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Os Livros Históricos II
Os Livros Históricos II

                                      Os Livros Históricos II

 

INTRODUÇÃO

A segunda parte do estudo dos Livros Históricos consiste em uma visão panorâmica dos livros das Crônicas, Esdras, Neemias e Ester, todos do período pós-exílio. Os livros das Crônicas abrangem em resumo a história bíblica partindo de Adão (1 Cr 1.1) até o período pós-exílio (2 Cr 36.22,23). Os demais livros (Esdras, Neemias e Ester) registram o que aconteceu após o cativeiro. Esdras trata dos assuntos espirituais e da restauração religiosa dos judeus. Neemias, da restauração social e da reconstrução dos muros de Jerusalém. O episódio narrado no livro de Ester aconteceu entre a inauguração do segundo templo e a chegada de Esdras à Jerusalém.

 

  1. OS LIVROS DAS CRÔNICAS

 

1 Crônicas

Esboço Completo do Livro: Primeira Parte

 

  1. Genealogias: Adão à Restauração Pós-Exílica (1.1—9.44)
  2. Adão a Abraão (1.1-27)
  3. Abraão a Jacó (1.28-54)
  4. Jacó a Davi (2.1-55)
  5. Davi ao Exílio Babilônico (3.1-24)
  6. Genealogias das Doze Tribos (4.1—8.40)
  7. Genealogias do Remanescente (9.1-34)
  8. As Tribos que Retornaram (9.1-9)
  9. Os Sacerdotes que Retornaram (9.10-13)
  10. Os Levitas que Retornaram (9.14-34)
  11. Genealogia de Saul (9.35-44)
  12. Davi: A Importância Perene do Seu Reinado (10.1—29.30)
  13. A Morte de Saul e de Seus Filhos (10.1-14)
  14. A Tomada de Jerusalém e os Valentes de Davi (11.1—12.40)
  15. O Retorno da Arca, a Restauração do Culto e o Estabelecimento do Reino (13.1—16.43)
  16. O Concerto de Deus com Davi (17.1-27)
  17. Vitórias Militares de Davi (18.1—20.8)
  18. O Censo Pecaminoso de Davi (21.1-30)
  19. Preparativos Completos de Davi para a Edificação do Templo (22.1-19)
  20. Davi Organiza os Levitas para o Ministério do Templo (23.1—26.32)
  21. A Organização Administrativa de Davi (27.1-34)
  22. Preparativos Finais de Davi para a Sucessão e o Templo (28.1—29.20)
  23. A Coroação de Salomão e a Morte de Davi (29.21-30)

 

 

Autor:  Esdras (?) - Tema: A História de Israel sob o Prisma da Redenção  - Data: 450 – 420 a.C.

Considerações Preliminares

A história registrada em 1 e 2 Crônicas é pré-exílica; a origem e a perspectiva do livro, no entanto, são pós-exílicas, escritas na segunda metade do século V a.C., algum tempo depois de Esdras, quando um segundo grande grupo de exilados judeus, provenientes de Babilônia e da Pérsia, regressaram à Palestina (457 a.C.). As invasões de Israel e a destruição de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor (606—586 a.C.), além dos 70 anos subseqüentes do cativeiro babilônico,

aniquilaram muitas das esperanças e ideais dos judeus como o povo do concerto. Por isso, os exilados que voltaram para reedificar Jerusalém e o templo precisavam de um alicerce espiritual, i.e., um meio de identificação com sua história redentora anterior e uma compreensão da sua fé presente e esperança futura como o povo do concerto. 1 e 2 Crônicas foram escritos para suprir essa necessidade e avivar a esperança desses exilados que agora retornavam.

Os livros das Crônicas, Esdras e Neemias foram escritos para os judeus que retornaram do exílio para a Palestina, e têm muito em comum quanto ao estilo, linguagem, perspectiva e propósito. Os eruditos crêem, de comum acordo, que estes livros tiveram um único autor ou compilador que, segundo o Talmude e a maioria dos eruditos judeus e cristãos antigos, foi Esdras, o sacerdote e escriba. Posto que 1 e 2 Crônicas foram escritos do ponto de vista sacerdotal, e que os versículos

finais de 2 Crônicas (36.22,23) são idênticos a Esdras 1.1-3, a tradição talmúdica de que Esdras foi “o cronista” fica assim reforçada.O autor consultou numerosos registros escritos ao escrever Crônicas (ver 1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29; 12.15; 20.34; 32.32). Como líder espiritual, Esdras teve acesso a todos os documentos existentes na escritura de Crônicas. Esta é uma antiga tradição que pode indicar com exatidão os meios que o Espírito Santo utilizou para guiar e inspirar o autor humano na composição desses dois livros.

Propósito

Os livros das Crônicas foram escritos para vincular os judeus egressos do cativeiro aos seus antepassados e à sua história messiânica. Assim fazendo, eles ressaltam três coisas: (1) a importância da preservação das tradições raciais e espirituais pelos judeus; (2) a importância da lei, do templo e do sacerdócio no seu contínuo relacionamento com Deus, muito mais importante do que sua lealdade a um rei terreno; e (3) a esperança máxima de Israel na promessa divina de um descendente messiânico de Davi assentar-se no trono para sempre (1 Cr 17.14).

