DOUTRINA DA TRINDADE SUBSIDIO JOVENS CONECTAR BETEL
INTRODUZINDO O ASSUNTO
PANORAMA
A doutrina da Trindade depende decisivamente da revelação.
É verdade que a razão humana pode sugerir algumas idéias para consubstanciar a doutrina, e que os homens, fundados em bases puramente filosóficas, por vezes abandonaram a idéia de uma unidade nua e crua em Deus, e apresentaram a idéia do movimento vivo e de auto-distinção. Também é verdade que a experiência cristã parece exigir algo parecido com esta construção da doutrina de Deus. Ao mesmo tempo, é uma doutrina que não teríamos conhecido, nem teríamos sido capazes de sustentar com algum grau de confiança, somente com base na experiência, e que foi trazida ao nosso conhecimento unicamente pela auto-revelação especial de Deus. Portanto, é de máxima importância reunir suas provas escriturísticas.
a . Provas do Velho Testamento. Alguns dos primeiros pais da igreja, assim chamados, e mesmo alguns teólogos mais recentes, desconsiderando o caráter progressivo da revelação de Deus, opinaram que a doutrina da Trindade foi revelada completamente no Velho Testamento. Por outro lado, o socinianos e os arminianos eram de opinião que não há nada desta doutrina ali. Tanto aqueles como estes estavam enganados. O Velho Testamento não contém plena revelação da existência trinitária de Deus, mas contém várias indicações dela. É exatamente isto que se poderia esperar. A Bíblia nunca trata da doutrina da Trindade como uma verdade abstrata, mas revela a subsistência trinitária, em suas várias relações, como uma realidade viva, em certa medida em conexão com as obras da criação e da providência, mas particularmente em relação à obra de redenção. Sua revelação mais fundamental é revelação dada com fatos, antes que com palavras. E esta revelação vai tendo maior clareza, na medida em que a obra redentora de Deus é revelada mais claramente, como na encarnação do Filho e no derramamento do Espírito.E quanto mais a gloriosa realidade da Trindade é exposta nos fatos da história, mais claras vão sendo as afirmações da doutrina. Deve-se a mais completa revelação da Trindade no Novo Testamento ao fato de que o Verbo se fez carne, e que o Espírito Santo fez da igreja Sua habitação.
Têm-se visto, por vezes, provas da Trindade na distinção entre Jeová e Elohim, e também no Plural Elohim, mas a primeira não tem nenhum fundamento, e a última é, para dizer o mínimo, duvidosa, embora ainda defendida por Rottenberg, em sua obra sobre De Triniteit in Israels Godsbegrip. É muito mais plausível entender que as passagens em que Deus fala de Si mesmo no plural, Gn 1.26; 11.7, contêm uma indicação de distinções pessoais em Deus, conquanto não surgiram uma triplicidade, mas apenas uma pluralidade de pessoas. Indicações mais claras dessas distinções pessoais acham-se nas passagens que se referem ao Anjo de Jeová que, por um lado, é identificado com Jeová e, por outro, distingue-se dele. Ver Gn 16.7-13; 18.1.21; 19.1-28; Ml 3.1. E também nas passagens em que a Palavra e a Sabedoria de Deus são personificadas, Sl 33.4, 6; Pv 8.12-31. Em alguns casos mencionam-se mais de uma pessoa, Sl 33.6; 45.6, 7 (com. Hb 1.8,9), e noutros quem fala é Deus, que menciona o Messias e o Espírito, ou quem fala é o Messias, que menciona Deus e o Espírito, Is 48.16; 61.1; 63. 9,10. Assim, o Velho Testamento contém clara antecipação da revelação mais completa da Trindade no Novo Testamento.
III. AS CRENÇAS INADEQUADAS
A doutrina da Trindade, é talvez, a doutrina mais misteriosa e difícil que encontramos nas Escrituras. Por isto, é uma insensatez afirmar que podemos dar uma explicação completa sobre ela. Devido à natureza do assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da Revelação.Antes de toda e qualquer criação, Deus era completamente auto-suficiente e todo-inclusivo. Tudo que existia era Deus; não havia nada que não fosse Deus. Sem início, Deus existe para sempre numa essência imutável, escolhendo eternamente ser a si mesmo a partir de sua natureza [1]. Além disso, o Ser supremo é infinito em cada uma de suas características, muitas que talvez nunca foram reveladas e nem poderiam ser entendidas pelos seres humanos. [2]
A razoabilidade da fé na Trindade transparece melhor quando confrontada com o monoteísmo e o politeísmo, em diálogo como a unidade e a pluralidade. No monoteísmo nos defrontamos com a solidão do Uno. Por mais rico e pleno de vida, inteligência e amor que ele seja, não terá jamais alguém do lado dele. Ele estará eternamente só. Todos os demais seres lhe serão subalternos e dependentes. Se comunhão houver, ela sempre será desigual.No politeísmo na compreensão comum, temos a ver com a pluralidade de divindades, com hierarquias e diferenças de natureza, benéfica ou maléfica. Esvai-se a unidade divina.A base para entender-se a Trindade é a personalidade de Deus. A Escritura apresenta-nos um Deus pessoal, Porque assim diz o Alto e o Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é Santo: habito num lugar alto e santo; mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito. Isaías 57:15.(NVI) Visto que o homem foi criado conforme a imagem de Deus, podemos compreender algo da vida pessoal de Deus pela observação da personalidade como a conhecemos no homem. [3]Evidentemente, pela natureza das coisas, a personalidade divina é algo infinitamente superior à personalidade humana; mas é a única alternativa para um Deus pessoal é, cremos, um Deus impessoal. E quando afirmamos que Deus é impessoal, passamos a defender o primeiro dogma do ateísmo. Loraine Boettner, conhecido teólogo reformado, afirma que: se Deus existe, tem que ser pessoal. Não podemos adorar o Princípio do Absoluto, nem ter comunhão com um Poder Cósmico; e, afirmar que Deus é superpessoal, é iludirmos, com uma frase altissonante. [4]Uma das objeções mais comuns alegadas contra a doutrina da Trindade é que ela implica no triteísmo, ou seja, a crenças em três Deuses. E como veremos adiante, a formalização histórica da doutrina se deu nas controvérsias anti-trinitárias. Porém, o fato é que, as Escrituras nos ensinam que há um só Ser, auto-existente, eterno e supremo, em quem são inerentes todos os atributos divinos. Tanto o Velho como o Novo Testamento ensinam a unidade de Deus.A doutrina de um só Deus – Pai e criador – , constitui o pano de fundo e a premissa inquestionável da fé da igreja. Herdada do judaísmo, ela foi sua proteção contra o politeísmo pagão, o emanacionismo gnóstico [5] e o dualismo marcionita [6]. Para a teologia, o problema era integrá-la no âmbito intelectual como os novos dados da revelação especificamente cristã. Reduzimos à sua formulação mais simples, tratavam-se das convicções de que Deus Se havia dado a conhecer na Pessoa de Jesus, o Messias, ressuscitando-o dos mortos e oferecendo salvação aos homens por seu intermédio, e que Ele havia derramado Seu Santo Espírito sobre a igreja. [7]
Trata-se de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, “governo exercido por um único soberano”). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, “poder”, em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus “o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo.
Esses são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade. Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: “Houve tempo em que o Verbo não existia”. Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende a criação: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.Heresia fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Niceia em 325” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.52).
A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Há um grande debate sobre a doutrina da Trindade no Antigo Testamento. Os Pais da Igreja afirmaram categoricamente que o Deus de Israel é Trino. Desconsideraram assim a revelação progressiva. Outros teólogos, em contrapartida, defendem que a doutrina da Trindade inexiste no contexto veterotestamentário. Existe também a afirmação de que embora no Antigo Testamento Deus seja Trino, ali a doutrina da Trindade não é manifesta de maneira tão clara. Assim, ensinar essa doutrina tendo por fundamento o Antigo Testamento é cristianizar por demais o texto.É verdade que na antiga aliança não existe uma manifestação clara da Trindade. No entanto, podemos afirmar que a manifestação do Deus de Israel é plural. Muitos estudiosos até afirmam que essa pluralidade é apresentada porque originalmente o conceito de Deus surgiu num contexto politeísta. O pluralismo a respeito do divino apresenta-nos um resquício da crença politeísta1. Mas prefiro acreditar que essa pluralidade está de acordo com a crença cristã na Trindade.
Começaremos nossa discussão com Deuteronômio 6.4. O foco inicial é a palavra hebraica ehad “um”, “único”. Analisaremos também outros textos, para afirmamos que, apesar de Deus no Antigo Testamento ser Um, ele é plural, o que favorece a doutrina cristã da Trindade nos textos veterotestamentários.
Como conciliamos a fé num Deus único expressa no Antigo Testamento com a afirmação de que ele é o Deus Trino? Ora, antes de tudo, deve ser afirmado que a crença cristã na Trindade não é a crença em três deuses, mas a crença em três pessoas que participam da natureza divina de maneira plena e integral. Assim, mesmo em Dt 6.4, onde lemos a afirmativa que Deus é único, podemos identificar o Deus Trino. Vejamos:
Shemá Israel YHWH Eloheinu YHWH ehad.
“Javé nosso Deus Javé Um”
Atentemos-nos para a palavra “um’. Na língua hebraica existem duas palavras que expressam unidade:
1) ehad “único”, “um”: “enfatiza a unidade, embora reconheça diversidade dentro da unidade”2.
2) Yahid: também significa “único”, “um”, mas se refere a uma unidade simples (singular) ou absoluta.
A palavra usada em Dt 6.4 é ehad! Sobre isso, Stanley Rosenthal afirma:
A última palavra hebraica da Shema ‘Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é único’ (Dt 6.4) é echad, que, embora traduzido por ‘único’, é um substantivo coletivo, em outras palavras, um substantivo que, embora, denote unidade, a classifica, pois, representa uma unidade que contém várias unidades. Poderíamos citar um bom número de exemplos. Em Números 13.23 lemos que os espias pararam em Escol onde ‘cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas’. A palavra hebraica que aqui aparece como ‘um’, em ‘um cacho’, novamente é echad; porque, como é evidente, esse único cacho de uvas consistia em muitas uvas3.
