OS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL 7 (3)
E O REINO DO MESSIAS
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés, em parte de ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um monstro mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A ca- raterística que se destacava nesse animal era a sua força e poder de destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade no trato com coisas vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela força militar que se tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio depois do medo-persa.
“terrível e espantoso” (7.7).
Esse animal deixou seus rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é cara- terizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo poder militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza, inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus Cristo. Os sofrimentos impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus revelam a força bruta das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At 16.36-39). Nos tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma.
O império se impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto animal representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde 241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo, especialmente, as nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo designado por Deus identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá, literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando contra o Altíssimo até que venha o juízo de Deus sobre ele.
Os dez chifres do quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão, Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar insolências significa falar com desrespeito às instiuições e pessoas. Significa ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno” fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no último tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24 e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará contra Deus, até que lhe venha o juízo divino.
“o chifre pequeno” (7.8).
Tanto em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por esse “chifre pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca que fala grandiosamente”.
Falar coisas grandes sugere que este Líder fará promessas políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos com decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os governos de todo o mundo naquela época.
Ele dirá grandes blasfêmias contra Detis e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz: “Abriu a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece estar sob a síndrome desse líder futuro que mostra os seus primeiros sinais e se não mostrou a sua cara ainda é porque a Igreja de Cristo está na terra. Mas não há dúvida, o espírito do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo e preparando o cenário mundial para o seu advento. Os líderes atuais do planeta, para governar as nações, usam recursos do materialismo, da idolatria, mas terão uma retórica vazia com discursos inflamados para acusar as nações que ainda possuem um pouco de temor a Deus. Esse líder será, sem dúvida, um líder político, mas irá explorar a religiosidade dos seres humanos e mostrará, entre outras simulações, alguém que terá aparência religiosa para enganar os povos religiosos do mundo, explorando o fanatismo religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito para si.Vivemos tempos de rebelião e oposição contra Deus quando o Diabo prepara o mundo para a plataforma do Anticristo.
O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de Deus, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma liderança de destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua Soberania, foram destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro de autoridade e governo do mundo.
O apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles dias, à semelhança da visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse 19.11,17-19: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco.
O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”. Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não são os mesmos do capítulo 6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o Anticristo e no capítulo 19, o personagem é o próprio Cristo, descendo do céu para destruir o Anticristo e seus comparsas no período da Grande Tribulação. Assim como o personagem do “chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o futuro Anticristo será destruído pelo poder da vinda de Cristo. O tempo de domínio do personagem do “chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz que “foi lhe dada prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os santos e os vencia” (7.21).
Este chifre pequeno é a encarnação do Anticristo, forte e robusto, que fará guerra contra Israel e produzirá grande sofrimento e perda em Israel naqueles dias. Será um líder com grande domínio de massas e politicamente atrativo e atrairá apoio das nações contra Israel. Mas seu poder será desarraigado por um poder maior, o poder do “Filho do Homem”,Jesus Cristo que o destruirá e tomará posse de um reino prometido, poderoso e consolidador.A Bíblia declara que o Anticristo será, de fato, o último líder mundial antes de Cristo, o Messias desejado e sonhado por Israel.
“o tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino” (7.22). Esse tempo será cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja, especialmente depois do segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn 9.27). O “ancião de dias”, subjetivamente é Deus Pai quem declara que o tempo da possessão do reino havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o “chifre pequeno” será quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A destruição desse rei blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se terá cumprido o período de três anos e meio, ou seja, o período que compreende ao “tempo, tempos e metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da Grande Tribulação. Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no qual as nações gentílicas dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos gentios terminará com o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos sete anos da Grande Tribulação.
(7.23,24) Nestes dois versículos Daniel dá a interpretação da identidade e das ações do quarto animal que é o Império Romano. Descreve a sua força, domínio e glória, bem como, o juízo que virá sobre esse império e a sua destruição pelo poder da vinda de Cristo, a sua parousia com poder e glória (2Ts 2.8 eAp 19.20).Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 104-106;108-109;111.
Dn 7.17 “São quatro reis”.
A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a interpretação verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos quanto ao seu verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses grandes animais são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O leão (tipificando o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em foco, determina essa interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca caldeu é ali representado. Tem também respaldo bíblico em outras partes das Escrituras Sagradas (Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso simbolizava o Império Medo-persa. Já tivemos a oportunidade de explicar, em outras notas, porque esta fera se “levantou de um lado”. As três costelas na sua boca representam as três primeiras potências conquistadas por Ciro (Babilônia, Lídia, na A- sia Menor, e Egito). 3) O leopardo representa o Império Greco-Macedônio. As 4 asas, significam seus 4 generais; as 4 cabeças, as quatro realezas fundadas por estes generais depois da morte de Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império Romano.
7.19: “Então tive desejo de conhecera verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que sobrava”.
“Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal’. O grande interesse de Daniel, na presente visão, não se prendia tanto ao futuro dos santos, pois esse ele sabia que estava controlado e já estabelecido pelo próprio Deus, mas está concentrado no “terrível” animal, cujo governo deveria perdurar por um pouco, mas precederia aquele que, apesar de ser tão glorioso, ainda se encontrava distante (comp. Mc 1.15). “Além da explicação dada pelo anjo a Daniel, os dentes dessa fera, cujo simbolismo se encontra já comentado no versículo 7 deste capítulo, correspondem a um dos elementos da estátua”.
“... as suas unhas de meta.
Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio, quando descreve o caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas” do animal espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser celestial. Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só usava seus “dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após conquistar todo o mundo civilizado, se ser via das pequenas “unhas” (pequenas tribos), nas fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa contra possíveis tribos invasoras.
Dn 7.20: "... tinha olhos”.
Isso também nos é dito na descrição do animal do versículo 8 deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá, no campo cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um elemento altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida, um filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4), tudo isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem de Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito, em Ap 13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”. Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são verdadeiros “olhos da inteligência”.
“... uma boca que falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo em Ap 13.5, onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito porque, conforme já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande inteligência e autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases humanas. Por isso seis vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe foi dado” (Ap 13.2, 5, 14, 15).
Dn 7.23: “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços”.
“O quarto animal será o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com muita precisão, o que fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu todos os povos à escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram primeiro o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se primeiro da Grécia, Síria, Palestina, incluindo a “terra formosa” (a terra de Israel) e outras nações circunvizinhas. Tornaram-se senhores do mundo, isso já estava predito: "... o quarto reino... devorará toda a terra”. Quando Matatias começou a lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos em poderio político; agora, porém, eram os dominadores do mundo. Este Império fez, de fato, tudo quanto estava predito a seu respeito. Semelhantemente, num futuro próximo, o Anticristo, fará tudo, e mais ainda, do que ele (o Império Romano) realizou durante sua existência. (Ver o comentário ao versículo 7 deste capítulo, pois aqui repetimos algo, para fixar).Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 142-146.
A Interpretação do Anjo (7.15-28)
Não é de admirar que Daniel estava perplexo e abatido (15) com a visão que acabara de ter. Devido a sua sabedoria em relação aos caminhos de Deus, ele tinha percepção suficiente para compreender algo do significado do panorama que havia se estendido diante dele. Mas a amplitude disso e as implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu próprio povo eram mais do que Daniel podia absorver calmamente.