Visão Panorâmica

Embora a origem e a perspectiva de 1 e 2 Crônicas sejam pós-exílicas, apresentam uma visão panorâmica da história do AT desde Adão até o decreto de Ciro (c. 538 a.C.), quando, então, os judeus receberam permissão de regressar do exílio em Babilônia e na Pérsia. 1 Crônicas gira em torno de dois temas principais: a história genealógica de Israel (1—9) e o reinado do rei Davi (10—29).

(1) Os caps. 1—9 narram a incomparável história redentora de Israel, de Adão a Abraão, Davi e o exílio em Babilônia. A tribo de Judá ocupa o primeiro lugar entre os doze filhos de Jacó, porque dela provieram Davi, o templo e o Messias. As genealogias revelam como Deus escolheu e preservou um remanescente para si mesmo desde os primórdios da história da humanidade até o período pós-exílico. A perspectiva sacerdotal deste livro é evidente através da atenção especial

dedicada às famílias dos sacerdotes e levitas.

(2) Os caps. 10—29 tratam do reinado de Davi. Os valentes de Davi (11—12) e seus grandes feitos (14; 18—20) são ressaltados. De igual modo os levitas, sacerdotes e músicos da sua corte (23—26). O autor enfatizou aquilo que Davi fez ao reintegrar a arca do concerto e estabelecer Jerusalém como a sede do culto a Deus em Israel (13—16; 22;28;29). Diferente de 2 Samuel, 1 Crônicas não enuncia os repugnantes pecados de Davi e suas subseqüentes e trágicas conseqüências. Ao invés disso, o livro retrata aquilo que não aparece em 2 Samuel: as diligentes e detalhadas providências de Davi para edificar o templo e estabelecer a adoração ao Senhor Deus. Essas omissões e adições da parte do Espírito Santo tinham o propósito de satisfazer as necessidades do povo de Deus do pós-exílio.

Características Especiais

Cinco características principais destacam 1 Crônicas.

(1) Cobre, aproximadamente, o mesmo período histórico de 1 e 2 Samuel.

(2) Suas genealogias (1—9) são as mais longas e mais completas da Bíblia. Sabendo-se que os livros de 1 e 2 Crônicas constituem a última parte do AT hebraico, segundo a ordem de seus livros, essas genealogias foram ali convenientemente colocadas para proporcionarem inspiração e conteúdo às genealogias do Messias no início do NT.

(3) Descreve vividamente a renovação e restauração sem precedentes de todas as formas de culto ao Senhor quando Davi levou a arca do concerto a Jerusalém (15;16).

(4) Destaca o concerto de Deus com Davi (cap. 17), enfocando principalmente a esperança de Israel no Messias prometido. (5) Sua história seletiva reflete a perspectiva sacerdotal do autor inspirado, no tocante ao restabelecimento do templo, da lei e do sacerdócio entre os que voltaram do exílio, em Jerusalém.

 

O Livro de 1 Crônicas Face ao NT

 

O registro genealógico a partir de Adão até o exílio em Babilônia, inclusive dos reis davídicos e os

seus descendentes (caps. 3;4), supre os dados necessários às genealogias no NT de Jesus o

Messias em Mateus (1.1-17), e de Jesus o Filho de Deus em Lucas (3.23-28). O cenário de Davi

em 1 Crônicas, assentado no trono do Senhor e reinando (17.14), prefigura a vinda do “Filho de

Davi”, messiânico, Jesus Cristo.

 

Fidedignidade Histórica de Crônicas

 

Certos críticos inescrupulosos consideram Crônicas uma história forjada ou distorcida e daí menos

fidedigna do que o registro de Samuel e Reis. Na realidade, Crônicas é uma história altamente

seletiva, mas não é verdade que seja invencionice. Ela ressalta, sim, os aspectos relevantes da

história judaica. Não é verdade que ela encobre as falhas da nação (e.g., 1 Cr 21). A inexistência

da matéria histórica contida em Samuel e Reis, pressupõe que seus leitores conheciam esses livros.

Muitas das declarações históricas que se acham somente em 1 Crônicas foram comprovadas pelas

descobertas arqueológicas; nenhuma foi tida como farsa.

 

2 Crônicas

 

 

 

 

Esboço Completo do Livro: segunda Parte:

  1. Salomão: Contribuições Relevantes do Seu Reino (1.1—9.31)
  2. A Instituição da Liderança de Salomão (1.1-17)
  3. A Construção do Templo (2.1—5.1)
  4. A Dedicação do Templo (5.2—7.22)
  5. A Instalação da Arca (5.2-14)
  6. Discurso Consagratório de Salomão (6.1-11)
  7. Oração Consagratória de Salomão e a Glória de Deus (6.12—7.3)
  8. Sacrifícios e Festas Consagratórias (7.4-11)
  9. A Promessa e a Advertência de Deus (7.12-22)
  10. A Fama de Salomão (8.1—9.28)
  11. Realizações, Colônias e Política de Salomão (8.1-18)
  12. Elogios da Rainha de Sabá (9.1-12)
  13. Riquezas de Salomão (9.13-28)
  14. Morte de Salomão (9.29-31)
  15. Os Reis de Judá, de Roboão até o Exílio (10.1—36.23)
  16. A Divisão e o Reinado de Roboão (10.1—12.16)
  17. Reinado de Abias e Asa (13.1—16.14)
  18. Reinado de Josafá (17.1—20.37)
  19. Reinados de Jorão, Acazias e Atalia (21.1—23.15)
  20. Reinado de Joás (23.16—24.27)
  21. Reinados de Amazias, Uzias e Jotão (25.1—27.9)
  22. Reinado de Acaz (28.1-27)
  23. Reinado e Reformas de Ezequias (29.1— 32.33)
  24. Reinados de Manassés e de Amom (33.1-25)
  25. Reinado e Reformas de Josias (34.1—35.27)
  26. Sucessores de Josias; o Exílio (36.1-21)
  27. O Decreto de Ciro (36.22,23)

