à exceção, nem Deus o Viticultor divino, pois ele se sente honrado, magnificado e glorificado pelo fato de parecermos com Ele. Posto que, em nossos contatos diários, o caráter de Deus se manifesta em nós em espírito e em verdade. Se queremos a glória de Deus temos que morrer, temos que sofrer a poda da bagagem desnecessária e inútil. Todo ser que tem fôlego de vida louva ao Senhor, este é um atributo da natureza, mas apenas os filhos de Deus o adoram, apenas os ramos da Videira que estão em plena conexão com o Senhor é, que de fato glorificam o seu nome, que é excelso para todo o sempre, amém.
João 15.8, Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim vos tornareis meus discípulos. O alvo absoluto de toda vida cristã é a participação na perfeição moral de Deus, em sua natureza metafísica essencial (Mt 5.48 e 2 Pd 1.4). Aqueles que palmilham sinceramente na vereda que conduz aesse elevadíssimo alvo, em comunhão com Cristo, por intermédio do Espírito Santo, por estarem usando com eficácia o instrumento da oração, serão aqueles que produzem frutos abundantes.
Algumas traduções bíblicas dizem: ... sereis... meus discípulos, ao passo que a tradução inglesa RSV prefere: ... provareis ser..., a também inglesa, ...provando que sois discípulos reais..., a prova que alguém é realmente discípulo do Senhor Jesus vem através da prática e da perseverança leal ao Mestre de Nazaré.

3.3. Somos discípulos do Senhor (Jo 15.8)
Quando Deus é glorificado através de nossos atos, passamos a ser chamados seus discípulos. Jesus disse: “se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32). Portanto, o sucesso da vida cristã é determinado pela obediência perseverante. Assim sejamos ramos plenamente conectados e leais ao Senhor continuamente, e assim produziremos frutos abundantes na sua obra.
João 8.31 e 32. Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. “E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará”. Jesus dirigiu-se aos que “creram”, mencionados em João 8.30, e os admoestou a permanecer na Palavra; sereis meus discípulos, mostrando que de fato, haviam sido salvos. Quando obedecemos à Palavra, crescemos em conhecimento espiritual e, ao crescer em conhecimento espiritual, crescemos em liberdade do pecado. A vida conduz ao saber, e o saber conduz à liberdade.
Em relação ao mundo espiritual, nada fica sem definição ou encoberto muito tempo ou a pessoa é ou não é discípula do Senhor, pois por aquilo que a pessoa é, faz e os frutos que produz é como ela será reconhecida por Deus. E “tal como um agricultor sente Que os seus labores estão sendo ricamente recompensados, quando o fruto de sua vinha é abundante, assim também os eternos desígnios de Deus são vistos como algo que produz um glorioso efeito. Quando os vasos de misericórdia, os redimidos, abundam nos frutos, de justiça, que vem por meio de Jesus Cristo.”

CONCLUSÃO
Devemos nos esforçar para compreender os desígnios de Deus. As evidências nos revelam que Ele tem um objetivo em mente em permitir que sua igreja esteja no mundo. O Senhor Jesus foi e prometeu voltar, mas porque Ele ainda não cumpriu a sua Palavra? Ele não regressou ainda, porque quer que a Sua Igreja continue salinizando, iluminando e resgatando alguns do mundo.

QUESTIONÁRIO

1. Qual a finalidade principal do texto de João 15?
R. Mostrar a importância da comunhão com Cristo, de um caráter transformado e de um testemunho fecundo.
2. O caráter transformado é evidência de quê?
R. Da presença das virtudes cristãs, denominadas fruto do Espírito.
3. Os cristãos precisam de que cuidado especial?
R. A poda,
4. Quem é que sofre o cuidado da poda divina?
R. Aquele que dá fruto.
5. Que instrumento principal Deus usa para eliminar o que é inútil?
R. A Palavra de Deus.


O Consolador e o discipulado - Lição 12 – 16 de Setembro de 2012

LIÇÃO 12 – 16 de Setembro de 2012

O Consolador e o discipulado


TEXTO AUREO

“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”. Jo 16.8

VERDADE APLICADA

As obras do Consolador são a continuidade daquilo que Jesus fez por meio da Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 16.7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.
Jo 16.12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Jo 16.13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
Jo 16.14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
Jo 16.15 - Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;

Introdução
Nos momentos finais de sua carreira ministerial, quando Jesus começava a se despedir desta vida com os seus discípulos, pois sabia que a hora de sua partida deste mundo se aproximava, dedicou esses últimos momentos a eles, ensinando-lhes preciosas lições e intercedendo por eles. Exemplo que jamais deveria ser esquecido por seus seguidores. Depois de ter-lhes falado sobre a importância de estarem conectados a Ele passou a falar-lhes da obra do Consolador, que o substituiria neste mundo em Sua missão, e é o que veremos a seguir.

1. Obras do Consolador em relação a Cristo
A obra de Jesus se dividia em vários aspectos, é necessário entender os principais, a fim de entendermos a missão do Consolador, o Espírito Santo. Jesus, no seu ministério público, profético e salvador, em linhas gerais: pregava, ensinava, operava curas e milagres e discipulava. Embora o Senhor tivesse um público certo e numeroso ninguém discorda que Ele se dedicou mais integralmente aos seus discípulos, do que qualquer outra coisa, visto que eles continuariam a sua obra após sua partida deste mundo, então eles agora precisavam contar com a ajuda de um outro Consolador, como veremos a seguir.

1.1. Substituir a Cristo (Jo 16.7)
Assim como Jesus, o Cristo, trabalhava neste mundo como um Consolador, um advogado ou representante do Pai, pois é isso que significa a palavra “parakletos” no grego. O Espírito Santo estaria ao lado dos discípulos e de toda a Igreja representando os interesses de Cristo Jesus e substituindo-o. Claro que não substituiria na presença física de Jesus, que o limitava como Verbo encarnado em seu ministério profético e salvívico. Mas prometeu o outro Consolador que estaria continuamente com seus discípulos para que os ajudasse a continuar a obra evangelizadora e discipuladora do mundo (Jo 14.16).
Durante três anos, Jesus esteve junto de seus discípulos para protegê-los de quaisquer ataques, mas está prestes a deixá-los. Havia lhes dito isso pouco antes, naquela mesma noite (Jo 13.33), e Pedro lhe perguntara para onde estava indo (Jo 13.36). Todavia, a pergunta de Pedro demonstrava mais preocupação consigo mesmo do que com o Senhor Jesus. Além disso, se concentrou no imediato, sem considerar as consequências finais. Jesus precisou explicar por que era importante para eles que Ele voltasse para junto do Pai.
O principal motivo, obviamente, era que o Espírito Santo viesse e desse poder para a Igreja ser edificada e para testemunhar. Além disso, depois de sua ascensão, o Salvador poderia interceder por seu povo junto trono celestial da graça. Por mais falhos que fossem amavam seu Mestre, e lhes foi difícil compreender essas novas verdades.
É importante observar que o Espírito veio para a Igreja, não para o mundo. Isso significa que trabalha na Igreja por intermédio dela. O Espírito Santo não ministra no vazio. Assim como o filho de Deus precisou ter um corpo a fim de fazer sua obra na Terra, também o Espírito de Deus precisa de um corpo para realizar seus mistérios, e esse corpo é a Igreja. Nosso corpo é um instrumento e um templo, e ele deseja nos usar para glorificar a Cristo e para dar testemunho ao mundo perdido.