Deus é bom em prover ajuda aos seus filhos quando mais precisam dela. O anjo de Deus estava lá para socorrer Daniel, para que ele compreendesse melhor o que estava acontecendo. Os quatro animais, ele explicou, eram quatro reis (17) ou reinos. Mas a conseqüência final da história é o quinto reino, o governo dos santos do Altíssimo (18).
Esse animal era a preocupação maior de Daniel, como tem sido no caso dos estudantes do livro de Daniel. Assim, o anjo concentrou-se nesse aspecto e deu-lhe uma atenção maior.
Esse animal com grandes dentes [...] de ferro e garras de metal (“bronze”, ARA) era indescritivelmente horrível. Ele era mais devasso na sua capacidade de destruir e sua crueldade do que qualquer um dos seus predecessores. Embora no início tivesse dez pontas (chifres), um pequeno chifre surgiu para desalojar três outros e distinguir-se no seu vigor e crescimento. Em ferocidade e ostentação esse chifre era mais firme do que o das suas companheiras. No final, esse chifre atacou o próprio Deus, o Altíssimo, e fazia guerra contra os santos e os vencia (21).
Esse quarto animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços (23).
1) Que império é esse? Que reino na história pode ser identificado com o quadro pavoroso desse quarto animal? Seguindo a interpretação adotada no capítulo 2, esse seria o Império Romano, embora a maioria dos intérpretes modernos discorde desse ponto de vista. O parecer popular é que o animal em forma de dragão representa os gregos, cujos dez chifres representam os dez governantes que sucederam Alexandre. O pequeno chifre seria Antíoco Epifânio.
2) Roma identificada.
Young, apoiando a posição de que esse quarto animal representava o Império Romano, diz: “E provavelmente correto concordar com a visão tradicional de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na época de Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo, Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que concordam com essa posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos posteriores, estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick, Cari Paul Caspari, Karl Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa teoria]”.
Young apresenta duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo Testamento e ter sido aceita pelos intérpretes desde então.
“A razão de a teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primitiva é porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam que tinham achado uma saída simples para a dificuldade”.
3) O que significa a “ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)?
Intérpretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo insistia nesta teoria, contrariando Porfírio.22 Poucos que aceitam a inspiração sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto, inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve ser identificado com o pequeno chifre (ponta pequena) do capítulo 8. Quanto ao pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da iniqüidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligência, sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada.
A expressão boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloqüência, persuasão, um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra Deus e o homem.
Esse é o “homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da injustiça” (2 Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso seja identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas Paulo colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre Deus e o Anti-Deus.Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Postado por mauricio berwald
OS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL 7 (4)
E O REINO DO MESSIAS
II – O CLIMAX DA VISÃO PROFÉTICA
A escatologia está sendo abandonada por muitas igrejas e pregadores, porque entendem que a igreja não deve se preocupar com Israel, nem com o seu futuro. Algumas igrejas e pregadores preferem uma teologia horizontalizada que se preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”, com o “hoje”. Ensinam alguns que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um caráter apenas alegórico e que pode ser descartado por temas atuais. Entretanto, não podemos descartar a importância dessas profecias que apontam para o futuro.
A visão de Tronos e do Juízo de Deus (7.9-14)
O texto diz: “forampostos uns tronos”(7.9).A partir do versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de Deus contra o quarto animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre escatológico para o Anticristo. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos aplicados nos dias da Grande Tribulação. E interessante notarmos que os tronos de juízo aparecem simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando todos aqueles juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos. Esses tronos vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns personagens especiais se assentam para julgar.
O texto lembra um tribunal como a Suprema Corte que reúne juizes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se assenta no seu Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs 12.19; Jó 1.6). “o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de dias”, ganha destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o respeito pelo que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”; muito mais que alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que aparece como um “ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito às pessoas idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras hebraicas atiz e yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do Deus Todopoderoso como Jiiz supremo, quem derramará seus juízos contra os reinos do mundo que tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias” é utilizada para identificar a Deus como aquEle que tem autoridade e poder para julgar, especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre”.
A suia “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e santidade. Deus é Santo (Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos.
“ Um rio de fogo manava e saía de diante dele” (7.10).
Como vislumbrar a glória que envolve a majestade divina? A figura do fogo ilustra o que Deus é: santo, puro, iluminador, purificador. A visão do profeta Isaías no capítulo 6 do livro seu livro ilustra a glória do fogo diante do Trono de Deus. O versículo 10 fala da santidade do “ancião de dias” que é o Pai Celestial e a relação do seu trono com o fogo que manava do Trono para falar de pureza e justiça. As “rodas do trono” indicam que Deus não é uma figura estática como os promulgará a sentença final contra o quarto animal (Roma) e o Chifre Pequeno, representado como o grande opositor dos interesses de Deus para com Israel (7.11,12).
“milhares de milhares o serviam diante dele” (7.10). Daniel percebe que o fogo que manava e saía de diante dEle é identificado com os anjos celestiais que o servem. Os anjos são seres espirituais que podem tomar muitas formas, porque não possuem forma que se possa identificá-los. Na visão de Daniel eles são chamas de fogo que se diversificam em milhares de seres que servem ao Trono do Supremo Deus.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.
Quer entendamos o quarto animal como indicando o império sírio ou o romano, ou o anterior como uma imagem do último, está claro que esses versículos são planejados para o consolo e o apoio ao povo de Deus. A referência em questão é feita às perseguições. E provável que eles sofressem perseguições tanto de um quanto de outro, e de todos os seus orgulhosos inimigos em todas as épocas. Tudo isso foi escrito para o aprendizado daqueles sobre quem os fins dos séculos chegaram, para que eles também possam ter esperança, através da paciência e do consolo dessa Escritura. Três coisas muito encorajado- ras são aqui reveladas:
I Que há um julgamento por vir, e Deus é o Juiz. Agora os homens têm o seu dia, e todo embusteiro acredita que deveria ter o seu dia, e luta por isso. Mas Aquele que se senta no céu ri deles, pois vê que vem chegando o seu dia (SI 37.13). “Eu olhei” (v. 9) até que os tronos foram derrubados, não somente os tronos desses animais, mas todo governo, autoridade, poder, que são estabelecidos em oposição ao reino de Deus entre os homens (1 Co 15.24): assim são os tronos dos reinos do mundo, em comparação com o reino de Deus. Aqueles que os vêem estabelecidos precisam esperar apenas pouco tempo, e os verão derrubados. Eu olhei até que os tronos foram postos (assim se pode ler este texto).
O trono de Cristo e o trono de Deus Pai. Um dos rabinos confessa que esses tronos são estabelecidos, um para Deus, outro para o Filho de Davi. E o julgamento que está instalado aqui (v. 10). Assim sendo: 1. O objetivo é proclamar o sábio e justo governo do mundo por Deus através de sua providência. Há algo que proporciona uma satisfação indizível a todos os homens bons em meio às convulsões e às agitações dos estados e dos reinos: que o Senhor tenha preparado o seu trono nos céus, que o seu reino domine sobre tudo (SI 103.19), e que verdadeiramente há um Deus que julga na terra (SI 58.11). 2. Ele possivelmente aponta para a destruição trazida pela providência de Deus sobre o império da Síria, ou de Roma, por sua opressão ao povo de Deus. Mas: 3. O episódio parece principalmente planejado para descrever o último julgamento, pois embora não suceda imediatamente depois do domínio do quarto animal, e embora ainda esteja por vir daqui a muitas eras, ainda assim fora planejado para que em todas as gerações o povo de Deus se encorajasse mesmo sob as suas dificuldades, através da convicção e da perspectiva de um evento tão importante quanto este julgamento. Enoque, o sétimo depois de Adão, profetizou sobre isso (Jd 14).
