Os Livros do Pentateuco
O Pentateuco
Nos relatos do Antigo Testamento presenciamos a história do povo hebreu durante quase dois mil anos, desde a vinda de Abraão à Palestina até a instalação da dinastia dos Hasmoneus (cerca dos séc. XX-11 a.c): história essa em conexão, ora maior ora menor, ora direta ora indiretamente, com a dos povos vizinhos, sobretudo dos grandes impérios, entre os quais a Palestina jazia como ponte: ao sul, o Egito; ao norte, sucessivamente, Babilônia, a Assíria, a Pérsia e a Síria. Constituíam eles outros tantos centros de civilização, que se irradiava entre os povos submetidos ou vizinhos, formando uma vasta unidade cultural. No meio dessa civilização comum movia-se o povo de Israel, sofrendo a sua influência. Nas artes e na, indústria, Israel jamais desenvolveu uma civilização própria; ficou devedor ao estrangeiro, como também a sua língua e literatura trazem o cunho da origem comum ou do prestígio de outros povos socialmente mais evoluídos. No entanto, a ausência de originalidade e independência de civilização material, põe em muito maior relevo o valor das instituições religiosas e morais, elementos básicos da civilização genuína e completa que foram glória exclusiva desse povo eleito.
O Pentateuco
O primeiro lugar de ordem e de honra entre os livros do Antigo Testamento ocupa-o aquele que os, gregos chamaram Pentateuco, isto é, obra em cinco tomos. Para os hebreus é a "tora," ou seja, a lei, nome tomado da matéria central. Também os hebreus o dividiram nos mesmos cinco livros que os gregos, distinguindo-os com a palavra inicial. Nós usamos exclusivamente os nomes impostos pelos gregos, que de maneira graciosa lhes caracterizaram o conteúdo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. De fato, o Gênesis narra as origens do universo e do gênero humano até à formação paulatina do povo de Israel na sua estada no Egito. O Êxodo narra a saída dos israelitas do Egito, conduzidos por Moisés aos pés do Sinai, para aí receberem de Deus a sua lei religiosa e civil e se constituírem, por meio de um pacto sagrado ("testamento"), em peculiar "povo de Deus (Javé)." O Levítico regula o culto religioso à maneira de ritual, dirigido especialmente aos levitas, que formavam o clero consagrado ao serviço do santuário. Os Números recebem o nome dos recenseamentos do povo contidos na primeira parte, estendendo-se, depois, em referir fatos e providências legislativas correspondentes a cerca de quarenta anos de vida nômade no deserto da península sinaítica. No Deuteronômio, ou segunda lei, emanada pelo fim da jornada no deserto, Moisés retoma a legislação precedente para adaptá-la às novas condições de vida sedentária, em que o povo viria a se encontrar com a conquista iminente da Palestina.
Neste rápido apanhado aparece num só lance tanto a unidade como a variedade do Pentateuco, bem como a sua importância fundamental para a religião antiga e para a história especial do povo hebreu.
Quem é o autor do Pentateuco? Desde a mais remota Antigüidade foi considerado seu autor o próprio Moisés, o protagonista dos últimos quatro livros. Já nos livros posteriores da Bíblia citam-se-lhe várias sentenças com a fórmula: "Está escrito na lei de Moisés" ou "no livro de Moisés," ou "no volume da lei de Moisés." Assim, para não falar do livro de Josué, que é a continuação imediata e como que o complemento do Pentateuco (Js 8:31, 23:6, em 1Rs 2:3; 2Rs 14:6; 2 Cr 23:18; 25:4, 35:12; Ed 3:2, 6:18; Ne 8:1, 10:3,; 13:1; Bar 2:2; Dn 9:11 etc.). Os Evangelhos nos apresentam a convicção de que Moisés é autor da lei, difundida e radicada entre os judeus; o próprio Jesus, bem como os apóstolos admitem-na e a confirmam (veja Mt 8:4; Mc 12:26; Lc 20:37; Jo 5:46; At 3:32, 15:21; Rom 10:5 etc.). Entre as testemunhas eloqüentes da fé judaica figuram Fílon, José Flávio e com maior crédito e ressonância o Talmud (tratado Baba batra, f. 14,15); entre os cristãos, os Padres da Igreja são unânimes em reconhecer Moisés autor do Pentateuco.
Conhecido como “o livro das origens”, o Gênesis é a narrativa da Criação, Queda e Redenção do homem, segundo o plano da salvação.
Gênesis
O Gênesis narra as primeiras origens do mundo, do gênero humano, do povo hebreu, tudo relacionado com Deus, com sua revelação, com seu culto. Deus cria o universo, revela-se aos primeiros homens, Deus escolhe uma família (Abraão e sua descendência), para no seio dela conservar e desenvolver os germes da primitiva revelação e a verdadeira religião, no intuito de preparar a solene revelação do Sinai, narrada no Exodo.
A criação do céu e da terra (1:1-2:3), é como que o prólogo do grandioso drama, que se divide em duas partes, e tem por protagonistas os cinco grandes patriarcas: Adão e Noé, patriarcas do gênero humano; Abraão, Isaac e Jacó, patriarcas do povo hebreu.
O todo é enquadrado pelo autor sagrado em dez tábuas genealógicas (2:4, 5:1, 6:9, 10:1, 11:10, 11:27, 25:12, 25:19, 36:1, 37:2) dispostas de tal modo que, após ter registrado os ramos secundários da propagação humana, volta a narrar difusamente os destinos do ramo patriarcal, isto é, da descendência eleita, portadora da revelação divina e da verdadeira religião.
O Gênesis abrange na sua narração uma longa série de séculos, e colocando (no tronco principal das suas genealogias) ao lado dos nomes também números de anos, forneceria os elementos de uma cronologia. Infelizmente as cifras não parecem bem conservadas, porque nos números dos capítulos 5 e 11 os três textos independentes: o hebraico, o samaritano e o grego divergem entre si. Baseando-se sobre o seu texto, os gregos do império bizantino colocavam a criação do homem 5508 anos a.C. Os hebreus ainda usam uma era que no mesmo período conta 3760 anos. As ciência antropológicas exigem um tempo assaz maior para a existência do homem sobre a terra. A Bíblia não é contrária a resultados certos de tais ciências, também porque as listas genealógicas do Gênesis poderiam ser incompletas, ou seja, com omissões de elos intermediários.
