SUMÁRIO:
Lição 1 - A Necessidade de um Salvador
Lição 2 - A Humanidade de Jesus Cristo e a Sua Deidade
Lição 3 - O Ministério de Jesus
Lição 4 - O Que Cristo Fez Por Nós
Lição 5 - Os Títulos de Jesus Cristo
Lição 6 - Eu Sou Jesus
Lição 7 - O Senhorio de Jesus Cristo Sobre Os Demônios
Lição 8 - A Obra Salvífica Do Senhor Jesus Cristo
Lição 9 - A Salvação Ofertada Por Jesus Cristo
Lição 10 - Aspectos Da Obra Redentora de Jesus Cristo
Lição 11 - A Cura No Ministério de Jesus Cristo
Lição 12 - O Código de Ética de Jesus
Lição 13 - A Segunda Vinda Do Senhor Jesus Cristo
Lição 1: A Necessidade de Um Salvador
TEXTO DO DIA
“Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Rm 510)
SÍNTESE
Pensar na necessidade de um salvador para a humanidade é refletir sobre tudo o que aconteceu na história humana a partir de Gênesis 3 e que se concretizará até o cumprimento de Apocalipse 22.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Gn 3.15: Uma promessa desde o início de todas as coisas
TERÇA - Os 13.4: O único Salvador de Israel em toda a história
QUARTA - Fp 3.20: O Salvador que virá buscar-nos
QUINTA – Hb 7.25: Aquele que é capaz de oferecer-nos salvação
SEXTA - 1 Tm 4.10: A esperança naquELe que tem poder para salvar
SÁBADO -1 Jo 4.14: Ele encarnou sua missão. Veio para salvar, fez-se Salvador
Objetivos
INTERAÇÃO
É com imensa alegria que iniciamos um novo e maravilhoso trimestre. Nos próximos três meses nos debruçaremos em um estudo sistemático sobre Jesus. O Cristo que não tinha vergonha de dizer que era de Nazaré. Sem dúvida alguma será uma oportunidade única para que possamos, juntos, ampliar nosso conjunto de conhecimentos prévios sobre o Salvador. Estudar a respeito do Senhor Jesus nunca é demais, uma vez que refletir a seu respeito significa pensar sobre o cerne das Escrituras e da fé Cristã. Desta forma, em um tempo em que “pseudoevangelhos" multiplicam-se e enganam multidões mundo a fora apresentando um “Jesus genérico", um "Cristo fake", é mais do que necessário voltarmos a reflexão a respeito do básico e necessário de nossa fé: Jesus, É claro que um estudo sistemático sobre Jesus conduzir-nos-á inevitavelmente a outros temas - também de sua importância para nossa fé - tais como salvação, santidade e vida cristã. Então comecemos essa fantástica jornada.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Existem várias maneiras de iniciar um trimestre, por isso caro Educador Cristão, ninguém melhor do que você, alguém que conhece seus educandos, a estrutura da sua igreja e os desafios cotidianos a serem enfrentados, para determinar a maneira como este novo trimestre pode ser iniciado e como cada uma das aulas devem ser ministradas. Semanalmente, neste tópico exclusivo da lição para professores, serão apresentadas sugestões para tentar tornar seu momento de ministração da aula melhor ainda. Por isso, não tenha as ideias aqui propostas como um tipo de responsabilidade a mais a ser cumprida, pelo contrário, o objetivo das dinâmicas, atividades e projetos é auxiliar e não atrapalhar Afinal de contas, como variáveis tais quais tempo, estrutura, nível da turma, mudam muito de igreja para igreja, algumas ideias podem ser muito úteis, já outras, simplesmente impossíveis. O diferencial para uma aula brilhante sua classe já tem: VOCÊ, alguém cheio do Espírito Santo.
TEXTO BÍBLICO
Efésios 2.1-5
INTRODUÇÃO
Durante todo este trimestre estudaremos a respeito da pessoa bendita de Jesus, aquEle que não se envergonhava de dizer que era de Nazaré. Vamos aproveitar esse momento para crescermos juntos, comentarista e Leitores, professores e educandos, amigos e irmãos. Certamente este será um trimestre fantástico para todos nós.
I- A QUEDA E A PROMESSA DE UM SALVADOR
Os eventos narrados entre Gênesis de 1 a 3 são imprescindíveis para a compreensão de tudo o mais que encontraremos nas Sagradas Escrituras. Dito de outra forma, o entendimento correto dos três primeiros capítulos da Bíblia implicará de modo determinante a maneira como leremos os outros 1.186 capítulos. De Gênesis 4 a Apocalipse 22 testemunhamos o desenrolar de uma jornada - com muitos erros, mas graciosamente repleta de acertos - de retorno da humanidade ao centro da vontade de Deus. E o que temos nos três primeiros capítulos de Gênesis? Um resumo da trajetória humana ao longo da história em três atos: Criação em harmonia por bondade e perfeição divina; Queda caótica por rebeldia e desobediência humana; Salvação, ou pelo menos o anúncio dela, por sacrifício e graça do Senhor. Como afirma Gênesis 2.7.8 a humanidade foi feita para viver no Jardim de Deus, por isso, desde Gênesis 3.8, o Criador protagoniza meios para conceder a nós a restauração da comunhão originária que possuíamos com Ele. Uma vez tendo recebido tudo das mãos do Criador, perdemos nosso paraíso edênico por nossa própria ambição e ilusão de autossuficiência. Não fosse o misericordioso Deus teríamos perdido a esperança e qualquer chance de salvação.
Qual é a pergunta que ecoa no jardim logo após a catastrófica escolha humana? Não foi "Por que você fez isso?' ou ainda “Onde está aquele fruto que estava ali?'; a prioridade do Altíssimo não está em encontrar culpados ou em reaver coisas/objetos perdidos. O Senhor está comprometido com pessoas; seu amor e cuidado é conosco, por isso. Ele chama por Adão, indaga sobre o seu paradeiro (Gn 3.9). Mas se o Criador é onisciente, porque Ele pergunta a Adão: Onde estás? Por que o único modo de recebermos a graça de Deus é reconhecendo o quão necessitados somos de salvação. Mais do que uma questão geográfica, o homem precisava reconhecer para "onde" suas escolhas o tinham levado na perspectiva eterna. O Senhor direciona o diálogo até o nível em que a humanidade é capaz de superar o estado de desespero em que o pecado a tinha conduzido. Os filhos de Deus são vestidos porque reconhecem que estão nus. são orientados sobre cansaço e dores porque já estão sentindo angústia e medo, são informados sobre o advento do "descendente" (Gn 3.15). uma vez que já conheceram a serpente sagaz.
A Queda produziu o colapso da humanidade, mas não o fim do amor de Deus para conosco. A misericórdia do Criador foi maior que a sedução do maligno. Uma vez fora do jardim, os filhos de Deus deram início à sua caminhada rumo à promessa de restauração. Esta é uma das chaves-de-leitura que se pode adotar para Ler e narrar o percurso trilhado por nós e registrado nas Escrituras: a esperança da chegada do Salvador Ao adotarmos essa chave hermenêutica percebemos que alguns dos grandes eventos do Antigo Testamento ocorrem em torno do objetivo de cumprimento da promessa de Gênesis 3.15: com tal hipótese, por exemplo, concordam alguns escritores do Novo Testamento (Cl 2.16,17: Hb 9.8.9; 10.1).
A vinda do “descendente" de Adão e Eva cumpre-se através da persistência da vontade de Deus por meio de vários eventos distintos, mas que por fim redundam na glória de Deus - a vocação de um caldeu, a salvação de um jovem odiado pelos irmãos, a liderança de um sobrevivente de infanticídio, uma moabita que se torna avó de um rei, um povo que sobrevive a um bárbaro período de escravidão, etc. Como bem afirma o apóstolo, apesar de nossos erros. Deus afetuosamente age em nosso favor fazendo com que os acontecimentos cooperem, para o bem daqueles que o amam (Rm 8.28).
II - AS PROFECIAS MESSIÂNICAS NO ANTIGO TESTAMENTO
A Bíblia está repleta de profecias, isto é, de discurso sobrenaturalmente orientados que proclamam a vontade de Deus. Dentre as várias profecias registradas no Antigo Testamento existe um conjunto especifico de textos que a teologia cristã tradicionalmente identificou como profecias messiânicas. Esta coleção de texto está relacionada ao anúncio profético do advento, ministério e reinado do Messias. O papel que a figura do Messias representa no Antigo Testamento, levando em consideração apenas um contexto imediato, é diferente daquele que ele assume com Jesus no Novo Testamento A comunidade judaica esperava um líder político, um representante que Lutasse pelo reestabelecimento da autonomia administrativa de Judá, garantindo assim, por consequência, a restauração dos espaços de culto públicos - em especial o Templo. Por isso, em muitos casos, na perspectiva do povo judeu, os textos designados como profético-messiânicos não apontavam para um Salvador, e sim, um rei ou líder histórico. A partir da manifestação de Jesus, o Cristianismo realizou uma releitura dos textos do Antigo Testamento, reconhecendo seu cumprimento através de alguns personagens históricos, mas atribuindo-o um caráter profético plenamente estabelecido apenas em Jesus.
O Antigo Testamento apresenta através de profecias a imagem do Messias sob várias facetas: o Messias-rei, Messias-sacerdote e Messias-profeta. Por meio de cada um destes aspectos referentes ao Messias aspira-se anunciar ao povo a promessa de restauração de elementos específicos que em determinado contexto foram perdidos, tais como, emancipação política, reforma religiosa, renovação moral. Assim, enquanto os judeus liam/Leem as profecias na expectativa de resoluções de problemas circunstanciais referentes a cenários imediatos e limitados. nós cristãos as lemos como anúncios de respostas a problemas globais. Por exemplo, Isaías 9.6.7 ou Miqueias 5.2 são profecias que para os judeus apontam para reis específicos, neste caso provavelmente Ezequias. que subiriam ao trono para solucionarem problemas particulares de determinado tempo. Já para o Cristianismo tais textos apontam, inclusive com riqueza de detalhes, para a pessoa bendita de Jesus (Mt 2.4-6). aquEle em quem cumpre-se o profeticamente anunciado, cujas repercussões não se limitam a um tempo ou a um povo, e sim. expandem-se à eternidade e abarcam a humanidade (Hb 721-25; 1 Jo 2.2).
Existem textos profético-messiânicos. como por exemplo: Gn 49.10; Dt 18.15-18; Is 7.14; 42.1-7; Dn 7.13.14; Zc 9.9. Para nós. cristãos, a relevância das profecias messiânicas e seu estudo estão na sua dupla natureza, isto é, no fato de através delas podermos atestar o cuidado eterno de Deus por nós e de termos tal conhecimento de modo antecipado. O Senhor do universo não age por meio de improvisos. Seu plano para restaurar sua perfeita comunhão com a humanidade desenrola-se de maneira progressiva sobre a terra. O entendimento pleno das razões pelas quais tudo que se refere à salvação da humanidade está sendo feito em milênios e não em dias, transcende nossa limitada mente humana, todavia, podemos descansar em paz ao saber que o personagem principal e o final do enredo sobre a epopeia humana rumo à comunhão eterna nós já temos acesso: Jesus de Nazaré é o Cristo, e nós - os que amamos sua vinda - seremos salvos por sua graça. Desta forma a vida ganha pleno sentido, as dificuldades e decepções são superáveis em virtude da conclusão gloriosa a que chegaremos, e a certeza plena de vitória torna-se uma questão de tempo.
Ill - O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
O nascimento de Jesus é um dos eventos mais extraordinários da história humana - estando em relação direta com a morte, ressurreição e a segunda vinda do Mestre. E para que a onisciência de Deus fosse mais uma vez atestada, assim como a inspiração e infalibilidade das Escrituras, cada acontecimento que envolveu o nascimento de Jesus ocorreu de modo exato como os profetas haviam anunciado antecipadamente. Ele é gerado por Deus no ventre de uma jovem mulher que ainda é virgem (Lc 1.34,35).
Muito do debate que se faz sobre esse evento, o nascimento de Jesus, afasta-se de uma das questões centrais: o salvador vivenciou a humanidade de modo pleno, de sua gestação até a morte, sem privilégios ou favores. Jesus não esteve apenas entre nós; Ele também foi um como nós e por isso podemos ser um com Ele, e Ele, um conosco. Seus pais, descendentes da linhagem de Davi (Jr 23.5.6; Lc 2.4). são de Nazaré, por isso Ele será Nazareno (Mt 2.23). Contudo, Ele era o legitimo herdeiro do trono de Davi (Lc 13. 2, 33). Ele nasce em Belém, em virtude de uma convocação imperial para um recenseamento (Lc 2.1-7), mas também para que se cumprisse aquilo que foi profeticamente anunciado (Mq 5.2; Mt 2.5.6).
A concepção do Salvador é mais que um simples acontecimento na biografia de Jesus; é na verdade o despertar do ápice da história humana (GI 4.4; Ef 1.10). Para a manjedoura em Belém conflui todo o esforço dos patriarcas, profetas e santos do Antigo Testamento (Jo 1.45). e do mesmo lugar daquela estrebaria flui todo o significado da obra dos apóstolos, discípulos e da Igreja do Senhor Jesus até os nossos dias (Rm 11.36; Hb 2.10). Jesus é a razão de ser de todo a história.
O nascimento de Jesus foi resultado de um ato amoroso do Redentor em nosso favor. Para a concretização deste acontecimento duas pessoas foram fundamentais: Maria e José. Você já imaginou o tamanho do desafio que ambos assumiram para que o plano de Deus fosse executado? Não há na narrativa bíblica o registro de qualquer tipo de constrangimento ou imposição divina. O casal assumiu todo ônus e bônus daquela situação. Maria poderia ter sido abandonada por José - ainda que as intenções dele fossem das melhores ao fazer isso - como este bem intentou (Mt 1.19). Comunitariamente eles poderiam ter tido muitos problemas, uma vez que o casamento deles ainda não havia acontecido e ela estava grávida. Mas mesmo assim, depois das revelações divinas esclarecerem a cada um deles a vontade do Altíssimo (Lc 1.26-38). o casal segue em frente, realizando a parte que lhes cabia no projeto divino.
O SUBSÍDIO
"Os grandes líderes na história de Israel não foram capazes de trazer a salvação e a bênção permanentes para Israel e o mundo. Mas. ainda assim. Deus prometeu que viria o dia em que Israel seria salvo de uma vez por todas. Algumas dessas profecias falavam sobre um maravilhoso líder que seria enviado por Deus para realizar essa salvação. Esse líder seria maior que Moisés (Dt 18.15-18) e Davi (2 Sm 712-16). A profecia de Isaías descreve esse homem misterioso como governador justo e sábio (Is 9.6.7) e como servo fiel de Deus (42.1-9), servo esse que lidará com o pecado de Israel (52.13 - 5312) e, dessa forma, revelará a luz e salvação de Deus para o mundo todo (42.6; 49-6). exatamente como Deus prometera. Esse servo será capaz de realizar todas essas coisas porque será ungido com o Espírito de Deus (Is 61.1). No Antigo Testamento, uma pessoa era ungida com óleo a fim de ser separado para fazer tarefas especiais para Deus, em particular para servi-lo como rei ou sacerdote (1 Sm 16.13; Lv 8.12). Os profetas também eram separados para Deus (Jr 1.5). No final do período do Antigo Testamento, algumas pessoas em Israel estavam esperando pelo maior profeta, sacerdote e rei - o “Ungido" - para vir estabelecer o Reino permanente de Deus, o reino de paz (Zc 9.9.10)" (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2013 pp. 24.25).
CONCLUSÃO
A pessoa bendita de Jesus de Nazaré será o objeto de nossa reflexão durante todo este novo trimestre, por isso, realizar uma leitura das Sagradas Escrituras a partir da ótica da obra da salvação pode conceder-nos uma maneira rica de novos significados - de conhecer o plano de Deus ao longo da história.
HORA DA REVISÃO
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Desde Gênesis 3 o Criador protagoniza meios para conceder a nós a restauração da comunhão originária que possuíamos com Ele.
É a coleção de textos do Antigo Testamento que está relacionada ao anúncio profético do advento, ministério e reinado do Messias.
Justifique sua resposta.
Sim. Por que, em muitos casos, na perspectiva do povo judeu, os textos designados como profético-messiânicos não apontavam para um Salvador, e sim, um rei ou líder histórico.
PESSOAL. Alguns textos do Antigo Testamento que encontram seu cumprimento em Jesus: Gn 49.10; Dt 18.15-18; Is 7.14; 42.1-7; 49.1-7; 52.13-53; 12; Dn 7.13,14; Zc 9.9.
PESSOAL Espera-se que o educando seja capaz de ressaltar o aspecto da obra salvífica de Jesus em seu favor.
Lição 2 - A Humanidade de Jesus Cristo e a Sua Deidade Classe: Jovens Trimestre: 1° de 2020 Jovens
TEXTO DO DIA
"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Cl 2.9)
SÍNTESE
Pensar sobre a natureza de Jesus Cristo significa refletir sobre a própria essência da fé cristã, pois Cristianismo sem compreensão plena do Salvador é pura religiosidade vazia e despótica.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Lc 4.2: ELe foi levado ao extremo de sua humanidade
TERÇA-Lc 22.69: Jesus, "Filho do Homem"
QUARTA- 1 Jo 5.20: Jesus, verdadeiro Deus
QUINTA-Mt 8.2: Jesus recebe adoração
SEXTA - Jo 20.28: Tomé crê em Jesus
SÁBADO - Hb 4.15: Jesus se compadece de nós
Objetivos
INTERAÇÃO
Preparar, semanalmente, aulas para uma mesma turma com a qual nos encontramos a anos é sempre um desafio. Quando o tema a ser abordado - por si só - é complexo tudo então fica difícil em dobro. Esse é o nosso contexto nesta semana, pois estaremos refletindo sobre a natureza de Jesus Cristo. Este é um tema polêmico que perpassa boa parte da história do Cristianismo. Contudo, devemos considerar, que não é por causa da complexidade do tema que devemos fugir do mesmo ou julgá-lo intrincado demais para ser debatido com nossos jovens. Ao contrário, está é uma maravilhosa oportunidade para estudarmos mais e assim conseguirmos transmitir de maneira clara e Lúcida as verdades da vontade de Deus. Por isso, alegre-se caro Educador Cristão, em muitos aspectos nossa turma de Escola Dominical corresponderá em sala de aula como o reflexo de nossa postura como docentes.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Uma boa e enriquecedora orientação para o melhor desenvolvimento desta aula é a confecção de um quadro no qual o aluno possa observar aquilo que mais interessa-lhe saber em relação a natureza de Jesus Cristo. Desta forma, são várias as possibilidades de criação do quadro, pode-se dar ênfase ao desenvolvimento histórico do debate sobre a natureza de Cristo a partir dos credos que foram desenvolvidos no Cristianismo - Apostólico, de Niceia, de Calcedônia, Atanasiano etc. - ou até mesmo das várias declarações de fé constituídas ao Longo da história até chegar em nosso Credo Assembleiano. Outra possibilidade é a discussão da natureza de Jesus Cristo através da análise dos dois aspectos mais destacáveis, sua humanidade e deidade, fundamentando em referências bíblicas cada um destes ângulos da natureza de Jesus Cristo. Outra alternativa é fazer um comparativo entre as heresias sobre a natureza de Cristo e as teses verdadeiras do Cristianismo.
TEXTO BÍBLICO
Colossenses 1.13-20
13 Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor.
14 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados:
15 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo, da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
19 Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse
20 E que. havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.
INTRODUÇÃO
Existem alguns temas controversos e complexos que acompanham o Cristianismo desde o início; a indissociável conexão entre a humanidade e divindade em Jesus Cristo é uma destas questões. Na verdade, se bem notarmos, a aceitação desta condição humano-divina do Salvador já é um pressuposto de partida para compreensão de todo o Novo Testamento.
I - MUITO MAIS QUE UM SUPER-HOMEM, UM HUMANO DE VERDADE
Para iniciarmos de modo mais preciso nossa reflexão sobre um aspecto especifico da natureza do Salvador, sua condição humana, é urgente que esclareçamos de início o que se deseja afirmar ao falar sobre a humanidade de Jesus de Nazaré. Não se pode pensar na natureza de Jesus como sendo “duas essências", uma humana e outra divina, afinal de contas quando se fala de natureza-essência-substância discute-se sobre algo uno, indivisível fundamental. O que a Bíblia afirma, e também todos os credos mais antigos do Cristianismo registram, é que em Jesus manifesta-se a essência humano-divina/divino-humana. No Salvador a humanidade e divindade são impossíveis de serem isoladas, antes, encontram-se unas numa condição única e sem correlação na história do universo. Assim, não temos "duas naturezas" em Cristo, e sim, uma essência que se constitui plenamente divina-humana/humana-divina. É sobre isso que atestam os escritores sagrados em textos como Filipenses 2.5-8. Hebreus 2.14-18 e 1 João 1.1,2. Títulos como “Último Adão" (1 Co 15.45) e "Filho do homem" (Mt 26.45) procuram registrar esse caráter simultaneamente divino-humano/humano-divino da natureza de Jesus.