1.2. Representar a Cristo (Jo 16.13)
A vinda do Consolador, como representante de Cristo, era uma promessa feita por Deus no Antigo Testamento. Mas agora comunicada diretamente por Jesus aos seus discípulos. Tal Consolador é uma pessoa que o representaria como o Sopro da verdade sobre eles, que os guiaria a toda verdade. Um advogado jurídico é aquele que presta assistência profissional, defendendo os interesses de seu cliente, que pode estar na condição de réu ou não. O Cristo glorificado não é réu de ninguém, mas tem um Consolador, que o representa e trata dos seus interesses junto a seus seguidores e no mundo que não o segue. Como disse Jesus, este Representante “não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido” d’Ele e o anunciará a Sua Igreja, coisas proféticas que hão de acontecer!
Jesus sempre fez questão de transmitir a seus discípulos a dose certa de verdade no momento mais apropriado. Essa atitude é uma das marcas de um grande mestre. Hoje o Espírito Santo é nosso Mestre, e ele segue o mesmo princípio: ensina as verdades que precisamos saber, no memento em que precisamos saber e quando estamos prontos para recebê-las.
A oração “(O Espírito) não falará por si mesmo” (Jo 16.13) não significaria que o Espírito nunca se refere a si mesmo, pois quando escreveu a Bíblia, o Espírito fez menção de si mesmo várias vezes. Antes, significa que não fala de modo independente do Pai nem mesmo do Filho; não “inventa” mensagem diferente. João 16.13 fala de toda a Trindade, pois o Espírito de Deus não ignora o Pai nem o Filho. Os três trabalham juntos em harmonia.

1.3. Trabalho profético e de glorificação (Jo 16.13b, 15)
Os desígnios secretos de Cristo no mundo, são mistérios revelados aos seus seguidores por meio do Espírito Santo, nenhum estudioso devoto negaria isso. É ofício do Espírito da verdade falar de Cristo dando a conhecê-lo em profundidade, porque o Consolador recebeu do que é do Mestre a fim de anunciá-lo. Por exemplo, assim como Eliezer conhecia profundamente Isaque e ele anunciou Rebeca e sua família, assim faz o Espírito em nossa peregrinação nesse deserto da vida, até o momento de sermos recebidos nos tabernáculos celestiais e encontrarmos o nosso amado (2Co 5.5; Ef 1.14).
2 Coríntios 5.5, Foi Deus que nos preparou para esse propósito, dando-nos o Espírito como garantia do que está por vir. Todos os que foram chamados, são preparados para o céu enquanto estão aqui. As pedras dessa construção espiritual e desse templo celestial são formadas aqui. Aquele que nos preparou para isso é Deus, só o poder divino pode tornar a alma uma participante da natureza divina. Somente a mão de Deus pode nos preparar para isso. Muita coisa precisa ocorrer para preparar nossa alma para o céu. O penhor do Espírito deu essa garantia: o penhor é parte do pagamento e assegura o pagamento completo. A graça e o conforto atual do Espírito são garantias da graça e do conforto eternos.
O trabalho de representar Cristo, uma das obras do Espirito Santo, é prioritariamente desfrutada pelos seus seguidores. para isso Ele foi prometido e já veio. Seu trabalho de exaltação a Cristo consiste revelá-lo e também o que há de vir, isso está fartamente ilustrado nas Escrituras: Abraão, por exemplo soube da destruição de Sodoma e Gomorra , e pôde orar por elas: Eliseu sabia onde os inimigos de Israel iam atacar e anunciava ao rei onde aconteceria; João, o discípulo amado, foi informado profeticamente dos juízos que viriam antes da vinda de Jesus. Hoje o Espírito de verdade sensibiliza a Igreja a determinados aspectos da doutrina e lhe dá a conhecer por meio das Escrituras e dos seus profetas o que há devir (Am 3.7).

2. Obras do Consolador no discípulo de Cristo
De certa forma, já adiantamos esse assunto no tópico anterior, pois quem representa alguém, o faz diante de outra ou outras pessoas. Mas trataremos especificamente da obra do Espírito na Igreja cristã, com enfoque na grande comissão. Comissão é formada por duas palavras, “co” que significa junto ou em comum; e missão, incumbência, encargo, dever a cumprir. Logo, comissão é dever a “cumprir junto, em comum” que é um aspecto da obra de expansão do Reino de Deus aqui na terra.

2.1. Sua presença (Jo 14.16-17)
Quando se fala de comissão, esta não significa apenas evangelizar em parceria, como Jesus ordenou aos doze que fossem de dois em dois, isso é muito importante, porque o testemunho de dois ganha força multiplicada e ambos se protegem e se completam mutuamente durante o trabalho na Seara do Senhor. Porém, a comissão em relação ao Consolador tem o sentido de, fazer a obra de Deus através da presença do Espírito Santo. O Senhor disse que rogaria ao Pai outro Consolador, “a fim de que esteja para sempre convosco”. Isso significa que realizar a obra evangelizadora no mundo sem o Consolador, não funciona. O pregador ou ensinador se desgastará para obter pouco ou nenhum resultado.
Em sua mensagem no cenáculo, Jesus diz várias coisas sobre o Espírito Santo, pois, sem o Espírito de Deus, não é possível viver de modo agradável a Deus. A ideia de consolação também se expressa pelo termo conforto, originado de duas palavras do latim que significa “com força”. Normalmente, associamos o ato de confortar a dar alívio, tranquilizar, consolar, o que, até certo ponto, não deixa de ser verdade. Mas o conforto real nos fortalece para encarar a vida com coragem e prosseguir. Não isenta de responsabilidades nem dá uma oportunidade de desistir mais facilmente. O termo parakletos é traduzido por “Advogado” em I João 2.1.
Como “Espírito da Verdade”, o Espírito Santo é relacionado a Jesus, a Verdade, e à Palavra de Deus, que é verdadeira (Jo 14.6; 17.17). O Espírito inspirou a Palavra e também esclarece a Palavra de modo que possamos compreendê-la. Mas adiante em sua mensagem, Jesus explica o ministério do ensino do Espírito. Uma vez que o é o “Espírito de Verdade”, o Espírito Santo não pode mentir nem ser associado a qualquer falsidade. Nunca nos orienta a fazer qualquer coisa contrária à Palavra de Deus, pois, a final, a Palavra de Deus é a verdade.
Observe que, nesse aspecto, Marcos escreveu, “tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com o Senhor”, Mc 16.10. O verbo cooperar aí significa que, enquanto os discípulos pregavam, o Espírito Santo operava junto com ele. Isso acontecia não apenas através da presença interna do Espirito, mas também no poder dele, observe: “... confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”. Quando saímos e abrimos a nossa boca, Deus fala através de nós e confirma a palavra, pois ela se torna dele.