Do nascimento de Abraão à descida dos israelitas ao Egito - 290 anos (Gn 21:5 + 25:26 + 47:28), a cronologia respectiva é mais ou menos certa. Para a cronologia absoluta (baseada na era vulgar) ter-se-ia um ponto fixo no sincronismo de Abraão com Hamurabi, o célebre rei da Babilônia, cujo famoso código de leis foi descoberto em 1902. A identificação, porém, de Amrafel, rei de Senaar (Gn 14:1), com Hamurabi da Babilônia, é hoje mais do que duvidosa; tampouco a data do reinado deste último está definitivamente fixada; atualmente tende-se a colocar-lhe o início por volta de 1728 a.C. Tomando como ponto de partida a data em que os israelitas saíram do Egito sob o faraó Menefta pelo ano de 1200 a.C., e remontando o curso dos séculos com os dados da própria Bíblia (Ex 12:40 e passagens acima citadas), Abraão teria nascido por volta de 1900 a.C., mas não é certo qual seja o faraó do Êxodo.
Muitas páginas do Gênesis têm correspondência nos monumentos babilônicos e egípcios: nos primeiros, a história primitiva, isto é, os primeiros 11 capítulos; nos egípcios, o resto, especialmente a história de José (37-50). Com os dois primeiros capítulos (a criação) têm algo de semelhante vários poemas babilônicos entre si discordantes e que são uma, fantasiosa mitologia de crasso politeísmo; quão mais sublime pela nobreza de pensamento é a prosa simples da Bíblia! Também a tradição babilônica conhece dez reis, como Gn 5, dez patriarcas, de vida longuíssima antes do dilúvio. Este cataclisma foi narrado em muitas lendas babilônicas, uma das quais foi inserida no romanesco poema "Gilgames," assim chamado por causa do herói protagonista. Os pontos de contato com a narração bíblica (Gn 7:8) são numerosos e típicos. A narração da torre de Babel (Gn 11:1-9) é toda tecida de elementos babilônicos; mas um paralelo exato não foi ainda encontrado na literatura cuneiforme. Nada ainda se encontrou nessa literatura de verdadeiramente análogo à narração do paraíso terrestre e da queda do homem (Gn 3).
Nos monumentos, egípcios temos representadas muitas cenas semelhantes às narradas no Gn cc. 12:37-50.
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Êxodo
O segundo livro do Pentateuco toma o nome de Êxodo da saída dos hebreus do Egito, onde, depois dos bons tempos de José, passaram a sofrer a mais dura escravidão. Esse acontecimento, porém, nada mais foi do que o prelúdio de fatos muito mais importantes na vida dos filhos de Israel, os quais, de um conglomerado de famílias que eram, recuperando a liberdade, conquistaram verdadeira unidade de nação independente e receberam uma legislação especial, uma forma de vida moral e religiosa, pelas quais se distinguiram de todos os outros povos da terra.
Com toda facilidade compreender-se-á a importância deste livro, sobretudo em se pensando que, se a história civil das nações, mormente as antigas, acha-se intimamente vinculada à religião e essa à moral, isto jamais foi tão verídico como a respeito dos hebreus. As leis contidas no Êxodo formam a essência da vida civil e religiosa do povo eleito.
É bem verdade que, de todas essas leis, e especialmente as do chamado código da aliança (21:23), foram encontradas analogias notáveis no código de Hamurabì (rei babilônico, que viveu alguns séculos anteriormente a Moisés), que foi descoberto, traduzido e publicado pelo dominicano Pe. Scheil, em 1902. De tais analogias não se infere, porém, em absoluto, como pretendem alguns, a dependência do código mosaico do babilônico. Elas têm sua explicação adequada nos fatores comuns às duas sociedades, israelita e babilônica, tão próximas no tempo, no lugar e também na origem, pois os patriarcas do povo hebreu procediam do vale do Tigre.
Realmente, na legislação decretada no Sinai, nem tudo foi criado desde a raiz; muitos usos e costumes já introduzidos na prática social foram confirmados pela aprovação divina. De resto, também nas famosas leis romanas das doze tábuas descobrem-se semelhanças com o código mosaico, sem que ocorra a alguém o pensamento de querer estabelecer um parentesco entre as primeiras e o segundo. Providências semelhantes surgem espontaneamente de necessidades sociais do gênero. No decálogo, porém, e na doutrina religiosa que lhe forma a base inconcussa (20:2-17), reside a verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de semelhante se encontra em nenhum outro povo. Citam-se, é certo, da literatura egípcia; certas desculpas espirituais como: "Não cometi injustiça, não roubei, não matei" etc., ou da babilônia, os esconjuros, onde se pergunta se o exorcizado ultrajou alguma divindade, se desprezou pai e mãe, se mentiu ou praticou obscenidades etc. Mas não há proporção entre os protestos de um particular para evitar o castigo (finalidade daquelas fórmulas rituais) e a autoridade soberana que impõe a lei a todo um povo. Entre os próprios egípcios e babilônios, nada há de correspondente, na legislação, àquelas fórmulas cerimoniais. O decálogo de Moisés não tem rivais no mundo.
Pelas razões citadas, os acontecimentos narrados no Êxodo tiveram um eco enorme na memória das tribos israelitas. Em quase todas as páginas do Antigo Testamento são recordadas a libertação da escravidão do Egito, a prodigiosa passagem do mar Vermelho, os golpes tremendos com os quais foi dominada a tenaz oposição do opressor egípcio, as grandiosas manifestações divinas no Sinai, o sustento milagroso de povo tão numeroso no deserto. Daí Israel deduzia os motivos mais fortes para ser grato e fiel a Deus,, e conservar uma confiança inabalável na sua providência soberana e nos seus próprios destinos.
A cronologia do Êxodo, ou seja, o ano em que os hebreus saíram do Egito, está naturalmente ligada à história desse país. Mas, já que a Bíblia não fornece os nomes dos dois faraós, o da opressão (1:8, 2:23) e o da saída (14:5), duas opiniões diversas se equilibraram entre os doutos, com autoridade e número de defensores quase iguais. Para uns, o opressor seria Totmés 3 (1500-1450) e o outro Amênofis 2 (1447-1420), da XVIII dinastia; para outros, no entanto, Ramsés II (1292-1225), da XIX dinastia, teria oprimido ns hebreus, e seu sucessor, Menefta (1225-1215); tê-los-ia libertado. A segunda opinião, que estabelece o século XIII a.C. para o Êxodo, parece-nos mais condizente com o texto (1:11) e mais coerente com outros dados da história sagrada e profana.
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de Israel do Egito (12.37).
III. O LIVRO DE LEVÍTICO
Tendo o povo construído o Tabernáculo, encontramos no livro de Levítico as ordenanças divinas quanto à apresentação de sacrifícios, bem como a separação daqueles que deveriam ter as prerrogativas do sacerdócio: os levitas.