Portanto, a palavra ehad seria uma alusão ao Deus único, mas que contém em si a diversidade de pessoas4.
Vejamos ainda ouros usos da palavra ehad:
Gênesis 2.24: Portanto, o homem deixa o seu pai e a sua mãe, e deve decompor-vos a sua mulher: e eles serão uma (ehad) carne. (grifo do autor)
Êxodo 24.3: E Moisés chegou e disse ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os acórdãos: e todo o povo respondeu a uma (ehad) voz. (grifo do autor).
Veja que nesses dois textos ehad é uma unidade na diversidade: uma carne (duas pessoas); uma voz (de muitas pessoas).
A título de exemplo, a palavra hebraica yahid é usada nos seguintes textos:
Jeremias 6.26: Ó filha do meu povo, cinge-te de saco, e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único (yahid), em pranto de grande amargura…(unidade simples).
Amós 8.10: …, e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como o luto por um filho único (yahid), e seu fim como dia de amarguras…(unidade simples).
Provérbios 4.3: Quando eu era filho aos pés de meu pai, tenro e único (yahid) em estima diante de minha mãe…(unidade simples).
Gênesis 22.2: Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho, o teu único (yahid) filho Isaque, a quem amas…(unidade simples).
É verdade que a palavra ehad também pode referir-se a uma unidade simples:
Deuteronômio 17.6: “Pela boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, aquele que merece a morte deve ser posto à morte; mas pela boca de uma (ehad) testemunha, ele não deve ser posto à morte.”
Eclesiastes 4.8: “Há apenas um (ehad), sem uma companhia; sim, ele nem tem filho…”.
Vê-se, então, que a palavra ehad pode se referir a uma unidade coletiva e a uma unidade singular.
Mas e quanto a Dt 6.4? A palavra ehad significa unidade coletiva ou unidade singular? É verdade que o versículo enfatiza o fato de que há um só Deus, e “Israel deve a ele sua exclusiva lealdade (Dt 5;9; 6.5)”5. . No entanto, outros pontos precisam ser considerados, para a afirmativa de que a palavra ehad alude a uma unidade na diversidade. Comecemos com uma explicação do nome Elohim.
Elohim é a palavra hebraica que normalmente é traduzida em nossas Bíblias como “Deus”, e em alguns casos como “deuses”. Em Gn 1.1,26 a palavra hebraica está no plural, bem como os pronomes que a acompanham. Isso leva a teologia cristã a afirmar que o texto faz referência à Trindade (veja também Is 6.8a).
Muitos especialistas, no entanto, pensam que o nome Elohim é um plural majestático, pelo qual se quer enfatizar a grandeza do Deus de Israel. O “plural sem dúvida é um aumentativo de exaltação, frisando a majestade de Deus, e não a ideia de pluralidade de pessoas”6.
Entretanto, pode-se averiguar que uma plenitude plural é encontrada no Antigo Testamento com referência a Deus, o que indica a doutrina da Trindade.
Antonio Neves Mesquita afirma que não havia o uso do plural majestático na antiguidade7. “Assim, se Moisés dizia, desçamos, vejamos, façamos, e outras, era porque mais de uma pessoa estava sendo envolvida no ato. Não havia, podemos dizer, tal uso na antiguidade; tudo que se diz, nesse sentido, é pura invenção moderna”8. Esse mesmo estudioso diz que o pronome e o verbo no plural em Gn 1.27 indicam as três Pessoas da Trindade, pois está “de acordo com o teor geral da Bíblia de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gn 1.2; João 1.1-5 e ref.)9. Assim, “é mais provável que o significado seja de uma pluralidade de personalidade, visto que Deus e o Espírito de Deus aparecem em Gênesis 1”10.
Outros pensam que o termo Elohim é um superlativo. Sobre isso, afirma Botterweck: “Provavelmente o plural não significasse originalmente uma pluralidade, mas uma intensificação. Neste caso, ‘elohim poderia significar ‘grande’, ‘o mais alto’, e finalmente, ‘apenas’ Deus, isto é, Deus, em geral”11.
Além disso, outros estudiosos têm afirmado que uma das formas de se expressar o superlativo na língua hebraica é o uso do plural. Assim, para se dizer que El é fortíssimo (El significa ‘forte’) usar-se-ia o plural Elohim (‘fortes’). Essa seria a razão de o verbo estar no singular (“e disse”) e o sujeito no plural em Gn 1.26.
Mas cabe afirmar que a teologia cristã tem interpretado o plural em Gn 1.26 como uma referência à Trindade. Agostinho assim procedeu.12 Mas, muito antes de Agostinho, o apóstolo João já havia afirmado que o Logos estava com Deus antes da criação, e que por Ele foram criadas todas as coisas (Jo 1.1-3)!
Portanto, a Trindade é manifesta no Antigo Testamento pelo nome Elohim. Nas palavras de Walter A. Elwell, o “plural do nome de Deus (Elohim), bem como o uso dos pronomes (Gn 1.26; 11.7), e dos verbos (Gn 11.7; 35.7) no plural assim indicam.”13
Há, ainda, outras razões para pensarmos que o nome Elohim alude a uma manifestação plural de Deus no antigo Israel: a manifestação ‘o Anjo’, da ‘palavra’, e do ‘Espírito’. Esses três são identificados com o próprio Deus.
No Antigo Testamento, o Anjo do Senhor é distinto de Deus, mas também é identificado com o próprio Deus. Ele aparece em Gn 16.7-13. As promessas feitas (v.10) claramente demonstram que o Anjo do Senhor não era um anjo qualquer. Em Gn 32.22-32 ‘o Anjo’ aparece para Jacó, e assim se identifica: “Eu sou o Deus de Betel” (v.13). Assim, ele se identifica com o Deus que se manifestou em Betel (Gn 28.18-22). Em Gn 48.15-16 essa idenficação é objetiva:
“O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque,
o Deus que me sustentou durante a minha vida até este dia,
o Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes; seja neles chamado o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da terra.”
Outros textos poderiam ser citados (Êx 3.2, as esses bastam para a afirmação de que o “Anjo do Senhor” no Antigo Testamento é Deus. É uma pessoa distinta na divindade.
Muitos estudiosos afirmam que essa identificação do Anjo do Senhor com o próprio Senhor é uma interpolação tardia no texto bíblico, feita para evitar uma descrição do Deus de Israel excessivamente antropomórfica.
A meu ver, no entanto, o Anjo do Senhor é mais uma evidência de que a manifestação divina é plural. “Isso aponta para distinções pessoais dentro da Deidade.” 14
É curioso que as aparições do ‘Anjo do Senhor’ terminaram após a encarnação de Cristo. Muita coincidência, não!? No Antigo Testamento, o Anjo do Senhor acompanhou Israel na caminhada pelo deserto (Êx 14.19; cf.23.20). O Novo Testamento diz que a Pedra que seguia Israel era Cristo (1Co 10.4).
Além do Anjo do Senhor, que no Antigo Testamento se apresenta como Deus, há outro elemento que contribui para pluralidade da manifestação do divino: a Palavra, participante da criação (Sl 33.6; 107.20).
No Sl 33.6 lemos:
Os céus por sua palavra se fizeram,
e, pelo sopro (ruah) de sua boca, o exército deles.
Mas a teologia cristã afirma que há muito mais do que uma correspondência entre Deus, o Espírito e a palavra. “A palavra não é simplesmente uma comunicação a respeito de Deus, nem o Espírito é um mero poder divino. São, pelo contrário, o próprio Deus em ação”.16
Mesquita afirma que os antigos rabinos acreditavam na divindade do Messias.17 Essa afirmação é feita a partir de uma interpretação do Sl 2.7 enquanto uma alusão ao Messias Filho de Deus, bem como a partir da identificação do Anjo do Senhor como sendo o próprio Senhor. Além disso, o fato de o Novo Testamento ser “escrito por judeus, é uma prova que eles acreditavam no Messias divino”, diz Mesquita.18 Oskar Skarsaune demonstrou veementemente que a cristologia do Logos Encarnado, encontrada em Jo 1.14, é oriundo não do mundo helênico, mas do mundo judaico.19 Isso significa afirmar que o judaísmo antigo interpretava a Palavra como mediadora da criação. Além disso, a crença judaica na Sabedoria como mediadora da criação nos textos apócrifos judaicos é tão parecida com a Trindade cristã, que quando os estudiosos procuraram um termo que explicasse seu papel — na relação com Deus único, e ao mesmo tempo externo a ele — “viram-se obrigados a recorrer à terminologia trinitária”.20
No Antigo Testamento lemos que o Espírito é Deus.
Vejamos Gn 1.2: “o Espírito pairava sobre a face as águas”. A palavra hebraica Espírito é ruah, que significa ‘vento’, espírito, ‘Espírito’. Alguns comentaristas pensam que Gn 1.2 deveria ser traduzido como “e um vento de Deus pairava…”.
Mas outros textos bíblicos demonstram a participação do Espírito na criação (Is 63.10; Sl 33.6; Sl 104.30). Wilf Hildebrandt afirma que o “Salmo 33.6 é uma reflexão de Gn 1 e assevera que o evento da criação foi resultado da palavra falada de Deus trazida à realidade pelo seu ruah”.21 Hildebrandt mostra que a frase ruah ’elohim (Espírito de Deus) “ocorre quinze vezes em hebraico e cinco vezes em aramaico. Ela nunca é traduzida como ‘um vento poderoso’ ou ‘um vento de Deus nestas ocorrências”.22 Conclui-se assim que em Gn 1.2 o ruah é o Espírito de Deus, que também é agente na criação.