2.2. Seu testemunho (Jo 15.26-27
O Consolador procede do Pai e tem como função, dar testemunhos de Cristo Jesus junto aos seus discípulos. Testemunhar é declarar verdades, neste caso trata-se da pessoa de Cristo a fim de que seus discípulos conheçam mais dele, e conhecendo-o, possam manifestar esse testemunho àquele que nada conhecem dele, às pessoas não crentes. O testemunho do cristão é um reflexo da comunhão com o Espírito Santo, é resultado do aprendizado através dele e do seu poder sobre a Igreja (Jo 14.26). Tudo isso é perfeitamente ilustrado em Atos dos Apóstolos no dia de Pentecostes, quando o Espírito batizou os cento e vinte discípulos. Eles conheceram Jesus e com Ele conviveram fisicamente, mas agora estavam sendo mergulhados no poder dele através do Consolador para cumprirem a grande comissão (Lc 24.49; At 2.33).
Lucas 24.49. Envio sobre vós a promessa de meu Pai; mas ficai na cidade, até que do alto sejais
revestidos de poder. O privilégio sempre traz consigo responsabilidades; cabia a esses seguidores de Jesus dar testemunho de tudo o que ele havia dito e feito (At 1.18). Uma testemunha é alguém que relata com sinceridade tudo o que viu e ouviu (At 4.20), o verbo testemunhar e seus termos correlatos são usados cerca de vinte e seis vezes no Livro de Atos. Como cristão, não temos o papel de juízes nem de advogados de acusação enviados para condenar o mundo. Antes, somos testemunhas que apontam para Jesus Cristo e que dizem aos pecadores como ser salvos.
Deus prometeu dar-lhes poder (Lc 24.49; At1.8), e cumpriu sua promessa. No dia de pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre a Igreja e lhes deu poder para pregar a Palavra (At 2). Depois de pentecoste, o Espírito continuou a encher os cristãos com grande poder.

2.3. Guiar a toda verdade (Jo 16.13)
O divino Representante de Cristo aqui na terra, o Espírito da verdade, guia os seguidores dele em toda a verdade. A necessidade de continuar crescendo no conhecimento de Jesus é decisivo para o amadurecimento espiritual, a tomada de decisões difíceis durante a vida e o trabalho dos discípulos em sua obra e vida particular. Jesus Cristo ensinou muitas coisas e tantas outras eram e são necessárias os servos dele aprenderem, tais ensinamentos seriam completados pelo Espírito Santo. E tais decisões seriam orientadas por Ele também, que vemos ilustradas nas decisões apostólicas posteriores ao dia de Pentecostes que beneficiaria a todos os cristãos através dos séculos (Jo 14.17; lJo 2.20,27).
1 João 2.20, 27 – A pergunta chave para o cristão é: quem é Jesus Cristo? Ele é apenas um “Exemplo”, “homem bom”, um “Mestre maravilhoso” ou é Deus vindo de carne?
Os leitores de João conheciam a verdade a respeito de Cristo, pois, de outro modo, não teriam sido salvos. “E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento” (Jo 2.20, 27).
“E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
Os falsos cristãos do tempo de João costumavam usar duas palavras para descrever sua experiência: “conhecimento” e “unção”. Afirmavam ter uma unção especial de Deus que lhes dava um conhecimento singular. Eram “iluminados” e, portanto, viviam em um nível muito mais elevado do que o resto das pessoas. Mas João ressalta que todos os cristãos verdadeiros conhecem a Deus e receberam o Espírito de Deus. E, pelo fato de terem crido na verdade, reconhecem uma mentira quando se deparam com ela.
A maneira como a Igreja Primitiva foi dirigida nas suas t tomadas de decisões por sua Observe que nesse aspecto. Marcos escreveu, “lendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor", Mc 16.20. O verbo cooperar ai significa que enquanto os discípulos pregavam, o Espírito Santo operava junto com eles. “Isso acontecia não apenas através da presença interna do Espírito, mas também no poder dele, observe: “confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam'’. Quando saímos e abrimos a nossa boca, Deus fala através de nós e confirma a palavra, pois ela se torna dele.

3. Obras do Consolador nos não discípulos
São muitas as obras do Espírito Santo junto ao homem natural até que ele venha tornar-se uma nova criatura em Cristo, mas aqui nos prenderemos a algumas principais abordadas no Evangelho de João. De acordo com esse Evangelho, o Consolador testifica de Cristo aos homens por meio da Igreja; Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; para em seguida levá-lo ao arrependimento e a conversão total ao Senhor Jesus.

3.1. Testemunhar Cristo (Jo 15.26-27)
Testemunha é uma pessoa que ouviu ou presenciou algum fato ou dito, e dele pode dar detalhes. O Espírito da verdade é essa testemunha que tudo presenciou detalhadamente acerca de Jesus de Nazaré, o Verbo divino. Desde a sua manifestação em carne em que assumiu uma participação ativa, até a sua morte, ressurreição e ascensão aos céus. Os seguidores de Jesus Cristo de todos os tempos têm esse privilégio indizível com todas as suas consequências sofríveis e recompensadoras que esse ofício traz consigo. Na verdade a principal testemunha é o Consolador e nós os seus cooperadores.
O Espírito testemunha a nós e por meio de nós em tempos de perseguição (Jo 15.26, 27). Lembramo-nos de que o que estamos experimentando é “a comunhão de seus sofrimentos (de Cristo)” (Fp 3.10). Para a Igreja, os tempos de perseguição também foram tempos de proclamação e de testemunho. Devemos estar “sempre preparados para responder a todo aquele que nos pedir razão da esperança que há em nós” (1Pd 3.15). O Espírito testemunha a nós, a fim que possamos testemunhar ao mundo (Mc 13.11. sem o poder do Espírito de Deus não é possível dar testemunho claro de Cristo (At 1.8)

