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Os Profetas Menores
Os Profetas Menores

                                     Os Profetas Menores 

 

 INTRODUÇÃO

Os Profetas Menores, no nosso Antigo Testamento, estão na mesma seqüência do cânon judaico: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros desses profetas receberam o nome de seus respectivos autores, cujos ministérios abrangem o tempo que vai de 800 a 435 a.C.

 

  1. OS PRIMEIROS PROFETAS LITERÁRIOS
  2. Jonas. Veja diferença entre Jonas e Paulo na obra missionária

 

Jonas Sendo Vomitado

 

Esboço

  1. Primeira Chamada de Deus a Jonas (1.1—2.10)
  2. Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (1.1-2)
  3. Desobediência de Jonas (1.3)
  4. Conseqüências da Desobediência de Jonas (1.4-17)
  5. Para os Outros (1.4-11)
  6. Para Si Mesmo (1.12-17)
  7. A Oração de Jonas no Meio da Calamidade (2.1-9)
  8. O Livramento de Jonas (2.10)
  9. Segunda Chamada de Deus a Jonas (3.1—4.11)
  10. A Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (3.1,2)
  11. A Missão Obediente de Jonas (3.3,4)
  12. Resultados da Obediência de Jonas (3.5-10)

1.Os Ninivitas Arrependem-se (3.5-9)

2.Os Ninivitas Poupados do Juízo Divino (3.10)

  1. A Queixa de Jonas (4.1-3)
  2. A Repreensão e a Lição de Jonas (4.4-11)

Autor: Jonas    Tema: A Magnitude da Misericórdia Salvífica de Deus    Data:  Cerca de 760 a.C.

Considerações Preliminares

Jonas, cujo nome significa “pombo”, é-nos apresentado como o filho de Amitai (1.1). É mencionado em 2 Rs 14.25 como: (1) um profeta de Israel, o Reino do Norte, durante o reinado de Jeroboão II (793—753 a. C.); e (2) como um cidadão de Gate-Efer, que distava uns 4 km ao norte de Nazaré, na Galiléia. Os fariseus, pois, estavam enganados quando alegaram que nenhum profeta jamais surgira da Galiléia (Jo 7.52). O ministério de Jonas teve lugar pouco depois do de Eliseu (cf. 2 Rs 13.14-19), coincidiu parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi seguido pelo de Oséias (cf. Os 1.1). Embora o livro não declare o nome do autor, seguramente foi o próprio Jonas quem o escreveu.O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assírios: (1) Adade-Nirari III (810—783 a.C.), cujo governo foi marcado por uma tendência para o monoteísmo, ou (2) Assurda III (733—755 a.C.), em cuja administração houve duas grandes pragas (765 e 759 a.C.) e um eclipse do sol (763 a.C.). Estas ocorrências podem ter sido interpretadas como sinais do juízo divino, preparando a capital da Assíria à mensagem de Jonas. Nínive ficava cerca de 800 km a nordeste da Galiléia.

 

Propósito

Depreende-se neste livro um tríplice propósito: (1) demonstrar a Israel e às nações a magnitude e a ampliação da misericórdia divina, e a atividade de Deus através da pregação do arrependimento; (2) demonstrar, através da experiência de Jonas, até que ponto Israel decaíra de sua vocação missionária original, de ser luz e redenção aos que habitam nas trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6); e (3) lembrar ao Israel apóstata que Deus, em seu amor e misericórdia, enviara à nação, não um único profeta, mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua mensagem de arrependimento a fim de evitar o castigo que o pecado fatalmente acarretaria. Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe oferecia para que se arrependesse de suas iniqüidades, e recebesse os frutos da misericórdia.

 

Visão Panorâmica

O livro de Jonas conta a história da chamada do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao mandado divino. O cap. 1 descreve a desobediência inicial de Jonas, e o castigo divino subseqüente. Ao invés de rumar para nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio que velejava para o oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante possível da

direção apontada por Deus. O profeta, porém, não demorou a sentir o peso da impugnação divina: uma violenta tempestade no mar Mediterrâneo, que o levou a revelar-se aos marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá-lo ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um grande peixe” para salvar-lhe a vida. O cap. 2 revela a oração que Jonas fez em seu cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter-lhe poupado a vida, e promete obedecer à sua chamada. Então é vomitado pelo peixe em terra seca. O cap. 3 registra a segunda oportunidade que Jonas recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituais mais notáveis da história, o rei conclama a todos ao jejum e à oração. E, assim, o juízo divino não recai sobre eles. O cap. 4 contém o ressentimento do profeta contra Deus, por ter o Senhor poupado a cidade inimiga de Israel. Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento oriental, Deus ensina ao profeta contrariado, que Ele se deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não apenas de Israel e Judá.

 

Características Especiais

Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Jonas. (1) É um dos dois únicos livros proféticos do AT escritos por um profeta nascido e criado no Reino do Norte (Oséias é o outro). (2) É uma obra-prima de narrativa concisa, em prosa; somente a oração em ação de graças está em forma poética (2.2-9). (3) Está repleto da atividade sobrenatural de Deus. Além da cronometrada e providencial tempestade e do grande peixe, há a aboboreira, o verme, o vento oriental e a maior maravilha de todas: o arrependimento de toda a cidade de Nínive. (4) Contém, de forma mais clara que em qualquer outro livro do AT, a mensagem de que a graça salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os judeus.

O Livro de Jonas ante o NT

Jesus assemelhou-se a Jonas: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas, pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de

Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas” (Mt 12.39-41).

Fidedignidade Histórica

Os teólogos liberais e os incrédulos consideram este livro uma ficção proveniente do período que vai do século V ao III a.C., escrita para combater o estreito nacionalismo do judaísmo pós-exílico. Segundo tal opinião, o livro de Jonas não representa eventos históricos reais. O AT, no entanto, menciona Jonas noutro trecho como um profeta acreditado no século VII a.C. (2 Rs 14.25). No

NT, o próprio Jesus refere-se a Jonas: (1) como o sinal profético mais importante do AT quanto aos seus três dias no túmulo, e posterior ressurreição (Mt 12.39,40; Lc 11.29); (2) como o profeta que, historicamente, pregou o arrependimento aos ninivitas (Mt 12.41; Lc 11.30-32); e (3) como quem é parte tão real da história do AT quanto Salomão, e a visita que este recebeu da rainha de

Sabá (Mt 12.42; Lc 11.31). Jesus considerava este livro fidedignamente histórico. Considerar o livro de Jonas sob outro prisma, é ter a Bíblia como falível, e, conseqüentemente, o Salvador também será tido como falível.

 

  1. Joel.

 

Cachoeira do ESPÍRITO

 

Esboço

Introdução (1.1)

  1. A Calamidade Atual de Judá (1.2-20)
  2. Uma Praga Devastadora de Gafanhotos (1.2-12)
  3. A Chamada ao Arrependimento Nacional (1.13,14)
  4. A Situação Desesperadora de Judá (1.15-20)
  5. A Iminência de um Juízo Ainda Maior (2.1-17)
  6. Um Exército Ameaçador Preparado para Marchar contra Judá (2.1-11)
  7. A Chamada ao Arrependimento Nacional (2.12-17)

III. O Futuro Dia do Senhor (2.18—3.21)

  1. Promessa da Restauração (2.18-27)
  2. Promessa do Derramamento do Espírito Santo (2.28-32)
  3. Promessa do Juízo e da Salvação (3.1-21)
  4. Para as Nações (3.1-15)
  5. Para Sião (3.16-21)

Autor: Joel  Tema:  O Grande e Terrível Dia do Senhor   Data:  835-830 a.C. (?)

Considerações Preliminares

Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, identifica-se como “filho de Petuel” (1.1). Suas numerosas referências a Sião e ao ministério do templo indicam que ele era profeta em Judá e Jerusalém, e sua familiaridade com os sacerdotes sugere ter sido ele um profeta “sacerdotal” (cf. Jr 28.1.5) que proclamou a verdadeira palavra do Senhor. Levando-se em conta que Joel não menciona nenhum rei, ou evento histórico, não se pode determinar o período de seu ministério. Acredita-se que tenha sido exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e reedificado o templo (c. de 510 - 400 a.C.). Nesta época, não havia rei em Judá, e os líderes espirituais de maior destaque eram os sacerdotes. Acredita-se ainda que a

mensagem de Joel haja sido entregue durante os primeiros dias do jovem rei Joás (835—830 a.C.), que subiu ao trono de Judá com a idade de sete anos (2 Rs 11.21), e permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a ausência de qualquer referência à realeza. O tema de Joel e seu estilo literário identificam-se mais com os profetas do século VIII a.C. — Amós, Miquéias e Isaías, do que com os profetas pós-exílicos — Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes e outros fatos favorecem o contexto do século IX a.C. para o livro de Joel.