CONCLUSÃO
Pudemos averiguar que a manifestação de Deus no Antigo Testamento é plural. Assim, sou levado a concluir que palavra ehad usada em Dt 6.4 alude a uma unidade na diversidade. Isso é evidenciado pelas seguintes idéias: o uso plural do nome de Deus; a associação do Anjo do Senhor e da Palavra Criadora com o próprio Deus; e o Espírito Criador. Mesmo que a palavra “Trindade” não apareça na Bíblia, o Deus do Antigo Testamento é Trino. A Trindade, portanto, é apresentada no Antigo Testamento, ainda que de forma incompleta.
Termino com as palavras de John Theodore Murller:
Não afirmamos que haja no Antigo Testamento a mesma clareza e evidência de testemunhos referentes à Trindade que há em o Novo Testamento; todavia asseveramos que tanto se podem como se devem citar do Antigo Testamento alguns testemunhos para exposição da doutrina da Trindade, visto que assim sempre se revelou desde o começo, a fim de que a Igreja de todos os tempos o pudesse conhecer, adorar e bendizer (…) como as três pessoas distintas numa só essência.23(fonte teologia brasileira)
A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
A Doutrina Da Trindade Demonstrada No Novo
Testamento
Dentro do Novo Testamento, o campo de testemunho e investigação relativo à doutrina da Trindade é grandemente ampliado. Aqueles, não são poucos, os quais declaram que não há uma prova conclusiva do modo triúno de existência estabelecida no Antigo Testamento, a saber, à parte da influência retroativa da revelação do Novo Testamento.
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Lição 3- A Santíssima Trindade: Um só Deus em três Pessoas
Fundamento Trinitário
Lição 5- A Identidade do Espírito Santo
Alguns judeus piedosos evidentemente perceberam o aspecto plural da existência divina. Tais homens quando serviram como tradutores da LXX (Septuaginta) investigaram as Escrituras, mas pouca coisa está registrada como segurança de que eles tiveram qualquer entendimento claro de um modo triúno de existência do único Deus a quem eles adoravam.
A instrução lhes foi dada para defender vigorosamente a concepção monoteísta da Divindade. Como é verdadeiro a respeito de todos os santos de todas as épocas, a crença deles escondia em si mesma grandes realidades que eles não atingiram. Mesmo se o aspecto plural da Divindade fosse divinamente apreendido por alguns, mais do que por outros, a revelação para o mundo todo esperava ainda a plenitude dos tempos.
A revelação do Novo Testamento não é ainda ilimitada. A menção de um nome da Divindade ou o seu pronome correspondente é a declaração imediata de urna distinção trinitária. Igual ao elemento da virtude moral na conduta prescrita do cristão, o modo triúno de existência da Divindade está presente em todo lugar e é assumido em todo o Novo Testamento.
A esfera dos relacionamentos é tão completa que desafia a análise. Não obstante, alguns dos aspectos mais gloriosos dessa verdade podem ser considerados separadamente com proveito. Quatro linhas gerais de investigação se seguem, a saber, (a) os nomes de Deus, (b) os atributos de Deus, (c) as obras de Deus e (d) a adoração a Deus.
A Trindade e os Nomes de Deus
A aplicação direta é feita dos nomes de Deus a cada uma das três pessoas. Não há dúvida surgida quanto aos títulos divinos pertencentes propriamente ao Pai. Todavia, o Filho e o Espírito tomam as mesmas designações. O Filho é chamado Deus (Jo 1.1); o verdadeiro Deus (1Jo 5.20), o Deus bendito (Rm 9.5), o grande Deus (Tito 2.13). Assim, também, o Espírito Santo é chamado Deus (At 5.3-9) e Senhor (2Co 3.17).
Embora os nomes diferentes das pessoas na Trindade sejam empregados plenamente por todo o Novo Testamento, a designação completa para Deus, conforme revelada no novo pacto, está declarada na Grande Comissão e como parte dela: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Da mesma forma que o batismo permanece como o estado iniciatório de um crente no testemunho público de Cristo, assim, naquele princípio, o título pleno é proclamado a respeito de Deus em cuja comunhão o candidato [ao batismo] participa.
Nesta conexão, é significativo que a primeira aparição pública de Cristo foi a do seu batismo, e que, embora nenhuma fórmula seja registrada corno pronunciada sobre Cristo por João naquela ocasião, as três pessoas da Trindade estiveram presentes e foram identificadas.
O Pai possuía o Filho "Este é o meu Filho amado" o Filho estava visivelmente presente; e o Espírito foi visto descendo sobre Cristo na forma de uma pomba. Urna orientação é dada na Grande Comissão de que o batismo deveria ser administrado no nome, não nos nomes - o único nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. A frase em nome é uma declaração forte da unidade divina que subsiste como Pai, Filho e Espírito. A ordenação em vista deve ser executada pela autoridade daquele nome incomparável, mas o nome é triplo.
A Trindade e os Atributos de Deus
É um fato desafiador que os atributos da Trindade sejam atribuídos a cada uma das três pessoas: a) Do Pai é dito: "De eternidade a eternidade tu és Deus" (SI 90.2); do Filho é dito que Ele é o "Alfa e Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o último", aquele que "estava no princípio com Deus", e que "as suas origens são desde os dias da eternidade" (Mq 5.2; Jo 1.2; Ap 1.8,17); do Espírito está escrito: "... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus" (Hb 9.14).
A mesma igualdade poderia ser demonstrada a respeito de cada aspecto do caráter de Deus. O que é verdadeiro de uma pessoa é verdadeiro das outras e esta é a evidência conclusiva de que a Divindade é uma Trindade de pessoas infinitas, todavia um Deus.
A Trindade e a Adoração a Deus
Todas as inteligências criadas devem prestar adoração a Deus, e essa sua adoração abrange a Divindade triúna.
1) Pelos Anjos.
Como já foi observado, os anjos adoram as três pessoas quando dizem: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos" (Is 6.3), e os "seres viventes" afirmam: "Santo, santo, santo, Senhor Deus Todo-poderoso, que era, que é, e que há de vir" (Ap 4.8).
2) Pelos Santos.
Toda oração e adoração são agora dirigidas, por instrução divina, ao Pai, em nome do Filho, e no poder capacitador do Espírito Santo (Jo 16.23,24; Ef 6.18).
3) As Bênçãos.
Em Números 6.24-26, a bênção invocada pelo sumo sacerdote sobre o povo é registrada como: "O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz". Em 2Coríntios 13.13 a bênção mais usada na Igreja é assim registrada: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós".
Ele foi o neologista da Igreja que criou o termo “Trindade”, na seguinte declaração: “Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo” (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de “pessoas” (Mt 28.19).
Isso só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da Santíssima Trindade.
TRINDADE.
Nosso assunto é a doutrina da Santíssima Trindade em relação a Cristo e aos Evangelhos. Temos que considerar até que ponto essa grande concepção do ser e natureza de Deus é revelada ou implícita no fato de Cristo, conforme apresentado nos Evangelhos e nos ensinamentos de nosso próprio Senhor.
(i.) Quanto a Si mesmo . - Não era costume de nosso Senhor levar para Si os nomes e títulos aos quais Ele sabia que tinha um direito. A passagem que exibe este fato mais claramente é aquela na qual nós O encontramos questionando Seus discípulos, primeiro quanto à opinião popular, e então quanto à sua própria crença ( Mateus 16:13 Mateus 16:13 eMarcos 8:27 Lucas 9:18 segs., Marcos 8:27 e segs., Lucas 9). : 18ff.) Depois que São Pedro fez sua grande confissão, nosso Senhor ordenou aos discípulos que mantivessem a verdade que acabara de emergir para si mesmos. Sem dúvida, Ele desejava evitar os erros decorrentes das concepções populares do Messias. Ele também desejou treinar as mentes dos discípulos, conduzi-los gentilmente da verdade para a verdade, para que a experiência espiritual acompanhasse o conhecimento. E, no entanto, os pensamentos de nosso Senhor sobre Si mesmo eram mais distantes do que poderiam ser imaginados a partir dos meros nomes e títulos que Ele reconheceu. Quando as passagens que contêm Suas declarações sobre Sua própria relação com Deus e o homem são coletadas e vistas como um todo, elas são consideradas como implicando afirmações que estão muito adiantadas em relação aos primeiros e mais óbvios significados dos títulos.
Está sendo cada vez mais plenamente reconhecido pelos estudantes críticos da vida de Jesus que Ele certamente se considerava o Messias, e que os nomes e títulos pelos quais Ele se descreveu e permitiu que outros o descrevessem são messiânicos em seu significado. Mas quando isso foi concedido em sua totalidade, resta uma proporção muito grande de sua auto-revelação desaparecida. Bousset considera que a reserva de nosso Senhor sobre o assunto de Sua messianidade deveu-se ao Seu profundo senso da inadequação do título messiânico para aquilo que Ele se sentia ser ( Jesus , p. 175 e segs., Tradução para o inglês). ). E certo é que, entre todas as concepções que se agruparam em torno da antecipação judaica do Messias, nenhuma é suficientemente grande, nenhuma profundidade suficiente para corresponder com a revelação de Si mesmo que o nosso Senhor faz nos Evangelhos. (Veja o artigo 'Desenvolvimento da Doutrina' no Dicionário da Bíblia de Hasting , Ext. Vol .; Charles, 'Enoch' e 'Eschatology' no vol. I .; também Briggs, O Messias dos Evangelhos ). É verdade que temos as grandes concepções do AT do Isaías posterior e do Livro de Daniel, e temos este último repetido e, em alguns aspectos, ampliado, nas Similitudes de Enoque . Nesta obra provavelmente pré-cristã, há uma maravilhosa imagem do Filho do Homem, o que corresponde notavelmente com certas passagens nos Evangelhos. Ele é, como parece, considerado como pré-existente, foi nomeado na presença de Deus antes da criação e participa do julgamento. Mas não há antecipação dessa extraordinária união de humilhação terrena com relação transcendente a Deus Pai, que é a principal libertação da consciência de nosso Senhor sobre Si mesmo. A verdade é que a dificuldade de representar essa consciência por meio dos termos compreendidos e reconhecidos da religião e da teologia do dia era quase inconcebivelmente grande.