Em Jesus, a concepção de Deus para os judeus (Êx 3.13,14), ganha nome, rosto e endereço: Ele é Jesus de Nazaré, morador da pequena Cafarnaum (Cl 1.15). Com Jesus, a olimpiana, transcendente e imortal definição de divindade para os gregos, sofre e morre na cruz (At 17.18-34). É por isso que Paulo atesta-nos que a mensagem evangélica, aos ouvidos de judeus e gregos, é escândalo e Loucura (1 Co 1.22,23).
A história nunca havia testemunhado alguém como Jesus. Declarar-se “filho de Abraão" era a honra que todo judeu trazia em sua vida, Jesus, porém apresentou-se como “filho de Deus", ou seja, sua filiação não era uma questão étnica, e sim, uma prova de sua essência humana-divina (Jo 10.25-39).Os gregos estavam acostumados com mitos sobre deuses disfarçando-se de humanos - o clássico antropomorfismo divino - para realizarem suas ganâncias e ambições; Jesus, no entanto, não era um deus "mascarado" de humano Ele era a revelação da plenitude de Deus acessível à humanidade (Cl 2.9). Em Jesus de Nazaré podemos conhecer Deus sem mitos. Lendas ou enigmas; vemo-lo em toda glória possível a nós compreendermos (Jo 1,14.18).
A questão da existência de um Jesus histórico é um fato inconteste. Não há dúvida alguma de que no século primeiro existiu, na colônia romana da Judeia, o Líder de um movimento espiritual que começou como uma pequena seita derivada do Judaísmo, e depois ganhou força determinando grandes mudanças em todo mundo antigo. A Escritura registra inúmeras circunstâncias em que se pode indicar a rica vivência humana de Jesus; os dois momentos cruciais que podem ser destacados, no entanto, são o nascimento (Lc 2.6.7) e a morte (Jo 1933.34). Essas são experiências humanas e que em Jesus não foram simplesmente emuladas ou fingidas, mas vivenciadas em sua plenitude (Rm 14.15; 2 Co 5.14.15; Gl 4. 4).
Fome, sede, cansaço são experiências que poderiam ser simuladas, contudo, estes dois fatos (nascimento e morte) - os quais são historicamente atestáveis inclusive por fontes externas à própria Literatura cristã - não poderiam ser imitados, teatralizados. A natureza de Jesus de Nazaré - que neste ponto de nosso debate já deve ser subentendida como humano-divina - é uma prova do seu cuidado e interesse por nós.
II - CRISTO JESUS, NOSSO DEUS
Como se pode demonstrar que Jesus é Deus? Bem, através das Escrituras existem várias maneiras, mas de modo especial por meio de dois aspectos: sua consciente aceitação de adoração e sua autoridade para perdoar pecados (Mc 2.10). A Bíblia narra vários episódios onde pessoas, e até mesmo seres espirituais (Mc 5.6; Ap 5.8), adoram a Jesus e Este nunca às repreende (Mt 8.2; 15.25; Jo 9.38).
Conforme o princípio divino registrado no Decálogo, só Deus é digno de adoração (Êx 201-6). Os seres criados por Deus, que estão a serviço dos homens, os anjos, não têm o direito de serem adorados; antes, sempre que alguém oferece-lhe adoração eles a rejeitam (Ap 22.9). Sobre o segundo aspecto, não estamos falando sobre a necessidade individual que cada um de nós precisa ter com relação â comunhão com os irmãos (Mt 6.12), e sim sobre a mudança da condição eterna de cada um de nós (Mc 2.5; 1 Jo 19). Somente Deus tem o poder de retirar a culpa condenatória do pecado que há sobre nós. e então fazermos dignos do seu Reino eterno (2 Ts 15).
Em Cristo nós temos a oportunidade de conhecer e entender exatamente como Deus é. Na maioria dos casos as pessoas tendem a perder tempo desejando saber trivialidades sobre Deus, de modo especial com relação a sua descrição física: qual seu tamanho, cor dos olhos, aspecto do rosto, etc. Existe inclusive um curioso caso desse tipo de comportamento narrado na Bíblia em João 14.8.9. Neste conhecidíssimo episódio Filipe pede a Jesus que mostre aos seus discípulos o Pai, e prontamente o Salvador declara ao seu discípulo que quem olha para Ele. contempla o Pai, vê Deus. A divindade está revelada em Cristo, por um simples motivo. Ele é Deus (Fp 2.11). Jesus mostra como Deus ama, porque ele é Deus amando-nos (Rm 8.39); revela a misericórdia de Deus, pois Ele é Deus misericordioso (Jd 21), em Jesus conhecemos a salvação, uma vez que Ele - o Cristo - é Deus Salvador (Tt 2.13,14). Em Cristo Jesus. Deus pode ser visto, abraçado e alegremente amado - todo distanciamento foi quebrado. Deus anda com os homens e revela sua glória, não através de raios e trovões, e sim de sorrisos e abraços.
Talvez uma das percepções mais difundidas sobre Deus entre a maior parte das pessoas é que jamais seriamos capazes de compreendê-lo por ser Ele um ser elevado e sublime; que de tão superior a nós, todo e qualquer conhecimento ou contato com Altíssimo seria impossível. O Cristo não é assim; em Jesus o Deus magnifico faz questão de revelar-se de modo simples e acessível até para mais a ingênua criança (Mc 10.13-16). Na pessoa bendita de Jesus, a divindade soberana do universo perdoa os mais maléficos pecados, mas também senta no chão e escreve com o dedo na areia (Jo 8.1-11); Cristo é o Messias que através de seu sacrifício incomparável concedeu-nos salvação: contudo, Ele serve-se à mesa com seus amigos e come da mesma comida simples que eles (Mt 26.17-30). Cristo é Deus próximo de nós (Mt 1.23), tão sublime e grandioso que em nada é diminuído em sua encarnação. Em momento algum Jesus poderia deixar de ser Deus - isto seria um abandono de sua essência-natureza-fundamento, o que seria simplesmente impossível. A kenosis do Senhor (o seu despojamento) (Fp 2.5-8) diz respeito a qualidades que podiam ser suprimidas, jamais com relação à sua natureza. Aquilo que Ele era. é e continuará sendo eternamente, não pode ser alterado (Hb 13.8).
Ill - UM CRISTO QUE CONHECE AS NOSSAS DORES
O conhecimento que o Senhor Jesus tem sobre aquilo que enfrentamos não diz respeito apenas à sua onisciência, mas também a sua encarnação, isto é, o tipo de compreensão que o Salvador tem sobre as nossas dores não é apenas algo "em tese”, superficial, presumível mas real, vivencial, histórico (Is 53.4). Ele sofreu como um de nós por nos amar. Sua generosa decisão não foi um improviso divino, e sim, parte do soberano projeto que envolvia ao mesmo tempo o sacrifício dELe e a nossa salvação (1 Pe 118-21). Ele assumiu uma vida simples para possibilitar-nos abundância (2 Co 8.9), e as muitas dores e conflitos a que Ele foi submetido garantem a paz e a alegria a que temos acesso. Se os nossos atos inconsequentes separam-nos do nosso Deus (Is 59.2). tudo o que Jesus enfrentou aproximou-nos mais dEle, o amor trouxe-nos de volta ao centro da vontade de Deus (Cl 1.21.22). Por isso podemos afirmar de maneira categórica: o que era necessário fazer para proporcionar-nos um mundo melhor, Jesus já realizou, pois, o comprometimento dEle conosco não é o de um expectador distante que torce por um conjunto de estranhos, antes, é o de um amigo que nos trouxe para perto dEle (Jo 15.15).
A Escritura revela-nos que o Senhor Jesus está eternamente comprometido em interceder por nossas vidas (Rm 8.34). isto é. o nosso Senhor não nos trata com arrogância e desprezo - mesmo sabendo de nossas falhas e fragilidades. Pelo contrário. Ele acolhe-nos e considera-nos seus irmãos (Hb 2.11) e filhos (2 Co 6.18). Se Satanás empenha-se em acusar-nos dia e noite (Ap 12.10), podemos viver em paz. pois a intercessão de Cristo por nós é superior a qualquer mentira e subterfúgio das trevas contra nós. A majestade de Cristo revela-se exatamente nisto, uma vez que estando num nível muito acima do nosso, sendo Deus Todo-Poderoso, mesmo assim importa-se conosco e interessa-se em abençoar-nos. Por isso Paulo proclamar de modo triunfal que a vida daqueles que estão novamente nascidos em Cristo não está sujeita à acusação do inferno, pois já não obedecem mais a lógica deste mundo decadente, mas. vivem apenas para a glória de Deus (Rm 8.1).
Jesus leva a sério nossas dores e sofrimentos (Mt 9.36), pois assim como às multidões daquela época, nós continuamos carentes da graça e misericórdia divinas. Diferente de muitas pessoas a nossa volta, o Salvador sabe de nossas limitações, respeita nossos sentimentos e está comprometido com a tarefa de nos ajudar a construir um mundo melhor (1 Co 10.13). A insensibilidade da sociedade a nossa volta é algo assustador, o filho de Deus, no entanto, fez e continuará fazendo tudo para identificar-se conosco nos momentos adversos (Mq 7.8). E esta aproximação de Jesus não é algo envolvido em interesses outros, como se a misericórdia concedida a nós fosse uma moeda de troca com a intenção de exigir-nos alguma coisa. Sigamos o exemplo de Cristo, e estejamos mais sensíveis ao sofrimento alheio.
SUBSÍDIO
As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico. intelectual e espiritual [...] 1 (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: [...] (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade. O termo 'Emanuel', que o próprio escritor sagrado traduziu por 'DEUS CONOSCO' (Mt 1.23). mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens: [...] (Jo 1.14). A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: [...] (1 Jo 4.3). [...] A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. [...] A deidade absoluta de Jesus. A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus: No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus’ (Jo 1.1); Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade' (Cl 2.9). As Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na pessoa de Jesus. Ele é eterno: [...] (Is 9.6): onipotente: 'Eu sou o Alfa e o Ômega. o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há devir, o Todo-Poderoso' (Ap 1.8)" (SILVA, Ezequias Soares (Org) Declaração de Fé das Assembleias de Deus 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2017).
CONCLUSÃO
Tratar sobre a natureza de Jesus Cristo é sempre uma questão instigante e desafiadora, uma vez que esse é um tema que se debate na Igreja desde seu nascedouro e foi, em várias ocasiões, um assunto associado a heresias e controvérsias. Contudo, ao superarmos as dúvidas e concentrarmo-nos em tratar a revelação da natureza de Cristo Jesus nas Escrituras como uma ação da benevolência de Deus em nosso favor, tudo torna-se mais fantástico ainda, pois Jesus de Nazaré é nosso Deus.
HORA DA REVISÃO
No Salvador a humanidade e divindade são impossíveis de serem isoladas, antes, encontram-se unas numa condição única e sem correlata na história do universo. Assim, não temos "duas naturezas" em Cristo, e sim. uma essência que se constitui plenamente divina-humana/humana-divina.
O nascimento e a morte de Jesus.
PESSOAL. Sugestão: Em virtude da consciente aceitação de adoração que Jesus tinha e sua autoridade para perdoar pecados.
Em sua encarnação Jesus experimentou a vida como qualquer um de nós. em suas dores e angústias, por isso, quando oramos Ele sabe o que sentimos, não apenas em virtude de sua onisciência, mas também de sua vivência.
PESSOAL Sugestão: Por meio de uma vida de doação e entrega aos outros de tal modo que Cristo seja sempre o centro de nossas vidas e relacionamentos
Lição 3 - O Ministério de Jesus
Classe: Jovens Trimestre: 1° de 2020 Lições Jovens, CPAD 19/01/2020
TEXTO DO DIA
"E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS, E SENHOR DOS SENHORES." (Ap 19.16)
SÍNTESE
Sendo Senhor do universo, Jesus veio ao mundo para servir-nos; e fez isso através de um rico e abençoador ministério que possuía três grandes âmbitos: o profético, o sacerdotal e a realeza.
VEJA A VIDEOAULA
Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 21.11: O ministério profético de Jesus foi reconhecido pelas pessoas da sua geração
TERÇA - At 7.37: O profeta a ser ouvido
QUARTA - Hb 10.21: Temos um grande Sacerdote ao nosso lado
QUINTA - Hb 7.28: Jesus é o nosso perfeito Sumo Sacerdote
SEXTA - Ap 1.5: O soberano dos reis da terra
SÁBADO - 1 Tm 1.17: Jesus, o inigualável Rei
Objetivos
- APRESENTAR o ofício profético de Jesus;
- DEMONSTRAR que através de seu ofício sacerdotal Jesus foi ao mesmo tempo oferta e ofertante da nossa salvação;
- CONCLUIR que a realeza de Cristo exige de nós reconhecê-lo como superior a César.
INTERAÇÃO
A riqueza do ministério de Jesus de Nazaré é algo fantástico. Para realizar a obra que lhe estava proposta, o Mestre utilizou-se de todas as estratégias possíveis, por isso, como estudaremos hoje, Ele serviu à humanidade simultaneamente como Profeta, Sacerdote e Rei. E apesar de assumir-se radicalmente servo dos filhos de Deus, Ele é o único e incomparável Senhor dos senhores. Sigamos, pois o exemplo de Jesus! É claro que nosso sonho é atuar numa comunidade que valorize a Educação Cristã, junto de um grupo de professores comprometidos e empolgados, utilizando-se do maior aparato de apoio didático-pedagógico possível; todavia, nem sempre é assim.
Orientação Pedagógica
Nossa lição discutirá o caráter múltiplo do ministério de Jesus entre nós, ou seja, as diversas formas de servir a humanidade que o Mestre desenvolveu enquanto estava encarnado entre nós. Logo, uma das questões que perpassará todo nosso debate será a capacidade que Jesus tinha de estar envolvido em múltiplas tarefas ao mesmo tempo - enquanto pregava, também curava; durante seus ensinos, libertava oprimidos do Diabo; quando ia visitar amigos, ressuscitava mortos, etc. Deste modo, para ilustrar de maneira bastante prática essa característica sensacional do ministério de Jesus você pode, caro educador cristão, realizar uma série de dinâmicas com seus alunos. Por exemplo, peça para alguns deles tentarem tocar dois ou mais instrumentos ao mesmo tempo; ou que eles escrevam um texto da Bíblia no quadro e cantem um hino da harpa simultaneamente. Mostre que fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, não é fácil. Finalize ressaltando que, por nos amar, Jesus fez tudo o que era necessário.
Texto bíblico
Hebreus 5.1-10
1 Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei.
6 Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
10 chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
INTRODUÇÃO
Enquanto Jesus esteve entre nós Ele exerceu um ministério, isto é, um serviço. Ele mesmo deixou isso bem claro quando declarou que tinha vindo ao mundo para servir as pessoas e não para ser servido (Mt 20.28). Esse é um princípio fundamental que devemos levar em consideração ao refletirmos sobre a pessoa bendita do Salvador. Desde a época de Jesus, e ainda hoje, muitas pessoas acham que ser ministro, ter um ministério, é possuir um conjunto de regalias que as fazem melhor que os outros; enquanto que de fato, um ministro é um servo.
Jesus esteve entre nós e serviu-nos como Profeta, Sacerdote e Rei. Ele não teve o prestígio de um grande profeta, as honrarias de um sumo sacerdote ou as regalias de um monarca, pelo contrário, assumiu para si apenas um conjunto de responsabilidades associadas a esses ministérios, para através de sua vida realizar a ação mais espetacular da história: amar-nos de modo radical.
I - O OFÍCIO DE PROFETA
Em Deuteronômio 18.15-19 temos o anúncio de um personagem que, num futuro indeterminado, exercerá o ministério profético com autoridade e poder semelhantes a Moisés. Milênios após a partida do grande profeta de Israel, surge no curso da história humana Jesus de Nazaré, aquele que, segundo Atos 7.37, é o cumprimento histórico daquele longínquo anúncio profético. Na verdade, através da comparação de alguns episódios das vidas de Moisés e Jesus, podemos perceber que no Salvador cumpre-se muito daquilo que o grande Legislador de Israel viveu como sombra e metáfora. Se Moisés foi vocacionado para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito (Êx 3.7-10), Jesus é aquele que nos livra do poder do império da morte (Hb 2.14); enquanto o filho de Joquebede fere a rocha e dela jorra água para saciar a sede do povo em sua jornada pelo deserto (Êx 17.6), Jesus é a própria fonte da água da vida, de onde brota a salvação de Deus para a humanidade (Jo 4.10-13); Moisés ergue a serpente no deserto para que, olhando para ela, as multidões sejam salvas da enorme praga que atinge o povo (Nm 21.4-9), Jesus, contudo, sobe à cruz do Calvário e através de sua morte traz salvação a todos nós (Jo 3.14-16).
Temos em Jesus de Nazaré um típico discurso profético, o qual pode ser distinguido por três características fundamentais: uma fala que amplifica o clamor das camadas mais sofridas da população (Mt 11.5; Lc 4.18). É bem verdade que há vários sermões de Jesus transbordantes de amor e misericórdia, todavia, não podemos esquecer que Ele também, por ter um ministério profético, em muitos momentos utilizou-se de uma retórica revestida de um forte senso de justiça. Foi assim que Ele posicionou-se contra escribas e fariseus (Mt 23) e também com relação às pessoas que se acomodavam numa espiritualidade morta e sem comprometimento com o reino (Jo 6.48-69). Por fim, o profetismo de Jesus manifesta-se através da natureza proclamativa do ministério. Não foi apenas para tratar de problemas de sua época que o Mestre veio ao mundo, mas também, como profeta, para anunciar antecipadamente a conclusão da história da humanidade e assim assegurar-nos que seremos mais do que vencedores (Mt 24). É assim que deve viver um profeta: ardorosamente trabalhando para construir uma realidade melhor no presente - através de uma sistemática denúncia do pecado -, e ao mesmo tempo consciente daquilo que ocorrerá no futuro.
A crise generalizada que se alastrou em nossa sociedade necessita de uma resposta à altura. Plataformas ou projetos humanos não serão capazes de solucionar a origem desta tensão moral e espiritual que vivemos; somente se retornarmos ao discurso originário do Cristianismo, aquele que tão bem caracteriza Jesus como Profeta (Lc 24.19), poderemos ter esperança de dias melhores. Enquanto a Igreja estiver mais comprometida com os benefícios e interesses terrenos do que com a manifestação do Reino de Deus nesta geração, não seremos capazes de refletir o caráter profético do ministério de Cristo em nós.
A Igreja é do Senhor Jesus, e por isso ela tem uma vocação profética que jamais pode ser renunciada, à custa de tornarmo-nos coniventes e cúmplices de todo o pecado estrutural que procura instalar-se em nossa sociedade (Ap 3.16).
II - O OFÍCIO DE SACERDOTE
Há, na Carta aos Hebreus, uma série de argumentações demonstrando que Jesus é o grande ministro de Deus em favor de nossas vidas. O mais fabuloso de pensar sobre aspecto sacerdotal do ministério de Jesus é que Ele não estava institucionalmente ligado a este ofício religioso em sua época. Não servia no Templo, pois não era da família de Levi; não tinha o prestígio nem a glória humana que acompanhavam os membros da casta sacerdotal daquele momento histórico. Como bem explica o escritor aos Hebreus, essa condição incomum de Jesus estava ligada ao tipo de tradição sacerdotal que Ele representava: a de Melquisedeque, e não a levítica (Hb 5.6,10; 6.20). Enquanto esta última ratificava a lei, apontando para nossas falhas e iminente condenação, a primeira anuncia a graça, sempre ressaltando o amor e misericórdia que nos acompanha. Os inúmeros sacerdotes que se substituíram ao longo da tradição de Israel, preservando dogmas e liturgias do culto, foram incapazes de prover a salvação que Jesus trouxe-nos - de uma só vez, em um só ato - mesmo sem merecermos (Hb 2.17; 7.23-27).
O amor de Jesus por nós revela-se no fato de seu compromisso radical conosco. O nosso Senhor não teve apenas um sentimento vazio de simpatia pela humanidade, antes, Ele dispôs-se a ser para nós e por nós tudo aquilo que seria necessário para nossa salvação. A grande verdade, como simbolicamente testemunhará João no Apocalipse, é que havia uma obra a ser feita que nenhum ser em todo o universo e em todas as esferas de existência era capaz de realizar pelos filhos e filhas de Adão (Ap 5.4). Porém Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), morreu e ressuscitou para assegurar-nos tamanho privilégio. Desta forma está bem claro que Cristo não era apenas o único digno de oferecer a Deus o sacrifício vicário por nossas vidas, como Ele era também o único sacrifício aceitável (Ef 5.2). Ou seja, não fosse Jesus sacrificando-se como perfeito sacrifício, nós estaríamos fatalmente condenados ao inferno. Este é o perfeito amor de Deus por nós, capaz de entregar-se integralmente por cada um de seus filhos; por isso, não há nada menos que temos a fazer, senão, correspondermos ao fantástico amor do Salvador vivendo para a glória e honra do nome do Senhor eternamente (1 Pe 2.5).