A ocasião imediata para o livro foi uma invasão de gafanhotos e uma seca severa que, combinadas,

devastaram o Reino de Judá. A voracidade com que uma praga de gafanhotos desnuda todo o verde, em muitos quilômetros quadrados, acha-se mais que patente naquela parte do mundo, tanto nos tempos de Joel quanto hoje.

Propósito

Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da iminência de uma invasão militar estrangeira. Seu propósito era tríplice:(1) juntar o povo diante do Senhor numa grande assembléia solene (1.14; 2.15,16); (2) exortar o povo a arrepender-se e a voltar-se humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro, pesar e clamor por sua misericórdia (2.12-17); e (3) registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero arrependimento (2.18—3.21).

Visão Panorâmica

O conteúdo do livro divide-se em três seções. (1) A primeira seção (1.2-20) descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos, que arrancou as folhagens das vinhas, árvores e campos (1.7,10), reduzindo o povo a indescritível penúria. Em meio à calamidade, o profeta conclama os líderes espirituais de Judá a guiar a nação ao arrependimento (1.13,14). (2) A segunda seção (2.1-17) registra a iminência de um juízo divino ainda maior, proveniente do Norte (1.1-11), na forma de (a) outra praga de gafanhotos descrita metaforicamente como um exército de destruidores, ou (b) uma invasão militar literal. De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em Sião (2.1,15), conclamando grande assembléia solene para que os sacerdotes e todo o povo busquem sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do Senhor (2.12, 17). (3) A seção final (2.18—3.21) começa declarando a misericórdia de Deus em face do arrependimento sincero do povo (os verbos hebraicos de

2.18,19a indicam ação completada, e devem ser traduzidos no tempo passado). O humilde arrependimento de Judá e a grande misericórdia de Deus dão ocasião às profecias de Joel a respeito do futuro, abrangendo a restauração (21.19b-27), o derramamento do Espírito Santo sobre toda a humanidade (2.28-31) e o juízo e a salvação no final dos tempos (3.1-21).

Características Especiais

Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Joel. (1) É uma das obras literárias mais esmeradas do AT. (2) Contém a profecia mais profunda no AT a respeito do derramamento do Espírito Santo sobre toda a humanidade. (3) Registra numerosas calamidades nacionais — pragas de gafanhotos, seca, fome, incêndios arrasadores, invasões militares, desastres nos céus — como juízos divinos em decorrência da desintegração espiritual e moral do povo de Deus. (4) Enfatiza que Deus, às vezes, opera sobrenaturalmente na história através de calamidades naturais e conflitos militares a fim de levar a efeito o arrependimento, o avivamento e a redenção da humanidade. (5) Oferece o exemplo de um pregador que, em virtude de sua estreita comunhão com Deus e estatura espiritual, conclama o povo de Deus a arrepender-se de modo decisivo, em âmbito nacional, numa hora crítica de sua história, e consegue resultados positivos.

O Livro de Joel ante o NT

Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do NT. (1) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de o Espírito Santo ter sido enviado do céu sobre os 120 membros fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas, da profecia e do louvor a Deus (At 2.4,6-8,11,17,18). (2) Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel (2.32a; 3.14; ver At 2.2, 37-41). Paulo também cita o mesmo versículo (ver Rm 10.13). (3) Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreriam no final dos tempos (2.30,31), não somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20), mas também referidos por Jesus (e.g., Mt 24.29) e por João em Patmos (Ap 6.12-14). (4) Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá (3.2, 12-14), é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 20.7-9). Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no NT. Os dons do Espírito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos crentes (cf. 1 Co 12.1—14.40). Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do Espírito Santo (i.e., a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias, 2.23-27) e os versículos que se seguem (i.e., os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, 2.30-32) indicam que a profecia sobre o derramamento do Espírito Santo (2.28,29) inclui não

somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.

 

 

  1. OS PROFETAS CONTEMPORÂNEOS
  2. Oséias. a) Vida pessoal de Oséias. b) Conteúdo do livro.   

 

 

 

 

 

 

Esboço

Título (1.1)

  1. O Casamento de Oséias Ilustra a Infidelidade de Israel, e

a Rejeição e Restauração da 

Nação (1.2—3.5)

  1. O Casamento com Gomer (1.2)
  2. O Nascimento dos Três Filhos (1.3-9)
  3. Profecia da Restauração (1.10—2.1)
  4. Gômer Como Símbolo de Israel (2.2-23)
  5. O Adultério de Israel (2.2-5)
  6. O Juízo Divino (2.6-13)
  7. Deus Promete a Restauração de Israel (2.14-23)
  8. A Redenção de Gomer (3.1-5)
  9. A Mensagem de Oséias Descreve a Infidelidade, Rejeição e

Restauração de Israel

(4.1—14.9)

  1. O Adultério Espiritual de Israel (4.1-19)
  2. O Juízo Divino Sobre Israel (5.1-14)
  3. O Arrependimento Insincero de Israel (5.15—6.3)
  4. O Registro dos Pecados de Israel (6.4—8.6)
  5. Violação do Concerto (6.4-10)
  6. Recusa em Confiar em Deus, e Obedecê-lo (6.11—7.16)
  7. Servir a Falsos Deuses (8.1-6)
  8. A Predição do Juízo de Israel (8.7—10.15)
  9. Será Devorada pelas Nações (8.7-14)
  10. A Prosperidade Evaporará (9.1-9)
  11. A Madre se Tornará Estéril (9.10-17)
  12. A Nação Será Destruída (10.1-15)
  13. O Amor Persistente de Deus por Israel (11.1-11)
  14. Repetição dos Pecados de Israel (11.12—12.14)
  15. O Cuidado Passado de Deus e Sua Ira Presente (13.1-16)
  16. A Idolatria de Israel (13.1-3)
  17. O Cuidado Divino no Êxodo (13.4-6)
  18. O Plano Divino em Destruir Israel (13.7-13)
  19. O Plano Divino para a Restauração Final de Israel (13.14)
  20. Insistência na Destruição Iminente de Israel (13.15,16)
  21. Deus Promete Restaurar Israel (14.1-9)
  22. A Chamada ao Arrependimento (14.1-3)
  23. A Promessa de Bênçãos Abundantes (14.4-9)

Autor: Oséias Tema: O Julgamento Divino e o Amor Redentor de Deus   Data: 715-710 a.C.

Considerações Preliminares

Oséias, cujo nome significa “salvação”, é identificado como filho de Beeri (1.1). Nada mais se sabe do profeta, a não ser os lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que profetizou à sua nação, fica patente: (1) em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”, as duas principais designações do Reino do Norte; (2) na sua referência ao Rei de Israel, em Samaria, como “nosso rei” (7.5); e (3) em sua intensa preocupação com a corrupção espiritual, moral, política e social de Israel. O ministério de Oséias, ao Reino do Norte, seguiu-se logo depois ao ministério de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são os únicos profetas do AT, cujos livros foram dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando-lhe a destruição iminente.Oséias foi vocacionado por Deus a profetizar ao Reino de Israel, que desmoronava espiritual e moralmente, durante os últimos quarenta anos de sua existência, assim como Jeremias seria chamado a fazer o mesmo em Judá. Quando Oséias iniciou o seu ministério, durante os últimos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma temporária prosperidade econômica e de paz política, que acabariam por produzir um falso senso de segurança. Logo após a morte de Jeroboão II (753 a.C.), porém, a nação começa a deteriorar-se, e caminha velozmente à destruição em 722 a.C. Passados quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais quinze anos, Samaria seria incendiada, e os israelitas, deportados à Assíria e, posteriormente, dispersados entre as nações. O casamento trágico de Oséias, e sua palavra profética, harmonizavam-se com a mensagem de Deus a Israel durante esses anos caóticos.Deus ordenou a Oséias que tomasse “uma mulher de prostituições” (1.2) a fim de ilustrar a infidelidade espiritual de Israel. Embora há os que interpretem o casamento do profeta como alegoria, os eruditos conservadores consideram-no literal. Parece improvável, porém, que Deus instruísse seu piedoso servo a casar-se com uma mulher de má fama para exemplificar sua mensagem a Israel. Parece mais provável que Oséias haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e que ela haja se tornado meretriz posteriormente. Sendo assim, a ordem para se tomar “uma mulher de prostituições” era uma previsão profética do que estava prestes a acontecer.O contexto histórico do ministério de Oséias é situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro reis de Judá (Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias; ver 1.1) — i.e., entre 755 e 715 a.C. As datas revelam que o profeta não somente era um contemporâneo mais jovem de Amós, como também de Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa parte de seu ministério mediante uma referência a quatro reis em Judá, e não aos breves reinados dos últimos seis reis de Israel, pode indicar ter ele fugido do Reino do Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.). Ali, compilou suas profecias no livro que lhe leva o nome.