 

 

Autor: Esdras (?) - Tema: Adoração Verdadeira, Avivamento e Reforma - Data: 450—420 a.C.

Considerações Preliminares

Visto que 1 e 2 Crônicas eram originalmente um único livro no AT hebraico, o contexto histórico de 2 Crônicas pode ser visto em detalhes na introdução a 1 Crônicas. 2 Crônicas abrange o mesmo período de história que 1 e 2 Reis — a saber: o reinado de Salomão (971—931 a.C.) e o reino dividido (930—586 a.C.). Diferentemente de 1 e 2 Reis, que seguem a história das duas partes do reino dividido, 2 Crônicas focaliza exclusivamente o destino de Judá. O escritor considera Judá, o

Reino do Sul, como o fluxo principal da “história da redenção” de Israel, posto que (1) o templo de Jerusalém permaneceu como o centro da verdadeira adoração a Deus, (2) seus reis eram descendentes de Davi e (3) Judá, a tribo predominante entre os judeus que voltaram e reconstruíram Jerusalém e o templo. 2 Crônicas foi escrito da perspectiva sacerdotal da segunda metade do século V a.C., quando, então, o templo, o sacerdócio e o concerto davídico voltaram a ter importância capital.

Propósito

Como 1 Crônicas, 2 Crônicas foi dirigido ao remanescente judaico que retornará, sentindo a urgente necessidade de reaver sua herança espiritual. Ao invés de salientar o lado sombrio do passado de Israel, o livro enfatiza o avivamento, a reforma e a recuperação da fé para os exilados desalentados, que buscavam na terra prometida um futuro e uma esperança redentora.

Visão Panorâmica

O conteúdo de 2 Crônicas divide-se em duas seções principais. (1) Os caps. 1—9 tratam do reinado de Salomão, a época áurea de paz, poder, prosperidade e prestígio de Israel. Mesmo assim, consoante o propósito global de Crônicas, cerca de dois terços desses nove capítulos focalizam a edificação e construção do templo como o centro da verdadeira adoração a Deus pelos israelitas (2—7).(2) Os caps. 10—36 constituem um relato altamente seletivo dos reis de Judá depois da morte de Salomão e da divisão do reino. Em meio ao declínio espiritual e apostasia de Judá, 2 Crônicas ressalta certos reis dignos de menção: Asa (14;15), Josafá (17;19;20), Joás (cap. 24), Ezequias (29—32) e Josias (34;35). Cada um deles promoveu e liderou avivamentos espirituais na nação. Cerca de 70% do conteúdo dos caps. 10—36 focalizam esses reis como responsáveis por avivamento e reforma, ao passo que apenas 30% focalizam os maus reis, culpados da corrupção e

colapso do reino. O livro termina quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu aos exilados judeus voltarem para reedificarem o templo de Jerusalém (36.22-32).

Características Especiais

Quatro características principais assinalam 2 Crônicas. (1) Seu escopo histórico corresponde praticamente ao do período de 1 e 2 Reis. (2) Seu enfoque no templo de Jerusalém é o motivo mais provável para Crônicas ter sido colocado na divisão não-profética do AT hebraico, separando-o, assim, de Samuel e Reis, que estão colocados na divisão profética. (3) Trata de cinco avivamentos nacionais, inclusive: (a) o relato mais extenso no AT de um avivamento espiritual no reinado de Ezequias (29—32) e (b) o maravilhoso avivamento sob Josias quando, então, foi achado “o livro da Lei” e lido publicamente, o que resultou numa renovação do concerto e na celebração da Páscoa (34;35). (4) A exortação principal do livro é: “Buscai ao Senhor”. O livro ressalta repetidas vezes a importância de se buscar ao Senhor com diligência, de todo o coração (e.g. 1.6-13; 6.14; 7.14; 12.14; 15.1,2,12-15; 16.9,12; 17.4; 19.3; 20.3,4,20; 31.21; 32.20,22; 34.26-28).

Paralelo entre 2 Crônicas e o NT

O reino davídico fora destruído, mas a sua linhagem permaneceu, tendo seu cumprimento em Jesus Cristo (ver as genealogias em Mt 1.1-17 e Lc 3.23-38). Além disso, o templo de Jerusalém tem significado profético relacionado com Jesus, que declarou: “Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo” (Mt 12.6). Jesus também fez uma comparação entre seu corpo e o templo: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2.19). Finalmente, na nova Jerusalém, Deus e o Cordeiro substituem o templo: “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus

Todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).