Levitico
Este livro traz o nome de Levítico, por tratar quase exclusivamente dos deveres sacerdotais. Poder-se-ia compará-lo a um ritual. Com exceção de dois trechos históricos (8:10, 24:10-23), compõe-se inteiramente de leis que visam à santificação individual e nacional. Santificação, de per si ritual e exterior, que, porém, simboliza e promove certa santidade interior e moral. Toda a matéria pode ser dividida em cinco partes:
1a Leis relativas aos sacrifícios (1:7). Os sacrifícios são de cinco espécies; duas séries de leis: l" série - o rito de cada sacrifício (1:5), holocausto (1), oblação de vegetais (2), sacrifício salutar (3), sacrifício expiatório (4), sacrifício de reparação (5). 2° série -ireitos e deveres dos sacerdotes em cada espécie de sacrifícios (6-7).
2a Consagração dos sacerdotes (8:9). Nadab e Abiú são punidos por terem usurpado um ofício sagrado (10:1-7). Várias prescrições para os sacerdotes (10:8-20).
3a Leis sobre a pureza legal (11:16) dos alimentos (11), da puérpera (12), da lepra nas pessoas (13:1-46, 14:1-32), nas vestes (13:47-59) e casas (14:33-57); sobre a gonorréia (15). Rito para o dia solene de expiação (16).
4a Leis sobre a santidade (17:23): a) do povo (17:20); matança dos animais, uso do sangue, unicidade do santuário (17); prescrições que regulam os atos sexuais (18); várias prescrições religiosas e morais (19); punição para os transgressores (20); b) dos sacerdotes: núpcias e luto (21:1-15); irregularidades (21:16-24); impureza cerimonial (22:1-16; qualidades das vítimas (22:17-30); conclusão (22:31-33); c) dos dias festivos: solenidades anuais e o sábado (23).
5a Determinações diversas: lâmpadas no santuário e pães da apresentação (24:1-9); pena para o blasfemador (24:10-23); prescrições para o ano sabático e jubileu (25); promessas e ameaças relativas a observância da lei (26); votos e dízimos (27).
O sacrifício, o ato mais sagrado, da religião, isto é, oferecer a Deus vítimas, animais ou vegetais, não foi instituído por Moisés, mas remonta às próprias origens da humanidade (Gên. 4:3-4). Moisés encontrou o seu uso estabelecido e arraigado entre todos os povos. Nas tabuinhas recentemente descobertas em Ras Shamra (antiga Ugarit), na Fenícia setentrional, anteriores alguns séculos a Moisés, são mencionadas espécies idênticas de sacrifícios, até mesmo com nomes iguais (afinidade das duas línguas) aos do Pentateuco. Moisés, com suas leis, só regulamentou e consagrou ao culto do verdadeiro Deus um cerimonial já praticado, deixando ainda toda essa legislação dos sacrifícios separada das condições essenciais do pacto celebrado entre Deus e o seu povo (Ex 19:23). Nesse sentido deve-se entender aquele protesto do próprio Deus contra os judeus, por boca de Jeremias (7:22-23): "Em matéria de sacrifícios e holocaustos, eu nada disse e nada ordenei aos vossos pais ao tirá-los do Egito; dei-lhes somente esta ordem: Escutai a minha voz; eu serei vosso Deus e vós sereis o meu povo, cf. Èx 19:5).
Nada, portanto, impede atribuir-se ao próprio Moisés a legislação cerimonial do Levítico, embora seja óbvio que não a tenha escrito toda de uma vez e se tenha servido, para a fixar, da obra de algum sacerdote ou levita de profissão. Nem se exclui que algumas destas leis tenham recebido em tempos posteriores modificações e acréscimos.
Devemos observar ainda, que todas essas leis cerimoniais foram elaboradas depois de Jesus Cristo. Entretanto, os sacrifícios da antiga lei haviam prefigurado o seu sublime sacrifício na cruz, no qual, único e perfeito sacrifício, teve cumprimento toda a variedade dos sacrifícios do Antigo Testamento. Ou melhor, como nos ensina o autor da epístola aos Hebreus (Hebr 9:9, 10:10), os sacrifícios levíticos recebiam sua principal eficácia de aplacar a Deus daquele valor figurativo, pois que "é impossível que, por si só, o sangue dos touros e dos cabritos cancele os pecados" (Hebr 10:4). Considerados nó seu significado típico e simbólico, os ritos escritos no Levítico continuam e continuarão a ser instrutivos.
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Números
O quarto livro do Pentateuco recebeu o nome de Números (em grego Arithmoi, que aqui tem o sentido de "recenseamentos") por causa dos "recenseamentos" (1:1-4:26), que são próprios deste livro e que lhe dão a sua feição particular. Contém, além disso, alguns fatos que se ligam imediatamente aos acontecimentos narrados no Éxodo, e leis semelhantes às do Levítico. Pode ser dividido facilmente, de acordo com os lugares e tempos, em três partes: no Sinai (1:1-10:10); viagens através do deserto (10:11-21:35); na margem oriental do Jordão (22:36).
1a parte. No Sinai: disposições para a partida: 20 dias. Recenseamento das tribos e respectivas posições no acampamento (1:2). Os levitas: seu destino e recenseamento; divisão por famílias e por ofícios. Leis: banimento dos impuros, restituições, ciúmes, nazireato, bênção litúrgica. Últimos fatos: donativos dos chefes das tribos ao santuário, consagração dos levitas, segunda Páscoa (9:1-14), sinais para a partida e para a parada, as trombetas (9:15-10:10).
2a parte. Viagem através do deserto: Do Sinai a Cades: partida e ordem de marcha (10:11-36), murmuração do povo, as codornizes, a lepra de Maria, irmã de Moisés. Parada em Cades: missão dos doze exploradores e queixas do povo; leis sobre as oblações e primícias, sobre o sábado e os filactérios; sedição de Coré, Datan e Abirão, e sua punição e confirmação do sacerdócio na família de Arão; relações entre sacerdotes e levitas, emolumentos de uns e de outros; a água lustral; sedição do povo por falta de água (20:1-13). De Cades ao Jordão: os edomitas negam passagem pelas suas terras; morte de Arãò (20:14-29); queixas do povo e castigo, a serpente de bronze (21:1-9); vitória sobre os amorreus e conquista de Basan (21:10-35).