Propósito

A profecia de Oséias foi a última tentativa de Deus em levar Israel a arrepender-se de sua idolatria e iniqüidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de revelar: (1) que Deus conserva seu amor ao seu povo segundo o concerto, e deseja intensamente redimi-lo de sua iniqüidade; e (2) que conseqüências trágicas se seguem quando o povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar-lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de Oséias é registrada como ilustração da infidelidade de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer comete prostituição física; Israel, prostituição espiritual.

Visão Panorâmica

Os capítulos 1—3 descrevem o casamento entre Oséias e Gomer. Os nomes dos três filhos são sinais proféticos a Israel: Jezreel (“Deus espalha”), Lo-Ruama (“Não compadecida”) e Lo-Ami (“Não meu povo”). O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera simboliza o amor inabalável de Deus por Israel. Os capítulos 4—14 contêm uma série de profecias que mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel e a da esposa de Oséias. Quando Gomer abandona Oséias, e vai à procura de outros amantes (cap. 1), está representando o papel de Israel ao desviar-se de Deus (4—7). A

degradação de Gomer (cap. 2) representa a vergonha e o juízo de Israel (8—10). Ao resgatar Gomer do mercado de escravos (cap. 3), Oséias demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no futuro (11—14). O livro enfatiza este fato: por ter Israel desprezado o amor de Deus e sua chamada ao arrependimento, o juízo já não poderá ser adiado.

Características Especiais

Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias. (1) Ocupa o primeiro lugar na seção do AT chamada “O Livro dos Doze”, também conhecida como os “Profetas Menores”, por causa de sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e Ezequiel. (2) Oséias é um dos dois únicos profetas do Reino do Norte a terem um livro profético no AT (o outro é Jonas). (3) À semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética. (4) Contém cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que mais da metade deles relaciona-se à idolatria. (5) Mais do que qualquer outro profeta do AT, Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e fiel em seu amor para com eles. (6) Não há ordem visível entre suas profecias (4—14). É difícil distinguir onde uma profecia termina e outra começa. (7) Elas acham-se repletas de vívidas figuras de linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural.

O Livro de Oséias ante o NT

Diversos versículos de Oséias são citados no NT: (1) o Filho de Deus é chamado do Egito (11.1; cf. Mt 2.15); (2) a vitória de Cristo sobre a morte (13.14; cf. 1 Co 15.55); (3) Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (6.6; cf. Mt 9.13; 12.7; e (4) os gentios que não eram o povo de Deus, passam a ser seu povo (1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26; 1 Pe 1.10). Além dos trechos específicos, o NT expande o tema do livro — Deus como o marido do seu povo — e diz que

Cristo é o marido de sua noiva redimida, a igreja (ver 1 Co 11.2; Ef 5.22-32; Ap 19.6-9; 21.1-2, 9-10). Oséias enfatiza a mensagem do NT a respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Rm 6.23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.

 

  1. Amós.

 

Fogo

 

 

 

Gafanhoto

 

Esboço

Introdução (1.1-2)

  1. Oito Oráculos de Julgamentos às Nações (1.3—2.16)
  2. Damasco (1.3-5)
  3. Gaza (Filístia) (1.6-8)
  4. Tiro (Fenícia) (1.9,10)
  5. Edom (1.11,12)
  6. Amom (1.13-15)
  7. Moabe (2.1-3)
  8. Judá (2.4,5)
  9. Israel (2.6-16)
  10. Três Mensagens Proféticas a Israel (3.1—6.14)
  11. O Pecado de Israel Torna-o Réu do Juízo Vindouro (3.1-15)
  12. A Corrupção de Israel Está em Todos os Níveis (4.1-13)
  13. O Justo Castigo de Israel Será a Destruição e o Exílio (5.1—6.14)
  14. O Cântico da Morte (5.1-3)
  15. Israel Recusa-se a Buscar ao Senhor (5.4-17)
  16. A Religião Pervertida de Israel (5.18-27)
  17. Repreensão e Ais contra Israel (6.1-14)

III. Cinco Visões da Retribuição Vindoura pelo Pecado (7.1—9.10)

  1. Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
  2. Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
  3. Visão do Prumo (7.7-9)
  4. Parêntese Histórico: Amazias e Seu Castigo (7.10-17)
  5. Visão de um Cesto de Frutos de Verão (8.1-14)
  6. Visão do Senhor Julgando (9.1-10)

Epílogo:    Restauração Futura de Israel (9.11-15)

Autor: Amós Tema: Justiça, Retidão e Retribuição Divina pelo Pecado Data: Cerca de 760-755 a.C.

Considerações Preliminares

O profeta Amós exerceu o seu ministério em Israel no século VIII a.C., e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela quatro fatos importantes a respeito de si mesmo em 1.1: (1) Era boieiro e cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá, situada a cerca de 20 km ao sul de Jerusalém (ver 7.14). (2) Ele “via” suas mensagens (i.e., tinha visões proféticas; cf. 7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte. Embora fosse leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de ser chamado por Deus para profetizar à rebelde Israel (cf. 7.14,15). Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos”. (3) O ministério de Amós, em Israel, foi desempenhado durante o reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Samaria. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 — 753 a.C. O mais provável é que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. (4) Ele profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A arqueologia apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um terremoto de grandes proporções, nesse período, em várias localidades de Israel, inclusive Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao mesmo terremoto (Zc 14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da catástrofe. A referência ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o considerava uma confirmação da sua mensagem e ministério proféticos em Israel (cf. 9.1).Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão territorial, à paz política e à prosperidade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria encontrava-se em voga. A sociedade esbanjava-se à procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade grassavam. O sistema judiciário corrompia-se cada vez mais, e a opressão aos pobres tornara-se lugar-comum. Obedecendo à vocação do Deus de Israel, Amós proclama

corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, retidão e retribuição divina. Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.

Propósito

A prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua mensagem. Seu propósito era: (1) entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de suas advertências proféticas; e (2) disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo da certeza do iminente juízo divino contra Israel e as nações em derredor, a não ser que estas se arrependessem de sua idolatria, imoralidade e injustiça. A destruição de Israel ocorreria três décadas mais tarde.

Visão Panorâmica

O livro de Amós divide-se, de modo natural, em três seções. (1) Na primeira (1.3—2.16), o profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazeirosamente o castigo desses povos (1.3—2.5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e a punição que lhe estava reservada (2.6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exílio da nação israelita. (2) A segunda seção (3.1—6.14) registra três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós”

(3.2). A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá, e bebamos” (4.1). Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de Deus requeria (4.2,3). Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores. A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles. (3) A última seção (7.1—9.10) registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (8.1-14). A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (9.1-10). O livro termina, com breve, porém poderosa promessa de restauração ao remanescente (9.11-15).

Características Especiais

Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Amós. (1) É, primariamente, um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus. Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo. (2) Ilustra vividamente quão abominável é para Deus a religião quando divorciada de uma conduta reta. (3) É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17), que se tornaria uma cena clássica na profecia hebraica. (4) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a Deus e aos seus justos padrões para com o povo do concerto. (5) Demonstra a disposição de Deus em usar pessoas que lhe são tementes, ainda que desprovidas de credenciais formais, para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo. (6) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, entre os quais 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 7.8; 8.11; 9.13.

Cumprimento de Amós ante o NT

A mensagem de Amós é vista mais claramente nos ensinos de Jesus e na epístola de Tiago. Ambos aplicaram a mensagem do profeta, mostrando que a verdadeira adoração a Deus não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de Deus, e o tratamento justo e reto ao próximo (e.g., Mt 7.15-27; 23; Tg 2).

 

  1. Miquéias.

 

Belém

 

Esboço

  1. Juízo contra Israel e Judá (1.1—3.12)
  2. Introdução (1.1)
  3. Predição da Destruição de Samaria (1.2-7)
  4. Predição da Destruição de Judá (1.8-16)
  5. Pecados Específicos do Povo de Deus Que Requerem Castigo (2.1-11)
  6. Cobiça e Orgulho (2.1-5)
  7. Falsos Profetas (2.6-11)
  8. Primeiro Vislumbre do Livramento Prometido (2.12,13)
  9. Pecados Específicos dos Líderes do Povo de Deus (3.1-12)
  10. Injustiça e Opressão (3.1-4)
  11. Falsa Profecia (3.5-7)
  12. Miquéias, Um Profeta Verdadeiro (3.8)
  13. Resumo dos Pecados dos Líderes (3.9-12)
  14. Mensagem Profética de Esperança (4.1—5.15)
  15. A Promessa do Reino Vindouro (4.1-5)
  16. Derrota dos Inimigos de Israel (4.9-13)
  17. O Rei Que Virá de Belém (5.1- 8)
  18. A Natureza do Novo Reino (5.6-15)

III. O Litígio de Deus contra Israel e Sua Misericórdia Final (6.1—7.20).

  1. O pleito de Deus contra Seu Povo (6.1-8)
  2. A Culpa de Israel e o Castigo Divino (6.9-16)
  3. O Lamento Doloroso do Profeta (7.1-6)
  4. A Esperança Pessoal do Profeta (7.7)
  5. Israel Será Reestabelecido (7.8-13)
  6. As Bênçãos Finais de Deus para Seu Povo (7.14-20)

Autor:  Miquéias Tema: Juízo e Salvação Messiânica  Data: Cerca de 740—710 a.C.