A boca do inimigo fala grandiosamente (v. 8).
Mas aqui estão coisas muito maiores, ditas pela boca do Senhor. Muitas das predições do Novo Testamento sobre o julgamento que virá contêm uma clara alusão a essa visão, e nesse sentido podemos mencionar especialmente a visão de João (Ap 20.11,12).
(1) O juiz é o próprio Ancião de dias, Deus Pai. A glória da sua presença é descrita aqui. Ele é chamado de Ancião de dias, porque Ele é Deus de eternidade a eternidade. Entre os homens se acredita que com o ancião esteja a sabedoria, e que o tempo julgará. Não deverá, então, toda carne ficar em silêncio diante Daquele que é o Ancião de dias? A glória do Juiz é demonstrada aqui por sua vestimenta, que era branca como a neve, simbolizando o seu esplendor e a sua pureza em todas as aplicações da sua justiça. E os seus cabelos eram limpos e brancos, como a pura lã, para que, tal como a cabeça grisalha dos mais velhos, Ele mostre que é altamente venerável.
(2) O trono é esplêndido. E como a chama ardente, terrível para os maus que serão intimados a comparecer diante dela. E sendo o trono móvel sobre rodas, ou ao menos a carruagem na qual ele percorria o trajeto, suas rodas são como o fogo ardente, para devorar os adversários. Pois o nosso Deus é um fogo consumidor, e com Ele estão as labaredas eternas (Is 33.14). Isso é detalhado no versículo 10. Para todos os seus amigos fiéis, procede do trono de Deus e do Cordeiro um rio puro de água da vida (Ap 22.1), do mesmo modo como para todos os seus implacáveis inimigos emana de seu trono uma torrente flamejante, uma torrente de enxofre (Is 30.33), um fogo que devorará diante dele. Ele é uma testemunha veloz, e a sua palavra é uma palavra que se move sobre rodas.
(3) Os servos são numerosos e muito admiráveis. A Shekiná está sempre acompanhada por anjos. E assim aqui (v. 10): Milhares de milhares o servem, e dez mil vezes dez mil estão diante dele. E para a sua glória que tenha tais servos, mas é uma glória ainda maior não precisar deles, nem tirar proveito deles. Veja como são numerosos os exércitos do céu (há milhares de milhares de anjos), e quão dispostos a servir estão - eles se postam diante de Deus, prontos para se encarregarem de suas missões e agir ao primeiro sinal de sua vontade e agrado. Eles serão especialmente utilizados como ministros da sua justiça no último dia, no julgamento final, quando o Filho do homem chegar, e com Ele todos os santos anjos. Enoque profetizou que o Senhor viria com miríades de seus santos.
(4) O processo é justo e irrepreensível: O julgamento será estabelecido, pública e abertamente, para que todos possam recorrer a ele. E os livros serão abertos. Assim como nos tribunais de julgamento entre os homens, os procedimentos são colocados por escrito e sob registro, sendo expostos quando a causa chega à audiência. O interrogatório das testemunhas é realizado, e os depoimentos lidos, para esclarecer os fatos, e os estatutos e a lei comum são consultados para se saber como é a lei. Da mesma forma, no julgamento do grande dia, a eqüidade da sentença será tão incontestavelmente evidente como se houvessem livros abertos para justificá-la.
II Que os orgulhosos e cruéis inimigos da igreja de Deus certamente terão que sofrer o acerto de contas, e serão destruídos no devido tempo (w. 11,12). Isto nos é aqui representado: 1. Na destruição do quarto animal. A desavença de Deus com esse animal se deve à voz das grandes palavras que a ponta emitia, oferecendo resistência ao Céu, e prevalecendo sobre tudo o que é sagrado. O comportamento orgulhoso do inimigo ofende a Deus mais do que qualquer outra coisa (Dt 32.27). Por essa razão, o faraó deve ser humilhado, porque disse: Quem é o Senhor? E também porque disse: Eu perseguirei, Eu alcançarei. Enoque profetizou que por isso o Senhor viria para julgar o mundo, para que pudesse condenar a todos os que são ímpios, por suas duras palavras (Jd 15). Note que as palavras pronunciadas com arrogância são apenas palavras inúteis, pelas quais os homens terão que prestar contas no grande dia. E veja o que resta desse animal que fala tão alto: Ele está morto, e seu corpo destruído e entregue para ser queimado pelo fogo.
O império sírio, depois de Antíoco, foi destruído. Ele próprio morreu vítima de uma doença deplorável. Sua família foi exterminada. O reino foi destruído pelos partos e armênios, e, por fim, foi transformado por Pompeu em uma província do império romano. E o próprio império romano (se o considerarmos como o quarto animal), depois que começou a perseguir o cristianismo, declinou e definhou, e a sua sociedade foi destruída. “Assim perecerão todos os teus inimigos, O Senhor! E serão mortos diante de Ti”. 2. Na degradação e no enfraquecimento dos outros três animais (v. 12): Eles tiveram seu domínio retirado, e então ficaram impossibilitados de provocar os danos que haviam causado à igreja e ao povo de Deus. Mas uma prolongação de vida lhes foi dada, até um tempo e uma época, uma hora marcada, cujos limites eles não podem ultrapassar. O poder dos reinos anteriores estava completamente aniquilado, mas o seu povo ainda permanecia em uma condição pobre, frágil e baixa. Podemos fazer referência a isso descrevendo os resíduos do pecado nos corações das pessoas boas. Elas, cujas vidas são prolongadas, possuem em si corrupções, de forma que não estão completamente livres do pecado, mas o domínio deste foi retirado, de modo que o pecado não reine em seus corpos mortais. E, dessa maneira, Deus lida com os inimigos de sua igreja. Algumas vezes Ele quebra os dentes deles (SI 3.7). Quando Ele não lhes quebra o pescoço, reprime a perseguição, como também retarda a punição aos perseguidores, para que eles possam ter um tempo para se arrepender. E é justo que Deus, ao realizar a sua obra, faça-o no seu próprio ritmo, e à sua própria maneira.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 869-870.
Dn 7.9: “ O presente versículo, e os que seguem, encontram paralelos nos de Ap 1.13 a 16, onde cena similar está em foco.
Ali o Senhor Jesus é o filho do “Ancião de dias”, e por essa razão tem a mesma natureza do Pai. E aquele que morreu com trinta e três (33) anos de idade. Depois de levar os nossos pecados na cruz e suportar uma eternidade de dores; tem cabelos brancos como a neve. Entre o povo de Deus, a “coroa de honra são as cãs” (Pv 16.31). Certamente a alvura dos cabelos na pessoa de Cristo provém, em parte, da intensidade de glória celestial, e em parte da sua sabedoria e, sobretudo, da sua idoneidade moral. No “ancião” do texto em foco, a brancura dos cabelos não significa velhice, antes sugere a eternidade, indicando também pureza e divindade.
Dn 7.10: “... milhões de milhões” (de anjos). O presente versículo tem seu paralelo em Ap 5.11, onde lemos que “milhões de milhões e milhares de milhares” de anjos estavam ao redor do trono de Deus.