Foi essa mesma inadequação de todas as concepções existentes para transmitir a verdade da pessoa de nosso Senhor em Sua relação com Deus e com o homem, que tornou necessária a manipulação cuidadosa e paciente da fé dos discípulos, que encontramos em toda parte ao lidar com eles. Uma experiência espiritual de um novo tipo tinha que ser criada antes que a nova língua pudesse ser aprendida. O novo vinho precisava de novas garrafas. O primeiro perigo a ser evitado era uma precisão prematura, uma definição apressada. O único título que nosso Senhor usava constantemente de Si mesmo, "o Filho do Homem", evitava habilmente qualquer coisa da natureza da definição. Messiânico em suas associações, ainda não era tão distintivamente messiânico a ponto de constituir uma reivindicação, e era capaz de sugestão infinita, de acordo com sua aplicação e contexto. Foi um desafio contínuo à reflexão. Veja art. .
Essas reflexões nos ajudarão a discernir a verdadeira natureza do problema que é apresentado pela revelação do próprio Senhor. Os fatos desse problema podem ser resumidos da seguinte forma, a evidência sinótica e a do quarto Evangelho sendo exibidas separadamente.
(1) Declarações diretas ou afirmações a uma posição ou autoridade mais que humanas . - A passagem mais forte nos Sinóticos é a declaração solene registrada pelo Monte. ( Mateus 11:27 Mateus 11:27 ) e Lc. ( Lucas 10:22Lucas 10:22 ): “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém sabe quem é o Filho senão o Pai; e quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar-lhe.
Essas palavras formam o elo de ligação mais marcante entre a cristologia dos sinóticos e a do quarto Evangelho. Mas eles, como alguns críticos nos fazem acreditar, não estão sozinhos. Pelo contrário, eles resumem o ensino que pode ser encontrado em toda parte, expresso ou implícito. Em muitos lugares, nosso Senhor fala de Sua missão de Deus de uma maneira que o coloca acima e fora dos homens ( Mateus 20:28 Mateus 20:28 , Marcos 9:37 Marcos 9:37 , Marcos 10:45 Marcos 10:45 , Lucas 9:48 Lucas 9:48 , Mateus 28:18 Mateus 28:18 etc.). . Ele é rei em um sentido sobre-humano do termo ( Mateus 24:30 Mateus 24:30 e; Mateus 25:34 Mateus 25:34 ; Mateus 25:40 Mateus 25:40 , Marcos 15: 2 Marcos 15: 2 , Lucas 19: 38-40 Lucas 19: 38-40 ;Lucas 22:29 Lucas 22:29 ; Lucas 23: 2 3 Lucas 23: 2-3 ). Ele é o juiz de todos e o Senhor do futuro ( Mateus 25:31 Mateus 25:31 e seguintes; Mateus 16:27 Mateus 16:27 ; Mateus 19:28 Mateus 19:28 ; Mateus 26:64 Mateus 26:64 ; Marcos 8:38 Marcos 8:38 ; Marcos 13: 26-27 Marcos 13: 26-27 ; Marcos 14:62 Marcos 14:62 , Lucas 9:26 Lucas 9:26 ; Lucas 12: 8-9 Lc 12: 8-9 ; Lucas 12:40 Lc 12:40 e seg., Lucas 13:25 Lucas 13:25 e Lucas 17:30 Lucas 17:30 ; Lucas 21:36 Lucas 21:36 ; Lucas 22:69 Lucas 22:69 etc.). Ele é o Senhor de Davi ( Mateus 22: 43-45 Mateus 22: 43-45 , Marcos 12:35 Marcos 12:35 e Lucas 20:44 Lucas 20:44 ). Ele é mais alto que os anjos (Marcos 13:32 Marcos 13:32 ). Ele exige a mais completa devoção como Seu direito e o mais extremo auto-sacrifício ( Mateus 8:22 Mateus 8:22 ; Mateus 10: 32-33 Mateus 10: 32-33 ; Mateus 10:37 Mateus 10:37 ; Mateus 10:39 Mateus 10:39 ; Mateus 11 : 29Mateus 11:29 ; Mateus 16:24 Mateus 16:24 ; Mateus 16:26 Mateus 16:26 , Mateus 26:10 Mateus 26:10 e seguintes, Marcos 8:34 Marcos 8:34 e segs. Marcos 10:29 Marcos 10:29 , Lucas 9:23 Lucas 9:23 e segs. Lucas 14:26 Lucas 14:26 e Lucas 21:12 Lucas 21:12 e seguintes, etc.). Essas passagens expressam a alegação divina sobre a lealdade da humanidade em termos que não poderiam ser superados. Assim é que nosso Senhor se declara maior que o Templo (Mateus 12: 6 Mateus 12: 6Mateus 12: 8 Marcos 2:28 Mateus 12:42 ), Senhor do sábado ( Mateus 12: 8 , Marcos 2:28 ), maior do que Salomão ( Mateus 12:42 ).
No Quarto Evangelho, esta grande reivindicação de Cristo ocupa um espaço muito maior, e é mais explícita e mais plenamente afirmada, mas é um erro supor que ela é mais fortemente expressa. Tal passagem como João 5: 22-23 João 5: 22-23 'Ele deu todo o julgamento ao Filho; que todos possam honrar o Filho, mesmo quando honram o Pai, 'é muito definido, mas está apenas colocando em termos gerais o ensino de Mateus 10:37 Mateus 10:37 ; Mateus 25:31 Mateus 25:31 e segs., Marcos 8: 34-38 Marcos 8: 34-38 , Lucas 14:26 Lucas 14:26 . A tremenda afirmação em João 10:30 João 10:30 “Eu e o Pai somos um”, resumindo como o ensinamento de todo o Evangelho, encontra talvez sua mais perfeita explicação em Mateus 11:27 Mateus 11:27 ,Lucas 10:22Lucas 10:22 . A grande seção, João 14-17, é apenas o desenvolvimento posterior da mesma doutrina, introduzindo, como era necessário, a promessa do Espírito Santo e certas instruções fundamentais concernentes à Sua função e obra.
(2) Quando a partir de declarações diretas feitas pelo nosso próprio Senhor passamos para a revelação de Sua consciência de Sua relação única com Deus, que deve ser encontrada implícita em sua vida e métodos , somos capazes de observar o seguinte:
(a) O tom invariável de autoridade que caracteriza todas as Suas ações e declarações - autoridade em relação aos maiores assuntos que já envolveram a mente do homem. Veja, ainda, art. Autoridade de Cristo e Reclamações de Cristo.
(b) A serena certeza de seus julgamentos sobre as maiores questões de moralidade e religião . Essa característica é mais perceptível no Sermão da Montanha e em todas as partes de Seu ensino que tratam de sua própria relação com Deus e do amor de Deus ao homem. Todas as coisas maiores e maiores são para Ele fáceis e familiares. Ele caminha sobre os picos das montanhas de visão com confiança inesgotável. Ele fala como alguém que vê claramente no coração de Deus. Exemplos serão encontrados nas seguintes passagens:
Mateus 5:43 Mateus 5:43 eMateus 6: 25-34 Mateus 7: 7-12 Mateus 11: 20-30 Mateus 12: 30-37 Mateus 17:20 Mateus 18: 7-14 Mateus 22: 19-21 Mateus 22: 29-33 Mateus 23:37 Marcos 2: 18-22 Marcos 2:27 Marcos 9: 33-50 Marcos 10: 42-45 Marcos 14: 3-9 Lucas 2:49 Lucas 4:21 Lucas 7: 22-23 Lucas 7:47 -50 Lucas 10: 24-37 Lucas 10:15 Lucas 17: 4 Lucas 17:10 Lucas 17: 20-21 Lucas 18: 9-14 João 3: 3 João 4:24 João 5:17 João 14: 2 seguintes; Mateus 6: 25-34 ; Mateus 7: 7-12 ; Mateus 11: 20-30 ; Mateus 12: 30-37 ; Mateus 17:20 ; Mateus 18: 7-14 ; Mateus 22: 19-21 ; Mateus 22: 29-33 ; Mateus 23:37 , Marcos 2: 18-22 ; Marcos 2:27 ; Marcos 9: 33-50 ; Marcos 10: 42-45 ; Marcos 14: 3-9 , Lucas 2:49 ; Lucas 4:21 ; Lucas 7: 22-23 ; Lucas 7: 47-50 ; Lucas 10: 24-37 ; Lucas 10:15 ;Lucas 17: 4 ; Lucas 17:10 ; Lucas 17: 20-21 ; Lucas 18: 9-14 , João 3: 3 ; João 4:24 ; João 5:17 ; João 14: 2 etc.
(c) Ele nunca reza com os seus discípulos . Ele os ensina a orar, Ele ora por eles, mas não com eles. (Ver Chadwick, Cristo testemunhando a Si mesmo , págs. 104, 105; e Forrest, O Cristo da História e da Experiência , p. 22 e segs., E Apêndice, 5ª ed.). Lemos sobre orações solitárias ( Marcos 6: 45-48 Marcos 6: 45-48João 6:15 , João 6:15 ).
(d) A combinação harmoniosa de qualidades opostas em Seu caráter - Características que seriam incompatíveis em qualquer outra pessoa se unem livremente e com perfeita consistência Nele. Esta é talvez a prova mais forte da verdade absoluta do retrato apresentado nos Evangelhos. Nada além da força e realidade da Personalidade que inspirou os vários relatos poderia ter feito tal resultado possível. Veja, ainda, art. Caráter de Cristo, Divindade de Cristo, Características Mentais.