3.2. Convencer o mundo (Jo 16.8-11)
A obra de convencimento do Consolador, faz parte do trabalho de um advogado de persuadir sobre determinada coisa. Neste caso, refere-se ao convencimento acerca da pessoa de Cristo, não apenas de quem Ele é, mas o pecado da falta de fé nEle (Jo 16.9). As pessoas precisam ser persuadidas quanto à gravidade de sua culpa nesse aspecto, e não apenas de que são pecadoras. Eis aí um passo decisivo para a salvação delas, o convencimento do pecado de não se crer no Filho de Deus. O Espírito Santo, neste aspecto, depende dos evangelizadores, pois as pessoas só crerão se eles pregarem e denunciarem o pecado conforme Jesus fez com a samaritana (Jo 4.13-19), ou como Pedro no dia de Pentecostes (At 2.38).
Atos 2.38, Pedro respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. O Espírito Santo usou a mensagem de Pedro para tocar o coração dos ouvintes. (Em Atos 5.33 e 7.54, vemos outro termo que sugere ira em vez de convencimento da culpa pelo pecado). Afinal, eram culpados de crucificar seu Messias, Deus poderia fazer coisas terríveis com eles. É importante observar que o povo dirigiu sua pergunta não apenas a Pedro, mas também aos demais apóstolos, pois os doze participavam do testemunho naquele dia, e Pedro era apenas um dentre os outros.
Pedro lhes disse como ser salvos: deveriam se arrepender de seus pecados e crer em Jesus Cristo. Demonstraria sinceridade de seu arrependimento e fé sendo batizados no nome de Jesus Cristo e, desse modo, se identificariam publicamente com o Messias e Salvador. Somente pelo arrependimento e pela fé em Cristo poderiam receber a dádiva do Espirito (Gl 3.2, 14), promessa que se aplica tanto a judeus como a gentios “que ainda estão longe” (Ef 2.13-19).
Infelizmente, algumas traduções de Atos 2.38 dão a entender que as pessoas devem ser batizadas afim de ser salvas, mas não é isso que a Bíblia ensina. O termo grego eis (traduzido por “para” na oração “para remissão de pecados”) pode significar “em função de” ou “com base em”. Em Mateus 3.11, vemos que João Batista batizava com base no arrependimento das pessoas. Atos 2.38, não deve ser usado para ensinar a salvação pelo batismo. Se o batismo é essencial para a salvação, é estranho que Pedro não diga coisa alguma sobre isso em seus outros sermões (At 3.12-26; 5.29-32; 10.34-43). Aliás, as pessoas na casa de Cornélio receberam o Espírito Santo antes de serem batizadas (At 10.44-48). Uma vez que a Bíblia ordena que os cristãos sejam batizados, é importante ter consciência limpa e obedecer (1 Pd 3.21), mas não deve considerar o batismo parte da salvação. Se fosse o caso, ninguém em Hebreus 11 seria salvo, pois nenhuma dessas pessoas foi batizada.

3.3. Produzir arrependimento
A convicção de pecado gerada pelo Espírito Consolador, de acordo com que falamos acima gera mudanças na vida de um pecador. Logicamente não estamos falando de uma experiência meramente emocional embora envolva isso também. Mas de uma experiência de compunção, contrição, dor pelos pecados cometidos. A palavra grega “katanusso” que é traduzida por Almeida como “compungir” em At 2.37, significa furar, picar, ou seja, traduz o modo intenso dessa experiência de pesar pelo pecado de não crer em Jesus e as demais faltas cometidas em consequência da incredulidade, isso não é regra, mas esse arrependimento costuma levar às lágrimas. Um bebê, ao nascer sempre chora, assim também costumam chorar aqueles que nascem de novo.
Foi observado que os discursos de Pedro em Atos dos Apóstolos são estruturados todos da mesma maneira. Isso se deve à causa defendida. E apesar disso, num ponto essencial o sermão de Pentecostes se destaca dos discursos posteriores: ele não contém nenhuma oferta de graça, nenhum convite à ação dirigido aos ouvintes, nenhum apelo ao coração e aos sentimentos. Apesar disso, pelo impacto de seus fatos, atinge certeiramente o “coração” dos ouvintes. “Ouvindo eles estas coisas, seu coração foi perfurado.” Diante desse sermão os ouvintes não estão nem “entusiasmados” nem “edificados”. Todas as categorias com que costumamos descrever os efeitos de uma pregação fracassam aqui. O tiro foi certeiro, e o projétil parou no meio do coração.
É óbvio que com isso o desfecho da questão ainda não estava decidido. Sempre que a palavra nos atinge, revelando nossa culpa, acontece algo que divide as águas. Será que agora nos curvaremos sob nossa culpa e nos quebrantaremos intimamente, ou será que nos insurgiremos e justamente, como “golpeados”, golpearemos o mensageiro que nos vulnerou assim com a palavra? Também a respeito dos ouvintes do discurso de Estêvão se diz “Ouvindo eles isto, seu coração foi serrado” (At 7.54). Mas então rilharam com os dentes e taparam os ouvidos, avançaram sobre Estêvão e o arrastaram para fora da cidade para apedrejá-lo. Constitui um mistério maravilhoso quando a proclamação clara da palavra atinge corações de modo que capitulem diante da ardente pergunta: “Que faremos?”
Quando Jesus fala do pecado de não se crer nele não se trata de um concordar mental de que se é pecador, nem tampouco é uma tristeza passageira como o remorso. Trata-se de u m convenci mento que envolve a mente, o coração e as atitudes separados de Deus, mas que agora lodo sardo indivíduo está arrependido e conectado a Ele. Como evangelizadores devemos sob a unção de Deus mostrar esse fato as pessoas de que elas estão enfermas do pecado e que precisam do remédio, Jesus Cristo para a sua salvação.

CONCLUSÃO
Quanto à grande comissão, que envolve a evangelização e discipulado do mundo, Jesus agora ressuscitado e prestes a retornar aos céus estranhamente não tinha um outro plano, caso os seus discípulos diretos falhassem. Eles não falharam porque o Consolador os assistiu todo o tempo com a Sua presença, com Seu P: testemunho, com a Sua orientação. Jesus jamais precisaria de um plano B, pois Ele tem a pessoa “C” o Consolador!

QUESTIONÁRIO

1. A que Jesus se dedicou mais no seu ministério público?
R. Ele se dedicou mais integralmente aos seus discípulos.
2. De que maneira o Espírito Santo estaria ao lado dos discípulos?
R. Representando os interesses de Cristo Jesus e substituindo-o.
3. Quando foi feita a promessa de um representante de Cristo na terra?
R. Desde o Antigo Testamento.
4. Cite duas obras do Consolador junto a Igreja de Cristo:
R. Estar presente, dar testemunho e guiar a toda a verdade.
5. Qual a definição da palavra grega katanusso? E como é traduzida?
R. Significa furar e picar. É traduzida por Almeida para compungir.


Lição 13 - A oração de Jesus a favor de seus discípulos / Texto Áureo / Verdade Aplicada

Lição 13: A oração de Jesus a favor de seus discípulos

TEXTO ÁUREO: “Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti,”. Jo 17.1

VERDADE APLICADA: Os ensinos de Jesus na chamada oração sacerdotal podem dar-nos novo fervor e nova vida todas as manhãs.

Introdução
A lição de hoje, comumente chamada de oração sacerdotal, título que, segundo alguns estudiosos da história da Igreja, dizem ter sido dito pelo teólogo luterano David Chytraeus (1530-1600), foi um dos muitos discursos preditos por Jesus com a preocupação fundamental de manter os discípulos unidos na verdade que é Cristo. Mas também instruí-los a uma vida santificada produzida pela Sua Palavra e prioritariamente orientada pelo amor de Deus.

1.1. Um relacionamento entre Ele e o Pai (Jo 17.1-5)
Após erguer os olhos em oração, Jesus disse que chegara a sua “hora”, o ponto central do plano redentor de Deus. Era o momento de manifestar o esplendor de sua autoridade, de conceder vida eterna a todos os eleitos (Jo 6.44; 1.11-12). Jesus havia construído uma bela história pública com o Pai entre os seus familiares, amigos, religiosos e discípulos. Em todas as suas atividades, a sua relação com o Pai sempre foi marcante, desde o início de sua presença entre os homens. Uma relação de testemunho do Pai (Mt 3. 13-17); de confirmação das Escrituras (Mt 12.17-21); de companhia do Pai (Mt 15.5); e de unidade com o Pai (Jo 17.21).