Considerações Preliminares

O profeta Miquéias era originário da pequena cidade de Moresete-Gate (1.14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de Jerusalém. À semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de família humilde. Se Isaías, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e observava o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os governantes

corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a idolatria. E advertiu sobre as severas conseqüências de o povo e os líderes persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital, Samaria

(1.6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (1.9-16; 3.9-12). O ministério de Miquéias foi exercido durante os reinados de três reis de Judá: Jotão (751—736 a.C.), Acaz (736—716 a.C.) e Ezequias (715—687 a.C.). Algumas de suas profecias foram proferidas no tempo de Ezequias (cf. Jr 26.18), porém a maioria delas reflete a condição de Judá durante os reinados de Jotão e de Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há dúvida de que o seu ministério, juntamente com o de Isaías, ajudou a promover o avivamento e as reformas dirigidas pelo justo rei Ezequias.

Propósito

Miquéias escreveu a fim de advertir a sua nação a respeito da certeza do juízo divino, para especificar os pecados que provocavam a ira de Deus, e para resumir a palavra profética dirigida a Samaria e a Jerusalém (1.1). Predisse, com exatidão, a queda de Israel; profetizou que destruição semelhante seria sofrida por Judá e Jerusalém em conseqüência de seus pecados e flagrante rebeldia. Este livro, portanto, preserva a grave mensagem de Miquéias às últimas gerações de Judá antes de os babilônios invadirem a nação. Além disso, faz uma contribuição importante à revelação total do Messias vindouro.

Visão Panorâmica

O livro de Miquéias consiste numa mensagem de três partes: (1) recrimina Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém) pelos seus pecados específicos que incluem a idolatria, o orgulho, a opressão aos pobres, os subornos entre os líderes, a cobiça e a avareza, a imoralidade e a religião vazia e hipócrita; (2) adverte que o castigo divino está para vir em decorrência de tais pecados; e (3)

promete que a verdadeira paz, retidão e justiça, prevalecerão quando o Messias estiver reinando. Igual atenção é dedicada aos três temas do livro.Visto por outro prisma, os capítulos 1—3 registram a denúncia que o Senhor faz dos pecados de Israel e de Judá, e de seus respectivos líderes, e a iminente ruína destas nações e suas respectivas capitais. Os capítulos 4—5 oferecem esperança e consolo ao remanescente no tocante aos dias futuros, em que a Casa de Deus será estabelecida em paz e retidão, e a idolatria e a opressão serão expurgadas da terra. Os capítulos 6—7 descrevem a queixa de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal. Deus apresenta a sua causa contra Israel. Em seguida, Israel confessa a sua culpa, e logo há uma oração e promessa em favor dos filhos de Abraão. Miquéias encerra o livro, com um jogo de palavras baseado no significado do seu próprio nome: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?” (7.18). Resposta: Somente Ele é misericordioso, e pode dar o veredito final: “Perdoado” (7.18-20).

Características Especiais

Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Miquéias. (1) Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos camponeses humildes explorados pelos ricos arrogantes (cf. 6.6-8; cf Tg 1.27). Em seguida, Miquéias pronuncia sua exortação mais grave e memorável acerca das exigências divinas a Israel: “que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus” (6.8).

(2) Parte da linguagem de Miquéias é austera e direta; noutras ocasiões, é eloqüentemente poética com o complexo uso de jogos de palavras (e.g., 1.10-15). (3) Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21), Miquéias expressa nítida consciência de sua chamada e unção proféticas: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (3.8). (4) O livro traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia sobre a misericórdia de Deus e a sua graça perdoadora (7.18-20). (5) O livro contém três importantes profecias citadas noutras partes da Bíblia: uma que salvou a vida de Jeremias (3.12; cf. Jr 26.18), outra que diz respeito ao local onde o Messias haveria de nascer (5.2; cf. Mt 2.5,6), e ainda uma outra usada pelo próprio Jesus (7.6; cf. Mt 10.35,36).

O Livro de Miquéias ante o NT

Assim como outros profetas do AT, Miquéias olhou para além do castigo de Deus a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e seu reino justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miquéias profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2). Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de Herodes concernente ao

lugar onde o Messias nasceu. Miquéias revelou, também, que o reino messiânico seria de paz (5.5; cf. Ef 2.14-18), e que o Messias pastorearia o seu povo com justiça (5.4; cf. Jo 10.1-16; Hb 13.20). As referências freqüentes de Miquéias sobre a redenção futura, revelam que o propósito e desejo permanente de Deus para o seu povo é a salvação, e não a condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g., Jo 3.16).

 

 

III. OBADIAS E NAUM

  1. Obadias.

 

Templo em Jerusalém

Esboço

  1. O Juízo de Edom (1-14)
  2. A Destruição Que Virá sobre Edom (1-4)
  3. A Devastação Será Completa (5-9)
  4. Motivo: A Alegria de Edom pelas Aflições de Judá (10-14)
  5. O Dia do Senhor (15-21)
  6. Julgamento de Edom e Outras Nações (15,16)
  7. O Lugar de Israel no “Dia do Senhor” (17-21)
  8. Salvação para Israel (17,18a)
  9. Destruição para Edom (18b)
  10. As Fronteiras de Israel Alargadas Como Parte do Reino de Deus (19-21)

Autor: Obadias  Tema: O Juízo de Edom  Data: Cerca de 840 a.C.

Considerações Preliminares

O autor deste breve livro é um profeta chamado Obadias. No livro, não é mencionada a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo do Senhor”. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (e.g., 1 Rs 18.3-16; 2 Cr 17.7; 34.12,13). Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do AT. Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (vv. 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente. Houve cinco invasões de monta contra a cidade santa durante os tempos do AT: (1) a de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1 Rs 14.25,26); (2) a dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (ver 2 Cr 21.16,17); (3) a do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2 Rs 14.13,14); (4) a de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2 Rs 18.13); e (5) a dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2 Rs 24;25). Acredita-se que Obadias tenha profetizado em conexão com a segunda ou quinta invasão. A destruição de Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável, porque não há nenhum indício, no livro, da destruição completa de Jerusalém ou da deportação de seus habitantes. Os profetas que se referem à destruição de Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e “estranhos” (v. 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco invasões, quando filisteus e árabes reuniram-se para pilhar a cidade. Por essa época, os edomitas, que se achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam consolidado sua liberdade (2 Cr 21.8-10). Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém, fica bem patente e compreensível. Levando-se em conta que o período do reinado de Jorão vai de 848 a 841 a.C., e que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se 840 a.C. uma data provável à composição da profecia.Parte do contexto da profecia relembra Gn 25.19-34; 27.1—28.9, i.e., a longa rivalidade entre Esaú (pai dos edomitas) e Jacó (pai dos israelitas). Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gn 33), o ódio entre seus descendentes irrompia freqüentemente em guerras no decurso da história bíblica (cf. Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm 8.14; 1 Rs 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.

Propósito

Este livro foi escrito: (1) para revelar a intensa ira de Deus contra os edomitas por terem se regozijado com o sofrimento de Judá; e (2) para entregar a palavra do juízo divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus: para os edomitas — destruição; para Israel, o povo de Deus — livramento no futuro dia do Senhor.

Visão Panorâmica

O livro de Obadias possui duas seções principais. Na primeira (vv. 1-14), Deus expressa, através do profeta, sua ardente ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e por ter-se regozijado com a derrota de Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma esperança da comutação da pena; nenhum convite lhes é feito para se arrependerem e voltarem ao Senhor. Serão exterminados para sempre! (v. 10). A segunda seção (vv. 15-21) refere-se ao dia do Senhor, quando Edom será destruído juntamente com todos os inimigos de Deus, ao passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino triunfará.

Características Especiais

Quatro aspectos básicos caracterizam a profecia de Obadias. (1) É o livro mais breve do AT. (2) É um dos três profetas vocacionados por Deus a dirigirem sua mensagem quase que, exclusivamente, a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e Naum). (3) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias 49.7-22. (4) O livro não é citado nem aludido no NT.

O Livro de Obadias ante o NT

Embora o NT não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no NT. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Rm 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança que Deus nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12).

 

  1. Naum.

 

Esboço

Título (1.1)

I.A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15)

A.Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7)

B.A Ruína Iminente de Nínive (1.8–11.14)

C.Consolo para Judá (1.12,13, 15)

II.Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)

A.Introdução (2.1,2)

B.O Combate Armado (2.3-5)

C.A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12)

D.A Voz do Senhor (2.13)

III.Razões da Queda de Nínive (3.1-19)

A.Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4)

B.A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19)

Autor:   Naum  Tema:    A Destruição Iminente de Nínive  Data:    Cerca de 630—620 a.C.