Os anjos são mencionados em toda a extensão das Escrituras Sagradas, onde são vistos por mais de 273 vezes, e, no caso do texto em foco, encontramos “milhões de milhões e milhares de milhares”. A angelolo- gia do Antigo Testamento afirma que os anjos são tão numerosos, que o seu número é incalculável para a habilidade humana. O doutor Bancroft, citando Gabelein diz que “em Hb 12.22 os anjos são indicados como uma inumerável companhia, literalmente, miríades. De acordo com Lc 2.13, multidões de anjos apareceram na noite do nascimento de Cristo; claramente foram vistos cruzando o céu da Palestina, clamando de alegria em vista do início da nova criação, como tinham feito no princípio da primitiva criação. Quão vasto é o número deles! somente o sabe aquele cujo nome é Jeová-Sabaote, o Senhor dos Exércitos”.
Dn 7.11: "... o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado...” O presente versículo tem seu cumprimento literal em Ap 19.20, onde lemos: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”, O Anticristo e o seu falso profeta serão lançados vivos no ardente lago de fogo, no juízo, pois mereceram. O fato de que os dois serão lançados “vivos” no lago de fogo significa, para alguns eruditos, que não poderão ser homens ordinários, e, sim, seres demoníacos, que se apresentarão como homens. Mas a verdade é que serão homens, embora possuídos por Satanás.
O texto em foco diz que o corpo da terrível fera será queimado. A besta e o falso profeta, serão os dois agentes diretos do dragão, preparados como “filhos da perdição”. Eles inaugurarão o ardente lago de fogo. Isso se coaduna realmente com sua natureza: ela (a Besta) saiu do abismo (Ap 11.7) e irá à perdição (Ap 17.8), seu destino final.
Dn 7.12: “Foi-lhes tirado o domínio”.
O texto em foco prediz a ruína dos três primeiros impérios mundiais: Babilónico, Medo-persa e o Greco-macedônio. Mas a palavra divina dizia, ao mesmo tempo, que eles continuariam a existir, mas sem o poder de governar. A sua continuação de existência deve relacionar-se com a vinda do tempo determinado por Deus. As grandes dinastias do mundo tiveram seus períodos áureos na história, mas depois declinaram; alguns destes exemplos podemos deduzi-los, tanto das profecias como da própria história. O Egito dos Faraós, a Grande Babilônia dos caldeus e a Roma dos Césares, foram, em verdade, verdadeiros impérios de ferro que subjugaram, mataram, destruíram e reduziram nações inteiras à escravidão. Mas, com o passar do tempo, Deus, pouco a pouco, foi-lhes tirando o domínio; hoje os impérios babilónicos, Medo-persa, Greco-macedônio e Romano, não mais existem, e os países situados nos seus antigos territórios não têm projeção mundial como potências.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 138-140.
Juízo das Nações (7.9-13).
Aqui temos uma previsão dos juízos do Apocalipse, culminando no Juízo das Nações, na vinda do Filho do homem (v. 13). (Ler aqui Mateus 25.31-46 e Apocalipse 19.11 ss.) O "Ancião de Dias" (vv. 13,22) é Deus. (Ver Isaías 57.15 - Aquele "que habita a eternidade".) O versículo 13 também mostra que Jesus e o Pai Eterno são duas pessoas distintas. Logo a seguir vemos Jesus recebendo o reino (v. 14): "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11.15).Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
FILHO DO HOMEM
III. Uso da Expressão no Novo Testamento
No hebraico, ben-adam (Sal. 8:4; 80:17; Dan. 7:13; Eze. 2:1-3). No grego, o uiõs toü anthrôpou (em Mateus, 32 vezes; em Marcos, 14 vezes; em Lucas, 26 vezes; em João, 12 vezes; em Atos, 7 vezes; em Hebreus, uma vez; no Apocalipse, duas vezes – um total de noventa e quatro vezes no Novo Testamento, sempre nos lábios do próprio Senhor Jesus, exceto em João 12:34, Atos 7:56; Heb. 2:6; Apo, 1:13 e 14:14).
No hebraico a idéia é a de alguém que pertence à raça de Adão; no grego, a idéia é a de alguém que pertence à raça humana.Tradicionalmente, essa expressão, «Filho do homem.., designaria a humilde humanidade de Jesus Cristo, fazendo contraste com sua natureza divina. Esse sentido está envolvido na expressão; mas, quando examinamos o que a Biblia tem a dizer a respeito, vemos que uma significação muito mais profunda é transmitida nas Escrituras Sagradas.
- O texto de Salmos 8:4, ...que , o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o vísítesrparece aplicar-se tanto aos homens mortais quanto a Jesus Cristo, em sua encarnação, quando ele se identificou com os homens. Em Salmos 80:17, encontramos o desejo expresso, durante um periodo de declinio nacional em Israel, pelo aparecimento de algum herói nacional que redimisse a Israel. Essas foram idéias iniciais que ajudaram a formar a consciência judaica acerca da necessidade do aparecimento do Messias. Ele seria o Homem por excelência, que serviria de modelo a todos os homens. Em Ezequiel 2:1-3, a expressão «Filho do homem», que nesse livro aparece por um total de quarenta e cinco vezes, designa «um filho de Adão por motivo de descendência».
Porém, a mais importante ocorrência da expressão «Filho do homem», no Antigo Testamento, encontra-se em Daniel 7:13. Muitos estudiosos estão certos de que ali a expressão alude, primariamente, à personificação do Israel ideal, ou então dos santos do Altissimo; porém, com um sentido mais profundo, está em foco a figura do Messias prometido, contemplado já em sua glória futura. Lemos ali: «Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado dominio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as linguas o servissem; o seu dominio é dominio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruido... Um homem a quem cabia uma glória que sô a Deus pode ser atribuida, não poderia ser um mero homem. De fato, à proporção que avança a revelação biblica sobre o Messias, mais claro vai se tomando que ele não seria apenas um homem extraordinário, ou algum grande guerreiro salvador de Israel de seus inimigos, mas seria o Deus homem, um figura ímpar e multifacetada.
O que nos deixa admirados é que o povo judeu não tenha entendido isso, nem antes do aparecimento de Cristo, quando só havia expectações messiânicas, e nem quando do aparecimento de Cristo. Mas, se o povo judeu em geral não compreendeu quem era Jesus Cristo (como também não o entendem todos os gentios que permanecem na incredulidade), o remanescente eleito compreendeu. Quando Jesus estava no mundo, exclamou: «Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mat. 11:25-27). Compreender a verdade espiritual que cerca a figura do Filho do homem, Jesus Cristo, é uma questão de revelaçlo divina, e não de perspicácia humana. Alguns estudiosos têm dito que Jesus extraiu dos livros apócrifos e pseudepigrafos a idéia do «Filho do homem..; mas a opinião deles é insustentável. Bastaria esse trecho de Daniel 7:13,14 para derrubar essa idéia. O conceito do «Filho do homemlO começa no Antigo Testamento, embora cautelosamente, ainda que inequivocamente. E só no Novo Testamento chega à sua plena fruição.
Mas, voltando ao Antigo Testamento, em Daniel 10:16, o profeta refere-se a «...uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os Iâbios», E, dois versiculos adiante: «Então me tomou a tocar aquele semelhante a um homem, e me fortaleceu». No hebraico, a expressão envolvida é «semelhante a Adão», Sim, 'aquela figura ainda não era um Adão, um homem, porque ainda não se encarnara, O termo hebraico enosh, «homem», algumas vezes é usado como sinônimo de ben-adam ; «filho do homem» (ver, por exemplo, Jó 25:6; Sal. 8:4; 90:3; 144:3). Essa palavra hebraica ocorre por um total de quarenta vezes no Antigo Testamento. O termo hebraico geber, «poderoso», empregado por cerca de setenta vezes no Antigo Testamento, foi usado por Jeremias de modo especial, quando disse: ..Porque o Senhor criou coisa nova na terra: a mulher infiel virã a requestar um homem (Jer, 31:22). Mais literalmente, essa passagem diria «uma fêmea envolverá um poderoso», cf. Isa. 7:14.