  1. Sua posição no cânon judaico.
  2. Autoria.
  3. Conteúdo.
  4. O LIVRO DE ESDRAS

           

Esboço Completo do Livro:

  1. O Regresso a Jerusalém dos Primeiros Repatriados (1.1—6.22)
  2. O Decreto e o Provimento de Ciro (1.1-11)
  3. Lista dos Repatriados Que Voltaram (2.1-70)
  4. Começo da Restauração do Templo (3.1-13)
  5. Restabelecimento dos Sacrifícios (3.1-6)
  6. Início da Reconstrução do Templo (3.7-13)
  7. Suspensão das Obras do Templo pela Oposição (4.1-24)
  8. Recomeço da Construção do Templo e Sua Conclusão (5.1—6.18)
  9. O Estímulo dos Profetas (5.1,2)
  10. Protesto do Governador Tatenai (5.3-17)
  11. Dario Confirma a Construção do Templo (6.1-12)
  12. Conclusão e Dedicação do Templo (6.13-18)
  13. Celebração da Páscoa (6.19-22)
  14. O Regresso a Jerusalém da Segunda Leva de Repatriados sob Esdras (7.1—10.44)
  15. A Missão de Esdras Autorizada por Artaxerxes (7.1-28)
  16. A Viagem de Esdras e dos Seus Companheiros (8.1-36)
  17. As Reformas de Esdras em Jerusalém (9.1—10.44)
  18. Condenação de Casamento com Pagãos (9.1-4)
  19. Confissão de Esdras e Sua Oração Intercessória pelo Povo (9.5-15)
  20. Arrependimento Público e Reforma (10.1-44)

 

Autor: Esdras - Tema: Restauração de um Remanescente - Data: 450 — 420 a.C.

Considerações Preliminares

O livro de Esdras faz parte da história seqüencial dos judeus, escrita depois de seu exílio, que consiste de 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias. No AT hebraico, Esdras e Neemias formavam originalmente um só livro e, de igual modo, 1 e 2 Crônicas. Os eruditos bíblicos entendem que a inspirada história contida nesses livros provinha de um só autor pós-exílico. Embora não haja menção do autor em nenhuma parte da Bíblia, quase todos os autores antigos judeus e cristãos, bem como muitos eruditos contemporâneos concluem que esse autor foi Esdras, o sacerdote e escriba. Para mais pormenores sobre Esdras como autor, ver a introdução a 1 Crônicas. Segundo a tradição, foi Esdras quem coligiu todos os livros do AT e os reuniu numa só obra, que instituiu a liturgia do culto na sinagoga, e que fundou a Grande Sinagoga em Jerusalém, a qual fixou o cânon das Escrituras do AT. Esdras era um líder piedoso, em tudo fiel às Escrituras do AT e que as amava ardorosamente. O livro de Esdras relata como Deus cumpriu sua promessa profética através de Jeremias (Jr

29.10-14), no sentido de restaurar o povo judeu depois de setenta anos de exílio, ao trazê-lo de volta à sua própria terra (1.1). O colapso de Judá como nação e sua deportação para Babilônia ocorrera em três levas separadas. Na primeira (605 a.C.), a nobreza jovem de Judá, inclusive Daniel, foi levada ao exílio; na segunda (597 a.C.), foram mais 11.000 exilados, inclusive Ezequiel; e na terceira leva (586 a.C.), o restante de Judá, menos Jeremias e os mais pobres da terra foram

levados. Semelhantemente, a restauração do remanescente exílico, em cumprimento à profecia de Jeremias, ocorreu em três levas. Na primeira (538 a.C.), 50.000 exilados voltaram, liderados por Zorobabel e Jesua; na segunda (457 a.C.), mais de 17.000 voltaram conduzidos por Esdras; e na terceira leva (444 a.C.), Neemias e seus homens levaram de volta o restante do povo. Cerca de dois anos depois da derrota do império babilônico pelo império persa (539 a.C.), começou o retorno dos judeus à sua pátria. O livro de Esdras registra a primeira e a segunda levas de repatriados abrangendo três reis persas (Ciro, Dario e Artaxerxes) e cinco líderes espirituais de destaque: (1) Zorobabel, que conduziu os primeiros exilados; (2) Jesua, um sumo sacerdote piedoso que auxiliou a Zorobabel; (3) Ageu e (4) Zacarias, dois profetas de Deus que encorajavam o povo a concluir a reconstrução do templo; e (5) Esdras, que conduziu o segundo grupo de exilados de volta a Jerusalém, e a quem Deus usou para restaurar o povo, espiritual e moralmente. Se Esdras escreveu esse livro, como é geralmente aceito, ele compôs a sua obra sob a inspiração do Espírito Santo mediante consulta aos arquivos oficiais (e.g., 1.2-4; 4.11-22; 5.7-17; 6.1-12), genealogias (e.g., 2.1-70), e memórias pessoais (e.g., 7.27—9.15). O livro foi escrito em hebraico, a não ser 4.8—6.18 e 7.12-26, trechos que foram escritos em aramaico, a língua oficial dos exilados em Babilônia.

Propósito

Este livro foi escrito para demonstrar a providência e fidelidade de Deus na restauração do remanescente judaico que voltou do exílio em Babilônia. (1) Deus moveu os corações de três diferentes reis persas, para ajudarem o povo de Deus a regressar à pátria, a repovoar Jerusalém e a reedificar o templo; e (2) proveu líderes espirituais e capazes para conduzir o remanescente que retornava, a um avivamento espiritual no culto a Deus, na dedicação à palavra divina e no arrependimento por causa da infidelidade do povo a Deus.