Considerações Preliminares

Este breve livro sobre a destruição de Nínive foi escrito por um profeta cujo nome significa “consolo”. Nada se sabe a respeito de Naum, a não ser que era proveniente de Elcós (1.1), cuja localização é incerta. Jerônimo acreditava que esta cidade ficava perto de Ramá, na Galiléia. Sugere-se ainda a vizinhança de Cafarnaum, e também o sul da Judéia. O mais provável é que Naum fosse profeta de Judá, pois o Reino do Norte (Israel) já fora dissolvido quando este livro foi escrito.

Naum profetizou antes da queda de Nínive em 612 a.C. Em 3.8-10, refere-se ele à queda de “Nô” ou Nô-Amom” (i.e., a cidade egípcia de Tebas) como evento passado, ocorrido em 663 a.C. A profecia de Naum, portanto, foi proferida entre 663 e 612 a.C., provavelmente por volta desta última data, durante a reforma promovida pelo rei Josias (c. 630—620 a.C.).

Os assírios eram conhecidos no mundo antigo pela extrema crueldade com que tratavam os povos subjugados. Depois de atacarem uma cidade, passavam a chacinar implacavelmente os habitantes, deportando o restante da população a outras partes do império. Muitas pessoas morriam como resultado das marchas forçadas ao exílio (cf. 3.3). Os líderes das nações conquistadas eram torturados sem misericórdia, e executados. Um século antes, Jonas fora enviado a pregar a Nínive, capital da Assíria. Por algum tempo, os assírios arrependeram-se de seus pecados, mas logo voltaram aos seus maus caminhos. Deus usara tais ímpios como instrumento de seu juízo a fim de castigar Samaria, capital de Israel, e deportar os israelitas ao exílio. Agora, aproximava-se rapidamente o dia do juízo para a própria Assíria.

Propósito

Naum teve duplo propósito. (1) Deus o usou para pronunciar a destruição iminente da ímpia e cruel Nínive. Nenhuma nação tão ímpia, como os assírios, poderia alimentar esperança quanto ao juízo divino. Ela não ficaria impune. (2) Ao mesmo tempo, Naum entrega uma mensagem de consolo ao povo de Deus. O consolo deriva-se, não do derramamento do sangue dos inimigos, mas em saber que Deus preserva a justiça no mundo, e que um dia estabelecerá o seu reino de paz.

Visão Panorâmica

O livro de Naum consiste numa série de três profecias distintas contra a Assíria, especialmente contra Nínive, sua capital. As três profecias correspondem aos três capítulos do livro. O cap. 1 contém uma descrição clara e marcante da natureza de Deus — especialmente de sua ira, justiça e poder, que tornam inevitável a condenação dos ímpios em geral, e a destruição de Nínive em particular. O cap. 2 prediz a condenação iminente de Nínive, e descreve, em linguagem vívida, como se daria o juízo divino. O cap. 3 alista, de modo breve, os pecados de Nínive, declarando que Deus é justo no seu juízo, e termina com um quadro do julgamento já executado.

Características Especiais

Três aspectos básicos caracterizam o livro de Naum. (1) É um dos três livros proféticos do AT, cuja mensagem é dirigida quase que exclusivamente a uma nação estrangeira (os outros dois são Obadias e Jonas). (2) Seu conteúdo profético e linguagem poética acham-se pontuados de metáforas descritivas, vívidos quadros verbais e linguagem franca como em nenhuma outra parte da Bíblia. (3) Há uma ausência notável de mensagens a Judá concernentes aos pecados e idolatria da nação, talvez porque o livro tenha sido escrito durante as reformas do rei Josias (2 Rs 22.8—23.5). Pelo contrário, traz palavras de esperança e consolo a Judá (e.g., 1.12,13, 15).

O Livro de Naum ante o NT

O NT não faz nenhum uso direto deste livro. A única exceção talvez seja 1.15, versículo este que o próprio Naum colheu de Is 52.7. Paulo usou a linguagem figurada de “pés formosos” para enfatizar que, assim como o mensageiro no AT foi acolhido com júbilo pelo povo de Deus ao trazer-lhe as boas novas de paz e de livramento das mãos da Assíria (1.15) e Babilônia (Is 52.7), da mesma forma os pregadores do novo concerto levam as boas novas de libertação do pecado e do poder de Satanás (Rm 10.15). Naum também reforça a mensagem do NT: Deus não permitirá que os pecadores permaneçam impunes (1.3).

 

 

  1. HABACUQUE E SOFONIAS
  2. Habacuque. a) Conteúdo. b) No Novo Testamento.

 

Jardins Suspensos Da Babilônia

 

Esboço

Introdução (1.1)

I.As Perguntas de Habacuque (1.2—2.20)

  1. Primeira Pergunta: Como Deus Pode Permitir Que a Ímpia Judá Fique sem Castigo? (1.2-4)
  2. Resposta: Deus Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
  3. Segunda Pergunta: Como Deus Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que Judá Como Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
  4. Resposta: Deus Também Julgará Babilônia (2.2-20)
  5. Introdução à Resposta (2.2,3)
  6. Pecados de Babilônia (2.4,5)
  7. Série de Cinco “Ais” contra Babilônia (2.6-19)
  8. O Senhor de Toda a Terra (2.20)

II.O Cântico de Habacuque (3.1-19)

  1. A Oração de Habacuque, Pedindo Misericórdia (3.1,2)
  2. O Poder do Senhor (3.3-7)
  3. Os Atos Salvíficos do Senhor (3.8-15)
  4. A Fé Inabalável de Habacuque (3.16-19)

Autor: Habacuque   Tema:  Viver pela Fé   Data:  Cerca de 606 a.C.

Considerações Preliminares

O autor deste livro identifica-se como “o profeta Habacuque”(1.1; 3.1). Além disso, não oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua família. Seu nome, que significa “abraço”, não aparece em nenhum outro lugar das Escrituras. A referência de Habacuque ao “cantor-mor sobre os meus instrumentos de música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço do

santo templo em Jerusalém. Ao contrário de outros profetas, Habacuque não data a sua profecia mediante referências aos reis

que foram seus contemporâneos. Mas o fato de ficar perplexo com o uso que Deus faz dos  babilônios (os “caldeus” de 1.6) como instrumento de seu juízo contra Judá, sugere um período em que Babilônia já era uma potência mundial. Portanto, a invasão de Judá era iminente (c. 608—598 a.C.). Nabucodonosor já havia derrotado os egípcios na batalha de Carquemis (605 a.C.). O Egito,

aliás, foi a última potência a se opor à expansão dos babilônios. Se a descrição do exército babilônico em 1.6-11 refere-se à marcha babilônica em direção à Carquemis, conforme interpreta-se, a data da profecia de Habacuque seria entre 606—605 a.C., durante os primeiros anos do rei Joaquim de Judá. As conseqüências da ascensão de Babilônia como potência mundial foram devastadoras à apóstata Judá (ver 2 Rs 24,25). Retornando do Egito, Nabucodonosor invadiu Judá, e levou a Babilônia um número considerável de cativos, entre os quais Daniel e seus três amigos (605 a.C.). Em 597 a.C., as forças babilônicas tornaram a invadir Jerusalém, saqueando-lhe o templo, e levando outros 10.000 cativos para Babilônia, entre os quais o profeta Ezequiel. Quando o rei Zedequias intentou livrar Judá do controle babilônico, onze anos mais tarde (586 a.C.), Nabucodonosor, enfurecido, sitiou Jerusalém, incendiou o templo, destruiu totalmente a cidade, e deportou para Babilônia a maioria dos judeus sobreviventes. É provável que Habacuque haja vivido na maior parte deste período, onde o juízo divino revelou-se contra Judá.

Propósito

Diferentemente da maioria dos outros profetas, Habacuque não profetiza à desviada Judá. Escreveu para ajudar o remanescente piedoso a compreender os caminhos de Deus no tocante à sua nação pecaminosa, e ao seu castigo iminente. Habacuque, após haver considerado o intrigante problema de os caldeus, uma nação deploravelmente ímpia, serem usados por Deus para tragar o seu povo

em juízo (1.6-13), garante aos fiéis que Deus lidará com toda a iniqüidade no tempo determinado. Entrementes, “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4), e não pelo seu entendimento. Em seguida, o profeta afiança: “exultarei no Deus da minha salvação” (3.18).