III. Uso da Expressão no Novo Testamento
Já vimos que das noventa e quatro ocorrências da expressão «Filho do homem», no Novo Testamento, apenas por cinco vezes não foi Jesus quem a usou. - Portanto veremos abaixo as razões e o uso que Jesus fe; da expressão, e depois examinaremos aquelas cinco ocorrências da expressão, usada por escritores do Novo Testamento.
A primeira razão, naturalmente, que Jesus estava cônscio de que era o Messias. Daniel usa a mesma em um inequívoco sentido messiânico, Portanto quando Jesus se chamou de «Filho do homem» (o que fez por oitenta e nove vezes), isso era o equivalente a dizer: «Eu sou o Messias... A segunda razão é que esse titulo permitia-lhe ocultar-se quanto à sua verdadeira identidade. O povo judeu não estava preparado para recebê-lo como o Messias. De fato, apenas por uma vez, nos evangelhos, Jesus declara-se abertamente o Messias. Isso ocorreu por ocasião de seu diâlogo com a ntulher samaritana: Lemos: ~Eu sei, respondeu a mulher, que há de Vir o. Messías, chamado Cristo; quando ele Vier nos anunciará todas as causas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo» (João 4:25,26).
A mulher samaritana aceitou Jesus como o Messias, ou Cristo, prometido. Quando ela foi falar com seus conterrâneos, indagou: «Vinde comigo, e vede um homem que me disse ~do quanto tenho feito. Será este, porventura, o Crísto» (João 4:29). Nunca mais Jesus deu a si mesmo o titulo profético de Messias. Mas fazia-o disfarçadamente, semre que se intitulava ..Filho do homem... Essas considerações permitem que concluamos que o títulos «Messias.. «Filho do homem e «Cristo» são smommos perfeitos. Quando entendemos isso, então toda aura de mistério que circunda a expressão. Filho. Do homem desaparece. Só para exemplificar isso, consideremos o diálogo entre certos Judeus incrédulos e Jesus. Perguntaram eles: «Ate quando os deixarãs a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, .dlze-o francamente. Respondeu-Ihes Jesus: Já vô-Io disse, e não credes. As obras que eu faço em nome do meu Pai, testificam a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas João 10:24-26).
O efeito da pergunta, sobre Jesus, tena sido o mês o, se os judeus tivessem perguntado se ele era o Messla ou o Filho do homem. A resposta de Jesus foi afirmativa mas ele também mostrou que não tinha ilusões a respeito deles. Jesus sabia que só as suas ovelhas, os seus escolhidos, chegam a crer nessa profunda verdade.
Uma terceira razão de Jesus, quando usou a expressão «Filho do homem», é que assim ele se identificava com a humanidade dependente (Mat. 8:20: Luc. 9:58). Essa idéia reflete Sal. 8:4: «...que é o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o visites? .. Temos ai a base do ensino da kenosis, ou humilhação de Cristo, quando de sua encarnação, e que Paulo se encarrega de desdobrar e explicar melhor. Ver Fil. 2:5-8. Nessa .passagem aprendemos que a encarnação não fez com que o Filho de Deus deixasse de ser Deus, somente porque agora era também o Filho do homem. O que sucedeu, porém, é que Jesus de esvaziou, assumindo a forma de servo, tomando-se em semelhança de homem; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou... » Por essa razão é que Jesus viveu na dependência. Da orientação ao Espirito Santo, orou ao PaI e reconheceu que não sabia de tudo, como, por exemplo não sabia a data de sua segunda vinda. Esse estado de apequenamento, pois, Jesus exprimia com o uso da expressão «Filho do homem».
Uma quarta razão é que a expressão «Filho do homem» indicava a sua missão remidora (Mat. 9:6 e Luc. 19:10). Sem importar como entendam «as chaves do reino- (Mat. 16:19), Deus determinara exclusivamente para o Filho do homem a autoridade de perdoar pecados sobre a terra. Em outras palavras, Deus só se tomou Salvador dos homens quando se tomou homem, na pessoa de Jesus Cristo. e o que lemos em Hebreus 2:14: «Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou..
Uma quinta razão é que a expressão «Filho. Do homem» indicava a completa vitória de Jesus Cnsto como nosso Redentor (João 3:14). O Filho do homem não seria vencido nem na cruz e nem no sepulcro, porquanto haveria de ressuscitar dentre os mortos. E então como homem perfeito, ele seria o nosso Medidor. Não ê precisamente isso que nos diz Paulo? «Porquanto hâ um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (I Tim. 2:5).
Finalmente, a sexta razão pela qual Jesus lançou mão da expressão «Filho do homem», é que a mesma aponta para o Senhorio universal de Jesus Cristo (Mar. 14:62). Sendo Jesus o FIlho dó homem, uma vez ressuscitado, pouco antes de sua ascensão, ele exprimiu esse senhorio mediante uma palavra de ordem: «Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discipulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as causas que vos tenho ordenado. E eis que estou .convosco todos os dias até à consumação do século. (Mat. 28:18-20).
Cumpre-nos notar que o âmago mensagem apostólica era precisamente o senhorio universal de Cristo. A palavra «Senhor», quando aplicada a Cristo, é usada por cento e dez vezes somente no livro de Atos. Na qualidade de Senhor, o Filho do homem é o Juiz de todos os homens (Mat. 13:41,42; 19:28). As qualificações de Jesus, para operar como Juiz de todos os homens é que ele era Deus encarnado, vitorioso sobre todos os adversArios e sobre a própria morte, e se identificara perfeitamente com o gênero humano, ao ponto de. conferir sua natureza divina aos homens que o aceitassem como Salvador. João retratou vividamente o desempenho do Filho .do homem, no dia do juizo, em Apocalipse 20:11-15.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.742-743.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Postado por mauricio berwald
OS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL 7 (5)
E O REINO DO MESSIAS
FILHO DO HOMEM Uma tradução do a-ramaico bar'enas e do grego huios tou anthropou. A expressão tem vários significados nas Escrituras, dependendo do contexto. Em Salmos 8.4, significa "homem" em geral; em Ezequiel 2.1, enfatiza a diferença entre o profeta humano e o Senhor que fala com ele e por meio dele; em Daniel 7.13, a expressão refere-se a uma figura semelhante a um ser humano, mas também sobrenatural, líder dos santos do Altíssimo (Dn 7.18); enquanto no Novo Testamento a expressão é normalmente usada como um título para o Senhor Jesus (exceto em Apocalipse 1.13; 14.14).
O título aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento, todas nos Evangelhos, exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem em que não é usada por nosso Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira, porque aqui é usada como uma citação das palavras do Senhor Jesus). Alguns autores descobrem outros três significados para a expressão: 1) como uma descrição daquele que virá (escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à morte do Senhor Jesus (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de ensino e cura na terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as palavras escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor Jesus na terra.