Em inúmeros momentos nas Escrituras, somos informados dessa maravilhosa verdade: aqueles que seguem o Cristo são/serão reis e sacerdotes do bom Deus (1 Pe 2.5,9). Por isso, devemos fazer de nossa existência um grande movimento de oferta e sacrifícios a Deus. Assim como nosso Mestre viveu como ofertante e oferta, para estabelecer nossa salvação, nossa vocação é para uma vida de eterna gratidão. Paulo em alguns momentos de seu ministério expôs publicamente sua compreensão de que a vida de um cristão nada mais é que um sacrifício de adoração e louvor, sendo o próprio cristão - assim como foi o Cristo - ofertante e oferta (Rm 15.16; Fp 2.17; 2 Tm 4.6).
III - O OFÍCIO DE REI
Os sábios do Oriente, seguindo os rastros de uma investigação científica, vieram em busca daquEle que seria o rei dos Judeus (Mt 2.2). O povo, entusiasmado não apenas com o discurso de Jesus, mas também com suas obras - ao mesmo tempo - maravilhosas e graciosas, estava decidido em tomá-lo a força e proclamar-lhe rei dos judeus (Jo 6.15). Como forma de uma perversa ironia e parte do cumprimento dos ritos legais para a execução de um preso em Roma, Jesus foi crucificado com uma placa indicativa de seu crime: ser rei dos judeus (Jo 19.19). A realeza de Jesus é uma herança da promessa do Senhor a Davi - numa perspectiva étnico-histórica com relação a Israel - (Lc 1.32), mas também proveniente de sua natureza que, uma vez sendo divino-humana, não poderia deixar revelar sua glória e majestade (1 Tm 6.15,16). Mas como alguém pode ser rei sem ter criados bajulando-lhe, um palácio suntuoso e uma coroa cravejada de pedras preciosas? Sendo Jesus, o rei que veio para servir; que trocou o trono humano pela cruz (Hb 12.2), o ouro da coroa por espinhos (Jo 19.2) e a arrogância do poder pelo amor do serviço (Jo 15.13). Não há rei como nosso Deus!
Os inimigos de Jesus não tinham como acusá-lo em nada (Mt 26.59,60). Ele foi impecável em todas as suas ações, cerimoniais, sociais e morais; desta forma eles tiveram de criar uma mentira para que fosse realizada uma acusação formal contra Jesus no sinédrio e diante de Pilatos e Herodes. Enquanto no sinédrio a falsa denúncia dizia respeito a um descabido pecado de blasfêmia (Mt 26.65), para com o governo do Império Romano a incriminação era de incitação à sonegação de impostos e de tentativa de usurpação do trono (Lc 23.2). É nesse contexto que o Salvador deixa muito claro a Pilatos que não foi para lutar por um trono terrestre que Ele veio, antes, foi simplesmente para cumprir a soberana vontade do Pai, e depois de ter feito tudo, retornar ao seu lugar de honra no universo (Lc 1.33). A infundada acusação produz a oportunidade do próprio Jesus, diante das duas maiores autoridades políticas da região, manifestar a chegada do Reino de Deus. As falsas acusações não puderam roubar a majestade de Cristo, pois esta condição não estava associada a um trono ou coroa humanos, e sim, vontade de Deus (Jo 12.13).
A facção político-religiosa que controlava o judaísmo no primeiro século revelou o ápice de sua ignorância espiritual ao rejeitar publicamente Jesus como Senhor - Kyrios - e declarar César como seu rei (Jo 19.15). É evidente que a afirmação de Pilatos não tinha um caráter político, afinal de contas ele era o representante oficial do imperador naquela província, e sim, uma conotação espiritual. Entretanto, era exatamente essa concepção de Jesus como o SENHOR, rei-messias dos judeus, que os líderes religiosos queriam rejeitar (At 4.25-28). Ainda hoje muitas pessoas preferem negar a realeza de Jesus e submeter-se aos poderes mundanos. Não estamos falando de desobediência civil, mas da necessidade de reconhecimento do senhorio de Cristo. As autoridades políticas têm sua relevância e papel de destaque na sociedade (1 Pe 2.17), contudo, nunca poderão substituir o que Jesus é para nós; por isso, sejamos sóbrios e piedosos, reconhecendo que a esperança de dias melhores não virá de nenhum projeto de poder humano, mas sempre das mãos do Salvador (1 Pe 1.3). Não sejamos como os judeus, não troquemos Cristo por César, isto é, a glória excelsa do Filho pelos holofotes da ilusão dos poderes mundanos (Lc 23.2).
SUBSÍDIO
"O Senhor, em contrapartida, levantaria como seu veículo de revelação um profeta. Tal qual o rei, ele devia ser oriundo da comunidade israelita (18.15; 17.15). Ele só era capaz de falar porque Deus punha a palavra em sua boca (17.19; bem próximo do que o Senhor mais tarde falaria a um hesitante Jeremias [Jr 1.9]). O fato de Deus, por assim dizer, colocar suas palavras na boca de seus profetas explica o porquê de muitos deles iniciarem seus pronunciamentos com: 'A palavra do Senhor veio a mim' ou 'Assim diz o Senhor'. Por outro lado, é raro que qualquer outra pessoa nas Escrituras, Antigo ou Novo Testamento, prefaciar e validar seus comentários com esta fórmula. Uma coisa é afirmar que as Escrituras foram inspiradas; outra coisa é entender como Deus a inspirou. Já com os profetas, não restam dúvidas: Deus inspirou os profetas ao lhes ditar suas palavras, colocando sua palavra em suas bocas, de forma que as palavras do profeta eram proferidas por Deus.Tais profetas deviam seguir o exemplo de Moisés. Aqui, temos um dos poucos exemplos no corpo legal de Deuteronômio em que Moisés fala a respeito de si próprio como sendo ele um paradigma: 'O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu [...]. Eis que [Eu, Deus] lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu' (18.15,18) (HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p.482).
CONCLUSÃO
O tríplice ministério de Jesus garantiu-nos o direito a uma perfeita salvação. Tendo aprendido com o Senhor, sejamos seus imitadores nesta geração.
HORA DA REVISÃO
Significa ter uma tarefa, uma missão, um serviço direcionado por Deus, para realizarmos.
Por seu discurso em favor dos frágeis, seu caráter de denúncia contra o pecado e o anúncio de fatos futuros.
Porque o seu ministério é segundo a ordem de Melquisedeque, e não levítico; e porque, ao mesmo tempo, Ele foi ofertante e oferta.
No âmbito espiritual, pois Jesus não veio em busca de estabelecer um império terreno, mas uma comunidade de homens e mulheres livres dos poderes humanos.
Através de seu discurso de denúncia ao pecado e apoio ao fraco; através da intercessão e amor aos perdidos; e por fim, por meio da realização de ações públicas honestas e que visem o bem comum.
Lição 4 - O Que Cristo Fez Por Nós
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | LiçõesJovens, CPAD 26/01/2020
TEXTO DO DIA
"Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas." (1 Pe 2.21)
SÍNTESE
Ninguém poderia fazer o que Jesus, por seu amor, fez por nós. Compreender o valor do sacrifício do Calvário é o primeiro passo para vivermos um Cristianismo autêntico e saudável.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Mc 9.12
Um sacrifício consciente
TERÇA - Jo 10.18
Uma doação completa
QUARTA - Tt 2.11
Uma salvação que é oferecida a todos
QUINTA - 2 Co 5.19
A obra da reconciliação
SEXTA - Rm 5.8
O Calvário como prova de amor por nós
SÁBADO - Jo 1.29
O Cordeiro que Deus sacrificou por nós
Objetivos
I - ESCLARECER o que significa o caráter vicário da morte de Cristo;
II - DEMONSTRAR que a expiação salvadora de Jesus foi ilimitada;
III - APRESENTAR as características singulares do sacrifício de Jesus.
Interação
De quantos professores de Escola Dominical o mundo precisa para acontecer uma revolução espiritual e educacional? Talvez essa seja uma pergunta muito abrangente e distante de ser respondida. Então, diminuamos o universo de influência e pensemos em algo mais próximo da realidade. De quantos professores a Escola Dominical de sua Igreja Local precisa para que os jovens possam ser avivados e edificados através do poder de Deus? Apenas de um, VOCÊ!
Orientação Pedagógica
Uma sugestão para ser aplicada nesta lição é o uso de uma metodologia ativa denominada "Aquário" (em inglês fishbowl). A metodologia desenvolve-se da seguinte maneira: a sala é posta em formato circular e ao centro se coloca cinco cadeiras (sendo que sempre uma deve ficar livre); quatro pessoas são convidadas a sentarem no centro e iniciarem um debate a partir de uma temática sugerida pelo professor. A qualquer momento do debate, alguém da plateia pode sentar-se na cadeira vazia, com isso, necessariamente alguém que estava sentado participando do debate deve retirar-se de modo a sempre existir uma cadeira vazia para quem quiser participar, e não permitir que o debate seja atrapalhado. Um mesmo participante pode sair e retornar quantas vezes quiser, o papel do educador é não permitir que o debate acabe; assim este deve, sempre que possível, sugerir novos temas, formular perguntas, demonstrar falhas na argumentação de algum participante, etc.
Texto bíblico
2 Coríntios 5.14-21
14 Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram.
15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
16 Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não o conhecemos desse modo.
17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
18 E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.
20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele fôssemos feitos justiça de Deus.
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, refletiremos sobre as características e os princípios espirituais que estão presentes na obra vicária de Jesus Cristo. Temos vivido um período muito complexo: uma explosão de igrejas e um crescimento considerável da população evangélica, porém, nunca testemunhamos tantas heresias, escândalos e um tipo de espiritualidade tão decadente como esta que envolve muitos cristãos. Apenas uma reflexão detida sobre a obra sacrifical do Mestre pode dar-nos uma visão correta daquilo que é o Cristianismo.
I - A MORTE VICÁRIA
Quem nos amaria como Jesus nos amou? Quem, além do nosso bondoso Salvador, seria capaz de enfrentar todo um conjunto de dores e angústia para garantir-nos a salvação? A resposta é única e simples: NINGUÉM! Deve-se, todavia, lembrar de que a morte de Jesus não foi um ato isolado e tomado por uma violenta paixão, isto é, um acontecimento ao acaso e praticado de modo impensado. O Senhor sabia o que estava fazendo (Mt 16.21; Mc 9.12,31).
Na verdade uma de suas preocupações era conscientizar seus amigos para que os mesmos - no momento de sua morte - não perdessem a fé (Mc 14.27-31). Antes da crucificação houve todo um "calvário" de torturas (Jo 19.1-4), violações de direitos (Mt 26.66,67) e traições (Mt 26.14-16). Em vários momentos Jesus é instigado a evitar o sacrifício sob a alegação de que um Deus jamais permitiria que isso acontecesse consigo (Mt 27.40). Na verdade, o que o Diabo tentou a todo custo foi impedir o sacrifício da cruz pois, naquele momento da história, ele já podia deduzir que a crucificação não seria o fracasso de Jesus, antes, lá seria o começo de nossa vitória.
Uma das heresias mais antigas que o Cristianismo precisou enfrentar foi a afirmação de que Jesus não sentia nada enquanto estava no processo de crucificação. Esta era uma tese do gnosticismo; para os adeptos dessa corrente herética, especialmente no evento do Calvário, Jesus não experimentou sofrimento algum, isto é, não sentiu dor física. Ora, se não havia corpo material, não existia sofrimento e sem dor os momentos da crucificação passaram-se sem qualquer incômodo para o Salvador. João é uma forte voz de denúncia contra a heresia gnóstica (1 Jo 4.2,3; 2 Jo 7).
Outra vertente do gnosticismo defendia que a ressurreição de Jesus teria sido apenas espiritual e não corpórea, uma vez que, para esse grupo herético, o corpo era a sede de todos os males e deficiências da humanidade. Essas duas heresias procuram atacar a importância do sacrifício vicário de Jesus, pois, se não houvesse plena identificação de Jesus conosco, nossa salvação não seria possível (Hb 2.18; 1 Pe 2.24; 3.18). Por outro lado, como bem já afirmou Paulo, se a ressurreição não fosse uma realidade, não haveria qualquer sentido na fé cristã (1 Co 15.13-21).
Em 1 Pedro 2.19-25 encontramos uma das mais contundentes afirmações do Novo Testamento sobre o imperativo de nossa identificação com Jesus e sua opção por sofrer pela justiça. Há em nossa sociedade contemporânea - de modo especial na brasileira - um anseio coletivo por justiça; esperamos que as instituições cumpram seu papel social, que os governos empenhem-se no serviço da população, e que as leis e julgamentos espelhem o desejo de um mundo melhor. Infelizmente, não é isso que constatamos. A visão que opera neste tempo está morta e enterrada em uma estrutura maligna (1 Jo 5.19). Por causa disso, muitos justos e santos padecem em virtude de procedimentos imorais, mas respaldados pela lei. Diante desse quadro desanimador, o que fazer? Render-se à lógica do mundo e revidar injustiças? Não, jamais! Devemos encarar nossa chamada martírica, isto é, nossa simultânea vocação de testemunhas e mártires, e desta forma manifestar Cristo o tempo todo nesse mundo, e se necessário, sacrificarmo-nos - assim como Jesus - pela justiça, verdade e bondade. O sacrifício de Jesus é único e insuperável, e nossa doação deve ser contínua e resignada.
II - A EXPIAÇÃO
O ato expiatório define-se como a atitude realizada com a finalidade de "tirar de sobre alguém ou de si" a culpa que lhe é atribuída. Segundo a lógica social do povo de Israel, não bastava a alguém que cometeu um delito a restituição e/ou restauração proporcional do dano causado ao seu próximo (Êx 22.1-15); era necessário também um sacrifício expiatório diante do Senhor para retira-lhe o peso de condenação que havia em virtude de seu pecado (Lv 6.1-7). Essa característica da sociedade judaica demonstra-nos com clareza que, em última instância, toda injustiça contra o próximo também é um pecado contra o próprio Deus (Sl 140.8-13).
Cerimonialmente, o Antigo Testamento é repleto de referências a esse tipo de ato, inclusive com a instituição de uma festividade específica na qual se celebrava a "desculpabilização" de todo o povo - o Dia da Expiação (Lv 23.26-32). Como bem anunciou João Batista (Jo 1.29), o sacrifício de Jesus é um ato expiatório em nosso favor, isto é, na cruz - que era nossa - o Salvador substitui-nos e assim retirou toda a condenação que havia contra nós. Em Cristo Jesus, somos salvos da condenação eterna. A expiação é o ato de materialização da graça de Deus em nosso favor.
Um dos pontos centrais de nossa soteriologia é a defesa de que o sacrifício expiatório de Jesus tem amplitude universal; dito de outra forma, a defesa da expiação ilimitada implica a crença de que, através da morte de Jesus na cruz do Calvário, a humanidade inteira ganhou a oportunidade de reconciliar-se com Deus (2 Co 5.19). Cristo não se sacrificou apenas por alguns, mas por toda a humanidade (1 Tm 2.4). Um dos títulos pelos quais Jesus é chamado na Escritura é de "Salvador do mundo" (Jo 4.42). Aquilo que era impossível de ser recebido por qualquer indivíduo (Mc 10.23-27), uma vez que estávamos afastados de Deus em virtude de nossas transgressões e ofensas (Cl 2.13), é graciosamente oferecido a nós por Jesus Cristo. O que o Mestre realizou é tão inacreditável que chega a nos constranger, impulsiona-nos a tomar uma atitude, tamanho é o seu amor por nós (2 Co 5.14,15). Por esta ação do Salvador torna-se mais evidente ainda a culpabilidade daqueles que rejeitam o valor da expiação (Hb 5.9; Mc 16.16), não restando a esses nada a mais que uma terrível expectativa de condenação e morte (Hb 10.26,27).
A compreensão plena da expiação de Jesus em nosso favor concede-nos a capacidade de autoavaliarmo-nos melhor. Não há em nós mérito algum com relação a obra da salvação, tudo vem do amor e benevolência de Cristo (Ef 2.8). Por isso, todas as vezes que nosso inconformado coração quiser murmurar diante de Deus por não ter alguma coisa que muito tenha desejado, devemos lembrar que aquilo que era necessário para nossa felicidade já temos recebido de Cristo, a salvação (Lc 10.20), o resto é efêmero, transitório e passageiro (Mc 4.19). Toda a humanidade havia se extraviado em virtude do pecado (Rm 3.23), porém, a expiação de Jesus é exatamente para toda a humanidade pecadora (1 Tm 1.15). Na perspectiva da salvação, somos todos iguais, pois sendo universalmente não merecedores, o Mestre sacrificou-se pelo mundo inteiro.
III - O VALOR DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
Nossa condição de Queda era algo impossível de ser superado por nós mesmos. Dito de outra forma, não havia - nem há - nada que pudéssemos fazer para alterar nosso estado de filhos da ira (Ef 2.3). O rumo natural de nossa existência, contaminada pelos efeitos da Queda, nos conduziria a uma eternidade de condenação (Jo 3.18).
A possibilidade de algum tipo de sacrifício substitutivo estava bem distante da realidade, uma vez que todos estávamos encerrados debaixo da prática contumaz do pecado (Sl 51.5) e, por consequência, destinados à condenação (Rm 3.23). Com a chegada de Jesus, a prática de sacrifício de animais em substituição ao pecado das pessoas (Lv 16), encontrada no Antigo Testamento, foi substituída (Mt 9.13). E que dívida era essa que tínhamos para com Deus? Devemos nossa existência ao Criador, e depois da Queda da humanidade, tornamo-nos merecedores da punição eterna imediatamente, mas, por muito ter compaixão de nós, o Eterno concedeu-nos permissão para continuarmos vivendo, mas consciente da manutenção de uma dívida que precisava ser paga. Cristo Jesus é o perfeito sacrifício que quita o preço de nossa condenação e apresenta-nos a possibilidade real de vivermos salvos (Mt 18.23-35).
Um dos momentos bíblicos que melhor expressão essa nossa situação espiritual desesperada e necessitada de salvação é descrito através da epifania de João, logo em uma das cenas iniciais do Apocalipse. Em Apocalipse 5.1-5, o arrebatado João chora muito diante do doloroso fato de não haver ninguém, nenhum ser, que pudesse abrir o livro selado. E por que não se podia abrir o livro? Porque não havia dignidade suficiente em nenhum ser em todo o cosmos que lhe conferisse a autoridade para desatar os selos. É neste paradoxal momento que o Cordeiro de Deus, ressuscitado como Leão da Tribo de Judá, manifesta-se se revelando digno e capaz de abrir o livro. Essa narrativa demonstra-se muito rica de significados quando percebemos que - de uma só vez - ela reporta-se ao futuro e ao passado. Essa é, na verdade, uma das possíveis chaves-de-leitura para todo o Apocalipse: Só pode vislumbrar o futuro quem tem clareza sobre o passado. Somente seremos capazes de compreender a magnitude do ato vicário de Jesus se formos igualmente competentes em nossa percepção da fragilidade humana, na autoavaliação de nossa condição pecadora (Rm 7.24).
O caráter vicário, isto é, substitutivo do sacrifício de Jesus, é algo incomparável. Como bem argumenta Paulo em Romanos 5.7,8, oferecer-se para salvar a vida de pessoas boas, que amamos e que nos amam, é algo compreensível e dentro de uma lógica relacional. O que Jesus fez, no entanto, foi muito mais radical que isso; Ele demonstrou seu amor por nós sem exigir nada em troca, sem esperar retribuição alguma, por uma simples questão: o que nós poderíamos dar como retribuição à altura do sacrifício de Cristo? De fato nada (Mt 18.25)! E isto por dois motivos básicos: primeiro por que nenhum ato que possamos realizar, coisa alguma que exista em nós mesmos, são capazes de servir como "moeda de retribuição" pelo que o Senhor fez por nós. E em segundo lugar, por que o ato de Jesus foi todo construído a partir do amor, e esse amor do Salvador é um amor sacrificial (Jo 10.15-17). Na cruz, Cristo destruiu toda autoridade do maligno sobre nós (Cl 2.14); estávamos mortos e fomos vivificados (Ef 2.5). A nossa cruz Ele carregou, a nossa dor Ele sofreu, a nossa vitória eterna Ele alcançou (Is 53.1-11).
SUBSÍDIO 1
"Quatro palavras para a salvação. Há quatro grandes palavras doutrinárias empregadas na Bíblia para nos revelar a extensão do valor da morte de Jesus, isto é, do seu sangue remidor, para tirar os nossos pecados. Tão vasto e infinito é o alcance da obra efetuada por Jesus que um só vocábulo das Escrituras não pode resumi-la.