Visão Panorâmica

Os capítulos 1 e 2 registram as perguntas que Habacuque faz, em sua perplexidade, acerca dos caminhos de Deus, bem como as respostas que o Senhor lhe deu. Após ter visto tanta iniqüidade e idolatria em Judá, a primeira pergunta do profeta é: Como Deus poderia deixar seu povo rebelde escapar sem o devido castigo? Deus responde, mostrando-lhe que, dentro em breve, estaria usando

os babilônios para castigar Judá. A segunda pergunta de Habacuque segue-se imediatamente: Como Deus poderia permitir que uma nação ainda mais ímpia e cruel que Judá castigasse a esta? A isto Deus responde, garantindo ao profeta que o dia de prestação de contas também chegaria para os babilônios. No decurso de todo o livro, Habacuque expressa a sua fé na soberania de Deus e na

certeza de que Ele é justo em todos os seus caminhos. A revelação do amor divino aos justos, e de seu propósito em destruir a ímpia Babilônia, evoca um hino profético de louvor a Deus, e reafirma as promessas a respeito da salvação em Sião (cap. 3).

Características Especiais

Cinco aspectos básicos caracterizam a profecia de Habacuque. (1) Ao invés de profetizar a respeito da apóstata Judá, registra, em seu “diário” pessoal, suas conversações particulares com Deus, e a subseqüente revelação profética. (2) Contém pelo menos três formas literárias distintas entre si: “diálogo” entre o profeta e Deus (1.2—2.5); “ais proféticos” clássicos (2.6-20); e um cântico

profético (cap. 3) — todas com dicção vigorosa e com metáforas pitorescas. (3) O profeta manifesta três características em meio aos tempos adversos: faz perguntas honestas ao Senhor (cap. 1); revela fé inabalável na soberania divina (2.4; 3.18,19); e manifesta zelo pelo avivamento (3.2). (4) A visão que o profeta tem de Deus no capítulo três é uma das mais sublimes da Bíblia, e relembra a teofania no monte Sinai. Outros trechos inesquecíveis em Habacuque são: 1.5; 2.3,4,20; 3.2,17-19. (5) Nenhum profeta do AT fala com mais eloqüência a respeito da questão da fé que Habacuque — não somente na sua declaração, “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4), como também em seu testemunho pessoal (3.17-19).

O Livro de Habacuque ante o NT

A declaração de Habacuque de que o justo viverá por sua fé (2.4) é o texto-chave do AT usado por Paulo em sua teologia da justificação. O apóstolo cita o versículo em Rm 1.17 bem como em Gl 3.11 (cf. também Hb 10.37,38).

 

  1. Sofonias. “indignação” divina (3.8; Ap 16.1).

 

Esboço 

Introdução (1.1)

I.O Julgamento e o Dia do Senhor (1.2—3.8)

  1. Julgamento sobre a Terra (1.2,3)
  2. Julgamento contra o Povo de Judá (1.4-18)
  3. Descrição dos Pecados de Judá (1.4-9)
  4. Advertência a Jerusalém (1.10-13)
  5. O Grande Dia do Senhor (1.14-18)
  6. Chamada ao Arrependimento (2.1-3)
  7. Julgamento das Nações (2.4-15)
  8. Os Filisteus (2.4-7)
  9. Os Amonitas e Moabitas (2.8-11)
  10. Os Etíopes (2.12)
  11. Os Assírios (2.13-15)
  12. Julgamento de Jerusalém (3.1-7)
  13. Pecados de Jerusalém (3.1-4)
  14. A Justiça Divina contra Jerusalém (3.5-7)
  15. Julgamento de Toda a Terra (3.8)

II.A Salvação e o Dia do Senhor (3.9-20)

  1. O Remanescente Restaurado e Jerusalém Purificada (3.9-13)
  2. O Povo Jubiloso com Deus no Seu Meio (3.14-17)
  3. Promessas Finais a Respeito da Restauração (3.18-20)

Autor:   Sofonias  Tema: O Dia do Senhor   Data:  Cerca de 630 a.C.

Considerações Preliminares

Sofonias, cujo nome significa “o Senhor esconde”, era um tataraneto do rei Ezequias. Ele profetizou durante o reinado de Josias (639-609 a.C.), o último governante piedoso de Judá (1.1). Sua referência a Jerusalém como “este lugar” (1.4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia e de seus pecados, indicam que residia na cidade. Como parente do rei Josias, tinha imediato acesso ao palácio real. Conforme era de se esperar, suas profecias focalizavam a palavra do Senhor endereçada a Judá e às nações. Os pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (1.4-13; 3.1-7) indicam que ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias. Período este marcado pela iniqüidade dos reis que antecederam a Josias (Manassés e Amom). Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (i.e., 627 a.C.) que o rei empreendeu a purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do templo. Nesta ocasião, foi descoberta uma cópia da Lei do Senhor (cf. 2 Rs 22.1-10). A descrição que Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá deve ter sido escrita por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha tido influência direta sobre o rei, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C. é também indicado devido a ausência de referências, no livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento este ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.Propósito O objetivo de Sofonias foi advertir Judá e Jerusalém quanto ao juízo divino iminente e ameaçador. O juízo divino é aqui chamado de “o grande dia do Senhor” (1.14). A aplicação imediata da palavra profética era que a apóstata Judá receberia a justa retribuição por sua iniqüidade, o mesmo acontecendo com as nações pagãs em derredor, alistadas nominalmente pelo profeta. O alcance imediato da profecia aplica-se à igreja e ao mundo na conclusão da história. Sofonias escreveu, também, para encorajar os fiéis com a mensagem de que Deus um dia haveria de restaurar o seu povo. Judá, então, cantaria louvores ao Deus justo que habita no meio do seu povo.

Visão Panorâmica

Na sua maior parte, o livro é uma advertência sóbria a respeito do dia do castigo divino contra o pecado. Embora percebesse um castigo vindouro em escala mundial, (1.2; 3.8), Sofonias focalizava especialmente o julgamento que viria contra Judá (1.4-18; 3.1-7). Ele faz um apelo à nação para que se arrependa e busque o Senhor em humildade antes que o decreto entre em vigor (2.1-3). O arrependimento nacional ocorreu parcialmente durante o reavivamento de Josias (627—609 a.C.). Sofonias também profetizou o juízo vindouro contra cinco nações estrangeiras: Filístia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria (2.4-15). Depois de dirigir sua atenção aos pecados de Jerusalém (3.1-7), o profeta prediz um tempo em que Deus reuniria, redimiria e restauraria o seu povo. Os fiéis gritariam de alegria como verdadeiros adoradores do Senhor Deus, que estaria no meio deles como um guerreiro vitorioso (3.9-20).

Características Especiais

Cinco aspectos caracterizam o livro de Sofonias. (1) É o único profeta que apresenta uma lista considerável da sua linhagem, remontando quatro gerações até o rei Ezequias. (2) Contém a revelação mais completa no AT a respeito do “dia do Senhor”. (3) Demonstra que o povo de Deus precisa ser confrontado por suas advertências, além de ser consolado com suas promessas. (4) Contém uma doutrina bem desenvolvida a respeito do remanescente fiel, que seria restaurado no dia da visitação do Senhor (3.9-20). (5) A revelação de Sofonias a respeito do dia vindouro da ira de

Deus, para os ímpios, e do grande dia da salvação, para seu povo, contribuiu para a revelação do NT sobre o fim dos tempos.

O Livro de Sofonias ante o NT

Jesus pode ter aludido a Sofonias duas vezes (1.2,3, cf. Mt 13.40-42; 1.15; cf. Mt 24.29). Ambas as referências acham-se associadas à sua segunda vinda. Os escritores do NT entendiam a mensagem de Sofonias a respeito do “dia do SENHOR” como uma descrição dos eventos escatológicos que terão início na grande tribulação e culminarão quando Jesus voltar para julgar os vivos e os mortos (cf. 1.14 com Ap 6.17; 3.8 com Ap 16.1). Freqüentemente, o NT refere-se à segunda vinda de Cristo e ao dia do juízo como “o Dia” (e.g., 1 Co 3.13; cf. 2 Tm 1.12,18; 4.8).

 

CONCLUSÃO

Os Doze Profetas são considerados como um só livro desde o Período Interbíblico. Isso significa que todos os livros desses Profetas Menores são inspirados e reconhecidos no Novo Testamento, ainda que alguns deles não sejam citados de maneira direta, como Obadias e Sofonias. Ageu, Zacarias e Malaquias serão analisados na próxima e última lição.

 

“Dia do Senhor”

Diz respeito tanto ao julgamento divino sobre Israel e outras nações da época quanto ao Juízo Final que incluirá a tribulação dos sete anos e a volta de Cristo para reinar sobre a Terra. Veja Filhinhos

 

Fim dos tempos

Última etapa do plano divino cujo início deu-se com os sinais preditos em Mt 24. O auge dar-se-á com o arrebatamento da Igreja, a partir do que todo o programa escatológico há de se desenrolar. Veja Filhinhos

 

Martinho Lutero

Monge agostiniano alemão que, fundamentado nas Sagradas Escrituras, passou a discordar dos abusos e falsas interpretações do Catolicismo. Suas 95 Teses afixadas em Wittemberg marcaram o início da Reforma Protestante (séc. XV).  Veja as teses aqui

 

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Os Profetas Menores II 

INTRODUÇÃO

 

A participação de Ageu e Zacarias foi marcante na construção da Casa de Deus. Essa história está registrada em Esdras e Neemias. O declínio espiritual dos judeus, descrito no final do livro de Neemias, parece coincidir com os dias difíceis de frieza espiritual e de indiferentismo religioso denunciados por Malaquias no seu livro.