3a parte. Na margem oriental do Jordão: cerca de cinco meses. A matéria desta parte, mais por ordem lógica do que por ordem do texto, pode ser assim agrupada: últimos encontros com os povos da Transjordânia; Balaão e seus vaticínios (22:24); prostituição a Beelfegor (25); guerra santa contra os madianitas e leis sobre a divisão dos despojos (31); lista das etapas (33). Grupo de leis: herança (27:1-11), festas e sacrifícios (28:29), votos (30). Disposições para a ocupação da terra prometida. Segundo recenseamento (26); nomeação de Josué (27:12-23). Distribuição da Transjordânia (32); normas para a ocupação e distribuição da Cisjordânia (33:50-34:12); designação das cidades levíticas e de refúgio (35); disposições para manter inalterada a primitiva distribuição (36).
A julgar pelo resumo, o presente livro compreende um período de cerca de trinta e oito anos e meio. Sobre a maior parte desse período (os trinta e oito anos no deserto) narra-nos apenas uns poucos fatos, mas muito notáveis pelo significado religioso, como a serpente de bronze, a sedição de Coré, os vaticínios de Balaão, a.água brotada da rocha; fatos dos quais os apóstolos no Novo Testamento tiraram utilíssimas lições (1Cor 10:1-11; Hebr 3:12-19; Jo 3:14-15). No centro do drama acham-se dois fatos semelhantes entre si, duas sedições do povo contra Moisés, executor das ordens divinas; a primeira (14), originada pela repugnância em empreender a conquista da Palestina; a segunda (20), por falta de água. Conseqüência ou punição da primeira foi a longa demora da nação inteira no deserto da península sinaítica; a segunda deixou a mais profunda impressão na consciência nacional e na literatura posterior (cf. SI 80:94-105), envolvendo o próprio Moisés, que por um instante duvidou da clemência divina e por isso teve de deixar a outros o remate de sua obra, a conquista de Canaã (cf. Dt 32).
O livro dos Números é importante para a literatura porque, entre outras coisas, nos conservou fragmentos de antiquíssimos cânticos populares (21:23-24), com a indicação de coleções - já existentes, como "o Livro das guerras de javé" (21:14), do qual não se tem outra menção.
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Deuteronômio
O quinto e último livro do Pentateuco foi chamado Deuteronômio, isto é, "segunda lei," talvez porque assim tenha sido traduzida, embora inexatamente pelos LXX, uma frase hebraica em 17:18. No entanto, convém-lhe perfeitamente esse nome. O livro não é uma simples repetição da legislação contida nos livros precedentes, mas além de leis novas, oferece complementos, esclarecimentos e modificações às primeiras. É, de certo modo, uma segunda lei, promulgada no fim da longa peregrinação dos israelitas, paralela á lei dada no Sinai e destinada a regular mais de perto a vida do povo escolhido, no solo da Terra Prometida à qual eles estavam para chegar e dela tomar posse definitiva. Não é, porém, simples enumeração de leis e determinações; o que caracteriza esse livro, o que lhe constitui a alma, é um ardente sabor oratório. O hagiógrafo nos faz ouvir um Moisés que exorta, encoraja, invectiva; inculca á observância das leis, a começar dos grandes princípios morais; apela para os mais poderosos motivos, evoca a glória do passado, a missão histórica de Israel, os triunfos do porvir. Na mente do autor sagrado temos o testamento definitivo, que o grande guia e legislador deixa ao povo de Deus às vésperas da sua morte. Pelo estilo, o Deuteronômio é um discurso, ou melhor, vários discursos, dirigidos por Moisés aos israelitas. Deduz-se daí a divisão do livro em quatro partes:
1a parte: 1° discurso (1:4): olhar retrospectivo aos fatos acontecidos desde a partida do Horeb até às últimas conquistas da Transjordânia; exortação geral à observância da lei (4:1-40).
2a parte: 2° discurso: renovação da lei (4:44-26:19). Princípios gerais: o Decálogo (5), o culto e o amor ao único Deus verdadeiro (6), guerra à idolatria (7), benefícios de Deus, censura da infidelidade anterior de Israel, promessas e ameaças (8:11).
Leis especiais: Deveres religiosos. Unicidade do santuário e disposições relativas (12:1-28); contra a apostasia (12:29-13:18); alimentos e dízimos (14); ano da remissão (15); as três grandes solenidades anuais (16:1-17).
Direito público. Juizes (16:18-17:13), rei (17:14-20), sacerdotes (18:1-8),.profetas (18:9-22); homicídio involuntário (19), guerra (20), homicídio por mão desconhecida (21:1-9). 3) Direito familiar e privado. Grande variedade; os pontos principais são: matrimônio (21:10-14, 22:13-23,) e filhos (21:15-20), o divórcio (20:1-4), levirato (25:5-10), deveres de humanidade (22:1-12, 23:16-20, 24:6-25, honestidade (25:11-19), votos (23:22-24), primícias e dízimos (26).
3a parte: 3° e 4° discursos: ordem de promulgar a lei em Siquém, maldições para os transgressores (27), ameaças e promessas (28). Exortação à observância da lei, com a recordação dos fatos históricos, das promessas e das ameaças (29:30).
4a parte. Apêndice histórico. últimas disposições de Moisés, nomeação de Josué, seu sucessor (31); cântico de Moisés (32), bênção das doze tribos (33), morte de Moisés (34).
Amor de Deus, beneficência, alegria no cumprimento do dever, eis as principais características do Deuteronômio, princípios inculcados e repetidos com solicitude incansável. Por isso, perpassa-o um sopro ardente de sincera e profunda piedade para com Deus e uma ternura simpática pelo homem, que edifica e comove. Há páginas que se aproximam da sublimidade divina dos ensinamentos evangélicos, mais do que quaisquer outras.
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CONCLUSÃO
O Pentateuco moldou as nações. Encontramos nesse tesouro de antiqüíssimas doutrinas tradicionais, a Lei de Deus nos seus aspectos moral, cerimonial e civil, bem como a revelação da verdade. Nas narrativas, legislação, ritual, poesia e outros elementos, estão revelados o pecado do homem, a santidade e o amor de Deus com o seu perdão mediante o sacrifício de seu Filho na cruz do Calvário.
Aparição teofânica
Manifestação de Deus, desde a voz até a imagem, perceptível pelos sentidos humanos (Gn 18.1-16; Jz 13.15-22).
Sacerdócio
Investidura que autorizava os filhos de Levi a ministrar diante do altar e a interceder pela nação hebraica com o objetivo de torná-la propícia diante de Deus (Hb 5.12).
Esboços dos livros do Pentateuco:
Gênesis: Esboço
5.A Posteridade de Jacó e Esaú (35.21—37.2a)
Autor: Moisés Tema: Começos Data: Cerca de 1445-1405 a.C.