A palavra 'expiação' aplica-se em relação ao pecado em se tratando da salvação quanto ao seu alcance, que é infinito (Sl 103.12; Is 53.10). Já 'redenção' diz respeito à salvação em relação ao pecador e seu pecado. Outro termo, 'propiciação', aplica-se à salvação quanto à transgressão; isto é, a salvação considerando o ser humano como o transgressor. E a quarta palavra é 'imputação', que se relaciona com a salvação quanto ao seu 'creditamento'. Ou seja, a justiça de Deus 'lançada em nossa conta', pela fé no próprio Deus (cf. Fp 4.17; Mt 6.12; Fm v.18; Rm 4.3).
Portanto, a salvação é tão grande e tão rica que uma só palavra não abarca o seu significado! Glória a Deus!
Tecnicamente, a palavra 'expiar' - hb. kapar - significa 'encobrir', 'cobrir', 'ocultar', 'tirar da vista'. A primeira menção dessa palavra nas Escrituras está em Gênesis 6.14 (hb. kapar, 'betumarás', ARC; 'calafetarás', ARA) e ilustra muito bem o seu emprego através da própria Bíblia, como a Palavra de Deus" (GILBERTO, Antonio. et al. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 353).
SUBSÍDIO 2
"Avaliação Resumida da Salvação Universal dos Infantes independentemente da sua Fé
Um mérito desta posição é que ela tanto satisfaz a justiça de Deus, quanto presta honra à sua onibenevolência. Além disso, ela apresenta uma base bíblica concebível. Todavia, os oponentes têm levantado diversas críticas a ela. Primeiro, os críticos argumentam que, de acordo com esta posição, os infantes são salvos sem precisar de fé, ao passo que a Bíblia parece ensinar que a fé é condição necessária para se receber o dom da vida eterna (por exemplo: Jo 3.36; At 16.31; Hb 11.6).
Em resposta, como já mencionamos, algumas pessoas colocam que a fé é um requisito padrão, mas não absoluto para a salvação. Ou, que ela pode ser absolutamente necessária nesta vida para aqueles que puderem exercer a faculdade de crer, mas não para aqueles (como os infantes) que não puderem fazer uso dela. Para aqueles que morrerem antes da idade da responsabilidade, a escolha poderia ser adiada para a vida futura; isto em nada menospreza as exortações enfáticas da Bíblia àqueles que podem exercer a faculdade de crer: eles precisarão crer antes de morrer (cf. Jo 3.18, 36; 5.24; Hb 9.27)"(GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. 1.ed. Vol 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p. 357).
CONCLUSÃO
Somente a manipulação das trevas no coração da humanidade pode fazer as pessoas não reconhecerem que não apenas o sacrifício do calvário é único, assim como o próprio Cristo Jesus é inigualável. Viva a salvação!
HORA DA REVISÃO
Porque se o Mestre desistisse do sacrifício do calvário nossa salvação estava perdida.
A expiação é o ato de materialização da graça de Deus em nosso favor.
Tito 2.11; 1 Timóteo 2.4; 2 Coríntios 5.19; João 4.42.
Concede-nos a capacidade de autoavaliarmo-nos melhor, demonstra o quanto somos universalmente iguais e denuncia que todo tipo de arrogância e presunção é fútil.
Primeiro em virtude de nossa condição pecaminosa, e em segundo lugar porque tudo o que Jesus fez foi por amor, sem exigir nada em troca.
Lição 5 - Os Títulos de Jesus Cristo
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Lições Bíblicas de Jovens, Aula: 02/02/2020
TEXTO DO DIA
"E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." (Fp 2.11)
SUGESTÃO DE LEITURA:
SÍNTESE
O conhecimento claro e seguro de quem o Senhor Jesus é, através dos seus vários títulos, tem o poder de trazer a luz à solução para vários aspectos relevantes da pessoa do Salvador do mundo.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 12.18
A maneira mais comum de Jesus chamar-se
TERÇA - Mt 12.8
O filho do homem como metáfora da humanidade
QUARTA - 2Cr 21.7
O cumprimento da promessa feita a Davi
QUINTA - Mt 12.23
O reconhecimento público da vocação messiânica de Jesus
SEXTA - Mt 16.16
Quem é Jesus?
SÁBADO - 1Pe 4.14
O nome pelo qual vale a pena ser escarnecido
Objetivos
I - REFLETIR sobre a denominação de Filho do Homem;
II - ASSOCIAR o título "Filho de Davi" à natureza profética e majestática do ministério de Cristo;
III - APRESENTAR o conceito de messianeidade como central no Cristianismo.
Interação
Grande parte dos problemas com que nos deparamos em sala de aula tem basicamente duas origens: falta de preparação prévia e ausência de autoavaliação. Com o devido preparo antecipado conseguimos minimizar os efeitos negativos de eventuais contratempos que venhamos a enfrentar em sala de aula, por isso, estude regularmente as lições, prepare seu roteiro particular de exposição do conteúdo - tendo em vista que a Lição Bíblica é um norte, um possível caminho de abordagem, jamais uma camisa-de-força didático-pedagógica. Já a autoavaliação é importante na medida em que nos permite adequar rotinas e estratégias à realidade vigente. Talvez um método utilizado por você antes, neste semestre não está sendo eficaz, ou ainda, ocorreram mudanças no contexto de suas aulas que exigem - também - mudanças da sua parte. Assim, uma autoavaliação durante o processo pedagógico poderá enriquecer suas aulas e evitar insucessos.
Orientação Pedagógica
Aproveitando todo o ambiente de descontração que deve ser uma sala de jovens, inicie sua aula perguntando a seus alunos se eles conseguem perceber a diferença entre um apelido e um nickname. Ao pé-da-letra, ambas palavras significam a mesma coisa, na prática, todavia, há uma sutil e relevante diferença: o apelido geralmente é uma designação atribuída por outras pessoas a um indivíduo no mundo real, já o nickname é a maneira pela qual um indivíduo escolhe ser chamado no mundo virtual (internet). Ao final das "apresentações", discuta com seus educandos o fato de também terem sido atribuídos a Jesus alguns títulos e dEle ter escolhido ser chamado de alguns nomes em especial. Demonstre a seus alunos que a maneira pela qual somos definidos pelos outros ou definimo-nos diz muito sobre nós. Apresente então alguns nomes que se relacionam diretamente a Jesus e demonstre o nível de revelação e caracterização da pessoa de Jesus em cada um deles.
Texto bíblico
Filipenses 2.5-11
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
9 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11 e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
INTRODUÇÃO
A vinda do filho de Deus ao mundo é o clímax de uma série de promessas anunciadas no Antigo Testamento. Em virtude disto, a Escritura denomina Jesus com um conjunto de títulos e adjetivos, buscando dessa maneira apresentá-lo da melhor forma possível àqueles que não tiveram o privilégio de conviver diretamente com o Salvador. Pensar sobre cada uma das designações de Jesus nos ajudará a compreender melhor a totalidade da obra do Salvador.
I - FILHO DO HOMEM
Numa tradução, "Filho do homem" em Hebraico é "bem'adam". Este detalhe linguístico-etimológico demonstra a associação do conceito, à princípio, com o caráter adâmico do personagem a quem ela refere-se. Esta expressão está presente no Antigo Testamento em quase 100 versículos. Há, no entanto, uma característica muito peculiar da presença deste termo no Antigo Testamento: ele aparece, em noventa por cento dos casos, no livro de Ezequiel - onde há mais de 90 registros. Em Ezequiel a locução sempre se refere diretamente à pessoa do profeta. Assim, a expressão, num primeiro sentido, corresponde a imagem de um legítimo "Filho de Adão", um "Filho da Humanidade" ou um humano de verdade.
Este é um dos títulos mais recorrentes do Novo Testamento - aparecendo mais de 80 vezes. Com raras exceções, o título que Jesus atribui a si mesmo nos três Evangelhos sinóticos é sempre "Filho do Homem". No Novo Testamento, além da expressão também carregar uma possível conotação apocalíptica (Ap 1.13; 14,14), é relevante o fato dela não estar presente na vasta literatura de Paulo. O termo pode ser entendido como uma autorreferência de Jesus a sua humanidade e um esforço de esclarecer sua vocação espiritual, e não política (Mc 9.31; Lc 12.40), especialmente como uma possível indicação do cumprimento profético de Gênesis 3.15. Porque Jesus optaria por atribuir a si mesmo, tantas vezes, este título em específico? São várias as possibilidades de respostas, dentre algumas: Por sua conotação de humildade e simplicidade; em momento algum do Evangelho vemos Jesus exigindo para si mesmo, com arrogância, tratamento por meio de títulos. Ao contrário, o Salvador sempre portou-se como um de nós; e como bem fala o escritor aos Hebreus, Ele não se envergonha de chamar-nos de seus irmãos (Hb 2.11).
Jesus não incomodou-se em ser reconhecido a partir da sua humanidade, mesmo sabendo de todas as limitações que tal condição lhe acarretava. Por que nós deveríamos dar crédito a qualquer tipo de movimento religioso, evangélico ou não, que defende - aberta ou dissimuladamente - uma divinização da humanidade? Deste modo, é necessário denunciarmos e/ou abandonarmos todo modelo de falso Cristianismo que procura endeusar pessoas, inflacionando seus egos e entorpecendo suas autopercepções. Quanto mais próximos de Deus, mais humanos nos reconheceremos (Lc 5.8), e isto nunca será prejudicial, antes, será um ótimo antídoto contra todo tipo de soberba e insensatez.
II - FILHO DE DAVI
Este é o título que se refere diretamente à realeza de Jesus. É assim que Mateus apresenta-nos Jesus, logo na primeira frase do seu Evangelho (Mt 1.1). A associação do Mestre da Galileia com o rei Davi concede-lhe o status de personagem que cumpre importantes promessas do Altíssimo feitas ao grande rei de Israel (1 Rs 8.25; 2 Rs 8.19; 2 Cr 21.7; Is 9.7; Jr 33.17). Há um forte caráter messiânico nesse título, uma vez que - num tempo de opressão e controle do Império Romano - somente um legítimo descendente da casa de Davi poderia trazer esperança de cumprimento das profecias sobre a libertação dos filhos de Israel de toda e qualquer opressão. É a partir deste título, inclusive, que a fraudulenta acusação dos líderes religiosos contra Jesus ganha algum tipo de fundamento (Lc 23.2), pois em momento algum dos Evangelhos - senão na crucificação - vemos o título de "Rei dos Judeus" associado ao Mestre, porém, ao ser chamado filho de Davi, este outro título ficava implícito. Ao contrário da designação "Filho do Homem", Jesus nunca se denomina como "Filho de Davi". São basicamente três os episódios no Novo Testamento nos quais o Senhor é nomeado com esse título: A cura da filha da mulher cananeia (Mt 15.22), a cura de Bartimeu (Mc 10.47) e na estrada triunfal em Jerusalém (Mt 21.9-15). Analisemos então, pormenorizadamente, estes três episódios para que possamos mensurar a importância deste título de Jesus.
A mulher estrangeira e o deficiente visual clamarem por cura, chamando Jesus de "Filho de Davi", é um indício de que até as pessoas mais simples e desprestigiadas socialmente tinham plena consciência da magnitude e grandeza de Jesus nos dias de seu ministério. Diferente de César, que percorria seus territórios rodeado de pompa e glamour, o Filho de Davi, verdadeiro e único herdeiro de um trono eterno, caminhava pelos mais inexpressivos rincões, levando consigo saúde e esperança (Lc 1.32,33). Em nada Jesus diminuiu-se por dar atenção a pessoas marginalizadas, indivíduos que não eram - em virtude das condições biossociais - respeitados naquela comunidade. Um rei acolhendo o clamor de uma mãe estrangeira e o pedido insistente de um doente marginalizado é uma prova inconteste de que não são coroas, súditos ou tronos que indicam a realeza de alguém, e sim, o conjunto de ações, uma postura ética, um coração de rei. E tudo isto Jesus tinha. Estes dois milagres de Jesus demonstram uma verdade inquestionável: poder de trazer a morte e a dor qualquer déspota enlouquecido tem, contudo, autoridade sobre demônios e enfermidade - isto é, poder de dar vida - somente Jesus, o "Filho de Davi", tem.
A imagem de Mateus 21.9 é um momento único nos Evangelho: Jesus adentra Jerusalém aclamado pelo povo não apenas como profeta, mas também como real herdeiro do trono. O clamor da multidão, provavelmente inspirado nos Salmos 20.9 e 118.26, descreve a chegada de uma autoridade na cidade. Era assim que os colonizados por Roma deveriam proceder quando da visita oficial de um senador ou mesmo do imperador. No entanto, quem entrava na cidade era o Salvador, o prometido de Israel, o Filho de Davi. Apenas Mateus, o escritor cuja influência da tradição judaica é mais forte, registra o título atribuído a Jesus, enquanto que os demais evangelistas destacam a realeza do Mestre, sem contudo, associá-la a sua origem davídica (Mc 11.9,10; Lc 19.37,38; Jo 12.13). Como sabemos, pelo menos parte da multidão que celebrou a chegada do Rei dos reis, em uma semana, seria manipulada para pedir a crucificação do Salvador. Desta repentina mudança de comportamento fica um indício: se a mentira e maldade dos religiosos induziram a multidão ao erro, a espontaneidade do povo levou-o à adoração. Por isso, menos protocolos religiosos, mais liberdade para a adoração.
III- MESSIAS
Sem dúvida alguma, o título mais importante de Jesus era "Messias" /"Cristo"/ "Ungido" (é importante lembrar que estas três palavras tem o mesmo significado, sendo apenas de idiomas diferentes, respectivamente, hebraico, grego e português). Em momentos marcantes do Evangelho Ele é reconhecido como Cristo; já como Ungido, temos a referência de Atos 4.26. É, porém, como o Cristo que os escritores do Novo Testamento mais se referem a Jesus de Nazaré. O uso do termo justifica-se pela centralidade da obra redentora do Senhor, isto é, falar de Jesus Cristo é apresentar ao mundo o plano da salvação. O Novo Testamento começa (Mt 1.1) e conclui (Ap 22.21) com a referência de Jesus como o Cristo. A ideia da "unção" está, no Antigo Testamento, diretamente associada a realização de uma missão especial (Sl 105.15) e específica (consagração de reis - 1 Sm 10.1; 16.1; 1 Rs 1.39; de sacerdotes - Lv 8.12; e profetas - 1 Rs 19.16 ).
Num dos momentos mais emblemáticos do Evangelho, o Mestre faz uma pergunta aos seus discípulos acerca da compreensão de sua identidade por parte da comunidade daquela época (Mt 16.13). Os seus amigos apresentam-lhe o diagnóstico de que a multidão não possui ainda uma percepção límpida de quem Jesus é, de um modo geral, confundem-no com uma figura do profetismo do Antigo Testamento. Depois desta problemática constatação, Jesus direciona a mesma pergunta para seus apóstolos. A resposta de Pedro é simplesmente uma das afirmações centrais da história do Cristianismo: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" (Mt 16.16), numa ressonância da imagem do Deus que age na história da humanidade, muito presente em momentos decisivos da história de Israel (Js 3.10; 1Sm 17.36; 2Rs 19.16; Os 1.10,11).
Pedro também enaltece de forma pública Jesus como o Cristo. A resposta do apóstolo é tão categórica que o próprio Jesus afirma que ela não pode ser fruto de uma elaboração humana, antes, produto da revelação divina (Mt 16.17).
Em que parte da história estaríamos hoje se a pergunta fosse feita a nós? Seríamos como a multidão que, ávida por bênçãos e benefícios, via o Senhor apenas como mais um profeta que realizava atos poderosos, ou teríamos a sensibilidade de Pedro e reconheceríamos Jesus como o Cristo? Infelizmente, em muitos lugares, Jesus não passa de alguém equivalente a um remédio para dores de cabeça, a quem recorremos em momentos específicos. Já em outras comunidades Jesus é um trunfo na manga, alguém através de quem demonstra-se poder e glória pessoais. Passa longe, em muitas igrejas, a percepção de Jesus como o Cristo. Na verdade, se Jesus for "apenas" o Cristo, a estratégia de marketing midiático não funciona. Falar da cruz, da necessidade de confissão de pecados e arrependimento não dá "ibope", por isso, em muitos lugares, Jesus é apenas uma marca, quase uma palavra mágica. Precisamos voltar à essência do Evangelho, e concentrarmo-nos em pregar a Jesus Cristo, e este como o crucificado (1Co 2.2).
SUBSÍDIO
"Mateus 16.14. E eles disseram. Os discípulos estavam prontos a responder, porque sabiam que a opinião popular estava dividida sobre esse ponto (Mt 14.1,2). Dão quatro opiniões. Jesus não mostrou muito interesse nessa resposta. Ele sabia que os fariseus e saduceus lhe eram amargamente hostis. As multidões só o estavam seguindo superficialmente, e nutriam expectativas vagas acerca dEle como um Messias político. O seu interesse concentrava-se mais nas observações feitas pelos discípulos e na fé em desenvolvimento.
Mateus 16.15. E vós, quem dizeis que eu sou? E o que importa. E o que Jesus queria ouvir. Note a posição enfática da palavra: "E vós, quem dizeis [vós] que eu sou?"
Mateus 16.16. Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Pedro fala por todos. Tratava-se de uma nobre confissão, mas não uma nova declaração. Pedro já a fizera antes (Jo 6.69), quando a multidão abandonara Jesus em Cafamaum. Desde o início do seu ministério (Jo 4), Jesus evitara usar a palavra 'Messias' por causa das conotações políticas ligadas ao título. Mas agora Pedro claramente o chama 'o Ungido, o Messias, o Filho do Deus, o vivo' (note os quatro artigos definidos). Essa sublime confissão de Pedro significava que ele e os outros discípulos criam que Jesus era o Messias e eram verdadeiros, a despeito da deserção da populaça Galileia (Jo 6)" (ROBERTSON, A.T. Comentário Mateus e Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011. pp. 185,186).
CONCLUSÃO
Jesus é tão maravilhoso que definir quem Ele é em uma só palavra ou expressão é impossível, por isso, aprendamos mais e mais sobre quem é o nosso Salvador e como devemos chamá-lo. A indagação paulina ainda tem total razão de ser entre nós, em nossos dias (Rm 10.13,14). O verdadeiro Evangelho somente será anunciado às nações de modo eficaz, quando aqueles que pregam tiverem plena consciência de quem o Senhor Jesus Cristo é.
HORA DA REVISÃO
Aos aspectos humanos dos indivíduos, isto é, a humanidade destes.
Profeta Ezequiel.
Em dois dele (a mulher cananeia e o deficiente visual) trata-se de pessoas reconhecendo em Jesus seu poder para sarar, já na entrada triunfal na cidade, refere-se ao reconhecimento do cumprimento de profecias declaradas a Davi.
Temos cada vez mais mensagens vazias de conteúdo e pessoas muito religiosas e pouco cristãs.
Resposta pessoal.
LIÇÃO 6 – PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO
EM ÁUDIO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Nesta aula, dê ênfase ao momento em que Jesus reivindicou ser a água da vida, o último dia da Festa dos Tabernáculos – uma das três maiores festas dos judeus (Dt 16.16) – conhecido como “o grande dia”.
Esse era um momento aparentemente impróprio para essa reivindicação, pois nele havia fartura de comida e de bebida. No entanto, Jesus confrontou as pessoas que se banqueteavam dizendo que elas não estavam saciadas como demonstravam estar, pois ali havia sedentos de água viva, famintos de pão da vida e perdidos precisando de luz.
OBJETIVOS
Trabalhar pela comida que permanece para vida eterna.
Saber que só Jesus pode saciar a nossa sede interior.
Acreditar que Jesus é a luz àqueles que estão em trevas.
PARA COMEÇAR A AULA
Introduza esta aula citando nomes de desertos e regiões áridas, em situações caóticas, bem como parte do Nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas, a plantação e os animais estão sem vida; e, devido isso, esses lugares sofrem com a falta de pão, água e muitas vezes de educação, que é a luz aos entendimentos. Faça uma analogia disso tudo com a vida de pessoas que vivem em um deserto espiritual com sua sede interior de Deus se manifestando todos os dias (SI 42.2).
PALAVRAS-CHAVE
Pão • Água • Luz
RESPOSTAS
1) Do Pão verdadeiro que desce do céu, Jesus.
2) Embora estivessem num banquete, só a Água Viva poderia satisfazer-lhes verdadeiramente.
3) Para todo aquele que vive em trevas.
LEITURA COMPLEMENTAR: A FESTA DOS TABERNÁCULOS
“Os judeus tinham três festas principais: a Páscoa, o Pentecostes e a dos Tabernáculos. Todo o enredo do capítulo 7 está ligado à última, a festa em que o povo, durante uma semana, desabalava de todos os cantos para Jerusalém, habitando em tendas improvisadas, para agradecer a Deus pelas colheitas e pelo livramento e, ao mesmo tempo, renovar sua esperança messiânica. A festa dos tabernáculos relembra-nos a intervenção sobrenatural de Deus na libertação do seu povo da escravidão no Egito.