Um recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968], 257-266) argumenta que o Senhor Jesus usava o título como um eufemismo para "o Filho de Deus", pois na Palestina a última expressão poderia soar como uma blasfémia perante um público semita. Quando o cristianismo espalhou-se pelo mundo gentílico, a última expressão foi utilizada, e é notável que a expressão "o Filho do homem" nunca apareça nas cartas do Novo Testamento. O que foi original no uso do título pelo Senhor Jesus? W. Barclay (The Mind of Jesus, p. 155) argumenta que foi o fato de que Ele conectava o título com os seus sofrimentos e a sua morte. Porém outros consideram que essa ideia já esteja presente em Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que "aqueles que são como o Filho do homem" (aqui identificados com os "santos do Altíssimo") são absolvidos e glorificados. Por que o Senhor usa um título tão enigmático como este? Talvez ao menos por duas razões: 1) o título era suficientemente genérico para incluir todos os aspectos da sua pessoa e da sua obra, quer presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa os seus ouvintes, chamava a atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem é esse Filho do Homem?" (Jo 12.34).
Embora alguns negassem que o Senhor Jesus tivesse usado esse título para si mesmo, a igreja palestina o atribuiu a Ele (por exemplo, Bornkamm, Jesus of Nazareth, p. 230), e a maioria dos autores da atualidade o aceitam como uma autodesignação genuína, na verdade a mais notável das autodesignações do nosso Senhor (como Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann). E. Stauffer (New Testament Theology, p. 108) chega a escrever: "Mas a contribuição da história das religiões nos ensinou mais do que isso. 'Filho do Homem' é simplesmente a mais audaciosa autodescrição que qualquer homem no antigo Oriente poderia ter usado".
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 800.
“tempo, tempos e metade de um tempo” (7.25). Esse texto aponta, literalmente, o período de tempo em que ocorrerá um grande sofrimento no mundo, especialmente, contra Israel. Será o período quando “o chifre pequeno”, e na linguagem do Novo Testamento o “anticristo”, firmará o concerto com Israel por “uma semana” (Dn 9.27). Esse período ganha uma linguagem metafórica quando fala de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”(v. 25). Esse período equivale a “três anos e meio”, ou a “42 meses”, ou “a 126 dias” (Dn 12.7; 9.27; Mt 24.21,22; Ap 7.14). E interessante notar que a primeira metade da semana de três dias e meio será de artifícios políticos do Anticristo simulando um tipo de paz nas relações de Israel com as nações. Até que o Anticristo quebre o pacto e comece a pressionar e perseguir a Israel, atraindo o apoio das nações contra Israel. Então se inicia a segunda metade da semana prescrita da Grande Tribulação. “O tempo dos gentios” será, literalmente, o tempo do ódio mundial contra Israel. Na primeira metade dos sete anos (três anos e meio) o Anticristo fará acordos com Israel os quais não cumprirá. Nesse primeiro período ele exercerá poder e influência política e econômica sobre Israel. Depois, quebrará o pacto feito e não cumprirá o acordo com Israel e fará pressões e incitará as nações para guerrear contra Israel para destruí-lo. Existe uma teoria, chamada midi-Tribulação e baseia esta interpretação no texto de Mt 24.15-28, quando Jesus discursa especialmente para o povo judeu.
A Grande Tribulação não será para a Igreja de Cristo. A igreja será, antes da Grande Tribulação, arrebatada para o céu e os mortos em Cristo serão ressuscitados gloriosamente (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18). Portanto, o Messias virá para Israel e para o mundo e a igreja não estará na terra. O Messias virá para cumprir o sonho desejado e profetizado para intervir no “poder dos gentios” sob o comando do Anticristo e assumirá o Reino sobre a terra.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 112.
Dn 7.24 O presente versículo e outros correlatos mostram a ascendência e desenvolvimento, e consumação do Império Romano. Mas, a profecia diz que daquele mesmo reino, no futuro, “se levantarão dez reis”. Isso significa que durante o período sombrio da Grande Tribulação, se levantarão dez reis dentro dos limites do antigo Império Romano. São eles as dez pontas que João contemplou na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1).
Em Ap 17.12, o anjo celestial faz a interpretação para João daqueles chifres, dizendo: "... os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam ó reino, mas receberão o poder como reis, por uma hora, juntamente com a besta”. Esses dez monarcas escatológicos serão dez agentes de Satanás, que, auxiliados por ele, ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo. (Comp. Ap 17.13).
Dn 7.25 "... um tempo, e tempos, e metade dum tempo”.
O texto em foco, tem seu paralelo em Dn 12.7 e 14. O famoso comentador G. H. Pember diz que o sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”. Então, porque se diz “tempo, e tempos, e metade de um tempo, em vez de três tempos e meio? Parece que não é sem razão, pois, segundo o modo judaico de calcular, três anos juntos precisariam o acréscimo de um mês. De maneira que o período seria 1.290 dias em vez de 1.260, mas referindo-se a um dos anos, separadamente, evita-se este resultado. Isto é confirmado em Ap 11.2, 3 (diz Geo Lang) quando a cidade de Jerusalém será pisada pelos gentios pelo espaço de tempo de 42 meses.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 146-147.
Ele permitirá que os inimigos o pisoteiem e o vençam? O que é essa ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?” A isso, o seu intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto reino que devorará toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira. As dez pontas são dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três reis, e será muito agressivo contra Deus e o seu povo. Ele agirá:
(1) Muito impiedosamente em relação a Deus. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo, desafiando tanto a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça.
(2) Muito arrogantemente para com o povo de Deus. Ele enfraquecerá os santos do Altíssimo. Ele não os liquidará imediatamente, mas os debilitará através de longas opressões e uma série interminável de sofrimentos impostos a eles, arruinando suas propriedades e enfraquecendo as suas famílias. O plano de Satanás era destruir os santos do Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor não se lembrasse mais deles. Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo existir, Deus terá nele uma igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis, para abolir as práticas e as instituições da igreja, visando levar todos a falar e agir exatamente como ele desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e as práticas humanas e divinas. Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele destrói, ele constrói ele transforma quadrado em circulo, como se pretendesse alterar até mesmo os próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas ele progredirá e terá sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas mãos por um tempo, tempos e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio), aquela famosa medida de tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse, que algumas vezes é chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que é o mesmo período. Mas ao términodesse tempo, o julgamento será instaurado, e o seu domínio será tirado (v. 26).HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 872.
III - A VINDA DO FILHO DO HOMEM
“e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem”
(7.13,14). Nestes dois versículos, Daniel chega ao clímax das visões e revelações. A Palavra de Deus nunca se contradiz nem submerge com contradição. Pelo contrário, ela se complementa, se interpreta e se aplica a si mesma conforme as necessidades dos que servem a Deus. No versículo 13 está escrito literalmente que o Filho do homem “vinha nas nuvens do céu”. Esta profecia é repetida em Atos 1.9-11, onde os anjos anunciavam que o Jesus que subiu gloriosamente ao céu haveria de vir. Posteriormente, na revelação que Jesus deu ao seu amado apóstolo João, a mensagem é repetida: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram”(Ap 1.7).
Daniel, em sua visão, viu esse personagem que vinha nas nuvens do céu e se identificava como “o filho do homem”, o qual se dirigiu ao Ancião de Deus. Não há dúvida que se tratava de Jesus, a segunda pessoa da Trindade. Este “filho do homem” recebeu a concessão de poder e domínio sobre todas as nações para que o servissem, porque o seu domínio seria um domínio eterno que não passaria e seu reino não seria destruído. O título “filho do homem” tem um sentido messiânico, porque se refere, primeiramente, à vida terrena de Jesus. Porém, esse mesmo Jesus que foi rejeitado pelos judeus em sua primeira vinda e que se manifestou como “o filho do homem”, virá gloriosamente e com a aparência de “filho do homem” para desfazer o reino do Anticristo e tomar o reino de Israel e se assentar no Trono de Davi (Zc 14.1-4). Ele receberá o poder, a glória e o domínio sobre a terra quando descer para instalar o reino milenial na terra. Ao introduzir o Reino de Deus na terra, em sua vida terrena, como o Verbo divino feito carne (Jo 1.1,14) Jesus Cristo, virá a segunda vez, e inaugurará uma nova fase do governo de Deus na terra, instalando um reino de mil anos (Ap 20.2,6).Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 109-110.