Considerações Preliminares
É muito apropriado o lugar que Gênesis ocupa como o primeiro livro do AT, servindo de introdução básica à Bíblia inteira. O título deste livro em hebraico deriva da primeira palavra do livro: bereshith (“no princípio”). O título “Gênesis”, como aparece em nossas Bíblias, é a tradução em grego, do referido título em hebraico, e significa “a origem, fonte, criação, ou começo dalguma coisa”. Gênesis é “o livro dos começos”.
O autor de Gênesis não é mencionado em nenhuma parte do livro. O testemunho do restante da Bíblia, porém, é que Moisés foi o autor de todo o Pentateuco (i.e., os cinco primeiros livros do AT) e, portanto, de Gênesis (e.g., 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 6.18; Ne 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mc 12.26; Lc 16.29,31; Jo 7.19-23; At 26.22; 1 Co 9.9; 2 Co 3.15). Além disso, os antigos escritores judaicos e os primeiros dirigentes da igreja são unânimes em testificar que Moisés foi o escritor de
Gênesis. Uma vez que o relato de Gênesis no seu todo é de data anterior a Moisés, o papel deste ao escrever Gênesis foi, em grande parte, reunir sob a inspiração do Espírito Santo, todos os registros escritos e orais disponíveis, desde Adão até a morte de José, como os temos hoje preservados em Gênesis. Uma possível indicação de Moisés ter utilizado registros históricos existentes ao escrever Gênesis, é a repetida expressão através do livro: “estas são as gerações de” (hb. e’lleh toledoth), que também admite a tradução: “estas são as histórias por” (ver 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2). Gênesis registra com exatidão a criação, os começos da história da humanidade e a origem do povo hebreu, bem como o concerto entre Deus e os hebreus através de Abraão e os demais patriarcas. O Senhor Jesus atestou no NT a fidedignidade histórica de Gênesis como Escritura divinamente inspirada ( Mt 19.4-6; 24.37-39; Lc 11.51; 17.26-32; Jo 7.21-23; 8.56-58) e os apóstolos (Rm 4; 1Co 15.21,22,45-47; 2 Co 11.3; Gl 3.8; 4.22-24,28; 1 Tm 2.13,14; Hb 11.4-22; 2 Pe 3.4-6; Jd 7,11). Sua historicidade continua sendo confirmada pelas descobertas arqueológicas modernas. Moisés foi notavelmente bem preparado, pela sua educação (At 7.22) e por Deus, para escrever esse incomparável livro da Bíblia.
Propósito
Gênesis provê um alicerce essencial para o restante do Pentateuco e para toda a revelação bíblica subseqüente. Preserva o único registro fidedigno a respeito dos começos do universo, da humanidade, do casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da história da redenção. Foi escrito de conformidade com o propósito de Deus a fim de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do AT quanto do NT, uma compreensão fundamental de si mesmo, da criação, da raça humana, da queda, da morte, do julgamento, do concerto e da promessa da redenção através do descendente de Abraão.
Visão Panorâmica
Gênesis divide-se naturalmente em duas grandes partes. (A) Os caps. 1—11 fornecem uma visão geral, partindo de Adão até Abraão, e concentra-se em cinco eventos memoráveis. (1) A Criação: Deus criou todas as coisas, inclusive Adão e Eva, os quais Ele colocou no Jardim do Éden (1—2). (2) A Queda: Adão e Eva, pela sua transgressão, introduziram na história humana a maldição do pecado e da morte (cap. 3). (3) Caim e Abel: Esta tragédia colocou em movimento as duas
correntes básicas da história: a civilização humanista e um remanescente redentor ( 4 — 5). (4) Dilúvio Universal: O mundo antigo se tornara tão iníquo até os tempos da geração de Noé, que Deus o destruiu por meio de um dilúvio universal, e poupou somente o justo Noé e sua família, como remanescentes (6—10). (5) A Torre de Babel. Quando o mundo pós-diluviano unificou-se em torno da idolatria e da rebelião, Deus o dispersou, ao confundir seu idioma e cultura, e ao
espalhar a raça humana por toda a terra (cap. 11). (B) Os caps. 12—50 registram os começos do povo hebreu e focalizam o contínuo propósito divino da redenção, através da vida dos quatro grandes patriarcas de Israel — Abraão, Isaque, Jacó e José. A chamada de Abraão por Deus (cap. 12) e o relacionamento pactual de Deus com ele e com seus descendentes, formam o começo de fato da realização do propósito divino concernente ao Redentor e à redenção, na história humana. Gênesis termina com a morte de José e a iminente escravidão de Israel no Egito.
Características Especiais
Sete características principais assinalam Gênesis. (1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com a possível exceção de Jó) e registra o começo da história da humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção. (2) A história contida em Gênesis abrange um período de tempo maior do que todo o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma
torrente, conduz à redenção até o final do AT. (3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e não um processo independente da natureza. Cinqüenta vezes nos caps. 1—2, Deus é o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador. (4) Gênesis é o livro das primeiras coisas — o primeiro casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante. (5) O concerto de Deus com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no cap. 15, e ratificado no cap. 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia. (6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel. (7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento redentor central do AT.
Gênesis e Seu Cumprimento no NT
Gênesis revela a história profética da redenção, e o Redentor que virá através da descendência da mulher (3.15), das linhagens de Sete (4.25,26), e de Sem (9.26,27), e da descendência de Abraão (12.3). O NT aplica 12.3 diretamente à provisão da redenção que Deus realizou em Jesus Cristo (Gl 3.16,39). Muitos personagens e eventos de Gênesis são mencionados no NT com relação à fé e à justiça (Rm 4; Hb 11.1-22), ao julgamento divino (Lc 17.26-29,32; 2 Pe 3.6; Jd 7,11a) e à pessoa de Cristo (Mt 1.1; Jo 8.58; Hb 7).
Êxodo Esboço:
III. Ensinamento a Israel a Caminho do Monte Sinai (15.22—19.2)
Autor: Moisés Tema: A Redenção Data: Cerca de 1445-1405 a.C.