Os judeus, nos dias de Jesus, celebravam essa festa no final das colheitas para agradecer a Deus sua provisão. Habitavam em cabanas para relembrar como Deus os havia protegido na peregrinação pelo deserto. Separavam-se do conforto para habitar em tendas improvisadas com vistas a se identificarem com os peregrinos do passado. F. F. Bruce diz que os hebreus davam a essa festividade o nome de festa das tendas (sukkôth) porque durante toda a semana de duração as pessoas viviam em barracas feitas de galhos e folhas (Lv 23.40-43), construídas pelos moradores das cidades no quintal ou sobre o telhado plano das casas. Muitos judeus iam a Jerusalém para a festa. No entanto, essa festa também apontava para o futuro, para aquele glorioso dia em que Deus armará sua morada definitiva com os remidos, quando, então, veremos nosso Senhor face a face (Ap 21.1-4), Outra tradição ligada a essa festa era a cerimônia da libação da água. Isaías 12.3 era uma profecia messiânica, mostrando que, quando o Messias viesse, o povo tiraria com alegria água das fontes da salvação. Havia, portanto, em cada dia dessa festa, a expectativa de que Deus lhes daria a água viva. Foi no auge dessa festa que Jesus clamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior de quem crê em mim (Jo 7.37,38), Mais uma vez, Jesus é o cumprimento dessa festa! Finalmente, a essa festa é associada outra tradição, chamada de “a cerimônia da iluminação do templo” e representada pelo candelabro. Jesus também cumpriu esse aspecto, ao afirmar: Eu sou a luz do mundo (8.12), E ele não apenas afirmou essa verdade, mas a demonstrou, curando um homem cego de nascença (9.1-7), milagre que os judeus acreditavam que só Deus poderia realizar.”
Livro: “João: As Glórias do Filho de Deus” (Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos Ltda, 2015, São Paulo-SP, págs. 218 e 219).
Estudada em 12 de maio de 2019
LIÇÃO 6: PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO
TEXTO ÁUREO
“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” Jo 6.35
VERDADE PRÁTICA
Jesus, o Elemento Básico d Vida.
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Jo 7.1-8 O mundo odeia as coisas que são de Jesus
Terça – Jo 7.9-16 Quem fala em nome de Deus dá glória a Ele
Quarta – Jo 7.17-25 Não jugueis pela aparência
Quinta – Jo 7.26-34 As coisas só acontecem no tempo de Deus
Sexta-Jo 7.35,36 Nem todos podem ir para onde Jesus está
Sábado – Jo 7.40-46 Ninguém jamais falou como Jesus
LEITURA BÍBLICA
João 6.30-35
30 Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu.
32 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.
33 Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.
34 Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão.
35 Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.
Leitura completa: Jo 6.30-41; 7.37-41; 8.12-14
Hinos da Harpa: 45 – 301 – 96
PÃO DA VIDA, ÁGUA DA VIDA E LUZ DO MUNDO
INTRODUÇÃO
Comida e Verdade Jo 6.27
Discurso do Pão Jo 6.32
Reações ao discurso de Jesus Jo 6.41
Antes da Festa Jo 7.10
Durante a Festa Jo 7.14
Último dia da Festa Jo 7.37
III. A LUZ DO MUNDO
A luz é uma pessoa J0 8.12
A luz é uma promessa J0 8.12
A importância de Jesus J0 8.21
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O povo queria a comida, mas não a verdade. E, no final, quase todos abandonaram Jesus e se recusaram a andar com Ele. Jesus “perdeu” a multidão com um único sermão!
Comida e Verdade (Jo 6.27). Quando a multidão que se alimentou dos pães e dos peixes do outro lado do mar chegou a Cafarnaum e encontrou Jesus, não vendo nenhum barco que o tivesse transportado, e movida pela curiosidade, fez a Jesus a primeira pergunta: “Mestre, quando chegaste aqui?” (6.25). Em vez de responder à pergunta feita, Jesus lança uma acusação aos interlocutores: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.” (6.26). Depois da acusação solene, Jesus dá uma ordem expressa: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual O Filho do Homem vos dará; porque Deus, O Pai, O confirmou com O seu selo.” (6.27) . Jesus quer direcionar a atenção dos judeus, que estavam interessados apenas nas coisas terrenas, às realidades espirituais. A segunda pergunta dos judeus vem como um pedido de esclarecimento: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” (6.28). Uma vez que a ordem de Jesus era para trabalharem pela comida que não perece, eles querem saber como é que se faz esse trabalho. Jesus responde de forma surpreendente: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.” (6.29). A salvação não é algo que fazemos para Deus, mas algo que Deus fez por nós.
Discurso do Pão (Jo 6.32). Isso está relacionado com a terceira pergunta feita pelos judeus no texto, a qual é dupla: “Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?” (6.30) e argumentam: “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu.” (6.31). Jesus responde à pergunta insincera deles, corrigindo-lhes o entorpecido entendimento e dizendo que não foi Moisés quem deu a eles o pão do céu, pois o verdadeiro pão do céu só lhes é concedido pelo Pai. O pão que Moisés deu era apenas um símbolo do pão verdadeiro, aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (6.32,33). D. A. Carson diz acertadamente que o maná do céu era, comparativamente, imperfeito: estragava com o tempo, e o povo que o comia perecia com o tempo. Uma de suas principais funções era servir como um tipo do verdadeiro pão do céu. Depois de interpelarem Jesus três vezes, agora os judeus fazem um pedido desprovido de entendimento: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.” (6.34). Jesus, então, faz a aberta declaração; “Eu sou o pão da vida” (6.35); e emenda com uma solene promessa: “o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”.
Reações ao discurso de Jesus (Jo 6.41). Quando Jesus terminou esse longo discurso na sinagoga de Cafarnaum (6.59), a reação do auditório foi negativa (6.60-66). Muitos dos discípulos julgaram o discurso de Jesus duro demais. Queriam coisas mais amenas. Essa reação negativa manifestada principalmente em dois aspectos:a) Decepção (6.60,61). Em vez de os ouvintes correrem apressadamente para Jesus, endureceram a cerviz e murmuraram escandalizados. Jesus não pregou para agradar seus ouvintes; pregou para levá-los ao arrependimento.b) Abandono (6.66). Esse pesado discurso de Jesus não produziu um estupendo resultado numérico; ao contrário, provocou uma debandada geral. Seu propósito era ser fiel, e não popular.
II.A ÁGUA DA VIDA
No sétimo dia, o último e o auge da festa, o sacerdote acompanhado pela multidão, ao som de trombeta, fazia a procissão do tanque de Siloé ao templo sete vezes. Jesus, então, coloca-se no meio e brada: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Jesus é a Rocha ferida da qual brota água viva. JESUS É A ÁGUA DA VIDA. Ele é o manancial das águas vivas.
III. A LUZ DO MUNDO
Jesus ainda estava ensinando no templo, quando foi interrompido pelos escribas e fariseus que traziam uma mulher apanhada em adultério. Depois que Jesus frustrou os desígnios dos acusadores da mulher e a despediu com a recomendação de que não pecasse mais, voltou a falar aos que estavam no templo.
A pessoa que tem um guia seguro e um mapa correto chegará, sem dúvida, a seu destino sã e salva. Jesus Cristo é esse guia; Ele é o único que possui o mapa da vida.
Jesus é o enviado de Deus (8.25-30). Os judeus perguntaram a Jesus: “Quem és tu?” (8.25). Jesus responde, mostrando o que já lhes dissera outras vezes. Ele reafirma que o testemunho que dá de si mesmo é o mesmo testemunho daquele que o enviou, mas os judeus não conseguem compreender que Jesus está falando sobre o Pai. Jesus esclarece, então, que, quando for levantado, ou seja, crucificado pelos próprios judeus, então entenderão que Ele de fato é o “Eu sou”, o enviado do Pai.
APLICAÇÃO PESSOAL
Somente em Jesus o homem tem sua sede e fome saciada e, igualmente, apenas Nele o homem em trevas encontra a verdadeira luz.
RESPONDA
1) Do que era símbolo o pão que Moisés deu?
2) Por que Jesus exclamou: “quem tem sede venha a mim e beba”, no último dia da festa?
3) Se Jesus é água para os sedentos e pão para os famintos, para quem ele é luz?
VOCABULÁRIO
Cerviz: Região posterior do pescoço; nuca. Dura cerviz: que não se dobra, não se curva.
Mancomunar: pôr de acordo; contratar, ajustar: mancomunaram.
Notória: é o feminino de notório. O mesmo que: clara, certa.
Lição 7 O Senhorio de Jesus Cristo sobre os Demônios
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor
TEXTO DO DIA
"Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo." (1 Jo 3.8)
SÍNTESE
Devemos estudar sobre a natureza e operação dos demônios como um caminho para compreendermos como se manifestam os milagres vindos da parte do Senhor Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Mt 10.8
Uma das ordenanças de Jesus para os discípulos
TERÇA - Mt 17.21
Exige-se santidade e espiritualidade de quem luta conta o mal
QUARTA - Mc 3.22
A blasfêmia dos religiosos da época de Jesus
QUINTA - Jo 10.21
A sábia conclusão da multidão
SEXTA - Tg 4.7
Resista ao Diabo
SÁBADO - Mt 25.41
O final das forças do mal
Objetivos
I - REFLETIR sobre a natureza e características dos demônios no Novo Testamento;
II - CARACTERIZAR o processo de demonização a partir do caso do gadareno;
III - DEMONSTRAR a lógica de manifestação dos milagres gerados por Deus.
Interação
Algumas pessoas têm perdido o foco com relação aquilo que a Escola Dominical significa para elas. Para alguns professores a atividade de lecionar tem tornado-se um fardo, uma obrigação. É claro que tudo o que se transforma nessa condição em nossas vidas é péssimo. O que a Escola Dominical é para você, caríssimo educador? Quero lembrá-lo que pouquíssimas pessoas em sua comunidade local têm as qualidades espirituais que você tem: habilidade no manejo da Palavra, carisma com o grupo jovem, credibilidade moral e espiritual. Mesmo diante de todos os desafios, você precisa reconhecer que grande parte da saúde espiritual que sua alma nutre é oriunda do conhecimento bíblico adquirido a partir de anos como aluno ou professor da ED.
Orientação Pedagógica
Um dos modelos de metodologia ativa mais comum é o de aprendizagem em grupos. Para o funcionamento deste tipo de metodologia basta segmentar sua sala - dependendo do número de alunos, espaço físico e tempo para ministração da aula - duplas ou grupos. Feita a nova arquitetura na sala, lance o desafio de estudar um caso e/ou solucionar um problema. Se você quiser pode conduzir as investigações a partir da solicitação de resposta a três perguntas norteadoras ou pode tornar a discussão mais dotada de sentido e riqueza de detalhes, trazendo para o debate um caso real, da atualidade ou mesmo uma questão local que está sendo vivenciada em sua comunidade local.
A troca de experiências, o confronto de ideias, a apresentação de respostas e pontos de vista diferentes são os momentos mais enriquecedores deste tipo de estratégia diático-pedagógica. A verdade, é que dependendo da qualidade da preparação de atividade, você poderá utilizar todo o seu tempo de aula na aplicação desta metodologia, fazendo-a tornar-se não parte da aula, mas o todo dela.
Texto bíblico
Marcos 5.1-9
1 E chegaram à outra margem do mar, à província dos gadarenos.
2 E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo,
3 O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender.
4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras.
6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
7 E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.
8 (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.)
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus é muito clara ao afirmar que o objetivo do império das trevas é tríplice: eliminar os filhos de Deus, usurpar as bênçãos que vem do Altíssimo, e arruinar a criação de Deus (Jo 10.10). Dediquemo-nos a este tema com o objetivo de superarmos misticismos irracionais. Estudar acerca da autoridade de Jesus sobre os demônios pode revelar-nos preciosas verdades sobre o poder do Cristo.
I - A ATUAÇÃO DOS DEMÔNIOS NO NOVO TESTAMENTO
Para o estabelecimento de um ponto de partida mínimo nesta lição é necessário tomarmos como verdade alguns pressupostos elementares:
Existe uma realidade para além do mundo físico-material; há uma intrínseca conexão entre a realidade física e a realidade espiritual, onde ações e escolhas em cada um destes campos têm possíveis repercussões entre si; as diferentes características destas duas realidades implicam, necessariamente, qualidades diferentes entre os seres que habitam e transitam nelas. O modo mais fácil de atestar a realidade dos espíritos malignos é analisar os inúmeros casos em que o Senhor Jesus confrontou e destruiu o poder das forças malignas (Lc 4.19), este inclusive era um dos destacáveis fatos do ministério de Jesus conforme defendiam os apóstolos na Igreja Primitiva (At 10.38). A existência de seres espirituais da maldade é tão evidente nas Escrituras que um dos sinais designados por Jesus, para caracterizar aqueles que seriam seus discípulos, é a autoridade para expulsar demônios (Mt 10.8; Mc 16.17).
Nosso conhecimento sobre estes seres é muito limitado e absolutamente condicionado àquilo que as Escrituras falam, por isso é importante concentrarmo-nos no que a Palavra diz, e nunca em crendices populares ou fábulas religiosas. Eles são compreendidos como seres angelicais que, em virtude de pecados e rebeldias (2 Pe 2.4; Jd 6), perderam seu status celeste e tornaram-se operadores do império da morte (Hb 2.14). Eles são conhecedores da existência e do poder de Deus (Tg 2.19), bem como da divindade de Cristo (Mc 1.34). Em muitos casos a atuação destes seres espirituais está diretamente associada a enfermidades e acontecimentos trágicos (Lc 6.18). As forças da maldade podem operar de modo isolado ou em conjunto, e é evidente que a operação em grupo traz consequências muito mais devastadoras aos oprimidos (Mt 12.43-45; 17.21; Mc 5.9; Lc 8.2).
Uma verdade importante que precisa ser dita com relação a batalha espiritual é que ela é absolutamente assimétrica, isto é, os conjuntos de forças e os participantes deste conflito cósmico-espiritual possuem forças diferentes. Por exemplo, é óbvio que anjos e demônios são mais fortes do que humanos (2 Cr 32.21; Sl 8.5; Hb 2.7). Dentre os seres espirituais existe uma hierarquia de tal modo que entre anjos existe pelo menos um que é chamado de "anjo principal" ou arcanjo (Dn 10.13; 1 Ts 4.16; 2 Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7) e entre os espíritos malignos também (Lc 11.15). Todavia, sobre tudo e todos, há a soberania de nosso Deus que - conforme sua onipotência - tem poder infinitamente superior (Ne 9.32).
A diferença fundamental entre o Reino de Deus e o império do mal é que enquanto este organiza-se apenas para a destruição da humanidade, o Reino do Pai veio para trazer o bem e a felicidade ao mundo (Jo 10.20,21). O Novo Testamento declara o poder soberano de Jesus sobre os demônios (Mt 12.28); ainda que o maligno insista em tentar prejudicar os filhos de Deus, temos em Jesus e no seu poder um socorro bem presente em nossos instantes de guerra e conflito espiritual.
II - O ENDEMONINHADO GADARENO
O relato da libertação do oprimido de Gadara é um registro da força devastadora no mal na vida de uma pessoa; porém, esta mesma narrativa é reveladora da graça libertadora do Senhor Jesus.
Pensemos sobre como o grande amor do Salvador vem em nosso favor para reestabelecer em nós a imagem de Deus (Cl 3.10) desgastada pelo pecado e deformada pelo maligno (2 Co 4.4). A história deste homem, registrada nos sinóticos, é o enredo de uma tragédia: Privado da convivência com sua família (Mc 5.19; Lc 8.39), isolado de qualquer relação social (Mc 5.4; Lc 8.29), um homem oprimido pelo maligno a ponto de perder a própria identidade e consciência (Mc 5.9; Lc 8.30). Além disso, as forças demoníacas impeliam-no a um desejo de autodestruição e desvalorização de si tão devastador que o homem oprimido matinha práticas de automutilação (Mc 5.5), não tomava banhos nem vestia roupas (Lc 8.27) e morava num cemitério (Mt 8.28). Este é o caso nas Escrituras onde há maior riqueza de detalhes na descrição de como operava a ação demoníaca na vida de uma pessoa. Temos em Mateus 12.43-45 a clássica descrição da metodologia de ataque dos demônios na vida de uma pessoa; entretanto, o caso do gadareno demonstra o sofrimento de um indivíduo específico, atacado por espíritos malignos, há também no relato do gadareno a constatação da absoluta necessidade da intervenção de Jesus para libertação dos oprimidos do Diabo.
Não há qualquer tipo de espetacularização da libertação do homem de Gadara, muito menos algum tipo de concessão ao maligno. Vemos no ato de Jesus um compromisso com a restauração da espiritualidade e dignidade daquela pessoa. Este não é o único caso nos Evangelho de um indivíduo opresso por mais de uma entidade demoníaca, Lucas 8.2 registra que Maria Madalena fora liberta de sete demônios. Jesus fez, através do amor, aquilo que os poderes humanos, com suas correntes de ferro esmiuçadas (Lc 8.29), foram incapazes de realizar. Não são protocolos humanos, palavras mágicas ou rituais místicos que libertam a humanidade da dominação do mal, mas apenas o poder de Jesus Cristo (Rm 16.20). A restauração foi imediata e radical, de tal forma que aquele homem ficou assombrosamente liberto e em paz, segundo o próprio testemunho dos demais moradores da cidade (Mc 5.15; Lc 8.35). Este é o resultado das ações de Deus na vida de cada um dos seus filhos: alegria e restauração (2 Co 5.17; Rm 8.1).
O pecado roubou a plenitude da glória de Deus de nossas vidas (Rm 3.23). Todo o plano de Deus na história da humanidade através de Jesus de Nazaré tem como finalidade principal restaurar esta gloriosa comunhão perdida (Jo 17.21,22). Desta forma, vencer as forças do maligno não significa demonstrar habilidades especiais de domesticação de espíritos imundos, como pensavam os filhos de Cevas (At 19.13-17), mas de uma vida restaurada em relacionamentos - com Deus e com os homens - e em dignidade (Rm 5.10; 1 Co 15.52). Há lugares e igrejas onde a prática de exorcismos tornou-se instrumento de poder e lucro por parte de líderes religiosos pseudocristãos. Com relação a esta questão o Evangelho contemporâneo precisa voltar a sua essência, isto é, a pregação com poder e autoridade sobre as forças das trevas, visando a liberdade das pessoas e não uma forma de enriquecimento a partir do sofrimento alheio.
III- JESUS EXPULSA UM DEMÔNIO DE UM HOMEM MUDO
A Escritura está repleta de relatos de pessoas que sofriam de enfermidades e que foram curadas de suas doenças graças ao poder de Jesus de Nazaré (Mt 9.22; Mc 10.52; Lc 17.19); por outro lado, existem também vários registros de indivíduos que foram libertos de opressões demoníacas (Mc 1.23-27; 3.11,12; 5.2-20; 7.25-30). Há, todavia, um conjunto mais específico de milagres realizados pelo Salvador que envolviam não apenas a cura, mas também a libertação espiritual de pessoas (Mc 9.25; Lc 9.42). Analisemos um caso específico de cura por meio da libertação: Mateus 9.30-33.
A palavra grega para designar a doença deste homem (v. 32) se refere a uma incapacidade de comunicar-se com as pessoas. É uma enfermidade que comprometia o indivíduo em um amplo espectro comunicacional, às vezes é traduzida por mudez, em outros contextos surdez ou podem ser as duas enfermidades ao mesmo tempo. E uma última possibilidade de compreensão, caracterização desta palavra grega, seria uma pessoa com problemas cognitivos severos. Assim, a cura realizada por Jesus restaurou àquele homem a capacidade de compreender o mundo, de tornar-se novamente alguém autônomo, livre para decidir sozinho. Essa é uma das características mais marcantes do ministério de Jesus: o poder para ministrar não apenas a cura, mas a libertação por meio da cura (Lc 4.16-21; At 10.38); desta forma, esse também deve ser um dos diferenciais na atuação de um seguidor de Cristo, isto é, comprometer-se com o bem-estar integral - físico e espiritual - da sociedade.
Diferente de muitos supostos curandeiros ou exploradores da fé alheia, a libertação na vida daquele homem não foi algo lento, que aconteceu depois de uma série de rituais ou protocolos cerimoniais; ao contrário, atesta-nos Mateus que imediatamente após as palavras de Jesus, o homem passou a comunicar-se naturalmente com as pessoas (v.33). É assim que se identifica um milagre: não há condicionantes ou impedimentos, quando Deus realiza sua obra ninguém pode impedir (Is 43.13). Por isso, tenha muito cuidado com quem cria pré-requisitos religiosos para a realização de milagres. Nunca se deve utilizar do momento de uma ação milagrosa de Deus para fazer-se marketing religioso ou autopromoção ministerial; todo o milagre glorifica exclusivamente ao Senhor. Desta forma, se um ato incrível não render glórias ao Altíssimo, nunca poderá ser definido como milagre (Jo 6.14).