(ii) Sua relação com o Pai
(1) Nosso Senhor afirma e implica que Ele está em uma relação de intimidade única com Deus o Pai . A grande passagem já citada ( Mateus 11:27 Mateus 11:27Lucas 10:22 Mateus 7:21 Mateus 10: 32-33 Mateus 11:27 Mateus 15:13 Mateus 18:10 Mateus 20:23 Marcos 8:38 Lucas 2:49 Lucas 22:29 Lucas 24:49 João 5:17 João 10: 29-30 João 14:20 João 20:17 Marcos 1:11 Marcos 9: 7 Mateus 4: 3 Mateus 4: 6 Mateus 8:29 Mateus 14:33 Mateus 27:40 Mateus 27:43 Mateus 27:54 Marcos 3:11 Marcos 12: 6-8 Marcos 15:39 Lucas 4:41 Lucas 22:70 João 1:34 João 1:49 João 9:35 João 11:27 , Lucas 10:22 ) é a mais completa declaração nos sinóticos. A linguagem aqui associa o Filho ao Pai de uma maneira que o exalta acima de toda a criação. Corresponde a certas frases características e hábitos mentais de nosso Senhor. Por exemplo, Ele chama Deus de 'meu Pai' de uma maneira que estabelece a relação indicada pelas palavras distantes daquela Paternidade que Ele atribui a Deus em relação aos homens, sejam eles discípulos ou não: veja Mateus 7:21 ; Mateus 10: 32-33 ; Mateus 11:27 ; Mateus 15:13 ;Mateus 18:10 ; Mateus 20:23 etc., Marcos 8:38 , Lucas 2:49 ; Lucas 22:29 ; Lucas 24:49 , João 5:17 ; João 10: 29-30 ; João 14:20 ; João 20:17 etc. Essas passagens, mas fornecem o correlativo ao anúncio no Batismo e na Transfiguração ( Marcos 1:11 ; Marcos 9: 7 ). Eles também interpretam para nós o título 'Filho de Deus' atribuído a Ele e aceito por Ele ( Mateus 4: 3 ; Mateus 4: 6 ; Mateus 8:29 ; Mateus 14:33 ; Mateus 27:40 ;Mateus 27:43 ; Mateus 27:54 , Marcos 3:11 ; Marcos 12: 6-8 ; Marcos 15:39 , Lucas 4:41 ; Lucas 22:70 , João 1:34 ; João 1:49 ; João 9:35 ; João 11:27 etc.).
Em conexão com isso, observamos a serenidade sem nuvens de Sua relação com Deus. Tem sido observado que a ausência de qualquer nota de arrependimento é a mais forte prova da impecabilidade perfeita de nosso Senhor. Mas temos em sua vida as marcas de um estado moral que é muito mais do que a simples ausência de pecado. O valor do negativo é inteiramente relativo ao positivo correspondente. A inocência perfeita de uma alma que possuía pequena capacidade moral, na medida em que podemos ver, tem pouco valor como fator moral no universo. Mas, no caso de nosso Senhor, encontramos uma capacidade moral que é absolutamente sem paralelo na experiência humana, e encontramos o Ser moral que possui essa capacidade não apenas consciente da inocência, mas vivendo uma vida que é consciente e voluntariamente tudo aquilo. Deus teria que ser (veja Forrest,op. cit. Lect. EU.).
(2) Unidade com o Pai . - A revelação que o Senhor nos dá de sua relação com o Pai equivale a muito mais do que uma manifestação de uma intimidade peculiar entre Ele e Deus. Ele afirma distintamente certos atributos e privilégios Divinos. Ele é rei e juiz de todos. Ele deve ser o objeto da mais absoluta confiança, a máxima devoção. Nenhum sacrifício é grande demais para ser feito por Ele (veja acima). Rejeitar a Ele ou a Seus mensageiros é rejeitar a Deus e incorrer no julgamento mais severo ( Mateus 10:15 Mateus 10:15 ; Mateus 10:40 Mateus 10:40 ; Mateus 11:22 Mateus 11:22 ; Mateus 11:24 Mateus 11:24 ; Marcos 12: 9 Marcos 12: 9 ; Lucas 10: 13-14 Lucas 10: 13-14 ; Lucas 10:16 Lucas 10:16 , Lucas 13: 34-35 Lucas 13: 34-35Mateus 11:27 Lucas 10:22etc). O direito do Todo-Poderoso à supremacia sobre os corações e a vida dos homens não poderia ser expresso em termos mais fortes do que aqueles em que Jesus reivindica lealdade humana. A única explicação possível para a Sua atitude é aquela dada por Suas próprias palavras: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai" ( Mateus 11:27 , Lucas 10:22 ).
Quando nos voltamos para o Quarto Evangelho, encontramos este ensinamento expresso com uma plenitude e clareza de declaração que não deveria parecer extraordinária. Certamente deve ter havido um lado interno de uma vida como a que encontramos retratada de fora nos sinóticos. Se as contas externas dão tantos indícios de uma relação única com Deus, a revelação da vida interior da maravilhosa Personalidade deve mostrar essa relação com uma clareza especial. O que é verdadeiramente extraordinário é que a história interior, tal como a temos no Evangelho de São João, não revela nenhum elemento essencial que não possa ser encontrado, expresso ou implícito, nas histórias externas (ver acima). E isso é mais notável quando consideramos que o método e o estilo do Quarto Evangelho contrastam tão fortemente com os dos outros.
De São João aprendemos então a pensar em nosso Senhor: (1) Como Alguém que veio de Deus, com quem Ele era antes, em uma missão de misericórdia para com a humanidade, João 3: 11-14 João 3: 11-14João 3: 16-17 João 3:31 João 5:24 João 5:30 João 5:43 João 6:29 João 6: 32-33 João 6:62 João 7:16 João 7:28 João 8:23 João 8:42 João 16:28 João 3:13 João 3:18 João 3:34 João 5: 17-18 João 5:23 João 5:26 João 6:57 João 8:16 João 10:15 João 10:38 João 14: 7 João 14:11 João 3:16 João 3:18 João 1:14 João 1:18 João 1:18 João 8:58 João 17: 5 João 17:24 João 1: 1-2 João 8:58 João 10:30 João 16:15 ; João 3: 16-17 ; João 3:31 e seg., João 5:24 ; João 5:30 ; João 5:43 ; João 6:29 ; João 6: 32-33 e segs., João 6:62 ; João 7:16 ; João 7:28 etc. João 8:23 ; João 8:42, etc João 16:28 e segs. (2) Como Alguém cuja relação com o Pai é essencial e única, João 3:13 ; João 3:18 ; João 3:34, João 5: 17-18 ; João 5:23 ; João 5:26 , João 6:57 , João 8:16 , João 10:15 ; João 10:38 , João 14: 7 ; João 14:11 . (3) Como o unigênito Filho de Deus, João 3:16 ; João 3:18 e veja João 1:14 ; João 1:18 (em João 1:18 o mais forte μονογενης θεός parece a melhor leitura). (4) Como com o Pai desde toda a eternidade. Isto pode ser reunido em João 8:58 'Antes que Abraão existisse ', e João 17: 5 ;João 17:24 'a glória que tive contigo antes que o mundo existisse' 'Tu me amaste antes da fundação do mundo'. Essas passagens justificam a linguagem extraordinária do prólogo ( João 1: 1-2 ), "o Verbo estava com Deus", o mesmo acontecia no princípio com Deus ( πρὸς τον θεόν ). O ἐγὼ εἰμι de João 8:58 certamente implica mais do que mera pré-existência. (5) Como um com o Pai: "Eu e o Pai somos um" ( João 10:30 ); "Todas as coisas que o Pai tem são minhas" ( João 16:15 ); 'Todas as coisas que são minhas são tuas, e as minhas são minhas' ( João 17:10 João 17:10 ), etc. O ( ν (um) em João 10:30João 10:30 João 10:29 João 5:17 João 12:45 João 14: 7-10é muito notável. Significa essência , como distinto da pessoa. qual seria εἶς . A força disso é grandemente fortalecida por sua relação com o contexto. Nosso Senhor está declarando seu poder para manter seu povo. Ele apela ao poder Todo-Poderoso de Deus ( João 10:29 ), identificando seu próprio poder com ele e acrescentando a explicação: 'Eu e o Pai somos um'. Veja também João 5:17 , João 12:45 , João 14: 7-10 etc.
Essa classificação de passagens nos permite passar de um plano ascendente de pensamento para aquela grande doutrina que é tão abrangente e, no entanto, tão brevemente expressa no Prólogo do Evangelho. Aprendemos que o evangelista pretendeu que nós compreendêssemos que a concepção do Logos que está aí apresentada é a implicação verdadeira e necessária da consciência do Senhor sobre Si mesmo e Sua obra em relação a Deus e ao mundo.
(i.) O Pai . - Nunca devemos esquecer que o cristianismo foi construído sobre a fundação do monoteísmo judaico. Uma longa disciplina providencial assegurou ao povo judeu sua esplêndida herança de fé no único Deus. 'Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é um só Jeová; e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força' ( Deuteronômio 6: 4 Deuteronômio 6: 4 e seg.). Esta foi a pedra angular da religião de Israel. Estas foram talvez as mais familiares de todas as palavras sagradas aos ouvidos do judeu piedoso. Eles foram recitados continuamente. Nosso Senhor mesmo os tinha freqüentemente em sua mente ( Mateus 22:37 Mateus 22:37 , Marcos 12: 29-30 Marcos 12: 29-30 , Lucas 10:27 Lucas 10:27). Que Ele pensava em Deus sempre como o Supremo é inquestionável. De fato, a própria idéia de paternidade, que, com nosso Senhor, é a concepção característica, e que é capaz de ser apresentada de uma maneira que pode enfraquecer ou prejudicar um verdadeiro monoteísmo, torna-se absolutamente monoteísta porque absolutamente universal (ver Mateus 5:45 Mateus 5). : 45 ; Mateus 5:48 Mateus 5:48 ; Mateus 7:11 Mateus 7:11 ; Mateus 8:11 Mateus 8:11 ; Mateus 10:29 Mateus 10:29 , Lucas 6:35 Lucas 6:35 ; Lucas 13: 29-30 Lucas 13: 29-30 ; Lucas 13 : 15Lucas 13:15). Para a mente judaica, a soberania de Deus era o pensamento natural e característico. Nos ensinamentos de nosso Senhor, a Divina Paternidade ofusca e também transforma a soberania Divina, mas nunca ameaça dissolver o puro e esplêndido monoteísmo da doutrina original.