 

  1. O LIVRO DO PROFETA AGEU
  2. Ageu.
  3. Conteúdo. a) A primeira mensagem (1.1). b) A segunda mensagem (2.1).  c) A terceira e a quarta mensagens(1.2). 
  4. No Novo Testamento.

            Esboço

I A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)

A.Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)

B.O Profeta Repreende o Povo por Não Ter Concluído a Construção do Templo(1.2-11)

C.A Reação do Povo (1.12-15)

II.A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)

A.Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)

B.O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)

C.A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)

III.A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)

A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)

B.O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)

C.A Bênção da Obediência (2.15-19)

IV.A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)

A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)

B.A Ruína Futura das Nações (2.21,22)

C.O Significado Profético de Zorobabel (2.23)

Autor:  Ageu  Tema:  Reedificação do Templo   Data:  520 a.C. 

Considerações Preliminares

Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT (os outros dois são Zacarias e Malaquias). É mencionado nominalmente duas vezes em Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e “embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém, ainda se lembravam do templo de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586 a.C. (2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade ao profetizar. O livro tem uma data exata para sua composição: o segundo ano do rei Dario da Pérsia (520 a.C.; 1.1).O contexto histórico do livro é importante para compreendermos sua mensagem. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr

25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar para Jerusalém, havia deitado os alicerces do novo templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C.. A letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Em 520 a.C., Ageu, acompanhado por um profeta mais jovem — Zacarias (ver a introdução de Zacarias), conclama Zorobabel e o povo a retomar a construção da casa de Deus. Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf. Ed 4—6).

Propósito

Durante um período de quatro meses, em 520 a.C., Ageu entregou quatro concisas mensagens registradas neste livro (ver o esboço). As mensagens tinham duplo propósito: (1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e (2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de Deus fosse recomeçada com as bênçãos divinas.

Visão Panorâmica

O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). (1) Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de Deus permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor Deus retirado a bênção sobre eles em conseqüência de seus maus

caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram reverência a Deus, e recomeçam a obra (1.12-15).(2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam como nada o segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então,

exorta os líderes a se mostrarem corajosos, porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será maior do que a da primeira” (2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver uma vida de santa obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23), foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz que Zorobabel representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica

(2.23).

Características Especiais

Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu. (1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá depois do exílio babilônico. (2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito versículos); Obadias é o menor. (3) A frase “assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos repatriados. (4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito da visitação futura de Deus (2.6-9).

O Livro de Ageu ante o NT

Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv. 6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb 12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como o “anel de selar”, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de Jesus Cristo, no NT (Mt 1.12,13; Lc 3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.

 

  1. O LIVRO DO PROFETA ZACARIAS
  2. Zacarias. 2. Conteúdo. a) A primeira. b) A segunda. 3. No Novo Testamento.

 

 

 

Esboço

I Primeira Parte: Palavras Proféticas no Contexto da Reedificação do Templo (520—518 a.C.) (1.1—8.23)

  1. Introdução (1.1-6)
  2. Série de Oito Visões Noturnas (1.7—6.8)

1.Visão do Cavaleiro entre as Murtas (1.7-17)

2.Visão dos Quatro Chifres e dos Quatro Ferreiros (1.18-21)

3.Visão de um Homem Medindo Jerusalém (2.1-13)

4.Visão da Purificação de Josué, o Sumo Sacerdote (3.1-10)

5.Visão do Castiçal de Ouro e das Duas Oliveiras (4.1-14)

6.Visão do Rolo Voante (5.1-4)

7.Visão da Mulher num Efa (5.5-11)

8.Visão dos Quatro Carros (6.1-8)

  1. A Coroação de Josué como Sumo Sacerdote e o Seu Significado Profético (6.9-15)
  2. Duas Mensagens (7.1—8.23)

1.O Jejum e a Justiça Social (7.1-14)

2.A Restauração de Sião (8.1-23)

II.Segunda Parte: A Palavra Profética a Respeito de Israel e do Messias (sem data) (9.1—14.21)

A.Primeira Profecia do Senhor (9.1—11.17)

1.A Intervenção Triunfal do Senhor (9.1-10)

2.Anunciada a Salvação Messiânica (9.11—10.12)

3.Rejeição do Messias (11.1-17)

B.Segunda Profecia do Senhor (12.1—14.21)

1.Luto e Conversão de Israel (12.1—13.9)

2.A Entronização do Rei Messias (14.1-21)

 

Autor: Zacarias  Tema: A Conclusão do Templo e as Promessas Messiânicas   Data:  520—470 a.C.

Considerações Preliminares

O primeiro versículo identifica o profeta Zacarias, filho de Baraquias e neto de Ido (1.1), como o autor do livro. Neemias informa ainda que Zacarias era cabeça da família sacerdotal de Ido (Ne 12.16). Por esta passagem, ficamos sabendo que ele era da tribo de Levi, e que passou a servir em Jerusalém, depois do exílio, tanto como sacerdote quanto profeta.

Zacarias era um contemporâneo mais jovem do profeta Ageu. Esdras 5.1 declara que ambos animaram os judeus, em Judá e Jerusalém, a persistirem na reedificação do templo nos dias de Zorobabel (o governador) e de Josua (o sumo sacerdote). O contexto histórico para os capítulos 1—8, datados entre 520—518 a.C., é idêntico ao de Ageu (ver a introdução de Ageu). Como resultado do ministério profético de Zacarias e Ageu, o templo foi completado e dedicado em

516—515 a.C.Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado lado a lado com Ageu, mas ao escrever os capítulos 9—14 (que a maioria dos estudiosos data entre 480—470 a.C.), já se achava idoso. A totalidade das profecias de Zacarias foi enunciada em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que haviam voltado a Judá na primeira etapa da restauração. O NT indica que Zacarias, filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar” (i.e., no lugar da intercessão) por oficiais do templo (Mt 23.25). Algo semelhante ocorrera a outro homem de Deus que tinha o mesmo nome (ver 2 Cr

24.20,21).

Propósito

Os dois propósitos que Zacarias tinha em mente ao escrever seu livro correspondem às duas divisões principais da obra. (1) Os capítulos 1—8 foram escritos a fim de encorajar o remanescente judeu, em Judá, a persistir na construção do templo. (2) Os capítulos 9—14 foram escritos para fortalecer os judeus que, tendo concluído o templo, ficaram desanimados por não ter aparecido imediatamente o Messias. Nesta passagem, é revelado também em que importará a vinda do Messias.

Visão Panorâmica

O livro divide-se em duas partes principais. (1) A primeira parte (1—8) começa com uma exortação aos judeus para que voltem ao Senhor, para que também o Senhor se volte a eles (1.1-6). Enquanto encorajava o povo a terminar a reedificação do templo, o profeta Zacarias recebeu uma série de oito visões (1.7—6.8), garantindo à comunidade judaica em Judá e Jerusalém, que Deus cuida de seu povo, governando-lhe o destino. As cinco primeiras visões transmitiam esperança e consolação; as últimas três envolviam juízo. A quarta visão contém uma importante profecia messiânica (3.8,9). A cena da coroação em 6.9-15 é uma profecia messiânica clássica do AT. Duas mensagens (7;8) fornecem perspectivas presentes e futuras aos leitores originais do livro. (2) A segunda parte (9—14) contém dois blocos de profecias apocalípticas. Cada um deles é introduzido pela expressão: “Peso da palavra do Senhor” (9.1;12.1). O primeiro “peso” (9.1—11.17) inclui promessa de salvação messiânica para Israel, e revela que o Pastor-Messias, que levaria a efeito tal

salvação, seria primeiramente rejeitado e ferido (11.4-17; cf. 13.7). O “peso” (12.1—14.21) focaliza a restauração e conversão de Israel. Deus prediz que Israel pranteará por causa do próprio Deus “a quem traspassaram” (12.10). Naquele dia, uma fonte será aberta à casa de Davi para a purificação do pecado (13.1); então Israel dirá: “O Senhor é meu Deus” (13.9). E o Messias reinará como Rei sobre Jerusalém (cap. 14).

Características Especiais

Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Zacarias. (1) É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de suas muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do Messias do que Zacarias. (2) Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que marcarão o final dos tempos. (3) Representa a harmonização mais bem sucedida entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel. (4) Mais do que qualquer outro livro do AT, suas visões e linguagem altamente simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse. (5) Revela um exemplo notável de ironia divina ao prever a traição do Messias por trinta moedas de prata, tratando-as como “esse belo preço em que fui avaliado por eles” (11.13). (6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram reverente temor em todo o AT.