Considerações Preliminares
Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do livro, deriva da palavra grega exodos (título empregado na Septuaginta, a tradução do AT em grego), que significa “saída” ou “partida”. Refere-se à poderosa libertação de Israel, efetuada por Deus, tirando-o da escravidão do Egito, e à sua partida daquela terra, como povo de Deus. Dois pontos relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita controvérsia: a data do êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito livro. (1) Duas datas diferentes para o êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma “data recuada” (também chamada a data bíblica), derivada de 1 Reis 6.1, onde está dito que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes
11.26, Jefté (cerca de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já há 300 anos, o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica datada em aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de Canaã e a do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da história dos três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os críticos liberais da Bíblia propõem uma “data posterior” para o êxodo, em cerca de 1290 a.C., com base em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades cananéias durante a conquista de Canaã. (2) Há também discordância entre os eruditos bíblicos conservadores e liberais, no tocante à autoria mosaica do livro de Êxodo. (a) Intérpretes modernos geralmente consideram o livro como uma obra conjunta, preparada por vários escritores e completada num período da história de Israel muito
posterior aos tempos de Moisés (a chamada teoria JEDP). (b) Por outro lado, a tradição judaica desde os tempos de Josué (Js 8.31-35), bem como o testemunho de Jesus (cf. Mc 12.26), do cristianismo primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos atribuem a Moisés a origem do livro (ver a introdução a Deuteronômio). Além disso, a evidência interna do livro apóia a autoria de Moisés. Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos registrados no livro (e.g., 2.12; 9.31,32; 15.27). Além disso, trechos do próprio livro dão testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita (e.g., 17.14; 24.4; 34.27).
Propósito
Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação escrita, do concerto entre Deus e aquela nação. Também foi escrito como um elo extremamente importante da auto-revelação geral e progressiva de Deus, que culminou na pessoa de Jesus Cristo e no NT.
Visão Panorâmica
O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a presença, o poder e a glória de Deus manifestos no Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. Êxodo divide-se em três seções principais. (A) Os caps. 1 — 14 revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não conhecia José, e Deus então redimiu Israel “com braço estendido e com juízos grandes” (6.6). Entre os eventos portentosos dessa parte da história de Israel, estão: (1) o nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap. 2); (2) a chamada de Moisés na sarça ardente (3 — 4); (3) as dez pragas (7 — 12); (4) a Páscoa (cap. 12) e (5) a travessia do mar Vermelho (13 — 14).O êxodo de Israel para fora do Egito é declarado em todo o AT como a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto. (B) Os caps. 16 — 18 descrevem Israel no Deserto, a caminho do
monte Sinai. Deus guiou seu povo redimido por meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná, codornizes e água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé e pela obediência. (C) Os caps. 19 — 40 registram Israel no monte Sinai, recebendo de Deus a revelação que abarcou (1) o concerto (cap. 19), (2) o decálogo (cap. 20) e (3) o Tabernáculo e o sacerdócio (25 — 31). O livro termina com o Tabernáculo inaugurado e transbordante da glória de Deus (cap. 40).
Características Especiais
Cinco características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias históricas do nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, i.e., os dez mandamentos (cap. 20), que é a suma feita por Deus da sua lei moral e das suas justas exigências para o seu povo. Nela, temos o fundamento da ética e da moralidade bíblicas. (3) É o livro do AT que mais destaca a graça redentora e o poder de Deus em ação. Em termos do AT, Êxodo descreve o caráter sobrenatural da libertação que Deus efetuou do seu povo, livrando-o do perigo e da escravidão do pecado, de Satanás e do mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação majestosa de Deus, como (a) glorioso nos seus atributos, (veraz, misericordioso, fiel, santo e onipotente); (b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o Redentor que faz um concerto com os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na sua lei moral e nos seus juízos e (e) digno da adoração reverente, como o Deus transcendente que desce para “tabernacular” com o seu povo, i.e., habitar com o seu povo (cf. Jo 1.14 no gr.). (5) Êxodo enfatiza o “como?”, “o quê?” e o “por quê?” do verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que Deus efetua dos seus.
O Livro de Êxodo e Seu Cumprimento no NT
A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo o livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar Vermelho e a outorga da lei no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de Jesus, e a outorga do Espírito Santo no Pentecoste, são para o novo concerto. Os tipos de Êxodo que prenunciam Cristo e a redenção no NT são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha e a água, (6) o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais absolutas dos dez mandamentos são repetidas no NT, para os crentes do novo concerto.
Levítico Esboço
Autor: Moisés Tema: Santidade Data: Cerca de 1445-1405 a.C.
Considerações Preliminares
Levítico está estreitamente ligado ao livro de Êxodo. Êxodo registra como os israelitas foram libertos do Egito, receberam a lei de Deus, e construíram o Tabernáculo segundo o modelo determinado por Deus; termina quando o Santo vem habitar no Tabernáculo recém-construído (Êx 40.34). Levítico contém as leis que Deus deu a Moisés durante os dois meses entre o término do Tabernáculo (Êx 40.17) e a partida de Israel do monte Sinai (Nm 10.11). O título “Levítico” deriva,
não da Bíblia hebraica, mas das versões em grego e latim. Esse título poderia levar alguém a julgar que o livro trata somente do sacerdócio levítico. O caso é diferente, pois boa parte do livro relaciona-se com todo o Israel. Levítico é o terceiro livro de Moisés. Mais de cinqüenta vezes, o livro declara que seu conteúdo encerra as palavras e a revelação que Deus deu diretamente a Moisés para Israel, as quais, Moisés, a seguir, reduziu à forma escrita. Jesus faz referência a um trecho de Levítico e o atribui a Moisés (Mc 1.44). O apóstolo Paulo refere-se a um trecho deste livro ao afirmar “Moisés descreve... dizendo...” (Rm 10.5). Os críticos que atribuem Levítico a um escritor sacerdotal de época muito posterior, rejeitam a autenticidade do testemunho bíblico (ver a introdução a Êxodo).
Propósito
Levítico foi escrito para instruir os israelitas e seus mediadores sacerdotais acerca do seu acesso a Deus por meio do sangue expiador e para expor o padrão divino da vida santa que deve ter o povo escolhido de Deus.
Visão Panorâmica
Dois temas muito importantes sobressaem em Levítico: a expiação e a santidade. (A) Os caps. 1—16 contêm o provimento de Deus para a redenção do pecado e para desfazer a separação entre Deus e a humanidade, em conseqüência do pecado. O substantivo“expiação” (hb. kaphar) ocorre cerca de quarenta e oito vezes em Levítico. O seu significado básico é “cobrir, prover uma cobertura”. Os sacrifícios vicários do AT (1—7) cobriam temporariamente o pecado, mediante o sangue (cf. Hb 10.4), até o dia em que Jesus Cristo morresse como o sacrifício perfeito para “tirar o pecado do mundo” (cf. Jo 1.29; Rm 3.25; Hb 10.11,12). Os sacerdotes levíticos (8—10) prenunciam o ministério de mediador de Cristo, enquanto que o dia anual da expiação (cap. 16) prenuncia a sua crucificação. (B) Os caps. 17—27 apresentam uma série de normas práticas, pelas quais Deus chamava o seu povo à pureza e à vida santa. O mandamento reiterado por Deus é:
“Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (19.2; 20.7, 26). Os termos hebraicos que significam “santo” ocorrem mais de cem vezes em Levítico, e, quando aplicados ao ser humano, falam de pureza e de obediência. A santidade é vista nas cerimônias (cap. 17) e na adoração (23—25), mas principalmente nos eventos da vida diária (18—22). Levítico termina com uma admoestação por Moisés (cap. 26) e com instruções a respeito de certos votos especiais (cap. 27).