Existem três graus da Paternidade Divina apresentados nos ensinamentos de nosso Senhor: Deus é o Pai universal (veja o relato acima); Ele é, de uma maneira muito íntima e especial, o Pai dos discípulos de Jesus ( Mateus 5:16 Mateus 5:16 ; Mateus 6: 1 Mateus 6: 1 ; Mateus 6: 8-9 Mateus 6: 8-9 e seg., Mateus 7:11 Mateus 7:11 , Lucas 12:32Lucas 12:32 etc.) ; Ele é, no sentido mais elevado e único, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (veja acima).
É evidente que o nosso Senhor faz uma distinção muito clara entre a sua própria filiação e a relação em que os outros, mesmo os mais fiéis dos discípulos, se posicionam em relação a Deus. No entanto, ao se colocar separado como o Filho de Deus, Ele estava na verdade fornecendo aquele mesmo elemento que era necessário para formar um elo de ligação entre o Divino e o humano. O grande perigo do monoteísmo é sua tendência para uma transcendência que remove o homem a uma distância infinita: Deus e o homem parecem se afastar um do outro em oposição sem esperança. Tal era a tendência da concepção judaica no tempo de nosso Senhor. (Veja art. 'Deus (em NT)' pelo Dr. Sanday no Dicionário da Bíblia de Hasting ).
Nós encontramos, então, que o ensinamento de nosso Senhor e dos Evangelhos a respeito de Deus é a união de um monoteísmo verdadeiro e inabalável com uma grande doutrina de mediação, segundo a qual Deus e o homem entram em um relacionamento muito próximo na pessoa de Jesus Cristo. o Filho de Deus.
(ii) O Filho
(1) O Filho é uma pessoa distinta do Pai . - É fácil complicar essa questão por meio de uma discussão sobre o significado da palavra "personalidade". A palavra latina persona foi escolhida para representar o grego ὑπόστασις , mas nem o original nem sua tradução eram adequados. Esforçar-se para minimizar a dificuldade da doutrina tradicional, recordando o significado primitivo da personaé certamente vaidoso. A verdade é que a concepção de personalidade, como a entendemos agora, não entrou nos pensamentos dos antigos. Eles usaram a linguagem que se ligou mais facilmente às novas distinções que a ascensão da teologia cristã forçou a sua atenção, e, ao fazê-lo, lançou as bases da nossa terminologia filosófica e teológica moderna. Mas a verdadeira força de seus termos técnicos pode ser medida com mais precisão considerando os significados a que eles tenderam, do que retornando aos significados que eles abandonaram. É muito melhor interpretar a doutrina trinitariana com a ajuda da concepção moderna de personalidade do que por meio da palavra latina persona; pois se a conotação do termo se alterou, sua denotação é, neste caso, a mesma, e a mudança de significado foi simplesmente o desenvolvimento inevitável.
A verdade disto se tornará evidente quando nos afastarmos das doutrinas abstratas e, a priori,argumentos para os fatos da vida de Cristo como os temos nos Evangelhos. Se algum resultado emergiu de nosso exame, é isto: a Personalidade de nosso Senhor é a mais distinta e concreta da qual temos algum conhecimento. Se Sua consciência incluísse elementos que estão fora do alcance de nossa experiência, se Seu caráter combinasse qualidades que não coexistem sob condições humanas comuns, se houvesse uma completude sem igual sobre Seu ser moral e espiritual, então todas essas grandes posses espirituais pertenciam a Ele. Ego e, portanto, que Ego tinha uma distinção e concretude superando qualquer outro ser humano que já viveu. Para confundir os limites que dão ao Ego sua distinção, para que uma doutrina abstrata pareça mais inteligível, é certamente um erro perigoso. Nosso Senhor era muito homem e Seu Ego tinha todo o autocontrole e autoconsciência que conferem a toda alma humana sua distinção pessoal. Enquanto encontramos, em Sua auto-revelação, que Ele constantemente entrou em uma comunhão com Deus que é completamente sem paralelo na experiência humana, e que Ele conhecia o coração de Deus de dentro, nós também O encontramos sempre distinguindo a si mesmo como uma pessoa de o pai. Não há vestígios em nenhum lugar da quebra dos limites da vida pessoal. O profeta hebreu era frequentemente impelido a falar como porta-voz de Jeová, sua personalidade parecia se dissolver e a voz da Deidade parecia falar através de seus lábios. Assim, com o místico, o ser individual parece desaparecer no momento do insight, a gota humana parece se misturar com o oceano da Divindade. Nos registros da vida interior de nosso Senhor não será encontrado nenhum sinal de tais experiências. Suas declarações não revelam nenhum deslocamento do centro da vida pessoal. Ele é sempre autocontido, mesmo no Getsêmani.
Essa distinção pessoal pode ser vista claramente nas seguintes passagens. Eles estão entre os maiores pronunciamentos de nosso Senhor: 'Todas as coisas me foram entregues por meu Pai e ninguém conhece o Filho, exceto o Pai' etc. ( Mateus 11:27 Mateus 11:27 , Lucas 10:22 Lucas 10:22 ); 'O Filho do Homem virá na glória de seu Pai com seus anjos' ( Mateus 16:27 Mateus 16:27 ); 'Quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem também se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos' ( Marcos 8:38 Marcos 8:38 ); 'Não o que eu quero, mas o que tu queres' ( Marcos 14:36 Marcos 14:36 ); 'Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito' ( Lucas 23:46 Lucas 23:46); 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?' ( Marcos 15:34 Marcos 15:34 ); 'Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho' ( João 5:17 João 5:17 ); 'Eu e o Pai somos um' ( João 10:30 João 10:30 ); 'Eu sou o caminho, e a verdade e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim' ( João 14: 6 João 14: 6 ), etc. Esses exemplos são selecionados em grande número. O Quarto Evangelho é especialmente rico em tais passagens, e esse fato é mais notável porque é o Evangelho do misticismo cristão. Nele somos ensinados a pensar nas grandes unidades que são realizadas em Cristo: "Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles sejam um em nós"; 'Eu neles e tu em mim, para que eles sejam aperfeiçoados em um' ( João 17:21 João 17:21 ; João 17:23 João 17:23), etc. Ainda São João é muito claro quanto à distinção das Pessoas: "O Logos estava com Deus", "O mesmo estava no princípio com Deus" ( João 1 : 1-2 João 1: 1-2 ). A frase é notável, τρος τον θεόν . Significa distinção pessoal com relação ativa. ( 1 João 1: 2 τρος τὸν πτατερκ ). Já vimos quão enfático é esse evangelista quanto à humanidade de nosso Senhor. Nós agora o achamos igualmente enfático quanto à verdadeira Personalidade. No entanto, ele é o nosso professor mais claro sobre a Divindade. Certamente devemos reconhecer, como a fonte dessa extraordinária combinação, a realidade da vida e da consciência a que ele testifica, o fato de Cristo.1 João 1: 2
(2) relação orgânica do Filho ao Pai
( a ) A subordinação do Filho . - Esta verdade é apresentada em todos os lugares nos ensinamentos de nosso Senhor. Embora Ele fale sempre como Alguém que desfruta de uma relação única de intimidade com o Pai, embora Ele reivindique a Deus como Seu próprio Pai, ainda assim está claro que Ele estava cheio de reverência para com a Fonte Eterna de todas as coisas de quem Ele é derivado. .
Certas passagens expressam isto muito claramente: Marcos 13:32Marcos 13:32 "Daquele dia e daquela hora ninguém conhece, nem mesmo os anjos no céu, nem o Filho, mas o Pai." Estas palavras são geralmente consideradas em conexão com a doutrina da kenosis(veja). Mas eles são tão importantes quanto um testemunho da consciência do Senhor de Sua própria filiação divina. Aqui nós O encontramos colocando-se acima dos anjos no céu, ao lado do Pai Eterno, e do fato de Sua ignorância do grande segredo notado como extraordinário. A verdade é que as implicações dessa passagem envolvem uma cristologia que concorda perfeitamente com o ensinamento de São João. Há, no entanto, a clara afirmação da subordinação do Filho; e mesmo que Sua ignorância do grande dia seja considerada temporária, parte da limitação envolvida em Sua humilhação enquanto na terra, não obstante, a afirmação permanece.
Em segundo lugar, menção especial pode ser feita em João 14:23 João 14:23 "O Pai é maior que eu". Como Coleridge observa (ver Table Talk , 1 de maio de 1823), essas palavras, que foram usadas para fornecer um argumento contra o credo ortodoxo, contêm, na verdade, uma implicação muito forte da Divindade de nosso Senhor. Para um mero homem dizer: "Deus é maior do que eu" seria monstruoso ou absurdo. A comparação só é possível entre coisas da mesma natureza. Enquanto, portanto, a afirmação implica a Divindade, é uma afirmação direta da subordinação filial do Filho. É notável que, nesta afirmação, nosso Senhor use o enfático 'eu', como em João 8:58 ( τρὶν ββὰκμ γενεσθαι ἐγὼεεμμι ) e João 10:30 (João 8:58 João 10:30 João 14:28ἐγὼ καὶ ὁ τατὴρ ἕν ἐσμεν ). Ele não diz "o Filho" ou "o Filho do Homem". É inadmissível, como Westcott aponta, supor que Ele está falando aqui senão "na plenitude de Sua Personalidade indivisível". Não podemos pensar que a declaração se refere apenas à vida humana de Cristo na terra. 'A grandeza superior do Pai deve, portanto, ser interpretada em relação às relações absolutas do Pai e do Filho sem violação da divindade única e igual'. (Veja Westcott, loc. Cit. , E nota adicional em João 14:28 ).