A maldade dos religiosos da época era algo tão monstruoso que, após a miraculosa libertação do homem oprimido, atribuíram tal acontecimento a uma intervenção do próprio maligno (Mt 9.34). A blasfêmia deste tipo de afirmação torna-se mais evidente quando consideramos que milagres como este que Jesus realizou nada mais eram que o cumprimento de profecias anunciadas centenas de anos antes (Is 35.5,6).
SUBSÍDIO
5.1,2 - Embora possamos não ter certeza da razão pela qual acontece a possessão demoníaca, sabemos que os espíritos malignos podem prejudicar uma pessoa, afastando-a de um relacionamento com Deus e com os semelhantes. Os demônios são perigosos, poderosos e destruidores. Embora seja importante reconhecer a atividade maligna, devemos evitar qualquer curiosidade a seu respeito e envolvimento com forças demoníacas ou ocultas, a fim de nos conservarmos distantes deles (Dt 18.10-12). Basta resistirmos ao Diabo e à sua influência, e ele fugirá de nós (Tg 4.7).
5 .9 - O espírito maligno disse que seu nome era Legião. Esta era a maior unidade do exército romano, formada por cerca de três a seis mil soldados. Obviamente, o homem estava possuído por muitos demônios.
5.10 - Muitas vezes. Marcos enfatizou a luta sobrenatural entre Jesus e Satanás. O objetivo dos demônios era controlar os seres humanos em quem habitavam: o objetivo de Jesus era libertar as pessoas do pecado e do controle de Satanás. Os demônios sabiam que não tinham poder sobre Jesus, por isso quando o viam, imploravam para não serem enviados para lugares distantes (o abismo, descrito em Lc 8.31). Então, pediram a Jesus que lhes concedesse entrar na vara de porcos (5.13): Ele permitiu, mas colocou um ponto final em sua obra destruidora na vida daquele homem e de muitas outras pessoas" (BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. pp. 1299, 1300).
CONCLUSÃO
Os casos do gadareno e do homem curado de mudez denunciam de modo contundente, que os ataques do maligno ainda podem ser articulados em conluio, isto é, em uma trama maligna de demônios.
HORA DA REVISÃO
A aceitação da existência de uma realidade para além do mundo físico, isto é, o mundo espiritual, o qual é habitado por um conjunto de seres específicos desta realidade.
Sim, de tal forma que aquilo que acontece no mundo material repercute no espiritual e vice-versa.
A ação deles visa desfigurar a imagem de Deus em nós; a operação dos demônios nunca atinge apenas um indivíduo, mas sempre famílias e sociedades inteiras; a demonização do homem era um resumo da demonização de toda uma sociedade.
Que os milagres ocorrem com naturalidade e segundo o tempo de Deus; qualquer ação fora da normalidade que não rende glória a Deus jamais poderá ser chamada de milagre; milagres são ações de um Deus poderoso em favor dos marginalizados e opressos pelo Diabo.
Marcos 9.25; Lucas 9.42; Lucas 6.18.
Lição 8 - A Obra Salvífica do Senhor Jesus Cristo
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições
TEXTO DO DIA
"Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção."
(Hb 9.12)
SÍNTESE
Não existe urgência mais destacável em nossas vidas do que a garantia de nossa salvação em Jesus Cristo.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Ef 5.2
Jesus, a melhor oferta
TERÇA - 1 Co 1.30
Jesus, nossa redenção
QUARTA - 2 Co 5.18
Jesus, caminho para nossa reconciliação
QUINTA - Cl 1.21
Fomos reconciliados em Cristo
SEXTA - 1 Tm 2.6
Ele doou-se como preço de redenção
SÁBADO - Fp 2.7
Jesus tomou a forma de servo
OBJETIVOS
I - DISCUTIR sobre a superioridade e as especificidades do sacrifício do filho de Deus;
II - APRESENTAR as bases da reconciliação salvífica realizada por Jesus;
III - DEMONSTRAR a singularidade da obra da redenção realizada pelo Cristo.
INTERAÇÃO
Como você avalia a qualidade de seu relacionamento com seus educandos? Você é apenas um transmissor de informações para eles ou você também é um modelo, um exemplo, um paradigma? O processo educativo é muito mais eficiente quando a relação educador X educandos amplia-se para além de uma simples tarefa de repassar dados e constitui-se como uma parceria de mútuo aprendizado. Cada educando tem um conjunto de conhecimentos prévios que, quando bem orientados, pode ser extremamente útil para o desenvolvimento das aulas semanalmente. Desta forma, se você conhecer seus educandos, - descobrir seus talentos, vocações, formações - poderá direcionar e potencializar aquilo que eles já trazem como "bagagem de mundo" e aplicar como ferramental para uma aula excelente.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Previamente, organize uma série de caixas para presentes - preferencialmente de tamanhos, formatos e materiais diferentes (se possível, ponha até mesmo pesos como revistas velhas, objetos sem valor e papel amassado dentro). O detalhe mais importante é que você precisa garantir que existam mais alunos do que presentes, de uma forma que pelo menos um fique sem seu presente.
Autorize-os a pegarem o presente que quiserem. Ao final, quando ficar evidente que alguém ficou sem o devido presente, demonstre constrangimento, tristeza e pergunte se alguém pode ceder seu presente ao outro. É nesta hora que você deve observar a capacidade de cada um doar-se e sacrificar-se pelo outro. Ao fim, independente do que aconteça, peça que todos abram as caixas, nelas deve haver versículos sobre o sacrifício de Jesus, lembre-os, para nós doação e sacrifício são ações desafiadoras, mas para Deus foi a prática que transformou a história.
Texto bíblico
2 Coríntios 5.11-21
11 Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos.
12 Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração.
13 Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós.
14 Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram.
15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
16 Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda
que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo.
17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
18 E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19 Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.
20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
INTRODUÇÃO
A obra da salvação pode ser analisada por vários ângulos; uma das possibilidades é a compreensão da salvação a partir dos generosos atos de Deus em nosso favor. Se elegermos três deles - sacrifício, reconciliação e redenção - veremos que o resgate de nossas vidas foi realizado pelo Altíssimo através de ações que repercutem em toda a trajetória da humanidade (passado, presente, futuro). A experiência da salvação é viva e dinâmica, por isso, reflitamos sobre ela e sejamos edificados.
I - O SACRIFÍCIO
Pode-se definir sacrifício, numa perspectiva veterotestamentária, como a prática cúltica de oferecer produtos do campo ou animais a Deus, como forma de solicitação de perdão por pecados individuais ou coletivos (Lv 23.26-28), gratidão pela produtividade da terra ou outro aspecto da vida das pessoas (Lv 7.11,12),e como expressão de adoração (Lv 6.8-13).
Desde o Antigo Testamento esta prática estava regulada por princípios que expressavam o caráter justo do Eterno Deus, tais como a proporcionalidade, regularidade e significância. Cada um deveria ofertar conforme as suas posses; havendo na própria lei uma normatização com relação àquilo que deveria ser sacrificado pelos que eram ricos e poderosos, e aqueles pobres e necessitados (Êx 30.15). Havia uma orientação sobre quantas vezes e em que datas as ofertas, isto é, os sacrifícios, deveriam ser ofertados (Lv 23). Todo sacrifício precisava ter significado, razão de ser, para quem realizava o ato sagrado (Lv 7.30; 22.29), sendo que em todos os casos a finalidade última sempre era a glória de Deus (Dt 12.11).
Já no Novo Testamento, quando a revelação de Deus manifesta-se de modo completo e plenamente inteligível a partir de Cristo (Ef 3.19), o sentido do ato de sacrificar ganha novos contornos, direciona-se muito mais para uma prática associada diretamente ao próprio indivíduo e suas faculdades, ou seja, deixa de ser algo prioritariamente material com repercussão espiritual, para ser uma prática espiritual com consequências materiais. Por isso a Bíblia falará de sacrifícios agradáveis (Fp 4.18), sacrifícios de louvor (Hb 13.15), sacrifícios espirituais (1 Pe 2.5). Pode-se perceber, desta forma, uma guinada no Novo Testamento: Mais importante do que o protocolo ritualístico de quem sacrifica são as intenções do coração ofertante (Mc 12.33).
Como Davi, o grande rei de Israel, já afirmava milênios atrás, somente deve-se apresentar a Deus sacrifícios que tenham algum valor (2 Sm 24.24). Oferecer do que se esbanja ou daquilo que não serve mais, não somente é inútil enquanto ato devocional, como torna-se um verdadeiro insulto ao nosso Criador (Mq 6.6-8). Há toda uma seção da profecia de Malaquias sobre esse tipo de comportamento (Ml 1.7,8). Desta forma, seguindo o próprio princípio estabelecido por Ele mesmo, o Criador do universo, quando decidiu-se em oferecer um sacrifício substitutivo em favor de nossas vidas, deu-nos o melhor: Seu Filho unigênito (1 Jo 4.9). Assim, sobre o sacrifício de Jesus, pode-se apresentar como características fundamentais os seguintes tópicos:
II- A RECONCILIAÇÃO
Substantivo feminino. "Ato ou efeito de reconciliar; restabelecimento de boas relações entre pessoas que estavam em conflito."
Teologicamente falando pode-se dizer que a reconciliação é uma das consequências centrais do sacrifício de Jesus no Calvário. Diante da separação que a condição pecaminosa estabeleceu entre nós e Deus (Is 59.2), foi necessária a intervenção de Jesus no curso da história para que a reaproximação fosse novamente possível.
Como em tudo aquilo que envolve a obra da salvação, na reconciliação da humanidade com o Criador, o Senhor tem total mérito nas ações. Somos reconciliados com Deus por Cristo (Rm 5.11), mas não foi uma iniciativa nossa; pelo contrário estávamos fracos e enfermos por causa do pecado, mas uma incontestável demonstração do amor de Deus (Rm 5.6-10). Incomparável graça! Já com relação a nosso papel na obra da reconciliação é importante dizer que não existe reconciliação, unilateral; como a própria palavra buscar definir, reconciliar é estabelecer novamente a concórdia onde ela foi rompida. Desta forma, isto só é possível por atitudes que envolvam ambos os lados.
Não são atitudes humanas que tornam a reconciliação espiritual da humanidade um fato, e sim, o eterno cuidado de Deus para conosco. Em Efésios 2.14-22, o apóstolo Paulo argumenta que foi a cruz que abriu o caminho para a reconciliação, aproximando de uma só vez judeus e gentios, povo da promessa e filhos por adoção. A argumentação de Paulo leva-nos a compreender que em um único ato Jesus cumpriu todas as exigências da Lei e revelou todo o poder da graça. Por isso, em nossas orações, louvores, cultos e pregações, necessitamos proclamar mais sobre a misericórdia reconciliadora do Pai. Não existe reconciliação à distância, toda restauração espiritual promovida pelo Pai implica uma mudança de postura, de trajetória de vida, uma reaproximação. A imagem, que na teologia paulina torna-se um conceito-chave, é bastante propícia para demonstrar o conjunto de atitudes que precisamos adotar em nossas vidas. Maior responsabilidade ainda recai sobre aqueles que já foram reconciliados: Nosso dever é proclamar com toda a força de nossas almas a extraordinária dádiva de Cristo em nosso favor. Isto é o que Paulo denominou de ministério da reconciliação. Não devemos ser arautos da condenação ou da desesperança, mas antes, proclamadores das ricas misericórdias do Altíssimo.
III - A REDENÇÃO
Pode-se definir redenção como a condição do pecador em relação ao pecado após o conhecimento da graça de Deus disponível a ele (Sl 103.4). Dito de outra forma, redenção é uma atitude que apenas Deus pode realizar em favor da humanidade, pois através de seu ato redentor o Eterno concede a todos nós o livre acesso a salvação (Is 63.16; Jr 14.8). Refletir sobre a salvação concedida a nós é pensar sobre a questão da redenção e nossa condição em meio a esse maravilhoso ato divino. O conceito de "redenção" está ancorado numa metáfora muito comum nos tempos bíblicos: a imagem da comercialização de um escravo. No mundo antigo, o ato de redimir um escravo estava associado à ideia de pagar um preço para retirar, um objeto ou neste caso uma pessoa escravizada, da condição de oferta ao público. Por isso, conceitos como "pagar", "resgatar" são sinônimos neste contexto (1 Pe 1.18,19). Desta forma, o redentor como figura social era aquele responsável por patrocinar a mudança de status de quem era escravizado. A existência do remidor/resgatador tinha, como uma de suas finalidades, o objetivo de possibilitar aos filhos de Israel, no ano do jubileu, a libertação daqueles que haviam tornado-se escravos em virtude de dívidas financeiras (Lv 25.25,26). Lembremos, como exemplo desta figura na Bíblia, Boaz, o remidor de Noemi e Rute (Rt 2.20), e de Gomer e seu paciente marido Oseias (Os 1 - 3).
Nada melhor do que quando a própria Bíblia se encarrega de apresentar-nos uma definição clara e objetiva de um determinado conceito. Este é o caso com relação ao termo "redenção". Conforme Efésios 1.7, redenção é: "[...] a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça." Não existe nada que possamos fazer com relação a nosso estado eterno de pecaminosidade. Sozinhos, estamos fadados a condenação que nos conduzirá a perdição eterna (2 Ts 1.8,9), porém, sabendo de nossa condição existencialmente falida, Jesus Cristo alcançou remissão para todos nós (Cl 1.14). Como a redenção foi possível? Através do sacrifício vicário de Jesus, ou seja, apenas o Mestre foi capaz de oferecer-se em nosso favor, e desta forma, garantir-nos a salvação (Rm 3.24; 1 Co 1.30).
A obra redentora que o Mestre já efetuou por nós possui uma dupla repercussão: Aquela que alcança-nos de modo imediato e presente, e por isso já hoje podemos declarar-nos redimidos, salvos e santos em Cristo. Há, todavia, outro aspecto importantíssimo na obra da redenção: ela aponta para nosso estado eterno, nossa condição final onde seremos - eternamente - salvos de todo e qualquer sofrimento desta vida, para vivermos para sempre com nosso Salvador no céu (Lc 21.28; Ef 4.30).
SUBSÍDIO
"Redenção. Livramento de alguma forma de escravidão com base no pagamento de um preço por um redentor (q.v.). Redenção é um conceito básico para a visão bíblica da salvação. No Antigo Testamento, a redenção está integralmente associada à vida familiar, social e nacional de Israel. Um indivíduo israelita poderia agir como um redentor, pagando um resgate para a libertação de um escravo (Lv25.48ss.), para recuperar um campo (Lv 25.23ss.), ao invés de sacrificar um macho primogênito (Êx13.12ss.), e em favor de alguém que de outra forma seria condenado à morte (Êx 21.28 ss.). Logo no início do Antigo Testamento, o Senhor Deus revelou a si mesmo como agindo de forma redentora em favor do homem. Jacó invocou a Deus como aquele 'que me livrou de todo o mal'(Gn 48.15,16). Deus declarou sua intenção de livrar Israel da servidão no Egito, dizendo: 'Vos resgatarei com braço estendido' (Êx 6.6). Na maioria dos casos no Antigo Testamento onde é feita referência à atividade redentora de Deus, a libertação efetuada é de natureza física e não espiritual (por exemplo, a libertação de Israel do Egito e da Babilônia). Mesmo estas libertações, porém, trazem em si um significado espiritual em que a libertação indicava que Deus havia perdoado o pecado ou os pecados que diretamente ou indiretamente ocasionaram a calamidade" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p.1655).
CONCLUSÃO
A obra da salvação é um processo complexo, realizado por Deus com a intenção de prover à humanidade a única saída para a iminente condenação eterna que nos ameaça. A fim de conceder-nos tal bênção o Altíssimo ofereceu o melhor e único sacrifício possível em regaste das nossas vidas: Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus.
HORA DA REVISÃO
No AT havia mais relevância no aspecto formal e cerimonial do ato de sacrificar - por isso destacava-se mais a oferta; já no NT o elemento mais relevante é a intenção do coração do ofertante.
Sim, pois aquilo que não carrega em si qualquer significado ou relevância para o ofertante, jamais será sacrifício. Está é a diferença básica entre ofertar e descartar algo.
Porque conforme afirma o profeta Isaías, o pecado estabelece uma situação de separação, insuperável por meios humanos, entre Deus e a humanidade.
A redenção foi estabelecida por Deus para estar disponível a toda humanidade. É isto que nos dizem textos como 1 Timóteo 2.6; Romanos 3.23,24.
Na medida em que tido o que diz respeito à obra da redenção poderá ser experimentado por cada um de nós em nosso estado eterno, afinal de contas, apenas lá a redenção se manifestará plena.
Lição 9 - A Salvação Ofertada Por Jesus Cristo
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições
TEXTO DO DIA
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do SENHOR." (At 3.19)
SÍNTESE
Eleição, arrependimento e regeneração são três níveis de compreensão da obra da salvação na vida de todo cristão.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Tt 2.11
A salvação é oferecida para todos
TERÇA - Hb 9.28
Uma vida esperando a salvação
QUARTA - 2 Pe 1.10
Fazendo a eleição cada vez mais firme
QUINTA - Lc 24.47
O arrependimento dever ser o tema de nossa pregação
SEXTA - Jo 3.3
A necessidade de nascer de novo
SÁBADO - 2 Co 5.17
Nova criatura em Cristo
OBJETIVOS
I - APRESENTAR as bases bíblicas para a doutrina da eleição;
II - DEMONSTRAR a relevância do arrependimento para a obra da salvação;
III - DISCUTIR sobre as especificidades da regeneração.
INTERAÇÃO
Aprenda a negociar procedimentos e exigências com seu superintendente, desta forma, pequenos problemas podem ser evitados, e assim, os maiores nunca chegarão. Quem trabalha com jovens é conhecedor das especificidades deste tipo de ministério: muitas vezes não chegam nos horários combinados, em alguns casos são barulhentos acima da média, e de um modo geral, as classes de jovens são bem animadas e cheias de debates acalorados. Esse conjunto de características peculiares pode colidir diretamente com alguns valores e princípios da liderança geral da ED; é nessa hora que você precisa ter a sensibilidade para mediar as situações conflituosas e promover o menor desgaste possível para ambos os lados. Quem sabe seja necessária uma boa reunião com seus alunos ou, estudar horários e locai alternativos para as salas deles. Assim, não é relevante a medida que você tomará, mas o princípio que deve seguir sempre: o amor.
Orientação Pedagógica
Para a realização desta dinâmica entregue a seus alunos caneta e papel. Solicite que eles dividam a folha em duas colunas, no título de uma eles escreverão COMO SOU, e já na outra, COMO DEVERIA SER. Conceda-lhes o tempo adequado para que eles reflitam sobre a realidade de suas vidas e, mais ainda, sobre as possibilidades das mesmas. Após o momento de reflexão e escrita, pergunte-lhes em qual área há maior distância entre o real e o ideal. Em seguida, indague-lhes sobre a maneira pela qual Deus pode auxiliá-los a mudar as situações que precisam de transformação. Esteja atento, este pode ser tanto um momento mais descontraído, como também uma oportunidade de alguns comunicarem suas limitações e frustrações. Nem sempre é fácil encarar a realidade dos fatos da vida. Finalize esse momento convidando-os a orar, rogando ao Pai que o poder regenerador do Santo Espírito possa transformar todas as situações adversas em oportunidades de manifestação da glória de Deus.
Texto bíblico
João 3.1-7
1 E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
INTRODUÇÃO
A promessa do descendente que seria capaz de desfazer as obras do Diabo cumpriu-se em Jesus de Nazaré. Mais relevante do que humilhar publicamente principados e potestades da maldade, foi o fato de Cristo ter restaurado o fluxo originário do plano de Deus para a humanidade, reaproximando-nos novamente de nossa vocação edênica e concedendo-nos a oportunidade de, outra vez, ter esperança na promessa do céu.
I - ELEIÇÃO
A Bíblia Sagrada está repleta de textos que anunciam e discutem aquilo que denominamos de Doutrina da Eleição. Por eleição entenda-se a capacidade divina de ser o promotor da condição de salvação daqueles que serão salvos. Em outras palavras, através da eleição, como ato livre e incondicionado, o Altíssimo proporcionou à humanidade a possibilidade da salvação. A Escritura registra casos de eleições/escolhas individuais, coletivas e nacionais, os quais tanto estão ligados à salvação como a outras questões: a escolha/eleição de determinados indivíduos para missões específicas (1 Sm 16.8-13):
A partir destas três dimensões do conceito de eleição, pode-se demonstrar que este conceito não está restrito à temática da salvação, e sim, da soberania divina. Pensemos então na questão da eleição a partir de duas perspectivas básicas, a divina e a humana, e por fim esclareçamos aquilo que não é eleição para que se evite uma apropriação errônea dessa importante doutrina bíblica.