Características Especiais
Quatro características assinalam Levítico. (1) A revelação divina, no sentido da palavra direta da parte de Deus, é mais patente em Levítico do que em qualquer outro livro da Bíblia. Nada menos que trinta e oito vezes, o livro de Levítico declara expressamente que o Senhor falou a Moisés. (2) O livro dá instruções detalhadas sobre os diversos sacrifícios e a expiação vicária. (3) O cap. 16 é o principal da Bíblia no detalhamento do Dia da Expiação. (4) Levítico ressalta o fato de que o povo de Israel devia cumprir sua vocação sacerdotal, vivendo em pureza moral e espiritual, separado doutras nações e obediente a Deus.
O Livro de Levítico e Seu Cumprimento no NT
Devido à ênfase redobrada à expiação pelo sangue e à santidade, Levítico tem relevância permanente para os crentes do novo concerto. O NT ensina que o sangue expiador de animais sacrificiais, realçado em Levítico, era “a sombra dos bens futuros” (Hb 10.1) a indicar o sacrifício, uma vez para sempre, de Cristo, pelo pecado (Hb 9.12). O mandamento bíblico para que o crente seja santo pode ser perfeitamente cumprido pelo crente do novo concerto, através do sangue precioso de Cristo; a chamada do crente é para que ele seja santo em todas as áreas da sua vida (1 Pe 1.15). O segundo grande mandamento, conforme Jesus o definiu, deriva de Lv 19.18: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39).
Números Esboço
III. Deus Prepara uma Nova Geração para Possuir a Terra (26.1—36.13)
Autor: Moisés Tema: Peregrinação no Deserto Data: Cerca de 1405 a.C.
Considerações Preliminares
O título do livro, “Números”, surgiu primeiramente nas versões gregas e latinas e deriva dos dois recenseamentos ou “contagens” do povo registrados no livro (1; 26). A maior parte do livro, entretanto, descreve as experiências de Israel nas suas peregrinações “no deserto”. Daí, este livro ser chamado no AT hebraico “No Deserto” (Bemidbar — palavra que aparece no primeiro versículo do livro).
Cronologicamente, Números é uma continuação da história relatada no livro de Êxodo. Depois de uma estada de aproximadamente um ano no monte Sinai — período durante o qual Deus estabeleceu seu concerto com Israel, deu a Moisés a lei e o modelo do Tabernáculo, e instruiu-o a respeito do conteúdo de Levítico — os israelitas se prepararam para continuar sua viagem à terra que Deus lhes prometera como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Pouco antes de partirem do monte Sinai, no entanto, Deus mandou Moisés numerar todos os homens de guerra (1.2,3).
Dezenove dias depois, a nação partiu de lá, numa curta viagem para Cades-Barnéia (10.11). Números registra a grave rebelião de Israel em Cades, e seus trinta e nove anos subseqüentes de julgamento no deserto, até quando Deus conduziu toda uma nova geração de israelitas às planícies de Moabe, à beira do rio Jordão, do lado oposto a Jericó e à terra prometida. A autoria de Números é historicamente atribuída a Moisés (1) pelo Pentateuco judaico e o Samaritano; (2) pela tradição judaica; (3) por Jesus e pelos escritores do NT; (4) pelos escritores cristãos antigos; (5) pelos estudiosos conservadores contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do próprio livro (e.g., 33.1,2). Moisés, sem dúvida, escreveu um diário durante as peregrinações no deserto, e mais tarde dispôs o conteúdo de Números em forma narrativa, pouco antes de sua morte (c. 1405 a.C.). A prática de Moisés, de referir-se a si mesmo na terceira pessoa, era comum nos escritos antigos, e em nada afeta a credibilidade da sua autoria.
Propósito
Números foi escrito para relatar por que Israel não entrou na terra prometida imediatamente depois de partir do monte Sinai. O livro trata da fé que Deus requer do seu povo, dos seus castigos e juízos contra a rebelião e do cumprimento progressivo do seu propósito.
Visão Panorâmica
A mensagem principal de Números é evidente: o povo de Deus prossegue avante tão-somente por confiar nEle e nas suas promessas e obedecer à sua Palavra. Embora a travessia do deserto fosse necessária por certo tempo, não era intenção original de Deus que a prova naquele lugar se prolongasse a tal ponto que uma geração inteira de israelitas habitasse e morresse ali. A curta viagem do monte Sinai a Cades, significou trinta e nove anos de aflição e de julgamento por causa
da incredulidade deles. Durante a maior parte do tempo referente a Números, Israel foi um povo infiel, rebelde e ingrato para com Deus, apesar dos seus milagres e provisão. Murmuração generalizada surgiu entre o povo, pouco depois da sua partida do monte Sinai (cap. 11); Miriã e Arão falaram mal de Moisés (cap. 12); Israel, como um todo, rebelou-se em Cades na sua obstinada incredulidade, e recusou-se a prosseguir para Canaã (cap. 14); Coré com muitos outros levitas rebelaram-se contra Moisés (cap. 16). Pressionado além dos limites por um povo rebelde, Moisés, por fim, pecou na sua ira, por imprudência (cap. 20); a seguir, Israel adorou a Baal (25). Todos os israelitas que no incidente de Cades tinham de vinte anos para cima (excetuando-se Josué e Calebe) pereceram no deserto. Uma nova geração de israelitas finalmente chegou aos termos orientais da terra prometida (26—36).
Características Especiais
Seis características principais projetam o livro de Números. (1) É o “Livro das Peregrinações no Deserto”, a revelar claramente por que Israel não possuiu imediatamente a terra prometida depois de partir do monte Sinai. Antes, teve que peregrinar, vagueando no deserto por mais trinta e nove anos. (2) É o “Livro das Murmurações”, que registra vez após vez a murmuração, o descontentamento e as queixas dos israelitas contra Deus e seu modo de lidar com eles. (3) O livro
ilustra o princípio que sem fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11.6). Vemos, por todo esse livro, que o povo de Deus triunfa tão-somente ao confiar nEle com fé inabalável, crer nas suas promessas e depender dEle como sua fonte de vida e de esperança. (4) Números revela com profundidade o princípio de que se uma geração fracassar, Deus suscitará outra para cumprir suas promessas e para levar a efeito a sua missão. (5) O censo antes de Cades-Barnéia (1—4) e o posterior feito nas planícies de Moabe, antes da entrada em Canaã (cap. 26), revelam que não era o tamanho inadequado do exército de Israel que o impedia de entrar em Canaã, partindo de Cades, mas o tamanho inadequado da sua fé. (6) É o “Livro da Disciplina Divina”, a demonstrar que Deus realmente disciplina os seus e executa julgamento sobre eles, quando persistem na murmuração e na incredulidade (13—14).