Dn 7.13 "... um como o Filho do homem”.
Filho do homem é um título que freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo (Mt 16.13). Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre nos Evangelhos, e 22 destas somente em Apocalipse. Daniel (cerca de 607 a.C.), na presente visão, faz esta referência específica sobre o “Filho do homem”. Em Ezequiel, o profeta do cativeiro, a expressão “filho do homem”, é empregada por Deus, quando fala com o profeta, cerca de 91 vezes. Em Ap 14.14, há um quadro sobre o “Filho do homem”. Jesus é o “Filho do homem”, porque, de um modo especial, é Ele o representante da humanidade perante a pessoa do Pai. Ele é declarado “Filho de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). Ele se tornou o “Filho do homem” para que nós, humanos, nos tornássemos filhos de Deus” (Jo 1.12).
Dn 7.14 "... foi-lhe dado o domínio”
. O presente versículo coloca em foco o Milênio de Cristo, o Ungido do Senhor. Isso acontecerá diante do toque da sétima trombeta escatológi- ca de Apocalipse 11.15. Esse toque de trombeta assinala o tempo em que “O mistério” de Deus deve ser cumprido, “no Céu e na Terra”. Na Bíblia temos uma série de mistérios, mas o que está em foco, fala do “mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dis- pensação da plenitude dos tempos [o Milênio], tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ver Ef 1.9 a 10). O domínio e reino do presente texto, para que todos os povos, nações e línguas o servissem, é o estabelecimento do Reino de Deus sobre a terra, que começará com o reino milenar de Cristo (Ap 20.1-6). O reino de Deus e de Cristo é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de Cristo e de Deus”.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 140-141.
“Quanto tempo?” (8.13-14).
Deus revelou a Daniel por meio da conversa de seres santos que o tempo do mal não seria prolongado. A pergunta era: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (13). E a resposta veio: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado (14). De que maneira devemos entender essa simbologia de números? Jerônimo apresenta uma interpretação muito simples e sensata:
Se lermos os livros dos Macabeus e a história de Josefo, vamos encontrar registrados lá que [...] Antíoco entrou em Jerusalém e, depois de provocar uma devastação geral, voltou novamente no terceiro ano e ergueu a estátua de Júpiter no Templo. Até o tempo de Judas Macabeu [...] Jerusalém ficou devastada por um período de seis anos, e por três anos o Templo ficou maculado — totalizando dois mil e trezentos dias mais três meses.Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530.
A cena não estava terminada.
elementos de alta valia estavam ainda por surgir e Daniel confessa que, nas suas visões da noite, depois de todo o cenário já descrito, viu vindo, com as nuvens do céu, UM como o Filho do Homem e que dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele (v. 13). A vinda com as nuvens do céu desperta em nossa mente um simbolismo evanescente e sublime, pois é UM que tem os ares como sua morada, e não conta com elementos terrestres para se conduzir. Quando Jesus se apresentava como o Filho do Homem tinha este simbolismo como base e também é o que Ezequiel apresenta em sua longa profecia.
A vinda deste UM, Filho do Homem, indica que o julgamento não ficou concluído, pois a Ele restava a palavra final. Não temos qualquer dúvida quanto a este Filho do Homem (não filho do homem), figura singular lídimo representante da raça humana, e que domina sobre todos os reinos simbolizado nas quatro eras. A ele pertencem o Reino e a majestade, a honra e a glória. O reino universal é dele, e não dos reinos simbolizados nas quatro feras.
Daniel diz claramente: Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; e seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído (v. 14). Como Daniel nos informa, esta inigualável figura celestial, escoltada por míriades de míriades de seres angelicais, foi levada até onde estava o Juiz supremo, e o reino eterno lhe foi entregue. Reino que não será jamais destruído. É assim o reino de Cristo. Um quadro mais perfeito do governo e domínio de Cristo não poderíamos esperar de uma visão profética. Só o Apocalipse tem figuras iguais. Somos gratos a Deus que, lá dos confins da história, nos vem esta alegoria tão perfeita quanto seria possível, nos domínios humanos, a respeito de nos,so Senhor Jesus Cristo.Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
“os santos do Altíssimo” (7.18). Quem são? Os amilenistas que negam a literalidade do Milênio e o veem alegoricamente, isto é, não creem na realidade são dos amilenistas, “os santos do Altíssimo” são os anjos. Na visão milenista e pré-tribulacionista, “os santos do Altíssimo” são, indubitavelmente, os judeus (Dn 7.21; 9.24; Ap 13.7; 17.6). Jesus Cristo, “o filho do Homem” reinará literalmente na terra por mil anos. Esses santos são, de fato, os judeus fiéis salvos quando o Messias voltar para reinar literalmente. O reino milenar não é para a igreja de Cristo, mas é para os judeus e o mundo depois da Grande Tribulação. O milênio não é mera alegoria. O milênio será real e literal, quando Jesus Cristo tomar posse do governo do mundo e desfazer o poder da trindade satânica constituída pelo Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta. Segundo o autor D. Pentecost, diz que “o propósito original de Deus era o de manifestar sua absoluta autoridade, e este propósito se realizará quando Cristo reunir a teocracia terrenal com o reino eterno de Deus. Desta maneira se por uma parte o domínio teocrático terrenal se limita a mil anos, que é tempo suficiente para manifestar o governo perfeito de Deus sobre a terra, uma vez que seu reino é eterno e para sempre”.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 110-111.
Dn 7.18 Este versículo e outros correlatos do livro de Daniel, apontam em sentido profético, para o Milênio de Cristo. Nessa época, todos “os reinos do mundo virão a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15), e os santos recebê-lo-ão como algo que lhes será confiado pelo “Filho do homem”, e o possuirão para sempre. O presente capítulo apresenta o “Filho do homem” como uma figura central na posse do Reino. Há uma outra possível interpretação para este capítulo, no que diz respeito ao “Filho do homem”. Os advogados da posição esboçada acima identificam a figura celestial semelhante a “um filho do homem” com o povo de Israel, “os santos do Altíssimo”. Em apoio a essa interpretação, apelam para 7.18 e 27, onde nos é dito que o reino será entregue aos santos. Essa interpretação é muito lógica, mas não coaduna com o argumento principal.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 143.
Dn 7.18 - Os “santos do Altíssimo" sáo o verdadeiro Israel, o povo governado pelo Messias. Jesus Cristo deu o reino ao novo Israel, sua Igreja, que é composta por todos os crentes fiéis. Sua vinda prenunciava o Reino de Deus. cujos cidadãos são todos os crentes (ver também 7.22.27). Apesar de Deus permitir a perseguição por um tempo, o destino de seus seguidores é possuir o reino e estar com Ele para sempre.BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1104.