O Livro de Zacarias ante o NT

Há uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta. Além disso, Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, leva-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10—13.9; Rm 11.25-27). Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo. Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas estão: (1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56); (2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24); (3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt 9.36); (4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10); (5) será traspassado e abatido

(12.10; 13.7; Mt 24.30; 26.31, 56); (6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15); (7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15); e (8) estabelecerá seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26; 22.1-5).

III. O LIVRO DO PROFETA MALAQUIAS

  1. Malaquias. 2. Seu ministério. 3. Conteúdo. 4. No Novo Testamento.

Esboço   -  Introdução (1.1)

 

  1. A Mensagem do Senhor e as Perguntas Israel(1.2—3.18)

Mensagens de DEUS

Perguntas de Israel

  1. Primeira Mensagem: Deus Amou Israel (1.2-5) “Em que nos amaste?” (1.2)
  2. Segunda Mensagem: Israel Tem Desonrado ao Senhor (1.6—2.9) “Em que desprezamos nós o teu nome?” (1.6); “Em que te havemos profanado?” (1.7)
  3. Terceira Mensagem: Deus Não Aceita as Oferendas de Israel (2.10-16) "Por quê?” (2.14)
  4. Quarta Mensagem: O Senhor Virá de Repente (2.17—3.6) “Em que o enfadamos?” “Onde está o Deus do juízo?” (2.17).
  5. Quinta Mensagem: Voltai para o Senhor (3.7-12) “Em que havemos de tornar?” (3.7);  “em que te roubamos?” (3.8)
  6. Sexta Mensagem: Declarações Injustificáveis de Israel contra Deus (3.13-18) “Que temos falado contra ti?” (3.13); “Que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos?” (3.14)

 

  1. O Dia do Senhor (4.1-6)
  2. Será um Dia de Juízo para o Arrogante e o Malfeitor (4.1)
  3. Será um Dia de Triunfo para os Justos (2,3)
  4. Será Precedido por uma Restauração Sobrenatural dos Relacionamentos entre Pais e Filhos e entre o Povo de Deus (4.4-6)

 

Autor: Malaquias

 

Tema: Acusações de Deus Contra o Judaísmo Pós-Exílico 

 

Data: Cerca de 430—420 a.C.

 

 

Considerações Preliminares

“Malaquias” significa “mensageiro de Jeová”. A opinião de que “Malaquias”, em 1.1, seja um título descritivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente improvável. Embora não tenhamos mais informações no restante do AT a respeito do profeta, sua personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu devoto da Judá pós-exílica, e contemporâneo de Neemias. Era, provavelmente, um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto (2.4,5, 8, 10), e contra a adoração hipócrita e mecânica (1.7—2.9), a idolatria (2.10-12), o divórcio (2.13-16) e o roubo de dízimos e ofertas (3.8-10), revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a Deus. O conteúdo do livro indica que (1) o templo já havia sido reedificado (516/515 a.C.), e que os sacrifícios e festas achavam-se plenamente restaurados; (2) um conhecimento geral da Lei havia sido reintroduzido por Esdras (c. 457—455 a.C.; ver Ed 7.10; 14.25,26); e (3) uma apostasia subseqüente ocorrera entre os sacerdotes e o povo (c. 433 a.C.). Além disso, o ambiente espiritual e a negligência contra as quais Malaquias clamava, assemelhavam-se à situação que Neemias encontrara em Judá depois de ter voltado da Pérsia (c. 433—425 a.C.), para servir como governador em Jerusalém pela segunda vez (cf. Ne 13.4-30); (b) os dízimos e as ofertas eram negligenciados (3.7-12; Ne 13.10-13); e (c) o concerto do casamento era violado, pois os homens judeus divorciavam-se para se casarem com mulheres pagãs, provavelmente mais jovens e bonitas (2.10-16; Ne 13.23-28). É razoável acreditar que Malaquias haja proclamado sua mensagem entre 430—420 a.C.

Propósito

Quando Malaquias escreveu, os judeus repatriados passavam novamente por adversidade e declínio espiritual. Eles se haviam tornado cínicos, e questionavam a justiça de Deus, duvidando do proveito em se obedecer aos seus mandamentos. À medida que a sua fé minguava, iam se tornando mecânicos e insensíveis na sua observância ao culto divino, e indiferentes às exigências da Lei. Eles faziam-se culpados de muitos tipos de transgressões contra o concerto. Malaquias confronta os sacerdotes e o povo com o apelo profético (1) para se arrependerem de seus pecados e da hipocrisia religiosa para que não fossem surpreendidos pelo castigo divino; (2) para removerem a desobediência que bloqueava o fluxo do favor e bênção de Deus; e (3) para voltarem ao Senhor e ao seu concerto com corações sinceros e obedientes

Visão Panorâmica

O livro, que consiste num sêxtuplo “peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério de Malaquias” (1.1), está entremeado por uma série de dez perguntas retóricas e irônicas feitas por Israel com as respectivas respostas de Deus por intermédio do profeta. Embora o emprego de perguntas e respostas não seja exclusivo de Malaquias, seu uso é distintivo por ser crucial à estrutura literária do livro (ver o esboço). O “peso” (ou “mensagem repressiva”) do Senhor proclamado por Malaquias é assim constituído: (1) Deus reafirma seu fiel amor a Israel segundo o concerto (1.2-5). (2) Deus repreende os profetas por serem vigilantes infiéis do relacionamento entre o Senhor e Israel segundo o concerto (1.6—2.9). (3)

Deus repreende Israel por ter rompido o concerto dos pais (2.10-16). (4) Deus relembra a Israel a certeza do castigo divino por causa dos pecados contra o concerto (2.17—3.6). (5) Deus conclama toda a comunidade judaica pós-exílica a arrepender-se, e a voltar-se ao Senhor, para que tornasse a receber as suas bênçãos (3.7-12). (6) A mensagem final refere-se ao “memorial escrito” diante de Deus a respeito daqueles que o temem e lhe estimam o nome (3.13-18). Malaquias encerra seu livro com uma advertência e promessas proféticas a respeito do futuro “dia do Senhor” (4.1-6).

Características Especiais

Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Malaquias. (1) De modo simples, direto e vigoroso, retrata vividamente o debate entre Deus e seu povo. O debate é levado a efeito na primeira pessoa do singular. (2) Dá destaque ao método de perguntas e respostas na apresentação da palavra profética com nada menos que vinte e três perguntas trocadas entre Deus e o povo. Sugere-se que o método adotado por Malaquias pode ter-se originado quando o profeta apresentou, pela primeira vez, sua mensagem nas ruas de Jerusalém ou nos átrios do templo. (3) Malaquias, o último dos profetas do AT, é seguido por 400 anos de silêncio profético. A longa ausência profética terminaria no surgimento de João Batista. Foi este o previsto por Malaquias como o antecessor do Messias (3.1). (4) A expressão “o SENHOR dos Exércitos” ocorre vinte vezes neste breve livro. (5) Destaca-se que a profecia final (que encerra a mensagem profética do AT) prediz que Deus enviaria alguém como Elias para restaurar os pais piedosos em Sião, contrariamente às tendências sociais predominantes que levaram a desintegração da família (4.5,6).

O Livro de Malaquias ante o NT

Três trechos específicos de Malaquias são citados no NT. (1) As frases “amei a Jacó” e “aborreci a Esaú” (1.2,3) são registradas por Paulo em suas considerações sobre a eleição (Rm 9.13; ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO, p. 1808). (2) A profecia de Malaquias a respeito do “meu anjo, que preparará o caminho diante de mim” (3.1; cf. Is 40.3) é citada por Jesus como referência a João Batista e seu ministério (Mt 11.7-15). (3) Semelhantemente, Jesus entendia que a

profecia de Malaquias a respeito do envio do “profeta Elias”, antes do “dia grande e terrível do SENHOR” (4.5), aplicava-se a João Batista (Mt 11.14; 17.10-13; Mc 9.11-13). Além destas três claras referências a Malaquias no NT, a condenação que o profeta faz do divórcio injusto (2.14-16) antevê o ensino do NT sobre o tema (Mt 5.31,32; 19.3-10; Mc 10.2-12; Rm 7.1-3; 1 Co 7.10-16,39). A profecia de Malaquias a respeito do aparecimento do Messias (3.1-6; 4.1-3) abrange tanto a primeira quanto a segunda vinda de Cristo.

 

CONCLUSÃO

O Antigo Testamento anuncia bênçãos para toda a humanidade. Através de Jesus, cada crente pode hoje oferecer a Deus adoração pura e sincera: “Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações,

diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml1.11). É um convite para todos os povos adorarem a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23).fonte pazdosenhor.org /mauricioberwald.comunidades.net

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