Visão Panorâmica

Os dez capítulos de Esdras dividem-se naturalmente em duas seções principais: (1) a primeira seção (1—6) trata do primeiro grupo de exilados judeus a voltar a Jerusalém e a reedificação do templo por eles; (2) a segunda seção (7—10) descreve o retorno do segundo grupo sob a liderança de Esdras, e a renovação espiritual que teve lugar, então.

(1) A primeira seção começa onde 2 Crônicas termina — com o cativeiro judeu e o decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C.), que permitiu a volta dos judeus à sua pátria (1.1-11). O cap. 2 alista aqueles que constituíram o primeiro grupo. É digno de nota que apenas uns 50.000 exilados judeus dentre um milhão ou mais, vieram no primeiro grupo (1.5; 2.64,65). No cap. 3, Zorobabel (um descendente de Davi) e Jesua (o sumo sacerdote) mobilizaram o povo para começar a reconstrução

do templo destruído. Astutos inimigos de Judá manipularam meios políticos e interromperam a obra por algum tempo (cap. 4), mas depois a obra recomeçou e o templo foi concluído em 516 a.C. (caps. 5; 6).

(2) Houve um intervalo de quase sessenta anos entre os caps. 6 e 7. Nesse período Ester tornou-se rainha da Pérsia, consorte do rei Assuero (i.e., Xerxes I). Ester tornou-se rainha por volta de 478 a.C. (ver a introdução ao livro de Ester). Os caps. 7 e 8 registram eventos de uns vinte anos mais tarde, quando, então, um grupo menor de exilados voltou da Pérsia a Jerusalém sob a liderança de Esdras. Enquanto os primeiros exilados que voltaram realizaram a tarefa de edificar a Casa de Deus, Esdras empreendeu a obra de restaurar a Lei de Deus no coração do povo (cf. Ne 8.1-8). Esdras deparou-se com uma apostasia generalizada, espiritual e moral entre os homens de Judá, evidenciada nos seus casamentos mistos com mulheres pagãs. Com profunda tristeza Esdras confessou a Deus o pecado do povo, e intercedeu por ele (cap. 9). O livro termina com Esdras à frente de um imenso culto público levando o povo ao arrependimento diante de Deus e de todos, e

ao rompimento dos casamentos ilícitos com mulheres pagãs, incrédulas (cap. 10).

Características Especiais

Quatro características principais assinalam o livro de Esdras. (1) Esdras e Neemias são o único registro histórico da Bíblia sobre a restauração pós-exílica dos judeus que retornaram à Palestina. (2) Uma característica notável deste livro é que entre suas duas divisões principais (1—6 e 7—10) há um intervalo histórico de aproximadamente sessenta anos. O livro todo abrange uns oitenta anos. (3) Esdras demonstra claramente como Deus vela sobre a sua palavra para cumpri-la (cf. Jr 1.12; 29.10); Deus controlou os corações dos reis persas como o leito de um rio comanda a direção das suas águas, para reconduzir o seu povo à sua pátria (1.1; 7.11-28; cf. Pv 21.1). (4) O modo de Esdras tratar as mulheres pagãs com as quais os judeus (inclusive sacerdotes) casaram, transgredindo os mandamentos de Deus, ilustra amplamente o fato de que Deus requer que o seu povo viva separado do mundo pagão, e às vezes Ele emprega medidas radicais para tratar da perigosa transigência com o mal no meio do seu povo.

O Livro de Esdras à Luz do NT

A volta do remanescente judaico à sua pátria e a reedificação do templo revelam que Deus sempre anela restaurar os desobedientes. Seus métodos incluem não somente o castigo pela apostasia, como também a restauração e esperança para o remanescente crente, através do qual Deus dirige o caudal da redenção no seu curso final. Vemos esse princípio no NT, onde um remanescente crente dentre os judeus aceitou Jesus como o seu Messias, enquanto o fluxo principal da redenção passou dos judeus incrédulos para os gentios na igreja primitiva. 

  1. A personagem.
  2. Obras creditadas a Esdras.
  3. Título do livro e sua posição no cânon sagrado.

4.Conteúdo.

 

III. O LIVRO DE NEEMIAS

 

 

 

 

Esboço Completo do Livro:

  1. Reconstrução dos Muros de Jerusalém, Dirigida por Neemias (1.1—7.73)
  2. Intercessão de Neemias por Jerusalém (1.1—2.8)
  3. A Causa da Sua Intercessão (1.1-4)
  4. O Conteúdo da Sua Intercessão Diante de Deus (1.5-11)
  5. O Resultado da Sua Intercessão Diante do Rei Artaxerxes (2.1-8)
  6. A Viagem de Neemias a Jerusalém Como Governador (2.9-20)
  7. Neemias Dirige a Reconstrução dos Muros (3.1—7.4)
  8. Os Construtores (3.1-32)
  9. A Oposição (4.1—6.14)
  10. Escárnio (4.1-6) b. Conspiração (4.7-23) c. Extorsão (5.1-19) d. Conivência (6.1-4) e. Difamação (6.5-9) f. Traição (6.10-14)
  11. A Conclusão da Obra (6.15—7.4)
  12. O Registro do Remanescente (7.5-73)
  13. Avivamento em Jerusalém Liderado por Esdras (8.1—10.39)
  14. Leitura Pública da Palavra de Deus e Celebração da Festa dos Tabernáculos (8.1-18)
  15. Jejum e Reconhecimento dos Pecados Cometidos e Sua Confissão Pública (9.1-37)
  16. Um Concerto de Obediência (9.38—10.39)