( b ) A natureza derivada da Divindade do Filho - Não nos resta dúvida sobre qual é a natureza essencial dessa subordinação. O Filho deriva seu ser, seu conhecimento, seu poder, sua vida ativa, a todo momento, desde o Pai. Para a prova detalhada disso, dependemos principalmente do Quarto Evangelho. Mas aqui a gama de passagens que podem ser aduzidas é extraordinária.
'O Filho nada pode fazer de si mesmo' ( João 5:19 João 5:19João 5:26 João 5:30 João 6:38 João 8:28 João 12:49 João 14:10 João 17:21 ); "Como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter vida em si mesmo" ( João 5:26 ); 'Eu posso de mim mesmo não fazer nada' ( João 5:30 ); "Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" ( João 6:38 ); 'Eu não faço nada de mim mesmo' ( João 8:28 ); 'Eu não falei de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu um mandamento, o que devo dizer e o que devo falar ”( João 12:49 ); 'O Pai que permanece em mim faz as suas obras' ( João 14:10 ); 'Tu, Pai, estás em mim e eu em ti' ( João 17:21 )
( C ) A kénoseÉ essa natureza derivada da Divindade do Filho que nos ajuda a perceber que as limitações a que Ele se submeteu durante Sua vida na Terra não envolveram a violação de Sua identidade divina. Nossa experiência ordinária nos ensina que a limitação de nossos poderes não destrói nossa identidade. Se fechamos os olhos, impomos a nós mesmos voluntariamente uma limitação que, enquanto dura, diminui consideravelmente nossa influência sobre a realidade; todavia, continuamos a ser as mesmas pessoas idênticas que éramos antes, e seremos novamente quando a limitação voluntária chegar ao fim. Mas é difícil imaginar algo semelhante no caso da Fonte Eterna de todos os seres. Tudo o que é depende dEle, e qualquer redução ou limitação de Seu poder é inconcebível. Certamente esse parece ser o caso quando pensamos no Pai Eterno. Mas certamente é diferente com o Filho Eterno. Sua Divindade é derivada, dependente de momento a momento do Pai: e, portanto, não há dificuldade em aceitar o que parece ser uma inferência necessária dos fatos da história do Evangelho, que, durante a vida de nosso Senhor na Terra, ocorreu limitação da efluência Divina. Nem é necessário supor que essa limitação fosse sempre a mesma em extensão ou grau. Aqui pode estar a explicação do terrível grito: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Tal ponto de vista não é inconsistente com a declaração de São Paulo de que 'foi o bom prazer do Pai que nele toda a plenitude permaneça', o todo e, portanto, não há dificuldade em aceitar o que parece ser uma inferência necessária dos fatos da história do Evangelho, que, durante a vida de nosso Senhor na Terra, ocorreu uma limitação da efusão Divina. Nem é necessário supor que essa limitação fosse sempre a mesma em extensão ou grau. Aqui pode estar a explicação do terrível grito: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Tal ponto de vista não é inconsistente com a declaração de São Paulo de que 'foi o bom prazer do Pai que nele toda a plenitude permaneça', o todo e, portanto, não há dificuldade em aceitar o que parece ser uma inferência necessária dos fatos da história do Evangelho, que, durante a vida de nosso Senhor na Terra, ocorreu uma limitação da efusão Divina. Nem é necessário supor que essa limitação fosse sempre a mesma em extensão ou grau. Aqui pode estar a explicação do terrível grito: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Tal ponto de vista não é inconsistente com a declaração de São Paulo de que 'foi o bom prazer do Pai que nele toda a plenitude permaneça', o todo Aqui pode estar a explicação do terrível grito: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Tal ponto de vista não é inconsistente com a declaração de São Paulo de que 'foi o bom prazer do Pai que nele toda a plenitude permaneça', o todo Aqui pode estar a explicação do terrível grito: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Tal ponto de vista não é inconsistente com a declaração de São Paulo de que 'foi o bom prazer do Pai que nele toda a plenitude permaneça', o todoπλήρωμα da Deidade ( Colossenses 1:19Colossenses 1:19 ).
( d ) O Logos - Para o uso desse termo na teologia cristã, devemos a São João. É uma marca da verdade interior do Quarto Evangelho que em nenhum lugar nosso Senhor é representado por usá-lo; pois não está à Sua maneira, nem surge naturalmente do pensamento da primeira era da experiência cristã (mas veja Apocalipse 19:13Apocalipse 19:13 ). Ela pertence essencialmente à era da reflexão e da construção filosófica. No entanto, o termo era familiar para as mentes dos pensadores de várias escolas da época. Foi o meio de reunir o pensamento religioso da Palestina e a filosofia de Alexandria. No primeiro, o Memra ou a Palavra de Jeová era considerado como um quaseA agência divina pessoal pela qual o Altíssimo afeta Seus propósitos no mundo. Neste último, o Logos é uma abstração personificada e deve estar conectado com a Razão Imanente da especulação grega, embora algumas vezes concebida mais concretamente (por Philo) como poder executivo. (Veja Harnack, História do Dogma , capítulo II, § 5, etc., e por toda parte, para desenvolvimento adicional da concepção do Logos). Veja, além disso, art. Logotipos
Tanto especulativa quanto historicamente a Encarnação é o ponto de partida para esse curso de pensamento que leva inevitavelmente à doutrina da Santíssima Trindade. Tão logo os pensadores cristãos perceberam que o Cristo é o Filho de Deus como sendo o Logos Divino Encarnado, seu pensamento foi lançado sobre a vasta especulação sobre a natureza de Deus e, especialmente, sobre a relação do Filho com o Pai. , que ocupou as mentes dos teólogos durante os primeiros séculos da história da Igreja.
(iii) O Espírito Santo - Para uma declaração geral da doutrina do Espírito Santo, o leitor pode ser chamado de arte. Espírito Santo em vol. Eu. e o correspondente art. no dicionário de Hasting da Bíblia . Aqui, um tratamento mais breve e mais limitado deve ser suficiente.
(1) A evidência dos Evangelhos Sinópticos . - Os Evangelhos registram uma atividade renovada de inspiração profética em conexão com o Advento de Cristo. De João Batista foi predito: 'Ele será cheio do Espírito Santo, desde o ventre de sua mãe' ( Lucas 1:15 Lucas 1:15Lucas 1:41 Lucas 1:67 Lucas 2: 25-27 Lucas 2:36 Lucas 1:35 Mateus 1:18 Mateus 1:20 Marcos 1:10 Mateus 3:16 Lucas 3:22 Marcos 1:12 Mateus 4: 1 Lucas 4: 1-2 Lucas 4:14 Lucas 4:18 Mateus 12:28 Lucas 10:21 ). Então lemos ( Lucas 1:41 ; Lucas 1:67 ) de Isabel e Zacarias, que, cheios do Espírito, proferiram linguagem profética. Veja também Lucas 2: 25-27 ; Lucas 2:36 . Novamente, a concepção milagrosa é atribuída à operação do Espírito ( Lucas 1:35 , Mateus 1:18 ; Mateus 1:20).). Igualmente clara é a declaração do arbítrio do Espírito Santo no batismo de nosso Senhor ( Marcos 1:10 , Mateus 3:16 , Lucas 3:22 ). Ao entrar em Seu ministério, os evangelistas nos dizem que nosso Senhor foi guiado pelo Espírito Santo ( Marcos 1:12 , Mateus 4: 1 , Lucas 4: 1-2 ; Lucas 4:14 ; Lucas 4:18 ). Seus milagres são realizados no Espírito ( Mateus 12:28 ). Em sua hora de profunda concentração sobre o mistério de sua própria pessoa e obra, nos é dito: 'Ele se alegrou no Espírito Santo' ( Lucas 10:21 ).
O ensino do próprio Senhor sobre este assunto, como é dado nos Sinóticos, reconhece a inspiração do AT ( Marcos 12:36 Marcos 12:36 , Mateus 22:43 Mateus 22:43 ) e liga Suas próprias obras milagrosas ( Mateus 12:28 Mateus 12:28 ) e Sua missão ( Lucas 4:18 Lucas 4 : 18 ) com a agência do Espírito Santo. Algumas de suas promessas aos discípulos só podem ser plenamente compreendidas à luz dos ensinamentos que encontramos no Quarto Evangelho. Veja Mateus 10:20 Mateus 10:20 , Lucas 11:13 Lucas 11:13 ; Lucas 12:12 Lucas 12:12 ; Lucas 24:49 Lucas 24:49 , Atos 1: 4-5 Atos 1: 4-5 ; Atos 1: 8 Atos 1: 8Marcos 3:29 Mateus 12:32 Lucas 12:10. Talvez, no entanto, a passagem mais forte de todas é aquela na qual nosso Senhor adverte contra o terrível pecado contra o Espírito Santo ( Marcos 3:29 , Mateus 12:32 , Lucas 12:10 ). A intensidade da linguagem do nosso Senhor aqui certamente aponta para a Deidade do Espírito. Veja, além disso, art. Pecado Imperdoável.
(2) A evidência do Quarto Evangelho Aqui a obra do Espírito Santo é freqüentemente mencionada. Ele é o agente no novo nascimento ( João 3: 5-8 João 3: 5-8João 4:14 João 7:39 João 14:16 João 14:17 João 15:26 João 16:13 ); a água viva ( João 4:14 , João 7:39 ); o Paráclito ( João 14:16 ); o Espírito da verdade ( João 14:17 , João 15:26 , João 16:13 ), etc. Nessas e em outras passagens, a relação do Espírito Santo com o Pai e com o Filho e Sua ação em conexão com a obra. de Deus na Igreja e no mundo, são apresentados com uma extraordinária imponência.