1.2. O relacionamento com os discípulos (Jo 17.6-19)
Jesus ensinou que o relacionamento é uma das bases do discipulado. Sem comunhão o discípulo não pode ter conexão nem com Deus, nem com os homens. Na Sua trajetória ministerial, os seus seguidores sempre estiveram com Ele nas festas (Jo 2.1-12); nas curas (Mt 8.5-17); nos seus milagres (Mt 8.23-27); alimentando-se (Mt 9.10-13); em suas longas caminhadas (Mt 9.35-38); nas suas profecias (Lc 10.13-15; Mt 11.20-24); em seus debates teológicos (Mt 12.1-8); e em tantos outros episódios. O estilo de discipulado de Jesus é visceral e revolucionário, porque Ele não se distanciou de seus discípulos, a não ser para os momentos de oração e reflexão de sua jornada (Mt 12.15; 14. 22-23).

1.3. O relacionamento dos próprios discípulos (Jo 17.20-26)
Há pessoas que vivem em solidão, porque construíram pontes em torno de si, ao invés de pontes ligando-as a outras. Talvez com esse pensamento, Jesus preocupado com os discípulos, deixou registrado que eles tivessem um só coração, uma única mente, assim como Ele e o Pai eram. Se eles conseguissem construir uma comunidade assim, o mundo teria facilidade para crer que de fato o cristianismo é a verdade de Deus proclamada aos homens, sem contar que o homem sozinho é uma sílaba sem voz, uma sombra vazia, braço que não se move, harpa sem melodia, punhado de cinza inútil, que o próprio vento despreza.

 

2.1. A proteção espiritual que cada discípulo precisa
Já que os discípulos seriam enviados com a missão especial de proclamar libertação aos cativos e liberdade aos oprimidos em território hostil, eles iriam carecer de proteção espiritual. Os discípulos entrariam em colisão contra o reino das trevas, invadindo os seus domínios com a missão de derrotar o poder do usurpador. Satanás roubou indevidamente os espaços que não são seus, então os novos discípulos têm agora a missão de continuar o que Jesus começou a fazer, destruir as obras do diabo com a mensagem do Evangelho no poder do Espírito (lJo 3.8; At 1.8).

2.2. A necessidade de santificação
Em termos positivos, os discípulos precisavam ser santificados. Tinham que ser consagrados para executarem a tarefa a que foram confiados. Os discípulos foram chamados a viver uma vida de santidade, de inocência, de pureza e de continuada consagração ao Senhor. A santidade de Deus na vida dos discípulos se manifestariam em ódio contra o pecado, em se deleitar na retidão, e na separação entre eles e os que vivem no pecado.

2.3. A doutrina da santificação na história bíblica
A santificação é a obra contínua de Deus na vida do crente tornando-o realmente santo (Millard J. Erickson). É a transformação de uma natureza decaída, que passa a portar uma verdadeira semelhança com o Deus trino. Um processo pelo qual cada pessoa é moldada de acordo com a ação poderosa do Espírito Santo de Deus no ser humano. Os teólogos dizem que a palavra santificação possui dois sentidos básicos, ligados a dois conceitos básicos de santidade. O primeiro diz respeito a certos objetos, pessoas e lugares. Tem um sentido de pertencimento (IPe 2.9). O segundo seria a qualidade moral ou valor espiritual, tendo como estilo de vida a pureza e a bondade (Cl 1.22; 3.12).

 

3.1. O amor como força da unidade
O apóstolo Paulo disse: “Mesmo se eu tivesse eloquência humana, e não tivesse amor, não passaria do rangido de uma porta enferrujada. Mesmo que eu pregasse com poder, revelando todos os mistérios, ou se tivesse fé que “transportasse montes” e não tivesse amor, nada poderia ser” (ICo 13.1-3). O amor é a força da unidade da Igreja. As vezes, pensamos que, através de uma liderança rígida e enérgica, conseguiremos manter o povo unido. Engana-se quem assim pensa. Nós obedecemos na proporção que amamos. O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (ICo 13.7). Quem obedece sem amor um dia trairá a confiança, e quebrará a unidade.

3.2. O amor como o maior instrumento pedagógico
Em linhas gerais, pedagogia é o conjunto de métodos que asseguram a adaptação recíproca do conteúdo informativo aos indivíduos que se deseja formar. A palavra pedagogia tem origem, na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No Brasil, é uma graduação que por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura) é um curso que cuida dos assuntos relacionados a educação por excelência. Para o cristianismo, o amor é o método divino que assegura todo conteúdo de Jesus. O próprio Jesus disse que os discípulos só teriam credibilidade se tivessem em sua metodologia de ensino e pregação o amor (Jo 13.35).

3.3. O amor e o crescimento da Igreja
A Igreja tem crescido como nunca. Sua presença é marcante no mundo. Todos conhecem o cristianismo, ainda que palidamente, através da Igreja (discípulos). Mas seu crescimento tem provocado conflitos jamais imaginado. A forma de governo autoritário de lideranças; o acúmulo de riquezas; a perversidade, malignidade e crueldade como ela construiu sua história em alguns momentos (corrupção com o governo imperial, inquisição e outros pecados, contaminaram a doutrina bíblica), só serviu muitas vezes para mostrar que ela tinha se tornado uma instituição de poder. Mas graças a Deus, sempre houve homens e mulheres de Deus para se colocar contra toda forma de manifestação maligna que tem tentado debilitar e destruir a Igreja do Deus vivo.

 

CONCLUSÃO
O desejo do Senhor é que as intrigas sejam dissipadas do corpo de Cristo. A falta de unidade, pureza e amor ao próximo, tem sido marcante em alguns lugares onde o povo de Deus se reúne. O mundo precisa urgentemente enxergar na comunidade cristã um ambiente propício para o bom convívio social e familiar. Se não atentarmos para este fato, seremos surpreendidos com repreensões daqueles que estão de fora.

 

O caminho da redenção - Lição 14 – 30 de Setembro de 2012

LIÇÃO 14 – 30 de Setembro de 2012


O caminho da redenção

TEXTO AUREO

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!” João 20.19

VERDADE APLICADA

O cristianismo está alicerçado no Cristo ressurreto, por isso o crente não pode negar o fato de haver ressurreição dos mortos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 20.1 - E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
Jo 20.2 - Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
Jo 20.3 - Então, Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao sepulcro.
Jo 20.4 - E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
Jo 20.5 - E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia, não entrou.
Jo 20.6 - Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis
Jo 20.7 - e que o lenço que tinha estado sobre a sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte.
Jo 20.8 - Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.

Introdução
A história da vida de Jesus, contada por João, gera frutos há mais dois mil anos. Sua incomparável inteligência e personalidade fizeram dEle perfeito ponto de partida para uma humanidade mais cheia de esperança e de alegria. Suas dores, agonias e sofrimentos narrados por João não ofuscaram suas características fundamentais de ser humano ideal. João, o discípulo amado, homem de personalidade terna, porém marcante, soube bem descrever, ainda que não completo, a vida de Jesus. A finalidade de seu evangelho é dupla: convencer que Jesus, homem perfeito, é o Messias e Filho de Deus, e compartilhar com essa fé a vida eterna.