III. Neemias Promove a Reforma da Nação (11.1—13.31)

  1. Distribuição Habitacional do Remanescente (11.1—12.26)
  2. Dedicação dos Muros (12.27-47)
  3. Reformas no Segundo Mandato de Neemias (13.1-31)

 

 

 

Autor: Esdras e Neemias (?) -  Tema: Reedificação dos Muros de Jerusalém - Data:Cerca de 430 — 420 a.C.

Considerações Preliminares

O livro de Neemias encerra a história do AT, ocasião em que os expatriados judeus foram autorizados a retornarem a seu país, estando cativos na Babilônia. Juntamente com o livro de Esdras (com o qual forma um só livro no AT hebraico; ver a introdução ao livro de Esdras), Neemias relata os três retornos dos exilados a Jerusalém. Esdras trata de fatos dos dois primeiros retornos (538 a.C.; 457 a.C.), e Neemias, de fatos ligados ao terceiro (444 a.C.). Enquanto o enfoque de Esdras

recai na reconstrução do templo, o de Neemias recai na reconstrução dos muros de Jerusalém. Os dois livros frisam a importância da renovação espiritual e da consagração a Deus e à sua Palavra. Neemias, um contemporâneo de Esdras, servia na corte de Artaxerxes I (rei da Pérsia), como copeiro, quando soube que os exilados que já se encontravam em Judá, estavam sob opróbrio e os muros de Jerusalém continuavam em ruínas. Depois de orar em favor da triste condição de Jerusalém, Neemias recebeu uma munificente autorização do rei Artaxerxes para viajar a Jerusalém como governador, e reedificar os muros da cidade. Como líder dinâmico ele motivou seus compatriotas a reedificar todo o muro em apenas cinqüenta e dois dias, apesar da ferrenha oposição. Serviu como governador por doze anos. Depois de um breve retorno à Pérsia, exerceu um segundo mandato de governador de Judá (cf. 2.1; 13.6,7a). Esdras, o sacerdote, auxiliou Neemias na promoção do avivamento e renovação espiritual do remanescente que voltara. É possível que Neemias tenha ajudado Esdras a escrever esse livro. A historicidade do livro de Neemias é confirmada por documentos antigos descobertos em 1903, chamados Papiros de Elefantina, que mencionavam Sambalate (2.19), Joanã (12.23), e a substituição de Neemias como governador em cerca de 410 a.C.

Propósito

Este livro foi escrito (1) como o epílogo da história pós-exílica de Judá, iniciada no livro de Esdras, e (2) para demonstrar o que Deus fez em favor do remanescente judeu através da liderança piedosa de Neemias e Esdras durante a terceira etapa da restauração pós-exílica.

Visão Panorâmica

Os caps. 1—7 narram o desempenho de Neemias como governador e como responsável pela reedificação dos muros de Jerusalém. O cap. 1 revela a profunda espiritualidade de Neemias como homem de oração. Estando a serviço do rei da Pérsia, foi informado da triste situação de Jerusalém e começou zelosamente a interceder em oração, pedindo que Deus interviesse em favor da cidade e dos seus habitantes. O cap. 2 descreve como Deus usou Artaxerxes para nomear Neemias como governador de Jerusalém, e como este chegou ali. Os caps. 3.1—7.1 revelam a liderança corajosa, sábia e decisiva de Neemias ao mobilizar Jerusalém para reconstruir seus muros, e isto em apenas cinqüenta e dois dias, a despeito de forte oposição dentro e fora da cidade. A segunda metade do livro descreve (1) a restauração espiritual que teve lugar entre os habitantes de Jerusalém, liderada por Esdras, o sacerdote (8 —10), e (2) certos problemas nacionais abordados por Neemias (11—13). De muita importância para a renovação espiritual do povo, foram a leitura pública da Lei de Deus, o arrependimento do pecado e uma nova resolução do remanescente no sentido de ter em memória o seu concerto com Deus e de cumpri-lo. O último capítulo trata de reformas que Neemias iniciou durante seu segundo período de governo (cap. 13).

Características Especiais

Cinco características principais destacam-se no livro de Neemias. (1) Registra os últimos eventos da história judaica do AT, antes do período intertestamentário. (2) Fornece o contexto histórico de Malaquias, o último livro do AT, posto que Neemias e Malaquias foram contemporâneos. (3) Neemias é um excelente modelo bíblico de um líder crente no governo: um homem de sabedoria, convicção, coragem, integridade a toda prova, fé firme, compaixão pelos oprimidos, e possuidor de ricos dons de liderança e organização. Durante todos os seus anos como governador, Neemias foi

um homem justo, humilde, isento de cobiça, abnegado e que não se corrompeu pela sua posição ou poder. (4) Neemias é um dos exemplos mais notáveis do AT de um líder que ora (cf. também Daniel). Umas onze vezes, o registro descreve Neemias dirigindo-se a Deus em oração ou intercessão (e.g., 1.4-11; 2.4; 4.4, 9; 5.19; 6.9, 14; 13.14, 22, 29, 31). Foi um homem que executou tarefas que pareciam impossíveis, por causa da sua total dependência de Deus. (5) O livro

ilustra de modo claro o fato de que a oração, o sacrifício, o trabalho árduo e a tenacidade operam em conjunto na realização de uma visão dada por Deus.