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O alvo do projeto de Deus é o reino de Deus e a consumação e preservação de tudo o que é bom e belo e verdadeiro e santo.Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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OS IMPÉRIOS MUNDIAIS DANIEL 7 (6)
E O REINO DO MESSIAS
Até chegar a esse ponto, Cristo descerá sobre a terra literal e visivelmente sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4). Cristo é o Messias sonhado e desejado por Israel e virá para esse povo. Na sua vinda gloriosa e visível, especialmente para Israel promoverá espanto no mundo inteiro. O Diabo saberá que o seu poder de destruição do povo de Israel estará detido. O Messias, Jesus Cristo, então, destruirá esse rei blasfemo e déspota, o Anticristo, e assumirá com autoridade o governo do povo de Deus naqueles dias e iniciará seu governo milenar na terra. Desse modo terá cumprido o período dos “três anos e meio” da segunda metade da semana de Daniel (Dn 9.27). Alguns historiadores preferem interpretar esse período como tendo o seu cumprimento no ano 70 d.C, mas esquecem que é no fmal do período do domínio do “pequeno chifre” que o reino será dado aos santos do Altíssimo, o povo de Israel. Não há o que duvidar! Depois de tudo isso se estabelecerá o reino do Messias. Não há dúvidas, também, de que a igreja de Cristo não estará na terra nesse período, porque será arrebatada antes que inicie o tempo da Grande Tribulação.
“E o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo” (7.27).
O Anticristo não poderá resistir ao poder daquEle que é mais poderoso do que ele, que é o Senhor Jesus Cristo o qual destruirá ao Anticristo e tomará o seu domínio e o passará aos “santos do Altíssimo” que são israelitas naqueles dias. O Anticristo será destruído pelo fogo ( Dn 7.11) e será lançado no Geena (o Lago de fogo) para sempre (Ap 19.20). A Bíblia diz que ele será destruído pela força da vinda do Messias (2 Ts 2.8). A vitória final contra as forças do mal será culminada com o triunfo de Cristo Jesus (Dn 7.27).Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 112-113.
Dn 7.26 O Apóstolo Paulo fala a seu filho Timóteo, na segunda carta, cap. 4.1 o que segue: “Conjuro-te pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda [parousia] e no seu reino [Milênio]...” O texto em foco diz, de fato, o que acontecerá na vinda de Cristo com poder e grande glória. A Besta e seus agentes serão julgados naquele grande dia da ira de Deus e do Cordeiro. (Ver 2 Ts 2.8 e Ap 19.20). O supremo juízo de Deus desfará todo e qualquer império do mal; o reino será estabelecido para que os santos do Altíssimo reinem e o Senhor Jesus Cristo reine sobre eles. Esses acontecimentos terão lugar sete anos após o arrebatamento da igreja, aqui na terra. Todo o domínio das trevas será aniquilado ante a face do Senhor em glória, e todo o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo.
Dn 7.27 O presente versículo terá sua consumação em Ap 11.15, onde lemos: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
Ali haverá, após a grande vitória de Cristo no vale do Armagedom, o estabelecimento do reino milenar, então o domínio, e a majestade dos reinos do mundo serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. Em Ap 10.7, é previsto este grande acontecimento, e em 11.15, a sua consumação. Este grande “segredo de Deus” mencionado na passagem anterior, é, sem dúvida, o estabelecimento do reino de Deus na terra, que começara com o reino milenar de Cristo, como pode ser depreendido do texto em foco, de Daniel. O reino de Deus e de Cristo é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de Deus e de Cristo”.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 147-148.
[2] O tribunal será estabelecido (v. 26).
Deus mostrará que julga na terra, e advogará a justa causa do seu povo tanto com sabedoria quanto com imparcialidade. No grande dia, o precioso Senhor julgará o mundo com justiça por meio do varão que designou. [3] O domínio do inimigo será tirado (v. 26). Todos os inimigos de Cristo serão postos por escabelo de seus pés, e serão completamente consumidos e destruídos: esse era o procedimento dos apóstolos em relação ao homem iníquo (2 Ts 2.8). Ele será consumido com o sopro da boca de Cristo, e destruído com o esplendor da sua vinda. [4] O julgamento é entregue aos santos do Altíssimo. E confiada aos apóstolos a incumbência da pregação do Evangelho através do qual o mundo será julgado. Todos os santos por meio de sua fé e de sua obediência condenam um mundo descrente e desobediente. Em Cristo, que é o seu comandante, eles julgarão o mundo, julgarão as doze tribos de Israel (Mt 19.28).
Veja o motivo que temos para honrar aqueles que temem ao Senhor. Quão vis e abomináveis os santos parecem agora aos olhos do mundo, e quanto desprezo é despejado sobre eles. Eles são os santos do Altíssimo. Eles são preciosos para Deus. Ele os considera como seus, e o juízo é entregue a eles. [5] Aquilo que é mais enfatizado é que os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre (v. 18). E novamente (v. 22): Chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. E outra vez (v. 27): O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. Longe de nós pressupormos por isso que o domínio é encontrado na graça, ou que ele autorizará alguém, sob o pretexto de santidade, a usurpar a realeza. Não. O reino de Cristo não é deste mundo. Mas isso sugere o domínio espiritual dos santos sobre os seus próprios desejos e perversões, suas vitórias sobre Satanás e suas tentações, e o triunfo dos mártires sobre a morte e os seus pavores. Aqui também é prometido que o reino do Evangelho será estabelecido como um reino de graça, cujos privilégios e consolos, agora sob o comando dos céus, serão o penhor e os primeiros frutos do reino da glória nos céus. Quando o império se tornou cristão, e os príncipes fizeram uso de seu poder para a defesa e o progresso do cristianismo, então os santos tomaram posse do reino.
Os santos governam através do Espírito que os governa (esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé), fazendo com que os reinos deste mundo se tornem o reino de Cristo. Mas o pleno cumprimento destas coisas tão boas estará na felicidade eterna dos santos, no reino que não pode ser abalado, o qual nós, de acordo com a sua promessa, aguardamos (essa é a grandeza do reino). A coroa de glória que aguardamos jamais perecerá, pois o reino que nos foi prometido é eterno. Os santos possuirão o reino para sempre, eternamente. E a razão é que os santos pertencem ao Altíssimo, e o seu reino é um reino perpétuo (v. 27). Como Ele é assim, os seus deverão ser também. “Porque eu vivo, vós também vivereis” (Jo 14.19). O reino do Senhor é deles. Eles se consideram enaltecidos na exaltação dele, e não desejam honra e satisfação maior para si mesmos do que a de que todos os domínios o servirão e o obedecerão, como eles o farão (v. 27).
Os povos se sujeitarão ao seu cetro de ouro, ou serão levados à destruição por sua vara de ferro. Daniel, no final, quando encerra esse assunto, nos conta que impressões essa visão lhe causou. Ela dominou os seus pensamentos a tal ponto que o seu semblante foi modificado, e o fez parecer pálido. Mas ele guardou o assunto em seu coração. Note, o coração deve ser o cofre e o depósito das coisas divinas. Lá devemos guardar a palavra de Deus, assim como Maria guardou as palavras de Cristo (Lc 2.51). Daniel guardou o assunto em seu coração, com um propósito: não escondê-lo da igreja, mas guardá-lo para ela, para que aquilo que havia recebido do Senhor pudesse ser transmitido ao povo de uma forma plena e fiel. Observe que compete aos profetas e ministros de Deus guardar na memória as coisas de Deus, e ali assimilá-las muito bem. Se quisermos ter a palavra de Deus em nossos lábios quando for oportuno, devemos guardá-la em nossos corações em todo o tempo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 873.
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