(3) A Personalidade do Espírito Santo - É inevitável, devido ao próprio uso da palavra ambígua πνεῦμα, que em muitos casos é impossível ter certeza, a partir da mera linguagem das passagens em que a palavra ocorre ou do seu contexto, quanto à natureza da agência à qual é feita referência. Também é necessário lembrar que a personificação das abstrações pode ser levada a extremos quando a concepção de personalidade é indefinida, como certamente estava entre os antigos, pelo menos em um grau muito maior do que no presente. Seria, portanto, um erro inferir a Personalidade do Espírito Santo do mero uso da linguagem sobre Ele, que parece implicar isso. Tal linguagem deve ser entendida em relação a toda a revelação cristã e sua interpretação em termos de pensamento. No entanto, a linguagem é muito forte e muito definida. 'Eu vou orar ao Pai, e ele lhe dará outro Paracleto, para que ele esteja com você para sempre; até mesmo o Espírito da verdade '(João 14: 16-17 João 14: 16-17João 14:26 João 14:26 João 15:26 João 16: 8 João 16:13 João 16:14 ). O Espírito é aqui indicado como 'outro', Alguém que deve tomar o lugar de nosso próprio Senhor como Seu substituto. Também Ele é ὁ παράκλητος , τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον ( João 14:26 ). A forma masculina da palavra é certamente usada para imprimir aos discípulos a verdade de que a Presença que deve tomar o lugar daquilo a que estavam acostumados não é menos uma Presença Pessoal do que a outra. E esta visão é fortalecida pelo repetido e enfático ἐκεῖνος : 'ele te ensinará' ( João 14:26 ); 'ele deve dar testemunho' ( João 15:26 ); 'quando ele vier, convencerá ...' ( João 16: 8 ); 'ele te guiará' ( João 16:13); 'ele me glorificará' ( João 16:14 ). Não apenas a linguagem, forte e enfática como é indubitavelmente, mas todo o argumento exige a doutrina da Personalidade do Espírito.
Este grupo de passagens também mostra muito claramente que somos aqui ensinados a pensar no Espírito não apenas como pessoal, mas como distinto do Pai e do Filho. Isto aparece notavelmente em João 14:26 João 14:26. “O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele te ensinará todas as coisas, e trará à tua memória tudo o que eu te disse”. Novamente em João 15:26João 15:26'A quem eu vos enviarei do Pai, o Espírito da verdade que procede do Pai, ele dará testemunho de mim.' A linguagem não poderia tornar a distinção das Pessoas mais clara. Ainda que forte e claro como este ensinamento é, nós achamos sua força e clareza grandemente aumentadas pelo fato de que ele se encaixa no esquema do pensamento cristão quando nós encontramos esse esquema se desenvolvendo nas Epístolas de São Paulo e tomando uma forma dogmática mais arredondada no posteriores eras da reflexão cristã.
(4) A Divindade do Espírito Santo - Não podemos ter dúvidas sobre esse assunto quando chegamos ao ponto em que alcançamos a convicção de que, em Seu grande discurso, nosso Senhor nos ensina inequivocamente a Personalidade do Espírito como distinta. da do Pai e do Filho. As Três Pessoas são vistas aqui sobre um plano de ser que está acima de todas as coisas criadas.
Em João 14:16 João 14:16 ; João 14:18 João 14:18 ; João 14:26 João 14:26 ; João 15:26João 15:26 ; John Joh16: 14-15 a inter-relação do Divino Três é expressa e implícita. A dependência do Filho e do Espírito Santo sobre o Pai aparece: 'Eu vou orar ao Pai e ele lhe dará outro Paráclito'. O Espírito "procede" do Pai e é enviado pelo Filho ( João 15:26 , João 16: 7 ). Sua presença é equivalente à presença do Filho, pois com referência a Sua vinda, nosso Senhor declara ( João 14:18 João Jo: 16-15 João 15:26 João 16: 7 João 14:18 ) 'Eu não te deixarei desolado: Eu venho para você.' Em Sua relação com o Filho, o Espírito deve trazer todas as palavras de nosso Senhor para a lembrança dos discípulos ( João 14:26 João 14:26 ); Ele é para dar testemunho de nosso Senhor ( João 15:26 João 15:26 ), para glorificá-lo ( João 16:14 João 16:14 ), etc. Tão importante é a obra do Espírito em sua conexão com a do Filho, que nosso Senhor declara solenemente o conveniência de Sua própria partida, a fim de que o período da atividade do Espírito possa começar. E a este ensinamento devemos acrescentar afirmações como as seguintes: "Aquele que me viu, viu o Pai" ( João 14: 9 João 14: 9 ); 'Eu estou no Pai e o Pai em mim' ( João 14:10 João 14:10).); "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nossa morada com ele" ( João 14:24 João 14:24 ); "Todas as coisas que o Pai tem são minhas, por isso eu disse que ele ( isto é, o Espírito) toma de mim e te declarará" ( João 16:15 ). Todos estes se referem à natureza e aos efeitos daquela dispensação do Espírito, sobre a qual nosso Senhor está instruindo Seus discípulos neste grande discurso.João 16:15
Tal ensinamento certamente implica tanto a Divindade como a Unidade das Três Pessoas, que são ao mesmo tempo distintas, consideradas inseparavelmente unidas e colocadas no plano de estarem muito acima de toda a existência criada.
III Resumo
(i.) A fórmula batismal - Nós omitimos de nossa consideração uma grande passagem de importância primordial em cada ramo de nosso assunto. Ela foi mantida até o fim porque é a coisa mais próxima de uma declaração abrangente e formal da doutrina da Trindade a ser encontrada na Sagrada Escritura. Em Mateus 28: 18-20Mateus 28: 18-20 há, como a última palavra desse Evangelho, uma declaração solene que é declarada por nosso Senhor aos Seus discípulos quando eles O encontraram, por Seu comando especial, depois de Sua ressurreição. A taxa inclui:
(1) uma declaração de Sua autoridade universal , 'Toda autoridade me foi dada no céu e na terra', contendo uma implicação muito forte de Sua Divindade e concordando com Mateus 11:27 Mateus 11:27 e Lucas 10:22Lucas 10:22 , bem como com a ensinamento do quarto Evangelho.
(2) Uma grande comissão : “Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu lhes ordenei - palavras que são ao mesmo tempo o maior mandamento, a maior profecia e a maior declaração dogmática já dada.
(3) Uma promessa : 'Eu estou com você sempre, até o fim do mundo', que tem sido uma fonte de poder e inspiração para a Igreja desde então.
É verdade que esta passagem pertence a uma parte do Evangelho de São Mateus, que foi assaltada com grande persistência e, por motivos internos, com alguma razão aparente. Muitas vezes se argumenta que o Primeiro Evangelho contém muitos acréscimos à narrativa evangélica que surgiram dos hábitos de pensamento e prática, bem como do ensino explicativo, corrente na Igreja primitiva. O relato do batismo dado aqui seria então uma reflexão do ensino de um tempo posterior. Contra isso, temos que notar que não há evidência textual contra a passagem, que 2 Coríntios 13:142 Coríntios 13:14contém o nome divino triplo de uma forma que mostra que a combinação era familiar para a mente da Igreja Cristã numa época que era certamente menos de trinta anos após a Ascensão, e que há uma corrente contínua de testemunho desde os primeiros tempos como para batizar no nome triplo, o Didachefornecendo o elo de ligação entre a era Apostólica e Justino Mártir. Mas mais forte do que tudo isso é o fato de que essa passagem meramente resume os ensinamentos concernentes a Deus, os quais, como vimos em detalhes, podem ser encontrados espalhados pelos quatro Evangelhos. Certamente é um tanto difícil supor que a doutrina cristã de Deus pudesse ter tão rapidamente assumido a forma em que a encontramos nas Epístolas de São Paulo, se nosso próprio Senhor não tivesse reunido as várias vertentes de Seu ensino; e quando era tão provável que isso acontecesse como quando Ele se manifestou a Seus discípulos depois de sua ressurreição? A verdade é que esta passagem no Monte. fornece exatamente a pista de que precisamos para entender o rápido desenvolvimento da doutrina e a continuidade do costume na Igreja primitiva. (Veja Sanday no art. 'Deus' no dicionário de Hasting da Bíblia ii. p. 213, e sua crítica do quarto Evangelho , p. 218; também Scott no art. 'Trinity' no DB [Nota: Dicionário da Bíblia.] , Ramal Vol. p. 313). Mas há essa prova adicional da genuinidade, que a linguagem aqui possui todo o poder, concentração e autoridade que estão em toda parte as marcas das verdadeiras palavras de Jesus. Não há uma palavra neste enunciado, de ἐδόθη a αἰῶνος, que não foi, em todas as épocas, uma fonte de vida para a Igreja. Aqui o significado da vida, morte e ensino do Filho de Deus é traduzido em uma linguagem que atrai as mentes e os corações de todas as eras da história humana, e isso no mais judaico dos Evangelhos. Além disso, a profecia aqui contida está em escala muito grande para ter surgido naturalmente da vida da comunidade cristã do primeiro século. Nem mesmo a São Paulo foi concedida uma visão tão ampla sobre a história da humanidade. Esta grande visão de um cristianismo mundial pertence à mente dAquele que falou do Grão da Semente de Mostarda e da Rede de Desenhar e ensinou Seus discípulos a orar: "Venha o seu reino".
Podemos, a menos que nossos julgamentos sejam obscurecidos por preconceitos críticos, nos voltarmos para essa passagem como fornecendo o resumo necessário de todos aqueles pensamentos sobre Deus que nós extraímos dos ensinamentos de Cristo e dos Evangelhos. A expressão εἰς τὸ ὄνομα é importante: o batismo cristão deve ser 'no nome'. A frase lembra a linguagem do AT em que o "Nome" de Deus representava para Si mesmo como revelado ou colocado em relação aos homens. Assim, o nome Jeová era o sinal ou marca da antiga aliança. Podemos deixar de entender que o nome que marca a nova aliança é o do Pai, Filho e Espírito Santo? Neste nome está contida a revelação de Deus que Cristo trouxe ao homem. Também deve ser observado que a palavra é singular, τὸ ὄνομα, sugerindo a unidade da divindade. O nome é triplo, mas é um .(teologia brasileira/mauricioberwald.comunidad.ecom /teologiabis.blogspot.com