O Livro de Esdras Ante o NT

Este livro registra o cumprimento de todos os passos básicos da restauração do judaísmo pós-exílico, passos estes necessários à vinda de Cristo no início da era do NT. Teve lugar a reconstrução de Jerusalém e do templo, a restauração da lei, a renovação do concerto e a devida preservação da linhagem davídica. Exteriormente, tudo estava em condição para a vinda do Messias (cf. Dn 9.25). O período retratado em Neemias termina com a esperança profética de que o Senhor

em breve viria ao seu templo (Ml 3.1). O NT começa com o cumprimento dessa expectativa e esperança pós-exílica.

  1. A personagem.
  2. Conteúdo.

 

  1. O LIVRO DE ESTER

 

           

Esboço Completo do Livro:

  1. A Providência de Deus no Provimento de uma Rainha (1.1—2.18)
  2. A Deposição de Vasti Como Rainha (1.1-22)
  3. O Banquete de Assuero (1.1-9)
  4. A Recusa de Vasti (1.10-12)
  5. A Destituição de Vasti Como Rainha (1.13-22)
  6. Ester é Escolhida Como Rainha da Pérsia (2.1-18)
  7. A Busca da Parte de Assuero (2.1-4)
  8. Ester é Preferida (2.5-11)
  9. A Escolha de Ester Como a Nova Rainha (2.12-18)
  10. A Providência de Deus no Meio de uma Trama (2.19—4.17)
  11. Mardoqueu Salva a Vida do Rei (2.19-23)
  12. A Soberba de Hamã e Sua Trama Traiçoeira (3.1-15)
  13. Mardoqueu Convence Ester a Interceder Junto ao Rei (4.1-17)

III. A Providência de Deus no Livramento do Seu Povo (5.1—9.32)

  1. O Primeiro Banquete de Ester: Um Pedido Inicial (5.1-8)
  2. A Evolução da Trama de Hamã (5.9-14)
  3. A Providência da Insônia do Rei (6.1-14)
  4. O Segundo Banquete de Ester: Denunciada a Trama de Hamã (7.1-10)
  5. O Decreto do Rei e a Vitória dos Judeus (8.1—9.16)
  6. A Instituição da Festa de Purim (9.17-32)
  7. A Providência de Deus na Elevação de Mardoqueu (10.1-3)

 

 

Autor: Desconhecido - Tema: O Cuidado Providencial de Deus - Data: 460 — 400 a.C.

Considerações Preliminares

Depois da derrota do império babilônico e sua conquista pelos persas em 539 a.C., a sede do governo dos exilados judeus passou à Pérsia. A capital, Susã, é o palco da história de Ester, durante o reinado do rei Assuero (seu nome hebraico) — também chamado Xerxes I (seu nome grego) ou Khshayarshan (seu nome persa) — que reinou em 486 — 465 a.C. O livro de Ester abarca os anos 483 — 473 a.C. do reinado de Assuero (1.3; 3.7), sabendo-se que a maioria dos eventos ocorreu em 473 a.C. Ester tornou-se rainha da Pérsia em 478 a.C. (2.16). Cronologicamente, o episódio de Ester na Pérsia ocorre entre os caps. 6 e 7 do livro de Esdras, i.e., entre o primeiro retorno dos exilados judeus de Babilônia e da Pérsia, para Jerusalém em 538 a.C., chefiados por Zorobabel (Esdras 1– 6), e o segundo retorno chefiado por Esdras em 457 a.C.

(Ed 7—10) (ver a introdução a Esdras). Embora o livro de Ester venha depois de Neemias em nosso AT, seus eventos realmente ocorreram trinta anos antes da volta de Neemias a Jerusalém (444 a.C.) para reconstruir seus muros (ver a introdução a Neemias). Enquanto os livros pós-exílicos de Esdras e Neemias tratam de fatos do remanescente judaico que retornara a Jerusalém, Ester registra um acontecimento de vital importância ocorrido entre os judeus que se encontravam na Pérsia. A importância da rainha Ester vê-se, não somente no fato de ela salvar o seu povo da destruição, mas também por conseguir para esse povo, segurança e respeito num país estrangeiro (cf. 8.17; 10.3). Esse ato providencial tornou possível o cargo de Neemias na corte do rei, por décadas seguidas, e sua escolha para reconstruir os muros de Jerusalém. Se Ester e os judeus (inclusive Neemias) tivessem perecido na Pérsia, o remanescente em crise em Jerusalém talvez nunca tivesse reconstruído a sua cidade. O resultado da história judaica pós-exílica certamente teria sido outro muito diferente.

Embora não se conheça o autor do livro de Ester, as evidências internas do livro revelam que ele conhecia pessoalmente os costumes persas, o palácio de Susã e pormenores da pessoa do rei Assuero. Isso indica que o autor provavelmente morava na Pérsia durante o período descrito no livro. Além disso, o apreço do autor pelos judeus, bem como seu conhecimento dos costumes judaicos sugerem que ele era judeu.