A capacidade de Deus eleger, escolher, convocar determinados indivíduos para eventos específicos revela-nos alguns atributos divinos: a) Presciência - Sendo diretamente associada a onisciência (a capacidade de saber de todas as coisas), a presciência é a faculdade de saber antecipadamente como tudo irá acontecer, ou seja, Deus tanto entende tudo sobre todas as coisas que estão acontecendo agora, como sabe todas as possibilidades e consequências antes que estes aconteçam (1 Sm 23.1-13);
Pedro (2 Pe 1.10), exorta-nos a não desperdiçar a graça que nos foi concedida por meio da eleição em Cristo; antes, devemos viver de tal forma que aquilo que Jesus construiu em nós não seja destruído por nossas próprias ações tresloucadas (Hb 12.25-29). Há, desta forma, uma urgente necessidade de valorizarmos tudo o que vem de Deus para nossas vidas, cônscios de que o maligno deseja a todo custo afastar-nos da vocação de Cristo e que nós tanto podemos colaborar para que aqueles que ainda não compreenderam a riqueza da salvação de Deus possam percebê-la (2 Tm 2.10), como devemos viver na expectativa da segunda vinda gloriosa do Mestre (Hb 9.28).
A Doutrina da Eleição não pode ser entendida como um instrumento perverso de Deus para selecionar alguns para a salvação eterna, enquanto outros serão aleatoriamente escolhidos para a condenação eterna. Como já dissemos anteriormente, Deus é um todo de bondade, jamais agiria de modo despótico. Por outro lado, a Eleição também não é um instrumento para justificar uma vida de pecados e descompromissada com Deus, pois fomos eleitos para a obediência e as boas obras (Ef 2.10), assim, quem opta por uma existência de pecados e devassidão deve ser consciente das consequências eternas de suas escolhas (Hb 6.4-6).
II - ARREPENDIMENTO E FÉ
Arrependimento, do grego metanoia - mudança de mentalidade - e do latim repoenitere - ter pesar de..., sentir muita mágoa por uma má ação -, é um dos conceitos centrais da fé cristã. Pode-se dizer que não existe relação com Cristo sem um prévio estabelecimento de um coração arrependido. A humanidade está terrivelmente afetada pelo pecado e pela desobediência (Tt 1.16). Desta forma, por si só, os filhos de Adão não conseguem compreender a graça de Deus que se manifestou em Cristo Jesus (Hb 2.10). A Bíblia Sagrada declara de maneira explícita que a fonte do arrependimento que implica a salvação é Deus (At 5.31; Rm 2.4; 2 Tm 2.25). Desta maneira, como a salvação é um projeto divino oferecido para a humanidade (Tt 2.11), o arrependimento que é um pré-requisito para a salvação, também é uma possibilidade acessível a todos (At 17.30). Infelizmente, algumas pessoas, mesmo depois de experimentarem a vida transformada pela salvação garantida por Cristo no calvário e manifesta por meio do arrependimento, desprezam a graça e voltam a viver de modo cheio de vergonha e pecado (Hb 6.4-6).
Em inúmeras oportunidades Jesus de Nazaré declara que o objetivo central de seu ministério era levar pecadores ao arrependimento (Mt 9.13; Mc 2.17; Lc 15.7,10). É evidente que houve casos em que, apesar do chamado de Cristo, pecadores não se renderam (Jo 6.66). Não existe arrependimento automático, irreflexivo. A obra da salvação é divina, mas o pecado humano pode conduzir pessoas a estágios de desobediência tão grande que os levarão ao inferno (1 Pe 4.17,18; 2 Tm 3.2-5).
O grande problema da igreja contemporânea é o investimento de tempo, recursos e energia em atenção a situações e problemas que não são próprios de sua vocação. Nossa vocação é proclamativa (Mc 16.15)! Diante desta centralidade da pregação, uma outra pergunta surge naturalmente: qual deve ser o conteúdo de nossa evangelização? A resposta o próprio Senhor Jesus, já ressuscitado dá-nos em Lucas 24.47. O arrependimento não precisa ser apenas uma consequência de nossa pregação, mas também o próprio objeto de prática. Precisamos de menos pirotecnia gospel em nossos púlpitos, menos autoajuda ou pseudocoaching e mais Bíblia. Mais sermões sobre a necessidade de arrependimento e confissão de pecados, e menos discursos pré-fabricados que apenas procuram domesticar pecados.
O arrependimento é o único caminho para a manutenção de relacionamentos saudáveis; já que somos pecadores cheios de falhas, nossos relacionamentos estariam fadados ao fracasso, não fosse nossa capacidade de arrependermo-nos. Logo, para o desenvolvimento de uma vida comunitária feliz, o arrependimento precisa ser uma postura praticada e que tenha credibilidade. Da parte daquele que age de modo precipitado e fere a outros, exige-se a capacidade de mudança de atitude, isto é, a prática do arrependimento (At 2.38; 3.19). Já com relação àqueles que foram vítimas de ações desacertadas dos outros, o Senhor Jesus exorta-nos a perdoá-los, diante de seu genuíno arrependimento, ainda que seja necessário fazer isso inúmeras vezes num mesmo dia (Lc 17.3-5). Ser cristão é algo muito sério, não é algo para pessoas infantilizadas que só pensam em sua própria satisfação carnal.
III- REGENERAÇÃO
A palavra regeneração significa literalmente gerar algo que seja novo. Não é apenas um recomeço para aquilo/aqueles que já existem, e sim, uma nova oportunidade que o Criador concede a todos os seus filhos, através de Jesus Cristo. Refletir sobre essa poderosa obra de Deus em nosso favor leva-nos a um nível maior de compreensão do amor do Pai.
A compreensão daquilo que é a regeneração torna-se mais fácil de captar a partir do diálogo de Jesus com o erudito fariseu, Nicodemos, em João 3.1-12. Nesse texto, testemunhamos a dúvida do interlocutor de Jesus, que seria a de qualquer um de nós. Quando Jesus fala sobre a necessidade da regeneração (v.3,7) Ele utiliza-se da expressão "nascer de novo" que poderia ser traduzida como "nascer de cima", numa tradução livre, "nascer noutro nível, num nível mais elevado". Mas o que significaria exatamente isso? Nas palavras de Jesus, é muito mais que assumir uma série de comportamentos ou atitudes sociais, tem a ver com uma transformação radical que atinge a espiritualidade de uma pessoa (v.6).
A regeneração não é aquilo que uma instituição faz na vida de uma pessoa, ou que a influência de outros indivíduos constrói em nossas opiniões e hábitos, a regeneração é a manifestação da salvação no interior de cada um de nós, operando em nosso ser - e tendo como exclusivas testemunhas nós mesmos (1 Jo 5.18). Logo, a causa da regeneração é única: a ação do Eterno no interior daquele que teve o privilégio de conhecer a Cristo (1 Pe 1.23). Somos novamente gerados, nascidos para outro nível de espiritualidade por meio da graça (Gl 4.24,28,31).
Apesar de a regeneração ser uma obra que ocorre no interior do nascido de novo, é possível apontar alguns elementos fundamentais que caracterizam essa operação de Deus em nossas vidas:
SUBSÍDIO 1
Pedro falou nos "eleitos segundo a presciência de Deus Pai" (1 Pe 1.2). Dessa forma, por ser amor (1 Jo 4.16), é necessário que Deus aja de maneira amorosa, mas também, por ser justo, faz-se necessário que Ele aja de maneira justa (Gn 18.25; Rm 2.11; 3.26).Entretanto, não havia necessidade de Deus formar criaturas morais; mas se Deus escolheu formar criaturas morais, é razoável se supor que Ele aja de forma consistente com a sua natureza imutável de amor e de justiça e com a mesma liberdade que ele decidiu dar às suas criaturas. [...] A regeneração é transmissão da vida espiritual, por parte de Deus, às almas daqueles que estavam "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1) e que foram "salvos" - trazidos novamente à vida - por Deus "pela fé" em Jesus Cristo (Ef 2.8).
A Fonte da regeneração é Deus, o resultado da regeneração é a filiação; o meio da regeneração é o Espírito Santo; e a duração da regeneração é eterna [...] Nascer de novo ou nascer do alto são expressões paralelas a regeneração. O novo nascimento é o ponto no qual uma pessoa "morta em ofensas e pecados" (Ef 2.1) recebe a vida espiritual. Jesus disse: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espirito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo" (Jo 3.6,7). Pedro acrescenta que fomos: "De novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23; cf.Jo 1.13; 1 Jo 3.9; 4.7, 5.1, 4, 18)" (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. pp. 158, 199, 200).
SUBSÍDIO 2
Mas essa nova visão é impossível, se a pessoa não tiver a nova vida. Jesus é cuidadoso ao indicar a fonte dessa nova vida. A expressão aquele que não nascer de novo tem, na verdade, um duplo sentido. A palavra traduzida como "de novo" é anothen, que tem vários significados: "de cima", "novamente" e "sob uma nova forma". Essa palavra é usada por João com o óbvio significado de "do céu" em 3.31 e 19.11. Esta poderia ter sido a intenção de Jesus aqui. Se o homem espera ter vida no sentido eterno e real, ela deve vir do céu. A vida biológica se recebe dos pais, mas a vida que vem de Deus somente Ele pode dar (1.13), e esta vem de cima. Acredita-se no significado de novo porque a resposta de Nicodemos usa a palavra tornar, ou seja, outra vez, uma segunda vez. Evidentemente, isto foi o que Nicodemos entendeu daquilo que Jesus disse.
O significado "sob outra forma" fornece uma tradução feliz aqui, porque combina a ideia de alguma coisa nova e diferente - "de cima" - com a ideia de novo. [...] As perguntas de Nicodemos refletem mais do que simplesmente uma má interpretação da declaração de Jesus. Ele pode ter entendido perfeitamente bem! Como ele poderia acreditar que um homem sendo velho seria transformado em uma nova criatura? (Comentário Bíblico Beacon. 1.e.d. Vol. 7, João e Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 49).
CONCLUSÃO
Estudar sobre a obra da salvação realizada por Jesus em nossas vidas é de extrema importância, pois ao pensarmos sobre como as ações de Deus foram previamente projetadas, podemos notar o quão maravilhoso é o amor de Salvador. Tendo recebido do Senhor o presente da salvação, cabe-nos a tarefa de afastar-nos todos os dias do caminho da maldade e desta forma, arrependimento não é apenas uma atitude, mas um estilo de vida para cada um de nós. Viva uma nova vida, viva a salvação!
HORA DA REVISÃO
Por eleição entenda-se a capacidade divina de ser conscientemente o promotor da condição de salvação daqueles que serão salvos.
Não, pois nossa crença nos efeitos da eleição está condicionada a manutenção de nosso relacionamento com Cristo.
Através de comportamentos que manifestem um compromisso com o amor e a misericórdia para com o próximo.
Viver na perspectiva do Espírito Santo, reconhecer a paternidade divina e ter a capacidade de viver em outro nível.
A regeneração.
Lição 10 - ASPECTOS DA OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições
TEXTO DO DIA
"Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna."
(Tt 3.7)
SÍNTESE
Fomos justificados por Deus para nunca mais sermos tratados como rebeldes ou desobedientes; nossa salvação dá-nos o privilégio de sermos reconhecidos como filhos amados do Pai.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Gl 2.16
A fé que atesta nossa justificação
TERÇA - Rm 5.9
Justificados pelo sangue de Jesus Cristo
QUARTA - Rm 8.16
O Espírito atesta que somos filhos
QUINTA - Jo 1.12
Fomos feitos filhos de Deus
SEXTA - Rm 1.17
O justo viverá da fé
SÁBADO - Ez 33.13
Como viverá o justo
OBJETIVOS
I - APRESENTAR o conceito de justificação como fundamental para a doutrina da salvação;
II - DEMONSTRAR a compreensão do conceito de adoção através da obra de Cristo no NT;
III - DEFENDER a segurança da salvação em Cristo.
INTERAÇÃO
Estamos chegando nas lições finais de nosso trimestre, nada melhor do que programar um processo de avaliação. Um instrumento como este deve ser valorizado por todo professor que deseje tornar-se cada vez melhor. Uma possibilidade extremamente válida seria incluir cada educando num processo autoavaliativo, ou seja, ao invés de apenas o educador ser objeto de avaliação por parte dos alunos, os próprios educandos seriam desafiados a avaliarem-se. Este exercício, se realizado com seriedade, e visando o crescimento da sala como um todo, pode gerar frutos preciosíssimos. Muitas vezes os alunos não se percebem em suas falhas, e erros, autoavaliando-se eles poderão, inclusive, conhecerem-se melhor. A avaliação pode ser feita por escrito, com itens objetivos e/ou discursivos, em uma última hipótese, o processo pode ser feito até mesmo de forma oral em grupo. Você conhece sua turma, escolha a melhor forma, e construa um processo avaliativo rico e produtivo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Esta sugestão de dinâmica é apropriada para salas onde o entrosamento entre os alunos já esteja consolidado. Com uma parte da sala forme pares de alunos e com a outra separe-os individualmente, marque - com giz, fita etc - uma delimitação de quadrado no chão. Para alguns faça um quadrado bem grande e espaçoso, para outros faça o quadrado suficiente apenas para os pés dos participantes, e com um último grupo, delimite espaço suficiente apenas para um pé. Depois, você tentará tirá-los de dentro do quadrado (se possível, incentive-os com prêmios para aqueles que permanecerem mais tempo sem sair do quadrado). Rapidamente ficará evidente que aqueles que estão em duplas e possuem mais espaço permanecerão mais tempo dentro dos quadrados. Faça o fechamento da dinâmica demonstrando a eles que nossa segurança sempre estará em Cristo, nunca em nós mesmos, em nossa frágil condição humana ou nossa débil sabedoria.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 2.16-21
16 Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
17 Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
18 Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.
19 Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.
20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
21 Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.
INTRODUÇÃO
O peso do pecado desfigurou a humanidade de tal forma que as narrativas do Antigo Testamento descrevem o homem afastado de Deus como alguém miseravelmente chagado por uma enfermidade sem cura aos olhos humanos. O cheiro de morte seguia os filhos de Adão continuamente, não havia paz nem esperança. Entretanto, com o advento do Filho de Deus, todas as coisas mudaram, em primeiro lugar o estado condenatório foi revogado e a justificação foi concedida a cada um de nós. .
I- JUSTIFICAÇÃO
Existe uma recorrente imagem judicial manifesta na Bíblia. Em vários momentos e por vários personagens, a história da humanidade é narrada na Sagrada Escritura como uma grande disputa judicial: a humanidade cometeu iniquidade (Is 64.6); o acusador, Satanás (Ap 12.10), denuncia nosso ato deliberado e de consequências desastrosas exigindo nossa condenação; Cristo - nosso bom advogado (1 Jo 2.1) - apresenta sua própria vida como oferta substitutiva e restauradora (1 Jo 2.2). É por isso que o Pai pode julgar nossas causas a partir da perspectiva do bom juízo (Jr 23.6; 33.16; 51.10). Pensar sobre a justificação é refletir a respeito do poderoso ato de amor de Deus em nosso favor. Sendo a justificação uma obra da divindade - Pai (2 Co 5.21), Filho (Rm 5.9) e Espírito Santo (1 Co 6.11) - estão plenamente envolvidos nesse acontecimento.
A justificação - no conjunto dos componentes da salvação - é aquilo que aconteceu em nosso favor, apesar de não sermos merecedores, e sim, apenas dignos da condenação (Rm 5.14-21). A lei, apesar de ter seu relevante papel pedagógico, demonstrou-se inútil e incapaz de manifestar a salvação aos homens, pois a mesma concentrou-se apenas na ênfase do erro, sem ser plenamente apta para relevar o bem do Senhor (Gl 3.24). Assim, é por meio da graça que somos justificados por Cristo (Rm 3.28; Gl 5.4). É importante diferenciar justificação de perdão. Enquanto que o perdão é declarar que o culpado não tem mais que pagar a dívida por seus atos, a justificação muda, inclusive, o status do indivíduo. Graças a justificação não somos mais culpados, e sim, justos (justificados) e por isso, perdoados. Não há dívida para pagar, nem desconfiança ou preconceito da parte de Deus para conosco. A sociedade encarcera e pune os que comentem crimes; o cristão é convocado a perdoar seus agressores, mas apenas Deus justifica a humanidade.
A ressurreição de Jesus é a garantia de que podemos acreditar na justificação de nossas vidas (Rm 4.25). Assim, tão certo como Jesus Cristo vive, podemos crer que não somos mais inimigos de Deus, mas seus filhos amados (1 Co 4.4,5). Não devemos mais carregar peso de culpa ou sentimentos condenatórios, pois a verdade do sepulcro vazio é a evidência de que não somos mais considerados indignos por Deus. Deste modo, pouco importa a maneira pela qual somos tratados por quem não conhece a obra de Cristo em nossas vidas.Estejamos felizes de ter em nossa alma a convicção da salvação que vem de Deus para nós, os justificados. É isto que Paulo afirma em Romanos quando declara que os que morreram para o mundo em Cristo, já vivem justificados nEle (Rm 6.7).
A justificação, sendo um ato gracioso e soberano de Deus, pode e deve ser valorizada por todos os que já foram alcançados pela salvação (At 13.39). Sendo a fé o instrumento anunciador de nossa justificação ao nosso próprio coração, temos em nosso ser a paz, oriunda de uma certeza inabalável, da salvação. Em termos teológicos, é a doutrina da justificação que estabelece um fosso entre católicos e protestantes, uma vez que, conforme o texto bíblico que se tornaria lema da Reforma Protestante, "[...] o justo viverá da fé" (Rm 1.17). Assim sendo, a justificação é um ato, não um processo; dito de outra forma, de uma só vez Deus justificou-nos. Não há mérito nenhum em nós, apenas graça sobre graça. Tiago declara-nos que é impossível experimentar uma vida justificada pela fé na ressurreição de Cristo se, em nosso testemunho pessoal, não resplandece a salvação de Cristo (Tg 2.21-26).
II - A ADOÇÃO
A Bíblia é repleta de imagens que procuram apresentar o amor e o cuidado de Deus para com a humanidade - o pastor e as ovelhas (Mt 9.36), o agricultor e a vinha (Lc 20.13), o rei e seus súditos (Mt 22.1-3), um empregador e seus empregados (Mt 20.1). Há, no entanto, uma metáfora que se destaca entre estas, que é aquela que apresenta Deus como Pai e a humanidade como seus filhos. Há nesta analogia bíblica uma série de detalhes que, ao longo da história do desenvolvimento do pensamento cristão, passaram a ser de fundamental importância para o Cristianismo. Um destes aspectos diz respeito à questão da filiação. Não bastasse o uso de uma analogia quanto nosso relacionamento Deus-Pai e humanidade-filhos, a palavra discute a questão da filiação a partir da categoria da adoção. Tal imagem busca revelar o cuidado de Deus para com a humanidade e o reconhecimento de que a povo de Israel foi constituído com uma vocação específica para anunciar a salvação.
João registra em seu Evangelho a "profecia" de Caifás (Jo 11.52) sobre a morte de Jesus, todavia, mais relevante é o comentário do evangelista, segundo o qual, o sacrifício do Cristo não serviria apenas para libertar os descendentes de Abraão da fúria de Roma (v.50), mas também para proporcionar a restauração universal de todos os filhos de Deus. As definições paulinas para "filhos de Deus" são muito sintéticas e bastante claras: Romanos 8.14 - os que são guiados pelo Espírito de Deus - os que têm fé em Jesus Cristo. Já João interliga a filiação com aspectos como o conhecimento de Deus (1 Jo 3.2) e uma vida sem pecados (1 Jo 3.8-10). Desta forma, pode-se perceber que na questão da filiação, Deus pretende abranger o máximo possível da humanidade. Não se pode esquecer que no Antigo Testamento a Bíblia também fala sobre "filhos de Deus", ao referir-se aos anjos (Jó 1.6; 2.1; 38.7).
O termo utilizado na Bíblia para tratar sobre adoção é huiothesia (o qual também pode ser traduzido como filiação). Segundo os costumes da época, o indivíduo que tinha a "posição de filho" estava digno de tornar-se herdeiro de seus pais. Os israelitas são filhos de Deus por serem herdeiros das promessas feitas a Abraão e renovadas aos seus descendentes diretos e indiretos. A salvação em Cristo, no entanto, concedeu àqueles que não são judeus o privilégio de tornarem-se herdeiros dos tesouros do céu e das promessas de Deus (Gl 4.7). Não receberemos aquilo que é exclusivo de Israel - pois as promessas específicas têm destinatários certos - contudo, por Jesus, somos aceitos diante de Deus, e assim alcançaremos todos os benefícios da salvação (Ef 1.5).
Somente aqueles que experimentam a nova vida em Cristo têm o privilégio de viver todos os benefícios da adoção como filhos de Deus. Dentre esses privilégios pode-se citar a capacidade de receber e suportar com resignação a disciplina do Senhor (Hb 12.6-11); a operação do Santo Espírito que nos convence individualmente de que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Além disso, graças a adoção como filhos de Deus, nosso ser aspira a redenção eterna, o cumprimento pleno de todas as profecias e por fim, a vida eterna (Rm 8.23). Quem ignora sua filiação; talvez tema a morte quem tem confiança quanto à sua herança celeste aguarda em festa e regozijo o Dia glorioso do Senhor, quando inclusive, toda nossa limitação (física, emocional, material) terá um fim, e desta forma poderemos ter completa comunhão com Ele (1 Jo 3.1-3).