1. Getsêmani, lugar de agonia e de salvação
Quando nosso Senhor terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani. Nesse jardim, Jesus nos trouxe, através da sua agonia, a cura de todos os males; diferente de Adão que, no jardim do Éden (lugar de delícias), arruinou-nos com sua desobediência.

1.1. O poder das trevas
Naquele dia, Jesus queria que víssemos que o pecado no mundo havia mudado tudo ao redor Dele para aflição, converteu Suas riquezas em pobreza, Sua paz em duros trabalhos, Sua glória em vergonha, e, assim também, o lugar de seu retiro pleno de paz, onde em santa devoção tinha estado tão próximo do céu em comunhão com Deus, nosso pecado transformou no foco de Sua Aflição, o centro de sua dor. Ali onde seu deleite tinha sido maior, ali estava chamado a sofrer sua máxima aflição. Assim também, foi revelado a nós as consequências trágicas da entrada do pecado no mundo.

1.2. A razão de ir ao Getsêmani
Porém, provavelmente, a principal razão para ir ao Getsêmani foi que era um lugar muito conhecido e frequentado por Ele, e João nos diz: “e também Judas, o que o entregava, conhecia aquele lugar.” Nosso Senhor não desejava se esconder, não precisava ser perseguido como um ladrão, ou ser buscado por espias. Ele foi valorosamente ao lugar onde seus inimigos conheciam que Ele tinha o costume de orar, pois Ele queria ser tomado para sofrer e morrer. Eles não o arrastaram ao pretório de Pilatos contra sua vontade, mas sim que foi com eles voluntariamente. Quando chegou a hora de que fosse traído, ali Ele estava, num lugar onde o traidor poderia o encontrar facilmente, e, quando Judas o traiu com um beijo, sua face estava pronta para receber a saudação traidora. O bendito Salvador deleitava-se no cumprimento da vontade do Senhor, ainda que isso implicasse a obediência até a morte (F1 2.8; Mt 26.39,42; Jo 10.18).
Filipenses 2.8. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a
morte, e morte de cruz! Torna-se completamente impossível ignorar a relação desse agir de Jesus com o evento do trágico pecado. É verdade que aqui tampouco é dita uma palavra clara a esse respeito. Primeiramente é o amor filial de Jesus que brilha aqui com seu fulgor próprio e soberano. O Filho deseja mostrar ao Pai: Pai, tu me elevaste tanto e me presenteaste tão ricamente. Aconchegaste-me ao teu coração quando brotei do teu coração, concedeste-me a igualdade contigo – Pai, justamente por isso desejo dedicar a ti toda a perfeita obediência, a obediência capaz até mesmo do impossível: morrer a morte sem Deus, a morte de um maldito na cruz! Precisamos ter em vista que para a Bíblia “morte” não é simplesmente um evento natural, mas um poder, um “inimigo”, a esfera de poder de Satanás (1Co 15.26; Hb 2.14; Ap 20.14). Foi nesse reino da morte que o príncipe da vida penetrou submissamente. Certamente faremos bem em primeiramente nos aquietar e contemplar silenciosamente esse amor filial de Jesus. Até mesmo no eterno Filho de Deus o amor do coração somente é consumado na realização do ato. “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8).
Mateus 26.39,42. Não devemos imaginar que foi medo da morte que fez nosso Senhor agonizar no jardim. Não temeu a morte, antes enfrentou com coragem e paz. Estava para beber o “cálice” que o Pai havia preparado, e isso significava tomar sobre si os pecados do mundo inteiro (Jo 18.11; 1 Pe 2.24). Muitas pessoas piedosas têm sido presas, espancadas e assassinadas por causa da fé, mas somente Jesus foi feito pecado e maldição amor à humanidade (2 Co 5.21; Gl 3.13). O Pai jamais deixou seus filhos, no entanto, abandonou seu Filho (Mt 27.46). Foi esse o cálice do qual Jesus bebeu voluntariamente por nós.

1.3. A cena do Getsêmani
Meditando na cena da agonia no Getsêmani, somos obrigados a dar-nos conta que nosso Salvador suportou aí uma tristeza desconhecida em qualquer outra etapa de Sua vida. Nosso Senhor era “varão de dores e experimentado no sofrimento” ao longo de toda Sua vida, no entanto, ainda que soe paradoxo, vale lembrar que dificilmente existiu sobre a face da terra um homem mais feliz que Jesus de Nazaré, pois as dores que Ele teve que suportar foram compensadas pela paz da pureza, a calma da comunhão com Deus, e a alegria da benevolência. Porém, no Getsêmani, tudo parece ter mudado. Sua paz o abandonou, Sua calma se converteu em tempestade. Depois da ceia, nosso Senhor tinha cantado um hino, porém no Getsêmani não havia cantos. Ser tratado como um pecador, ser castigado como um pecador, ainda que nEle não houvesse pecado, tudo isso é o que ocasionava nEle a agonia do Getsêmani (2Co 8.9; Hb 4.15).
2 Coríntios 8.9. Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez
pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos. Ele, que por natureza era o amado Filho de Deus, abriu mão de sua glória, seu poder, sua honra, sua vida, jazendo como menino pobre na manjedoura, perambulando sem lar, privando-se de todo o conforto da vida e terminando a vida entregue por Deus, abandonado pelas pessoas, escarnecido e torturado na cruz. Tão “pobre” tornou-se aquele que possuía toda a riqueza divina! Fez isso “por amor a vós”. Paulo relaciona a obra de Jesus, consumada em prol de todo o mundo, de maneira bem concreta com os coríntios. Foi para eles que ela aconteceu. Eles também conhecem pessoalmente seu poderoso fruto. Tornaram-se “ricos”. Obtiveram perdão de todos os pecados, vida e bem-aventurança. De inimigos de Deus foram transformados em seus amados filhos. Diante deles está um “eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17). Que riqueza! Contudo isso lhes foi concedido somente pelo fato de que Jesus
se entregou à mais profunda pobreza. Isso é amor, isso é doar com seriedade total. Para os coríntios, no
entanto, essa “graça de nosso Senhor Jesus” não é apenas um exemplo, mas também a fonte viva de sua própria doação. Também eles podem tornar-se um pouco mais pobres, para que outros obtenham aquilo de que precisam agora para viver.
Hebreus 4.15. Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer se das nossas
fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. A “fraqueza” do ser humano designa sua caducidade tanto no aspecto do corpo como da fé. Sua “enfermidade” consiste em que ele repetidamente cede à tentação, torna-se “fraco” (Mt 26.41). Justamente esse é o mistério incompreensível da vida de Jesus: que ele participou da nossa “fraqueza”, mas que jamais sucumbiu a ela. Jesus venceu a tentação. Ele comprovou “sua condição de Filho de Deus confiando, obedecendo e amando plenamente”.
Antigas oliveiras do Monte das Oliveiras ou Getsêmani marcam o lugar provável para onde Jesus conduziu os seus discípulos depois da Última Ceia, o lugar da Sua Agonia e da Sua Prisão. O moderno Getsêmani é um pequeno bosque com oito oliveiras que já existiam no século XVI, mas não há uma certeza se elas serão do tempo de Jesus. Embora não haja uma identificação precisa do lugar do Getsêmani. ele deve ter sido situado muito próximo deste bosque. A palavra Agonia é xisada para explicar o fenômeno do Suor de Sangue (Lc 22.44). Sob pressão, os pequenos vasos capilares das glândolas sodoríporas podem romper-se e dar-se a mistura de sangue com suor.