Propósito

O livro tem um propósito duplo. (1) Foi escrito para demonstrar a proteção e livramento de extermínio iminente do povo judeu, mediante a intervenção de Deus através da rainha Ester. Embora o nome de Deus não seja mencionado especificamente, a evidência é patente da sua providência no decurso de todo o livro. (2) Foi escrito, também, para prover um registro e contexto histórico da festa judaica de Purim (3.6,7; 9.26-28) e, assim, manter viva para gerações futuras, a lembrança desse grande livramento do povo judeu na Pérsia (cf. a festa da Páscoa e o grande livramento dos israelitas da escravidão no Egito).

Visão Panorâmica

O livro de Ester enseja um estudo do caráter de cinco personagens principais do referido livro. (1) o rei persa, Assuero; (2) seu primeiro ministro, Hamã; (3) Vasti, a rainha que antecedeu Ester; (4) Ester, a formosa moça judia que tornou-se rainha; e (5) Mardoqueu, o íntegro primo de Ester que a adotou como filha e cuidou dela na mocidade. Ester, naturalmente, é a heroína da história; Hamã é o vilão; e Mardoqueu é o herói que, como alvo principal do desprezo de Hamã, é vindicado e

exaltado no fim. A figura principal nos eventos do livro é Mardoqueu, pois ele influenciou a rainha Ester e lhe deu conselhos retos. A providência de Deus está presente em todas as partes do livro. É vista, primeiramente, na escolha

de uma virgem judia chamada Hadassa (hebraico) ou Ester (persa e grego), para ser rainha da Pérsia, numa hora crítica da história dos judeus (1—2; 4.4). A providência de Deus é novamente evidente quando Mardoqueu, primo de Ester, que a criara como filha (2.7), foi informado de uma trama para assassinar o rei, denunciou-a, salvou a vida do rei, e seu ato foi registrado nas crônicas do rei (2.19-34). Isso, o rei descobriu providencialmente no momento certo, durante uma noite de

insônia (6.1-14). O ódio que Hamã alimentava por Mardoqueu estendeu-se a todos os judeus. Urdiu um horrendo complô e, usando de fraudulência, persuadiu Assuero a promulgar um decreto para exterminar todos os judeus no dia 13 do mês adar (3.13). Mardoqueu persuadiu Ester a interceder junto ao rei a favor dos judeus. Depois de um jejum levado a efeito por todos os judeus de Susã, de três dias de duração, Ester arriscou a sua vida ao aproximar-se do trono real sem ter sido convocada (cap. 4); obteve o favor do rei (5.1-4) e denunciou o funesto complô de Hamã. A seguir, o rei mandou enforcar Hamã na forca que este preparara para Mardoqueu (7.1-10). Um segundo decreto do rei possibilitou aos judeus triunfarem sobre os seus inimigos (8.1—9.16). Essa ocasião motivou uma grande celebração e deu origem à festa anual de Purim (9.17-32). O livro termina com um relato da fama de Mardoqueu (10.1-3).

Características Especiais

Cinco características assinalam o livro de Ester. (1) É um dos dois livros na Bíblia que levam o nome de uma mulher, sendo Rute o outro. (2) O livro começa e termina com uma festa, e menciona um total de dez festas ou banquetes no decurso das quais se desenrola boa parte do drama do livro. (3) O livro de Ester é o último dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia hebraica, chamados Hagiographa (“Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos é lido publicamente em uma das grandes festas judaicas. Este aqui é lido na festa de Purim, em 14-15 de Adar, que comemora o grande livramento do povo judeu na Pérsia, durante o reinado de Ester. (4) Embora o livro mencione um jejum de três dias de duração, não há qualquer referência explícita a Deus, à adoração, ou à oração (aspecto este que tem levado alguns críticos a, insensatamente questionarem o valor espiritual do livro). (5) Embora o nome de Deus não apareça através do livro de Ester, sua providência é patente em toda parte do mesmo (e.g., 2.7,17,22; 4.14; 4.16—5.2; 6.1,3-10; 9.1). Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de Deus ao preservar o povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos.

O Livro de Ester e o NT

Não há referência ou alusão a este livro no NT. Todavia, o ódio de Hamã aos judeus e seu complô visando o extermínio de todos os judeus do império persa (cap. 3; 7.4) é uma prefiguração no AT, do Anticristo do NT, que procurará destruir todos os judeus e também os cristãos no final da história (ver o livro de Apocalipse).

  1. Sua posição no cânon judaico.
  2. Autoria.
  3. Conteúdo.
  4. O nome de Deus.

 

CONCLUSÃO

 

Há nesses livros, e nos demais estudados na lição passada, profecias, poesias e normas para a vida. São classificados como históricos porque a estrutura deles é de um relato detalhado de acontecimentos e conjunturas. Nessas narrativas, aprendemos com os erros e acertos dos personagens do Antigo Testamento. Em Crônicas o Senhor Jesus, como nos livros de Samuel e Reis, é o nosso Rei; em Esdras e Neemias, nosso Restaurador e em Ester, nosso Socorro.(fonte pazdosenhor.org./mauricioberwald.comunidades.net