III- A PERSEVERANÇA
A salvação que Jesus adquiriu para cada um de nós é o maior milagre que se pode anunciar enquanto cristão (At 4.12). Há, no entanto, um complexo debate sobre um dos aspectos da salvação, que já se desenvolve há séculos: Que segurança temos com relação a nossa salvação? É possível perder a salvação? Alguém que já usufruiu de todos os benefícios de um novo nascimento pode "cair da graça"? Questões como estas são complexas, mas necessárias para nossa reflexão. Ao invés de abordarmos o assunto por seu caminho negativo, utilizemos uma estratégia mais clara, ou seja, tratemos sobre a perseverança dos santos na salvação de Deus. A Bíblia declara em textos como João 15.4-8, que enquanto estivermos ligados em Jesus, isto é, vivendo de modo espiritualmente sadio e piedoso, teremos certeza de paz e vida eterna. Está segurança salvífica, como se pode entender, está condicionada ao nosso relacionamento com Jesus (1 Co 1.8; 2 Tm 1.12; Hb 3.14).
A salvação não é um cárcere do qual não temos a opção de sair; antes, a melhor metáfora para sintetizar a obra da redenção é a do abraço, pois tendo Cristo nos acolhido, poderemos permanecer com o Salvador para sempre desde que não nos afastemos dEle, pois o justo viverá pela fé (Rm 1.17; Gl 3.11). Não importa o nível de problemas e aflições que possamos enfrentar, enquanto estivermos com o Senhor Jesus seu amor é suficiente para enfrentarmos todas as coisas (1 Co 10.13). A segurança da graça em Cristo, entretanto, não deve tornar-nos arrogantes, por isso, o tempo todo as Escrituras Sagradas exortam-nos à vigilância e ao arrependimento (1 Co 10.12; Hb 6.4-6).
A salvação, infelizmente, pode ser perdida. Um dos textos mais explícitos quanto aos princípios que envolvem esta questão - ainda que registrado no Antigo Testamento - é Ezequiel 33.11-16. Em primeiro lugar devemos ser conscientes do desejo eterno de Deus quanto à salvação da humanidade, e não, pela condenação das pessoas, por mais perversas que elas sejam (Ez 18.23; 33.11; Tt 2.11). Sabedores disto, cabe-nos reconhecer que não existe uma condição pré-determinada, imutável para ninguém quanto à salvação. Pode-se extrair das Escrituras que a salvação não é uma conta bancária onde se pode creditar e/ou debitar obras de justiça e pecados; ser salvo é estar em contínuo relacionamento com Cristo, e por isso, com um coração regularmente propenso ao quebrantamento. Textos como, Gálatas 5.4, 1 Timóteo 4.1, 2 Pedro 1.10; 3.17 e Apocalipse 2.4,5, demonstram de maneira indubitável que haverá um grupo de pessoas que, apesar de terem experimentado todos os benefícios da salvação, optarão por desligar-se da comunhão com Cristo.
A partir do contexto de algumas passagens da Escritura sobre o problema da Queda e de nossa perseverança em Cristo, pode-se traçar um perfil de conduta e relacionamentos para o bem-estar de nossa saúde espiritual:
SUBSÍDIO 1
1) "Os que já uma vez foram iluminados" (6.4a) não significa simplesmente que aqueles a quem o texto está se referindo haviam recebido a instrução cristã, mas que ali ocorreu "uma entrada decisiva da luz do evangelho em suas vidas" (Peterson, 1994,1335), que resultou na renovação da mente e da experiência cristã.
2) A menção a terem provado "o dom celestial"(6.4b) se refere a terem recebido o dom de Cristo, juntamente com todas as bênçãos espirituais que Ele graciosamente concede. O termo "provaram" indica algo além do precioso conhecimento de Cristo; sugere "experimentar algo de uma maneira real e pessoal (não somente 'provar uma pequena quantidade')" (Peterson, 1994, 1335). A distinção calvinista entre "provar" e "comer" é injustificada aqui. O verbo "provar" diz respeito a experimentar o sabor ou a realidade daquilo que é comido, e não à quantidade daquilo que é comido.
3) A menção de que os sujeitos também haviam sido "participantes do Espírito Santo" (6.4c) - literalmente, "tornaram-se participantes do Espírito Santo" - refere-se claramente a uma experiência cristã em Hebreus (cf. Jo 20.22). O autor usa a palavra "participantes" (metochoi) três vezes em Hebreus como um de seus termos técnicos para aqueles que responderam à chamada de Deus para a salvação" (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 1574).
SUBSÍDIO 2
O expositor bíblico William Barclay mostra o pano de fundo da doutrina da justificação nessa passagem. Nesse exemplo de Paulo, imagina-se o homem diante do tribunal de Deus. Barclay destaca com muita propriedade que a palavra grega traduzida como "justificar" vem da mesma raiz de dikaiún e que todos os verbos gregos que terminam em ún têm o sentido de considerar alguém como algo e não o de fazer algo a alguém. Dessa forma, se alguém que é inocente se apresenta diante de um juiz, o juiz, evidentemente, o declarará inocente. Todavia, o caso mostrado por Paulo aqui é diferente. A pessoa que se apresenta diante de Deus é totalmente culpada, merecendo a punição do seu erro, porém, o justo Juiz, em uma demonstração de sua graça infinita, considera-o como se fosse inocente. Isso é o que se entende do significado da palavra "justificação" no contexto paulino.
Quando Paulo diz "Deus justifica o ímpio", significa, dentro do contexto da justificação, que Deus trata o ímpio como alguém bom. É evidente que tal raciocínio deixou os judeus totalmente escandalizados. Na mente dos judeus, apenas um juiz iníquo agiria dessa forma, pois justificar o ímpio é uma abominação para Deus (Pv 17.15); "não justificarei o ímpio" (Ex 23.7). Todavia, a argumentação de Paulo mostra que é exatamente isso o que Deus fez" (GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça. O Evangelho de Jesus Cristo Revelado na Carta aos Romanos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016).
CONCLUSÃO
Somente quem já sentiu a amarga consciência do pecado sabe o valor que tem a justificação que vem de Cristo. Não somos mais condenados, somos filhos de Deus, coerdeiros com Jesus de todas as dádivas do céu.
HORA DA REVISÃO
Enquanto que o perdão é declarar que o culpado não tem mais que pagar a dívida por seus atos condenatórios, a justificação muda, inclusive, o status do indivíduo.
Significa atestar que ela é uma prerrogativa exclusiva de Deus, sem qualquer vínculo com as ações humanas.
É tornar-se herdeiro das promessas de Deus, não de expectativas terrenas, mas de dádivas do céu.
Em nosso relacionamento com Cristo Jesus, pois somente ele é o único e suficiente para garantir-nos paz e salvação.
Afastando-se dos falsos profetas, pois a convivência com eles envenena a alma e valorizando o conjunto da obra da salvação para que assim o sangue de Cristo na cruz nunca seja vituperado.
Lição 11 - A Cura Divina no Ministério de Jesus Cristo
Classe: Jovens | Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições
"Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido."
(Is 53.4)
SÍNTESE
Para todos aqueles que possuem necessidade de cura, Jesus continua sendo, hoje, o mesmo do passado, o Messias que veio trazer saúde a todos os que estão enfermos da alma, mas também do corpo e da mente.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Is 61.1-5
A profecia messiânica
TERÇA - Lc 4.16-21
O cumprimento de uma profecia
QUARTA - At 10.38
Ele curou os oprimidos do Diabo
QUINTA - Mc 16.17,18
A Igreja como anunciadora da cura
SEXTA - Lc 5.12,13
Aquele que quebra os protocolos para curar
SÁBADO - Mc 2.11,12
A cura associada à obra da salvação
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Este é um excelente momento para programar a finalização do trimestre. Você mais do que ninguém é conhecedor da dinâmica da Escola Dominical de sua Igreja, deste modo, procure adequar seus desejos a suas possibilidades. Todavia, independente daquilo que se faça coletivamente, valorize seus educandos e pense, de preferência coletivamente com eles, a melhor maneira de realizar uma atividade de conclusão do trimestre. A comemoração simples, mas animada entre vocês, uma troca de presentes - quem sabe livros, ou até mesmo a realização da última lição num outro local (uma praça, um parque, um local arborizado e acolhedor).
Uma outra questão que você deve atentar é a avaliação e autoavaliação do trimestre. Organize uma pesquisa, um conjunto de perguntas onde os alunos possam avaliar o processo de aprendizagem como um todo, e também a eles próprios. A pesquisa pode ser respondida como um momento de partilha em sala, num questionário impresso, ou até numa pesquisa através de um formulário online.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Inicie a sua aula indagando a seus alunos quando foi a última vez que eles oraram por alguém enfermo. Conforme as respostas, faça desse momento um instante de partilha de experiências e vivências espirituais - quem sabe aja até algum de seus alunos que nunca teve a oportunidade de orar por alguém enfermo.
De acordo com a dinâmica de sua aula, realize um momento de oração, pergunte se há alguém enfermo ou com familiares/amigos doentes. Realize então um fervoroso momento de intercessão por aqueles que estão enfrentando dores e sofrimentos.
Incentive seus alunos a orarem uns pelos outros, lembre-os que nosso Senhor Jesus continua o mesmo, e por isso, poderoso para curar toda e qualquer enfermidade. Ao final deste momento de oração e intercessão, lembre seus educandos que a presença de curas e milagres é um sinal distintivo da verdadeira comunidade de discípulos de Jesus.
Texto bíblico
Lucas 4.16-22
16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19 A apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21 Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22 E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
INTRODUÇÃO
Os milagres de cura têm tornado-se cada vez mais raros em nosso meio. É bem verdade que a ampliação do acesso aos serviços básicos de atendimento à saúde preenche muito do espaço daquilo que antes era um campo exclusivo da ação de Deus. Na época de Jesus, doenças que hoje consideramos simples ou controláveis, oprimiam multidões inteiras. Para estes casos, Jesus revelou a glória do Pai. Nossa lição de hoje refletirá a respeito dos efeitos da operação das doenças na humanidade e sobre o ministério de cura exercido por Jesus durante sua atuação pública.
I - A ORIGEM E A NATUREZA DAS ENFERMIDADES
O mundo criado por Deus foi o melhor para a humanidade. Infelizmente, depois dos eventos trágicos do Éden, Adão e aqueles que seriam seus descendentes tiveram de aprender a conviver num ambiente diferente, numa realidade em que o pecado e todas as suas consequências malévolas passaram a existir. As doenças são resultado direto desta desestruturação da ordem primitiva da Terra. O mundo criado por Deus foi um lugar sem enfermidades, dores ou sofrimento para a humanidade, pois tudo o que Deus faz é perfeito (Tg 1.17). Se pensarmos na perspectiva bíblica, é o pecado que traz consigo toda uma série de consequências malévolas para a semente adâmica - sofrimento da mulher (Gn 3.16); desequilíbrio na natureza (v.18); e a própria morte (v.19). É evidente que as doenças são um meio de operação da morte entre nós; desta forma, em termos gerais, a origem das doenças está diretamente vinculada à Queda adâmica (Rm 7.5).
Estas são as mais evidentes e conhecidas por nós. Não é correto dizer que enfermidades específicas sempre são originárias de pecados individuais. Lembremo-nos de Jó, aquele que foi oprimido por uma enfermidade de origem satânica (Jó 2.7), e do cego de nascença, uma vítima de doenças que alcançou graça diante de Jesus (Jo 9.1-4), e até mesmo o lamentável caso de Mefibosete, que sofreu consequências em sua vida em virtude de atos impensados dos outros e de um acidente que ele não foi o culpado (2 Sm 4.4). Existem doenças que oprimem pessoas durante anos (Jo 5.5; Lc 13.16; At 9.33) e outras são devastadoramente rápidas (2 Rs 4.18-20; Jo 11.6,11,14). Desta forma, não é justo dizer que doenças graves e agressivas seriam, necessariamente, castigos divinos a determinadas pessoas; as múltiplas origens de algumas doenças físicas devem levar-nos, todavia, a uma vida de comunhão intensa com Deus, para que possamos permanecer firmes diante do dia mal (Ef 6.13).
A Bíblia não é um manual de Psicologia, muito menos um livro preocupado em relatar quadros psicopatológicos de modo detalhado. No entanto, há vários textos e episódios que apontam para pessoas com sofrimentos psíquicos. Por exemplo, o sofrimento estarrecedor, e profeticamente anunciado, em virtude da desobediência do povo de Israel (Dt 28.34); Amnom e seu desejo compulsivo por Tamar (2 Sm 13.2); ou aquilo que Paulo chama de "tristeza para morte" em 2 Coríntios 7.10. O texto de Provérbios 18.14, extraído da cultura sapiencial judaica, demonstra-nos muito bem a relevância da saúde mental. Conforme afirma o sábio, diante de seus sofrimentos físicos, se o indivíduo mantiver sua saúde mental ele ainda terá meios para fortalecer-se; contudo, se houver um adoecimento de seu aspecto psíquico-emocional, como ele se sustentará diante do sofrimento?
II - A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO
Existem inúmeros textos nas Escrituras em que a palavra "salvar" deve ser entendido num amplo significado, extravasando assim apenas um aspecto soteriológico e atingindo também elementos da vida material dos indivíduos.
Um dos casos clássicos dessa forte relação entre salvação e restauração física, ainda que do Antigo Testamento, para tomarmos como analogia daquilo que Jesus fez no Novo Testamento, é o do comandante do Rei da Síria, Naamã (2 Rs 5.1). Diante do terrível caso de uma doença incurável, restava àquele bravo guerreiro recorrer à última instância que poderia transformar sua sofrível situação: um milagre. Mas o caso de Naamã revela algo mais profundo: existe uma cura, contudo, também se manifesta uma conversão ao Deus de Israel. O homem que saiu das águas turvas do Jordão não estava apenas curado da doença que atacava seu corpo, mas também convicto de que apenas o Altíssimo Deus de Eliseu era o Deus verdadeiro (2 Rs 5.15).
Em textos como Mateus 9.22, Marcos 10.52 e Lucas 17.15-19, temos o registro de curas e salvações que ocorrem em conjunto. Uma possibilidade de interpretar estes textos, seria a de que Jesus não trata de salvação da alma neles, mas apenas de "salvar" alguém dos efeitos tenebrosos de uma doença. Neste caso, salvar teria um significado mais metafórico do que literal. Mas, quando o texto sagrado diz, por exemplo, que após a cura o cego passou a seguir Jesus (Lc 18.43), o sentido de "salvar" aqui não pode ser compreendido apenas como "libertar da opressão de uma enfermidade", mas também como conversão da alma.
Nossa fé em Cristo jamais deve ser utilizada como argumento para justificar atitudes irresponsáveis ou de descuidado para com nossa saúde. Proporcionar bem-estar ao corpo é também um modo de glorificar e exaltar a Deus; por isso, em textos como as Epístolas vemos Paulo orientando seus amigos a terem atenção a sua saúde (1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20; Fp 2.25-30). Nossa mordomia do corpo deve estar ligada a um ideal de vida saudável e equilibrada.
III - JESUS CURA OS ENFERMOS
Estava profetizado em Isaías que o Servo do Senhor exerceria um ministério de cura, e Jesus declarou o cumprimento das palavras do Antigo Testamento através de sua vida (Is 61.1-5; Lc 4.16-21). Jesus não seria o Messias, se não tivesse como uma de suas tarefas ministeriais, providenciar soluções aos aflitos por enfermidades e doenças. Em vários momentos dos Evangelhos temos o registro da dedicação de Jesus aos doentes (Mt 10.8; 14.14,35; Mc 1.34; Lc 4.40; Jo 6.2). Desta forma, o conjunto de milagres que vemos associado à vida do Salvador é um dos fortes sinais que designam sua messianeidade.
Na época de Jesus os recursos medicinais eram muito limitados e caros; boa parte dos tratamentos eram muito mais místicos-esotéricos do que algo próximo aquilo que chamamos hoje de científico. Por isso, em muitos casos, somente a intervenção divina poderia mudar a vida daqueles que sofriam. Doenças que hoje são completamente tratáveis, como a hanseníase - lepra -, ou condições físicas que são plenamente adaptáveis - como problemas de mobilidade, visão e audição -, naquela época eram circunstâncias terríveis para a vida de qualquer pessoa, e vistas como uma maldição (Nm 5.2). Diante dessas situações-limites, Jesus era a única resposta para o desespero de muitas pessoas (Mt 20.30; Lc 17.13).
Pessoas inescrupulosas, com a intenção de extorquir a fé alheia - ou mesmo numa versão contemporânea do farisaísmo - criam complexas exigências para que a cura de Deus aconteça sobre a vida daqueles que sofrem. Isto é o que se pode chamar de "estelionato religioso". Alguns constrangem enfermos a doarem valores vultuosos em troca de uma cura que nunca virá; outros impõe pesadas rotinas com sequência de vigílias, jejuns exagerados, orações que são verdadeiras torturas; um último grupo ilude pessoas e as leva a uma verdadeira idolatria a pessoas, lugares e objetos. Quando Jesus curava, Ele não seguia receitas pré-programadas.
SUBSÍDIO 1
"As curas de Jesus confirmaram e ilustraram a verdade de seu anúncio de que o Reino de Deus estava chegando para o povo por intermédio de seu ministério. [...]Jesus atravessou a região da Galileia 'pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo' (Mt 4.23). As notícias dessas curas maravilhosas e libertadoras logo se espalharam por toda a terra, e multidões de pessoas doentes reuniam-se em torno de Jesus, aonde quer que Ele fosse (M t 4.24; Mc 1.32-34; Lc 5.15). Cerca de um terço do Evangelho de Marcos é dedicado ao relato das curas, mas podemos ter certeza de que há muitas outras curas não registradas nos Evangelhos, mas que, ainda assim, trouxeram alívio e alegria para as pessoas que tiveram essa experiência (veja Jo 21.25). As curas milagrosas de Jesus parecem tão maravilhosas que muitas pessoas ao longo das eras presumiram que não passavam de histórias inventadas pelos cristãos primitivos. Algumas pessoas hoje são céticas de que o poder de Deus possa intervir na vida de uma pessoa a fim de trazer cura física e integridade. Entretanto, há boas razões para aceitar os relatos dos Evangelhos como verdadeiros, e afirmar que Jesus curava as pessoas. Primeiro, os oponentes de Jesus nos Evangelhos não tentam negar as curas - o conhecimento delas estava muito disseminado para que fossem capazes de afirmar isso" (MANSER, Martin et al. Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 72).
SUBSÍDIO 2
Segundo o seu costume, um segundo particípio ativo perfeito, singular e neutro, de um antigo verbo, estar acostumado. Literalmente, de acordo com o que era costumeiro para Ele (modo dativo). Esta é uma das informações sobre o início da vida de Jesus. Quando menino, Ele tinha o costume de ir à adoração pública na sinagoga, hábito que Ele conservou quando adulto. Se a criança não adquirir o hábito de ir à igreja, é quase certo que quando ela se tomar adulta não o terá. Nós já lemos, nos Evangelhos de Mateus e Marcos, frequentes exemplos da palavra sinagoga, que teve uma grande participação na vida dos judeus depois da restauração da Babilônia. Levantou-se para ler, um segundo indicativo intransitivo ao Cristo, e um infinitivo. Era costume que o leitor se levantasse, exceto quando o livro de Ester era lido, na Festa de Purim, quando podia ficar sentado. Aqui não está escrito que Jesus tivesse tido o hábito de se levantar, para ler aqui ou em outro lugar. Era seu costume ir à sinagoga, para adorar. Desde que iniciou a sua obra messiânica, o seu costume era ensinar nas sinagogas (Lc 4.15). Aparentemente, esta foi a primeira vez que Ele fez isto em Nazaré. Podem ter pedido que Ele lesse, como pediram a Paulo em Antioquia da Pisídia (At 13.15)” (ROBERTSON, A.T. Comentário Mateus e Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011. p. 86).
CONCLUSÃO
Enquanto estivermos nesta vida terrena teremos de conviver com as consequências das dores do mundo. Os milagres de Deus não cessaram, talvez nós, os cristãos, tenhamos nos tornado mais insensíveis à graça de Jesus que é salvadora, mas também que cura.
HORA DA REVISÃO
As enfermidades são derivadas do pecado e diretamente associadas à morte.
Assim como estava anunciado no Antigo Testamento que o Messias viria trazer um tempo de cura e restauração, Jesus viveu para ajudar os aflitos por doenças.
Não, existem enfermidades que também adoecem a mente dos indivíduos; para não dizer do pecado como um todo que é doença para alma.
Sim, é possível, porque os efeitos danosos da Queda refletem-se sobre todos nós, até que antes do fim de todas as coisas o salvador arrebate sua igreja.
Não, pois quando o poder de Deus se manifesta opera da maneira que for mais conveniente à vontade do Senhor.