2. A morte e ressurreição de Jesus
Após ter sido preso no jardim do Getsêmani e interrogado, Jesus foi Levado com a acusação de ser “rei dos judeus”. Com o sofrimento de uma coroa de espinhos, crucificaram-no em uma cruz. Mas ao terceiro dia de sua crucificação, sendo este o primeiro dia da semana ele ressurgiu dentre os mortos (Jo 20.1-3; At 20.7; ICo 16.1,2).

2.1. O dia da ressurreição (Jo 20.1-10)
Cedo de manhã, no primeiro dia da semana, enquanto ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro e viu que a pedra estava removida. Então foi até aos apóstolos Pedro e João e informou que haviam tirado o Senhor Jesus do sepulcro. Eles correndo ao lugar nada encontraram, no entanto viram as peças de linho, e o lenço usado para cobrir a cabeça do Mestre. Os discípulos voltaram, mas Maria Madalena ficou naquele lugar chorando e viu dois anjos vestidos de branco. Eles disseram a ela: “mulher, porque você está chorando?” “Eles levaram meu Senhor”, ela disse: “e não sei onde o puseram”. Mas o Senhor a surpreendeu aparecendo ressurreto para conforto de seu coração.

2.2. Jesus apareceu a Maria Madalena (Jo 20.11-18)
A gratidão é uma das maiores virtudes. E foi com esse sentimento que Maria Madalena, após ver que Jesus tinha ressuscitado, agarrou-o firmemente, obrigando o Senhor a dizer: “mulher não me detenhas”. Naquele instante, ela deixou o medo e recobrou a sua fé. Seu ímpeto foi de extrema gratidão a tudo que o Senhor fizera por ela (Lc 8.2). Não fosse a ressurreição, tudo o que Jesus não somente disse, mas também fez, em Sua vida e também em Sua morte, teria sido fútil e em vão. Sua história, muito provavelmente, já teria sido esquecida, e Maria Madalena, provavelmente, tinha essa consciência.
Quando imaginamos Maria Madalena sozinha no jardim, recordo de Provérbios 8.17 “Eu amo os que me amam; os que me procuram me acham”. Maria amava seu Senhor e foi logo cedo ao jardim expressar esse amor. Quando chegou ao túmulo, Pedro e João já haviam voltado para casa, de modo que não lhe transmitiram a conclusão de que haviam chegado depois de examinar a evidências que encontraram. Maria pensava que Jesus estava morto. Outro versículo nos vem à mente, Salmo 30.5 “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”.
O pranto de Maria era o lamento em alta voz, uma expressão de tristeza característica do povo judeu (Jo 11.31, 33). Por certo não há nada de errado com a tristeza sincera, pois Deus nos criou pra verter lagrimas, e o choro é um excelente remédio para o coração aflito. Mas o pesar do cristão dever ser diferente da tristeza desesperada do mundo (1 Ts 4.13-18), pois nascemos de novo “para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pe 1.3). Não choramos por que nossos entes queridos foram para o céu, mas porque nos deixaram para trás e sentimos saudades deles.
Ao que parece, Marias não assustou ao ver esses homens, e tudo indica que não sabia que eram anjos. A conversa rápida não serviu para consolá-la nem tranquiliza-la. Estava decidida a encontrar o corpo de Jesus, ao virar para retornar, o Mestre de Nazaré lhe fez a mesma pergunta que os anjos fizeram anteriormente, “Por que chora?”. Que tristeza pensar que chorava, quando poderia estar louvando, caso estivesse percebido que Cristo estava vivo! Então acrescentou: “A quem procuras?” É animador saber que Jesus conhece todas nossas tristezas. O Salvador sabia que o coração de Maria estava aflito e que sua mente estava confusa e não a repreendeu. Antes, revelou-se a ela com toda ternura.
Tudo o que precisou fazer foi dizer o nome dela, e Maria o reconheceu. As ovelhas reconhecem sua voz quando Jesus as chama pelo nome (Jo 10.3). Tudo que ela conseguiu dizer foi “Raboni – meu Mestre”. O título Raboni é usado somente em mais uma passagem nos Evangelhos, Marcos 10.51 (no texto grego “mestre” é “Raboni”). Rabino e Raboni eram termos equivalentes de respeito. Posteriormente, os judeus passaram a distinguir entre três níveis de mestres: rabi (o mais baixo), rabino e raboni (o mais alto).
Maria não apenas falou com Jesus, mas também se agarrou a seus pés. Foi um gesto natural, pois, agora que o havia encontrado, não desejava perde-lo.

2.3. Jesus apareceu aos discípulos (Jo 20.19-29)
Mais tarde, no mesmo dia, os discípulos estavam reunidos, mas com medo dos judeus, haviam trancado todas as portas. Mas de repente, Jesus entrou e pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja convosco!” (Jo 20.19). Logo, mostrou a eles as suas mãos e o seu lado. Os discípulos ficaram exultantes. Daquele dia em diante, suas vidas jamais seriam as mesmas (Jo 20.21-23). No entanto Tomé, também conhecido como dídimo (Gêmeo), um dos doze, não estava com eles quando Jesus apareceu. Os outros discípulos contaram-no, mas ele não acreditou. Porém, após oito dias, Jesus apareceu mais uma vez com as portas fechadas, foi para o meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”. Ele voltou para Tomé e disse: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. O bem estar do cristão aumenta ou diminui na dependência de sua fé (Hb 11.1,6).
Hebreus 11.1,6. A descrição da fé. Não se trata de uma definição da fé, mas sim de uma descrição do que ela faz e de como funciona. A verdadeira fé bíblica não consiste em um otimismo cego nem um sentimento forçado de “espero que (...)”. Também não é uma aquiescência intelectual à doutrina. Certamente não é crer apesar das evidências, por isso seria superstição!
A verdadeira fé bíblica é uma obediência confiante à Palavra de Deus apesar das circunstâncias e consequências. Essa fé funciona de maneira simples. Deus fala, e ouvimos sua Palavra. Confiamos e m sua Palavra e agimos de acordo com ela, a despeito das circunstâncias e das consequências. As circunstâncias podem ser impossíveis e as consequências assustadoras e desconhecidas. Ainda assim, obedecemos à Palavra de Deus e cremos que ele fará o que é certo e o que é melhor.
A ressurreição de Cristo não foi simplesmente um retomo da morte, à semelhança daquela experimentada por outros antes dele, como Lázaro (Jo 11.1-44); porque senão Jesus teria se submetido ã fraqueza e ao envelhecimento. e, por fim teria morrido outra vez, exatamente como todos os outros seres humanos morrem. Em vez disso quando ressurgiu dos mortos Jesus tornou-se :‘as primícias” (ICo 15.20-23) de um novo tipo de vida humana, uma vida na qual este corpo foi aperfeiçoado, não estando mais sujeito à fraqueza, envelhecimento ou morte, mas capaz de viver eternamente, (Wayne Grudem).