Números e Seu Cumprimento no NT
As murmurações e a incredulidade de Israel são mencionadas como advertências aos crentes do novo concerto (1 Co 10.5-11; Hb 3.16—4.6). A gravidade do pecado de Balaão (22—24) e da rebelião de Coré (cap. 16) também são mencionados (2 Pe 2.15,16; Jd 11; Ap 2.14). Jesus faz referência à serpente de bronze como uma alusão a Ele mesmo ao ser levantado na cruz, de modo que todos os que nEle crêem não pereçam mas tenham a vida eterna (Jo 3.14-16; ver Nm 21.7-9). Além disso, Jesus Cristo é comparado com a rocha do deserto, da qual Israel bebeu (1 Co 10.4) e com o maná celestial que alimentou aquele povo (Jo 6.31-33).
Deuteronômio Esboço:
Introdução (1.1-5)
III. Terceiro Discurso de Moisés: Renovação e Ratificação do Concerto (27.1—30.20)
Autor: Moisés Tema: Renovação do Concerto Data: Cerca de 1405 a.C.
Considerações Preliminares
O título “Deuteronômio” vem da Septuaginta e significa “Segunda Lei”. O livro consiste nas mensagens de despedida de Moisés, nas quais ele sumariou e renovou o concerto entre Deus e Israel, para o bem da nova geração de israelitas. Tinham chegado ao fim da peregrinação no deserto e agora estavam prontos para entrarem na terra de Canaã. A nova geração, na sua maior parte, não tinha lembrança pessoal da primeira Páscoa, da travessia do mar Vermelho, nem da
outorga da lei no monte Sinai. Careciam de uma narração inspirada do concerto de Deus, da sua lei e da sua fidelidade, bem como uma renovada declaração das bênçãos resultantes da obediência e das maldições da desobediência. Enquanto o livro de Números registra as peregrinações no deserto, da rebelde primeira geração de israelitas, abrangendo um período de trinta e nove anos, Deuteronômio abrange um período de talvez um só mês, numa só localidade, nas planícies de Moabe, diretamente a leste de Jericó e do rio Jordão. Deuteronômio foi escrito por Moisés (31.9,24-26; cf. 4.44-46; 29.1) e entreque a Israel como um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de todo o povo, a cada sete anos
(31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro pouco antes da sua morte, cerca de 1405 a.C. A autoria mosaica de Deuteronômio é atestada: (1) pelo Pentateuco judaico e samaritano; (2) pelos escritores do AT (e.g., Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 3.2; Ne 1.8,9; Dn 9.11); (3) por Jesus (Mt 19.7-9; Jo 5.45-47), bem como escritores do NT (e.g., At 3.22,23; Rm 10.19); (4) por eruditos cristãos antigos; (5) por eruditos conservadores contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do livro (e.g., semelhança, na estrutura literária, com textos de pactos seculares de vassalagem do século XV a.C.). O relato da morte de Moisés (cap. 34) evidentemente foi acrescentado logo após sua ocorrência (mais provavelmente por Josué) como um tributo merecido a Moisés, servo do Senhor.
Propósito
O propósito original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração de Israel, antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a conquista de Canaã, foi exortar e instruir os israelitas a respeito: (1) dos atos poderosos de Deus e as suas promessas; (2) seus deveres segundo o concerto: a fé e a obediência; e (3) a necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus caminhos, amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.
Visão Panorâmica
Com toda sua devoção, Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel, mormente através de seus três discursos inspirados. (1) O primeiro discurso de Moisés recontou a história e o fracasso de Israel desde o monte Sinai e conclamou a nova geração a temer a Deus e a obedecer-lhe (1.6—4.43). (2) O segundo discurso de Moisés recapitulou e focalizou muitas leis do concerto, que tratavam de assuntos como a observância do sábado, o culto, os pobres, as festas
sagradas anuais, a herança e os direitos de propriedade, a imoralidade sexual, senhores e servos, e a administração da justiça (4.44—26.19). (3) No seu terceiro discurso, Moisés profetizou bênçãos e maldições que teriam os israelitas, conforme sua obediência ou desobediência ao Senhor, segundo o concerto (27.1—30.20). Os caps. finais incluem a designação de Josué por Moisés como seu sucessor e um testemunho sobre a morte de Moisés (31.1—34.12).
Características Especiais
Quatro fatos principais caracterizam Deuteronômio. (1) Ele proveu à nova geração de israelitas prestes a entrar em Canaã, o alicerce e motivação necessários para herdarem a terra prometida, ao realçar a natureza de Deus e seu concerto com Israel. (2) É “O Livro de Repetição da Lei”, no qual, Moisés, o dirigente de Israel, já com 120 anos de idade, reafirmou e resumiu (em forma de sermão) a palavra do Senhor contida nos quatro livros anteriores, do Pentateuco. (3) É “O Livro das
Memórias”. Uma admoestação típica de Deuteronômio é: “Lembra-te, e não te esqueças”. Em vez de apresentar novas verdades, Deuteronômio exorta Israel a conservar e obedecer à verdade de Deus já revelada, e entregue como sua Palavra absoluta e imutável. (4) Um ponto predominante no livro é a fórmula “fé-mais-obediência”. Israel foi conclamado a confiar em Deus de modo irrestrito e a obedecer aos seus mandamentos sem vacilação. A fé-mais-obediência capacitaria os israelitas a herdar as promessas na plenitude da bênção de Deus. A falta de fé e de obediência, por outro lado, traria o ciclo do fracasso e do julgamento.
O Livro de Deuteronômio e Seu Cumprimento no NT
Quando Jesus foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio (Mt 4.4,7,10, cf. Dt 8.3; 6.13,16). Quando perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento da lei, sua resposta veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5). Quase cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele aludem. Uma nítida profecia messiânica deste livro (18.15-19) é citado duas vezes em Atos (3.22,23; 7.37). O cunho espiritual de Deuteronômio é fundamental à revelação do NT.(FONTE PAZDOSENHOR.ORG/ MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NET