3. O caminho da redenção
Depois de ter aparecido aos discípulos e ter feito vários sinais, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, agora no mar da Galileia. Os discípulos foram pescar mais nada apanharam naquela noite. Quando o sol surgiu, Jesus estava de pé na praia, mas eles não o reconheceram.

3.1. Jesus no mar da Galileia (Jo 21.1-15)
Após ter obedecido à voz de Jesus para lançar a rede no outro lado, mesmo que, a princípio não sabiam quem havia ordenado, eles pegaram tantos peixes na rede que eles não a conseguiam puxar. Logo, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!”. Segundo estudiosos, Pedro já tivera uns encontros dramáticos com Jesus. Então, porque ele voltaria a pescar, a menos que não tivesse entendido a razão para as aparições e a comissão? O tempo dos verbos “ir” e “pescar” sugere que eles estão retornando a uma ocupação anterior. Quem trilha o caminho da redenção não pode olhar para trás (Lc 9.62).
João 21. O Senhor havia instruído seus discípulos a se encontrarem com ele na Galileia, o que explica por que estavam no mar da Galileia ou no mar de Tiberíades (Mt 26.32; 28.7-10; Mc 16.7).
A propósito, é interessante observar que pelo menos sete dos doze apóstolos provavelmente eram pescadores. Por que Jesus chamou tantos pescadores para segui-lo? Dentre outras coisas, porque os pescadores eram corajosos, e Jesus precisa de seguidores valentes. Também eram dedicados a um só propósito e não se distraiam com facilidade. Pescador não desiste! (estamos nos referindo, obviamente, a pescadores profissionais, não a pessoa desocupadas pescando de férias). Sabem como obedecer a ordens e como trabalhar em equipe.
Não sabemos se Pedro e seus amigos estavam certos ou errados, apesar de, alguém crer que estavam errados, mas de uma coisa sabemos: seus esforços foram em vão. Talvez estivessem esquecidos das palavras de Jesus: “Porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). haviam trabalhado a noite toda sem pescar coisa alguma.
Talvez a impulsividade e a presunção de Pedro estivessem se revelando novamente. Foi sincero, trabalhou com afinco, mas não obteve resultados, como acontece com alguns cristãos na obra do Senhor. Acreditam que estão sinceramente que estão fazendo a vontade de Deus, mas seu trabalho é vão. Estão servindo sem orientação de Deus e não podem esperar as bênçãos dele.
Jesus assumiu o controle da situação, exatamente como havia feito quando chamou Pedro para ser seu discípulo. Disse-lhes onde lançar as redes, e eles obedeceram e pegaram 153 peixes! A diferença entre o sucesso e o fracasso era a largura do barco! Nunca estamos longe do sucesso quando permitimos que Jesus dê as ordens e, normalmente, estamos mais próximos do sucesso do que imaginamos.

3.2. Jesus interrogou a Pedro (Jo 21.15-23)
Depois de se alimentarem, Jesus disse a Pedro por três vezes se ele o amava. Sem dúvida a pergunta mais importante e difícil que ele já havia respondido. Jesus lembrou a Pedro as suas extravagantes reinvindicações registradas em João 13.37 e Mateus 26.33. Esta parte da história fala sobre a restauração de Pedro ao apostolado e sua liderança importante na Igreja primitiva. O Senhor está resgatando, com este diálogo, ao apóstolo Pedro para o caminho de sua redenção. Quando passamos a amar mais a nossa profissão, mais nossa vida secular ou até mesmo nossos amigos e familiares que o Senhor, estamos deixando o verdadeiro Caminho (Lc 14.26).
Há três “convites” que se destacam no Evangelho de João: “Vinde e vede” (Jo 1.39); “Venha a mim e beba” (Jo 7.37), e “Vinde e comei” (Jo 21.12). Quanto amor da parte de Jesus em alimentar Pedro antes de tratar de suas necessidades espirituais. Deu a Pedro a oportunidade de se secar, de se aquecer, de satisfazer sua fome e de desfrutar comunhão pessoal. Trata-se de um bom exemplo para nós ao cuidarmos do povo de Deus. Sem dúvida, o espiritual é mais importante do que o físico, mas o cuidado com o físico prepara o caminho para o mistério espiritual. Jesus não enfatiza a “alma” de tal modo a negligenciar o corpo.
Pedro e o Senhor já haviam se encontrado em particular e, sem dúvida, trataram do pecado de Pedro (Lc 24.34; 1 Co 15.5), porém uma vez que Pedro negou a Jesus publicamente, também era importante que fosse restaurado em público. O pecado só deve ser tratado na medida em que é conhecido. Os pecados particulares devem ser confessados em particular, os pecados públicos devem ser confessados em público. Uma vez que Pedro negou Jesus três vezes, Jesus lhe fez três perguntas pessoais “Amas-me mais do que estes outros?”.

3.3. O forte testemunho de João
Devemos exclusivamente ao testemunho de João o registro sobre como Jesus principiou seu ministério (Jo 2.1-11) em um vilarejo predominante árabe. João foi revestido de um ardor de legar para a posteridade os feitos memoráveis dos discípulos, ao descrevê-los. Com sua pena ungida, com relatos confiáveis e precisos, só alimentaram a fé de milhares de cristãos no mundo até o dia de hoje. Conforme ele mesmo diz: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!” (Jo 21.25).
O caminho de nossa redenção é a chamada para um compromisso radical. É uma convocação para um compromisso que expulse nossa indecisão de seguir a Jesus. O convite para os chamados é que todos possam amar. No caminho de nossa redenção o amor sempre será o maior sentimento. “amai-vos uns aos outros”; “Deus amou ao mundo”; “Mais por amor a vós” são declarações do Senhor que nos impulsionam a viver nesse caminho, por hora de sofrimento, mas que em breve será de vitória total.

CONCLUSÃO
O caminho de nossa redenção pode ser de sofrimentos, agonias e dores, mas com certeza o seu final será de glórias e regozijos. À semelhança de Jesus, seremos contemplados com as vitórias da ressurreição. Pois Suas histórias nos impulsionam a viver uma vida de esperança e alegria em meio às lutas que tão frequentemente nos acompanham. Portanto, continuemos em nossa jornada de fé no caminho de nossa redenção que é Cristo, o nosso Salvador.

QUESTIONÁRIO

  1. O que fez o poder do pecado?
    R: Havia mudado tudo ao redor de Jesus.
    2. Qual a razão de Jesus ir ao Getsêmani?
    R: provavelmente, a principal razão para ir ao Getsêmani foi que era um lugar muito conhecido e frequentado por Ele.
    3. Quem foi ao sepulcro no primeiro dia da semana conforme João?
    R: Maria Madalena.
    4. Qual foi o discípulo que reconheceu Jesus após a pesca abundante?
    R: O discípulo amado, João.
    5. Quantas vezes Jesus perguntou a Pedro se ele o amava?
    R: Três vezes
  2. fonte  www.mauricioberwald.com